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ORÇAMENTO 2021: UM FESTIVAL DE EMENDAS

"O Legislativo se refastela frente ao governo que se esfarela. Aprovou-se um Orçamento que revela um governo que adora furar fila". Marcos Lisboa. O Congresso aprovou na última quinta-feira (25) o Orçamento da União para 2021, por 346 votos a favor e 110 votos contra. Foi uma votação, na qual, de determinante tivemos uma "festa de emendas", por demandas, em sua maioria, "paroquiais" dos congressistas. E isso em plena pandemia! Isso me pareceu excessivo.  O relatório será enviado nesta semana ao presidente Jair Bolsonaro, que terá 15 dias úteis para sancionar após a data de recebimento. Previsões indicam isso ocorrer  na segunda quinzena de abril.  ❑ O relator Márcio Bittar, com o objetivo de abrir espaço para emendas parlamentares no valor aproximado de R$ 49 bilhões, reajustou despesas em R$ 26,5 bilhões, retirando, por exemplo, gastos com benefícios previdenciários (R$ 13,5 bilhões), abono salarial (R$ 7,4 bilhões) e do seguro-desemprego (R$ 2,6 bilhões)...

Análise da Conjuntura, 31/03 (IPEA)

Dados recentes de janeiro de 2021 e estimativas da Dimac do Ipea para fevereiro mostram que a trajetória de recuperação continuou no primeiro bimestre deste ano na indústria e, principalmente, nos serviços. No entanto, o agravamento recente da pandemia, que culminanou no quadro atual de forte pressão sobre o sistema de saúde, vem motivando os governos estaduais e municipais a reintroduzir medidas impositivas de isolamento social. Se, por um lado, se espera que a nova rodada de restrições possa ajudar a conter o número de novos casos da doença e aliviar o sistema de saúde, por outro lado, aumentam as incertezas em relação ao desempenho da economia no curto prazo. O impacto negativo sobre a atividade econômica tende a ser significativo, mas menor do que no segundo trimestre do ano passado. O desequilíbrio fiscal é analisado nesta nota na perspectiva do orçamento de 2021 recém-aprovado pelo Congresso, especialmente em relação ao cumprimento do teto de gastos, e do impacto da aprovação da ...

MACRO MERCADOS DIÁRIO Terça-feira, 30/03/2021 “DANÇA DAS CADEIRAS”

Uma segunda-feira (29) caótica nos mercados. Tanto no Brasil, como no exterior, os ativos oscilaram sem rumo definido. Por aqui, a justificar, o Orçamento aprovado na semana passada, cheio de “armadilhas”, e a confusa “dança das cadeiras”, empreendida pelo presidente Bolsonaro. No exterior, os Treasuries operaram ainda mais pressionados, a atingir 1,77%, maior taxa desde janeiro, somando-se ao dólar em valorização. Receio aqui veio do turbinamento no crescimento dos EUA, em bom ciclo de vacinações, se deslocando cada vez mais do resto do mundo. Na manhã desta segunda-feira o chanceler Ernesto Araújo (EA) pediu demissão, depois de intensa pressão do Congresso; à tarde, foi a vez do general Fernando Azevedo, da Defesa ser demitido, e uma reacomodação de cargos acabou inevitável, com mudanças na Justiça e em posições chaves da “articulação política”, próximas ao gabinete do presidente no Planalto. A saída de EA, do Ministério de Relações Exteriores, até que veio sem maiores turbulên...

MACRO MERCADOS SEMANAL Segunda-feira,29/03/2021 Semana tensionada

Iniciamos uma semana mais curta pelo feriado de Páscoa - meio fim de março, meio início de abril -, mas muito tensionada na relação entre Bolsonaro, Congresso e sociedade. De um lado, a evolução descontrolada da pandemia, a resposta, mesmo que tardia, deste governo, e a necessidade de intensificação das campanhas de vacinação. Do outro lado, a reação da sociedade, com vários atores já desembarcando do apoio a este governo, pela gestão temerária durante a pandemia. As críticas são generalizadas. Luis Stuhlberg, por exemplo, gestor do fundo Verde, já anunciou sua decepção, afirmando que quem votou no presidente, não deve mais votar, “acreditei e votei no Bolsonaro, mas ele nunca terá o meu voto.” Stuhlberger parece ser uma das vozes mais revoltadas com este “estado de coisas”, esta gestão calamitosa do presidente. Disse ele, gestor de R$ 52 bilhões, sob o manto do fundo Verde, que o País deve perder entre 1,5% e 2,0% do PIB neste ano, entre R$ 130 bilhões a R$ 140 bilhões. Somando os...

INEVITÁVEL COMPARAR, INEVITÁVEL...

São inúmeros os países que fizeram o seu "dever de casa" e agora estão "quase livres" do VIRUS.  Poderíamos lembrar a Nova Zelândia, na América do Sul o Uruguai, o Chile, pela sua bem coordenada campanha de vacinação, a Austrália, conforme relatado por um amigo Marcelo de Oliveira, da UFPEL, aqui em Portugal e o Reino Unido.   Na Austrália , segundo o Marcelo, no início da pandemia, "foram fechadas as fronteira, foi feita uma quarentena absoluta, RIGOROSA, COM FECHAMENTO DO COMERCIO NAO ESSENCIAL, testagens em massa da população, proibição à circulação das pessoas entre cidades de diferentes regiões, identificação dos infectados, promoção de isolamento obrigatório dos infectados e de TODAS PESSOAS em contato com o infectado. Qual o resultado? "Houve impacto econômico, como em todos países do mundo, mas hoje a vida normalizou, comércio aberto, ainda com proibição de circulação das pessoas em diferentes estados, ausência de uso de máscaras; prejuízo de capit...

Um breve retrospecto.

Bolsonaro "viveu" 28 anos no Congresso, preocupado apenas com um objetivo, se reeleger e defender as corporações militares. Foi um deputado "corporativista", defendendo interesses bem focalizados e específicos. Sua produção legislativa foi medíocre. Digamos que ele sentava nos fundos do "baixo clero". Nada de relevante produziu nestes anos, nenhuma lei, nada.    Apenas brigava pelos militares e pregava uma agenda conservadora de costumes. Em 2015, quando o país ingressou no segundo ano de recessão, provocada por uma sucessão de erros de política econômica do governo Dilma, Bolsonaro, e seus seguidores, montaram uma estratégia de redes sociais para se tornar “o candidato anti-PT”, “o candidato anti-sistema”.   Com a Operação Lava-Jato fazendo estragos nas hostes, tanto do PT, como dos partidos “satélites”, e com Lula preso, o atual presidente tornou-se rapidamente um "fenômeno das redes". Bem aproveitou este “vácuo”. Lembremos inclusive,...

CHANCE DESPERDIÇADA

Não parece difícil um balanço do governo Jair Bolsonaro nestes dois anos e mais alguns meses no poder. Podemos visualizar uma sucessão de decisões equivocadas, algumas bem intencionadas, outras nem tanto, e poucas, realmente, meritórias.  Sua agenda econômica é (ou era) até acertada.  Basicamente, tratava das reformas estruturais, da Previdência, tão urgente diante da trajetória desta dívida; da Tributária, num cipoal de impostos que mais repelem do que atraem investidores, e da Administrativa, sabendo que boa parte da nossa dívida estrutural é originada das distorções da rubrica “Encargos e Pessoal”.   O diagnóstico é um só. O déficit público “estrutural” tem origem e daí, diagnóstico. Aqui, uma contradição, pois Bolsonaro ascendeu pelo corporativismo junto aos militares e todos sabemos que boa parte destes déficits, público e previdenciário, são originados dos excessos de "penduricalhos" dos servidores públicos e dos militares. Ou seja, a tal "fábrica de desigualdade...