sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Josué Leonel

 *Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana*


Por Josue Leonel


(Bloomberg) -- A próxima semana será guiada por dados econômicos relevantes para as expectativas sobre as taxas de juros no Brasil e no exterior, em meio à tensão política em Brasília. O PIB brasileiro deve ajustar expectativas para o Copom de dezembro, após sinais mais duros do Banco Central e indicadores mistos de emprego. No câmbio, mercado monitora o volume da rolagem de swaps e o pico sazonal de remessas. Indicadores nos EUA, fala de Jerome Powell e decisão da Opep+ sobre petróleo também estarão no radar, em semana que terá ainda o sorteio da Copa do Mundo. Veja destaques:


*PIB e apostas para o Copom*


O PIB do terceiro trimestre sai na próxima semana e deve confirmar desaceleração moderada da atividade, mantendo a avaliação de que a economia ainda opera aquecida. A divulgação ocorre após dados contraditórios do mercado de trabalho e depois das falas mais duras do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reduziram a precificação de corte da Selic no início de 2026. Além do PIB, saem dados da indústria e expectativas da pesquisa Focus, que também podem ser relevantes para calibrar as apostas na decisão da próxima reunião de política monetária do BC, entre os dias 9 e 10 de dezembro.


*Swaps cambiais e remessas*


O Banco Central definiu que iniciará em 1º de dezembro a rolagem dos swaps que vencem em janeiro e afirmou que ajustará o volume diário conforme a demanda. O mercado ficará de olho no volume dos leilões. No encerramento da rolagem anterior, o BC elevou o volume para 50.000 contratos, indicando rolagem quase integral do vencimento. A rolagem vinha antes sendo feita regularmente com volume de 45.000 swaps. O vencimento total de 2 de janeiro é de 656.000 contratos. O câmbio enfrenta a pressão sazonal de dezembro, mês de fortes remessas de lucros e dividendos — que podem chegar a até US$ 10 bilhões, segundo analistas — ampliadas por debates tributários e pela proximidade do ciclo eleitoral. O fluxo pode aumentar a volatilidade do real e exigir atuações pontuais do BC.


*Dados nos EUA e China, Powell*


Nos EUA, os próximos dias trarão informações importantes para balizar as expectativas de corte de juros do Federal Reserve em dezembro, com destaque para os indicadores de atividade ISM e para os índices de preços PCE e PPI. No fim de semana, também começa o período de silêncio do banco central americano. Na segunda-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, participa de evento. Na China, os PMIs oficiais e privados indicarão a força da recuperação, com impacto direto sobre os preços de commodities. Outro destaque, em 5 de dezembro, é o sorteio para a Copa do Mundo, que será sediada nos três países da América do Norte. A presidente mexicana Cláudia Sheinbaum disse que seu primeiro encontro cara a cara com Donald Trump pode acontecer durante o sorteio, em Washington. Ela afirmou nesta quinta-feira que aguarda o presidente dos EUA e o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, confirmarem presença no sorteio antes de decidir se irá comparecer.


*Petróleo e risco geopolítico*


A Opep+ se reúne neste final de semana para discutir ajustes de capacidade e possíveis cortes adicionais para conter a queda do petróleo. Os delegados afirmaram que os países do grupo provavelmente manterão a decisão de suspender o aumento da produção de petróleo no início de 2026. O mercado também acompanha as negociações entre Rússia e Ucrânia, que podem mexer com os preços da commodity. Um possível acordo de paz entre os países pode ter repercussões significativas para o mercado de petróleo, já que qualquer flexibilização das sanções ocidentais abriria espaço para liberar o fornecimento russo, elevando ainda mais oferta.


*Governo x Congresso*


O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta crescente desgaste na relação com o Congresso, que culminou na derrubada de uma série de vetos presidenciais. A tensão foi agravada pela resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, à indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal, além da insatisfação com a distribuição de emendas parlamentares, segundo pessoas com conhecimento do assunto. O governo tenta adiar a sabatina, programada para o dia 10, diante do risco de rejeição, dizem os jornais. As articulações para 2026 também têm peso no cenário político, com os partidos do centrão de olho em uma candidatura da oposição liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

BDM Matinal Riscala

Mais hawkish, impossível ​ 28 de novembro de 2025 Por Rosa Riscala e Mariana … A liquidez deve continuar fraca nesta Black Friday, com horários reduzidos nas bolsas de Nova York (fecham às 15h) e no mercado de Treasuries (fecham às 16h), sem indicadores na agenda dos Estados Unidos. No Brasil, saem o resultado primário de outubro e a Pnad Contínua, mas sem esperanças de que possam decidir o Copom de janeiro. Nesta quinta, Galípolo cortou as asas do mercado ao dizer que o BC “não se emociona” com um dado específico – talvez em referência ao Caged, que mostrou criação de empregos bem abaixo do esperado – e que segue perseguindo o centro da meta, leve o tempo que levar. No calendário corporativo, destaque para o Novo Plano de Negócios da Petrobras. CORTOU AS ASAS – “Seguimos vigilantes e conservadores”, disse Galípolo em tom de brincadeira, após seu entrevistador Bruno Serra no evento da Itaú Asset admitir que não conseguiu “arrancar” nenhuma novidade do presidente do BC sobre a política monetária. … Quem assistiu ou acompanhou a palestra achando que poderia vir um recado um pouquinho menos hawkish, ouviu o que não queria. … O dia tinha começado bem, com o Caged de outubro indicando a geração de 85 mil vagas com carteira assinada, abaixo das estimativas do mercado (120 mil) e com forte desaceleração em relação aos empregos criados em setembro (213 mil). … A curva de juros esperou em baixa a fala de Galípolo à tarde, mas zerou as quedas nos contratos curtos assim que ele começou a falar. … Do princípio ao fim, repetiu o discurso de sempre e, embora tenha admitido que as coisas estejam no rumo imaginado pelo BC, disse que elas ainda estão andando “muito lentamente”, que a economia continua “muito resiliente”, mesmo com os juros elevados. … Além disso, afirmou que os juros serão mantidos no nível que for necessário e pelo tempo que for necessário para levar a inflação ao centro da meta de 3%. “Não vejo nenhum dado que surgiu nesse ciclo que promova qualquer mudança de direção para a gente.” … Reprisou a ata do Copom ao dizer que a taxa básica em 15% ao ano “é um patamar restritivo adequado”, e resgatou o alerta de que o “BC jamais vai se furtar de fazer o ajuste que for necessário”, comentando que “no Brasil sempre é possível acontecerem coisas”. … Galípolo ainda acrescentou um novo fator de atenção, ao destacar que o mercado de crédito continua crescendo de maneira “bastante surpreendente”, tendo em vista o nível atual da Selic, o que demanda “vigilância e conservadorismo” do BC. … O fiscal também entrou no mix das preocupações destacadas por ele, quando lançou dúvidas sobre medidas que são neutras para o Orçamento, mas podem ter impacto sobre a demanda e a inflação (como a reforma do Imposto de Renda, por exemplo). … Segundo o presidente do BC, isso “há algum tempo” está presente nas expectativas de inflação do mercado. … Apesar de todo o esforço de comunicação, Galípolo reduziu muito pouco a chance de um corte de 25 pontos-base em janeiro precificada na curva a termo, com um recuo de 80% na véspera para 73% no fechamento dos negócios na B3 (leia mais abaixo). O PESO DA ELEIÇÃO – Em encontros com economistas de São Paulo, nesta quinta-feira, os diretores do BC Diogo Guillen e Paulo Pichetti foram questionados sobre uma possível influência da corrida eleitoral de 2026 no ciclo de afrouxamento monetário da Selic. … Segundo participantes da reunião relataram à Agência Estado, foi manifestada a preocupação de que pode haver algum tipo de estresse na curva de juro e no câmbio em meio ao período pré-eleitoral, aumentando o grau de incerteza com o qual o BC terá que lidar. … As apostas dos economistas presentes sobre o início dos cortes se dividiam entre janeiro, março (maioria) e abril, e quase todos concordam que dificilmente haverá uma sinalização mais sólida por parte do Copom sobre quedas já no próximo comunicado de dezembro. … Quanto ao tamanho do ajuste total, houve também um consenso de que a Selic cairá no máximo a 12% ou 12,5%. … Os economistas consideram que o IPCA tem se mantido relativamente controlado e pode fechar o ano abaixo do teto da meta, de 4,5%, mas alertam que a desaceleração tem sido mais puxada pelos alimentos e pela queda do dólar, enquanto os serviços seguem pressionados. PNAD CONTÍNUA – Um dia depois do Caged bem abaixo das projeções, a taxa de desemprego do trimestre móvel encerrado em outubro, que o IBGE divulga às 9h, promete apontar um mercado de trabalho ainda aquecido. … A expectativa é de taxa de desemprego mais baixa, diante das vagas temporárias de fim de ano. A mediana do mercado indica recuo para 5,5% na Pnad Contínua, que, se confirmada, seria o novo piso da série histórica. … O dado deve interromper três meses de estabilidade em 5,6%. As projeções no Broadcast variam de 5,4% a 5,7%. MAIS AGENDA – Antes da Pnad, o BC divulga às 8h30 o resultado consolidado do setor público em outubro, que deve reverter o saldo negativo de R$ 17,452 bilhões em setembro e registrar um superávit primário de R$ 34,10 bilhões. … As estimativas são todas positivas no Projeções Broadcast e variam de R$ 30,6 bilhões a R$ 37,1 bilhões, após as contas do Governo Central (+R$ 36,5 bilhões) terem sido impulsionadas pela sazonalidade positiva de recolhimento de IRPJ e CSLL. … O dado fiscal será comentado em entrevista de imprensa à tarde, às 15h, para evitar conflito de horário com a coletiva do diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, que irá detalhar às 10h30 os votos aprovados ontem pelo CMN. … Aneel define hoje a bandeira tarifária de dezembro da conta de luz. PETROBRAS – Na noite de ontem, a companhia anunciou ter aprovado investimentos de capital (capex) de US$ 109 bilhões no plano estratégico dos próximos cinco anos, volume 1,8% menor que os US$ 111 bilhões do plano vigente. … O resultado veio dentro do intervalo esperado por analistas consultados pelo Valor Econômico. … Do total de investimentos anunciados, US$ 81 bilhões estão garantidos, US$ 10 bilhões foram colocados para revisão trimestral até 2027 e outros US$ 18 bilhões serão analisados futuramente pela petroleira. … Para 2026, o capex informado foi de US$ 19,4 bilhões, inferior aos US$ 19,6 bilhões previstos no plano anterior. … Dentro do novo plano estratégico de 2026 a 2030, US$ 78 bilhões serão voltados para o setor de Exploração e Produção (E&P), montante US$ 1 bilhão maior do que o observado no plano vigente, entre 2025-2029. … A estimativa da empresa para a remuneração dos acionistas é de dividendos ordinários entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões, de acordo com o documento enviado à CVM. Dividendos extraordinários não são citados para o período. … Os proventos extras não eram mesmo esperados pelo mercado. A estatal prevê que a geração de caixa para os próximos cinco anos ficará entre US$ 190 bilhões e US$ 220 bilhões. O plano será comentado em webcast às 16h30. GUERRA ABERTA – Em dura derrota para o presidente Lula após a COP30, o Congresso derrubou todos os 52 vetos ao Licenciamento Ambiental que foram colocados em votação, nesta quinta-feira. Outros 11 vetos presidenciais serão avaliados posteriormente. … O revés é mais um reflexo do rompimento do Senado com o Executivo, que tem como motivo a indicação de Jorge Messias ao STF. … Entre os vetos derrubados mais sensíveis à área ambiental está a licença autodeclaratória que não depende de aprovação de órgão ambiental para que uma obra seja executada. Outro veto derrubado trata da autonomia dos Estados para licenciar os empreendimentos. … Ambientalistas reagiram à derrubada dos vetos do Novo Licenciamento Ambiental, dizendo que o autolicenciamento, a flexibilização da proteção da Mata Atlântica e o afastamento de indígenas das consultas colocam em risco as metas assumidas pelo Brasil na COP30. … O Observatório do Clima afirmou que Alcolumbre “traiu” o acordo feito com Lula ao pautar a derrubada dos vetos, lembrando que o presidente baixou a Medida Provisória que acelerava os prazos da Licença Ambiental Especial, criada pelo presidente do Senado. … A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo já avalia a possibilidade de judicializar a decisão do Congresso. … Na Folha, Alcolumbre afirmou a aliados ter 60 votos (dos 41 necessários) para rejeitar a indicação de Messias ao STF. O presidente do Senado ameaça com sessão-relâmpago para evitar o mínimo necessário para Messias assumir. ANTIFACÇÃO – Alcolumbre também informou que colocará em votação na próxima semana o projeto de lei Antifacção, aprovado pela Câmara na semana passada com várias mudanças articuladas pela oposição no relatório do deputado Guilherme Derrite (PL). … Com a relatoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o governo esperava o apoio do Senado para recuperar alguns itens da proposta de sua autoria. Mas, diante do clima de guerra com Alcolumbre, isso já não é mais uma garantia. … Alessandro Vieira é considerado um nome independente, sem fortes ligações nem com o governo e nem com a oposição. As principais críticas do Planalto são em relação à questão do financiamento da Polícia Federal e o risco de sobreposição de leis. BOLSONARO –A oposição busca transformar o desgaste entre o Palácio do Planalto e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em uma janela de oportunidade para destravar uma saída legislativa que permita retirar Jair Bolsonaro do regime fechado. … A avaliação é de que o governo perdeu a capacidade de coordenação mínima do Congresso e que, pela primeira vez desde o início da discussão sobre anistia, o ambiente político no Senado se tornou mais favorável do que na Câmara. A ideia é começar pelo Senado. DEVEDOR CONTUMAZ – Na Câmara, o presidente Hugo Motta designou o deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL) como o relator do projeto de lei que define punições para contribuintes que não pagam seus débitos de forma intencional e reiterada. … Importante para a equipe econômica, deputados do PT fecharam questão para votar em peso no PL, com 67 votos. … O deputado Lindbergh Farias, com quem Motta rompeu, espera que a operação contra o Grupo Refit – um dos maiores devedores de impostos da União, com dívida estimada em R$ 26 bilhões – leve à votação do projeto do devedor contumaz na próxima terça-feira. LÁ FORA – Saem a leitura preliminar de novembro da inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha (10h), as vendas no varejo alemão em outubro (4h), além do PIB do terceiro trimestre da França (4h45), Portugal (8h) e Canadá (10h30). JAPÃO HOJE – A inflação ao consumidor em Tóquio, que é vista como um indicador antecipado da tendência nacional, subiu 2,8% em novembro, mesmo ritmo registrado em outubro, e superou o consenso de 2,7%. … Do lado da atividade, a produção industrial aumentou inesperadamente em outubro, apesar do impacto do tarifaço. O dado cresceu 1,4% em outubro, após a alta de 2,6% em setembro, e contrariou a queda de 0,6% esperada. … Os indicadores reacendem a expectativa de um aperto monetário na próxima reunião do BoJ, dia 19 de dezembro. O HOMEM DE GELO – Incorporado no papel hawkish e insensível aos apelos por corte da Selic, Galípolo mantém a fama de mau, mas nem assim convence a curva a termo a limpar as apostas de queda do juro em janeiro. … O mercado quer esperar até o último momento (dia 10), quando o Copom tem reunião marcada, para ver se não há mesmo esperança de o BC já engatilhar o início do ciclo de desaperto monetário no primeiro encontro de 2026. … Deu para ver que, apesar de Galípolo, continuam bem elevadas (73%) as apostas de flexibilização em janeiro. … Seja como for, a ponta curta dos juros futuros cumpriu ontem o ajuste aos comentários conservadores do presidente do BC, devolveu o alívio observado mais cedo com o Caged e operou com viés de alta na parte da tarde. … O vencimento de Jan/27 subiu a 13,550%, contra 13,523% na véspera, e o Jan/29 foi de 12,705% para 12,720%. … Já os prazos mais longos, que chegaram a operar pela manhã nas mínimas em um ano, acomodaram-se em leve queda para o fechamento: Jan/31, a 13,010% (de 13,024% no pregão anterior); e Jan/33, a 13,190% (de 13,215%). … No câmbio, o dólar corrigiu parte da queda recente (-1,24% nos três pregões anteriores) e subiu 0,33%, de volta à faixa de R$ 5,35, cotado a R$ 5,3521, em meio aos interesses dos comprados na véspera da briga da ptax. … Lá fora, com a liquidez comprometida pelo feriado americano, o índice DXY registrou queda marginal de 0,03%, a 99,561 pontos, enquanto o mercado ignora a cautela e mantém no radar um corte pelo Fed em dezembro. … A libra fechou estável, a US$ 1,3239, interrompendo o alívio com o orçamento britânico. Investidores seguem receosos com a trajetória da dívida do Reino Unido, mesmo após o anúncio de uma série de aumento de impostos. … O euro também operou estável (-0,01%), negociado a US$ 1,1598, e o iene subiu para 156,31 por dólar. EFEITO COLATERAL – O coração de pedra de Galípolo ajudou a roubar as forças do Ibovespa, um dia depois do mais novo recorde histórico da bolsa. Mas a correção foi leve e o índice à vista ainda defendeu a faixa dos 158 mil pontos. … Fechou em baixa de 0,12%, aos 158.359,76 pontos. Reduzido à metade de um pregão normal, o volume financeiro se limitou a R$ 12,4 bilhões, com os mercados em Nova York todos fechados para o feriado do Thanksgiving Day. … Apesar de esvaziada, em alguma medida, a perspectiva de que a Selic saia de 15% no curtíssimo prazo, o bom desempenho das ações da Petrobras ontem ajudou a amortecer a queda do Ibovespa e manter a bolsa perto do pico. … As ações da Petrobras (ON +0,80%, a R$ 34,22; e PN +0,53%, a R$ 32,40) fecharam nas máximas do dia, à espera do anúncio do plano de negócios da estatal para os próximos cinco anos e em linha com o avanço do petróleo. … O barril do Brent para fevereiro fechou em alta de 0,52%, a US$ 62,87, antecipando que, na reunião de domingo, a Opep+ vai manter a produção da commodity estável no primeiro trimestre de 2026, sinalizando cautela com a oferta. … Além disso, os investidores monitoram o andamento das negociações do acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, porém sem expectativa de algo conclusivo no curto prazo. O deadline desejado (ontem) passou sem um desfecho. … O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, irá se reunir com Putin na semana que vem, mas o líder russo já avisou que só irá interromper os ataques se os ucranianos retirarem suas tropas dos territórios reivindicados. … Em pronunciamento em vídeo, Zelensky afirmou que as delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos se reunirão nestes próximos dias e também na próxima semana para discutir uma fórmula para a paz e a segurança. … Putin afirmou que Moscou já controla 70% da cidade estratégica de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, informação rebatida pelo comando militar de Kiev, que diz estar contra-atacando, com combates intensos na região. … A localidade é chamada de “porta de entrada para Donetsk”, permitindo às tropas russas avançar em direção às duas maiores cidades ainda controladas pela Ucrânia em Donetsk: Kramatorsk e Sloviansk. … De volta ao Ibovespa, os papéis da Vale foram na contramão da alta de 0,44% do minério de ferro e registraram queda moderada 0,38%, a R$ 66,33. Na próxima terça-feira, acontece o Vale Day com investidores, em Londres. … Também a falta de fôlego dos bancos manteve a bolsa em terreno levemente negativo. Itaú perdeu 0,34% (R$ 40,71); Bradesco PN, -0,20% (R$ 19,48); e BB -0,27% (R$ 22,16). Santander unit fechou estável (+0,09%; R$ 34,22). CIAS ABERTAS NO AFTER – VALE aprovou a distribuição de dividendos e JCP, como antecipação de destinação do resultado do exercício de 2025, totalizando R$ 3,5817 por ação ordinária e por ação preferencial da classe especial… … Em 7 de janeiro, será pago o valor de R$ 1,2441/ação, sob a forma de dividendos; em 4 de março, será pago R$ 0,7681/ação, também sob a forma de dividendos, e de R$ 1,5695 por ação, sob a forma de JCP; ex em 12/12… … Pagamentos aos titulares de ADRs ocorrerão a partir de 14 de janeiro e 11 de março, respectivamente, e serão realizados por meio do agente depositário dos ADRs da Vale. ITAÚ. O conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos e JCP no montante total de R$ 23,4 bilhões. O dividendo de R$ 1,868223 por ação será pago em 19/12 e o JCP de R$ 0,369750, até 30 de abril. Ex dia 10/12. GPA contratou empréstimo junto ao Rabobank no valor de 75 milhões de euros (R$ 470 milhões) para promover o alongamento integral de dívida com vencimento em julho de 2026. AXIA ENERGIA (ex-Eletrobras) convocou AGE para o próximo dia 19 com o objetivo de submeter a acionistas uma ampla reorganização societária que permitirá a distribuição de até R$ 39,9 bilhões acumulados em reservas de lucro. SANTOS BRASIL informou que foi aprovado em assembleia geral o resgate compulsório da totalidade das suas ações ordinárias ainda em circulação, no âmbito da oferta pública para aquisição de ações (OPA) da companhia… … Preço do resgate compulsório será idêntico a preço da OPA (R$ 14,38), ajustado pela Selic acumulada desde 16/9, dia da liquidação da OPA, até data do efetivo pagamento de preço do resgate, que deve ocorrer em até 15 dias… … Com aprovação do resgate, encerra-se prazo de três meses para aquisições adicionais previsto no edital da OPA. TOTVS informou que sua subsidiária Totvs Large Entreprise Tecnologia celebrou contrato para aquisição da totalidade do capital social da Suri por R$ 28 milhões. AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

Bankinter Portugal Matinal

Análise Bankinter Portugal SESSÃO: Hoje voltamos a ter uma sessão a meio gás. Embora os EUA reabram após a celebração de Ação de Graças de ontem, só farão meia sessão. Será, portanto, uma sessão semifestiva, em que esperamos movimentos moderados nas bolsas, provavelmente em alta. A atenção muda temporariamente para o consumo, se a IA o permitir, já que hoje começa a campanha de Natal com a Black Friday. Será um bom termómetro da confiança do consumidor americano, num contexto de guerra comercial e após o encerramento da administração americana mais longo da história, e o saldo esperado é bastante decente (+3,7%/+4,2% a/a). Na Europa, teremos inflações de alguns países europeus, entre os quais se destaca o IPC da Alemanha e França, que poderão aumentar uma décima, embora seja pouco provável que influenciem as expetativas de taxas de juros do BCE. Também na Alemanha, hoje poderá ser aprovado um orçamento de despesa em defesa de 2.900 M€. Em suma, hoje temos sessão a meio gás, com escasso volume e onde as bolsas poderão subir timidamente. A ser assim, o S&P500 terminaria novembro sem alterações significativas, depois de ter chegado a cair -4,5% no mês. Novo sinal de como o mercado se recompõe rapidamente após as correções pontuais. Nova Iorque fechada; Tech EUA fechado; Semis EUA Fechado; UE 0,0% Espanha +0,0% VIX 17,2% Bund 2,68% T-Note fechado (4,00% esta manhã) Spread 2A-10A USA=+51pb B10A: ESP 3,16% PT 3,00% FRA 3,41% ITA 3,40% Euribor 12m 2,21% (fut.2,24%) USD 1,158 JPY 181,1 Oro 4.187$ Brent 63,6$ WTI fechado (59,1$ esta manhã) Bitcoin 0,0% (91.373$) Ether -0,1% (3.011$).

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Diario de um economista

 Falemos da elaboração da tese de doutorado. Meu projeto versava sobre como avaliar cerca de 10 países, num período de 1990 a 2018. Neste contexto, objetivo seria pegar dados em painel e analisar como estes países, em maioria, emergentes, conseguiram performar nas suas políticas públicas a contento. 

Problema aqui foi se confrontar com o cipoal de modelos que começavam a ser feitos, e muito se aceleraram nestes últimos anos. Nunca havia me interado sobre programação, muito menos conhecia os modelos macro dinâmicos da fronteira, como o DGSE, Dynamic General Stocastic Economic. Não foi nada fácil ou simples. Até porque eu não teria mais aulas, aceitei uma proposta tutorial, que acabou se mostrando um erro. Há muitos anos não tinha contato com o que havia de mais moderno no meio acadêmico. 

Mercado ansioso

🇧🇷 *Tarcísio: mercado financeiro é muito ansioso, precisa ter calma* Broadcast: - O governador de São Paulo afirmou há pouco, no Annual Meeting realizado pela XP Asset Management, que o anúncio do nome que irá concorrer às eleições presidenciais do próximo ano deverá acontecer no início do próximo ano. _"Eu acredito que saberemos no início do ano que vem"_, respondeu ao mediador que questionou quem será o candidato da direita no próximo ano. Ele seguiu dizendo: _"Precisamos ter um pouco de calma. O mercado é muito ansioso mesmo. O mercado gosta de precificar tudo muito rapidamente"_. Tarcísio expressou compreensão pela preocupação do mercado e reconheceu a justificativa para tal preocupação: _"O mercado está preocupado e tem razão para estar preocupado"_. Neste momento, ele citou que, em caso de reeleição do PT, o partido teria de fazer reformas ou o Brasil vai quebrar. _"Qual a alternativa que essa turma (PT) tem a oferecer para o Brasil?"_, questionou, ressaltando que, se tiver mudança política ano que vem, entrará uma turma que "sabe exatamente o que fazer". Sobre possíveis nomes da direita em 2026, Tarcísio disse que _"não tem ninguém com essa ânsia de ser protagonista"_. _"Não vamos entrar divididos, vamos estar unidos e seremos fortes"_, afirmou o governador. Perguntado sobre a prisão de Jair Bolsonaro, Tarcísio disse é preciso resolver a situação do ex-presidente para pacificar o País. "Precisamos ajudar a grande liderança da direita que é Jair Bolsonaro para 2026", afirmou. *Tarcísio diz que direita pode atrair 'massa de centro' em 26 e que deve 'governar com congresso'* - Tarcísio de Freitas afirmou que o projeto da direita em 2026 terá condições de "angariar simpatia da massa de centro" na eleição presidencial de 2026. Segundo ele, as alternativas que o campo oposicionista colocará na disputa têm "rejeição muito menor" do que a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja taxa negativa, afirmou, "está cristalizada". O governador disse esperar uma tentativa dos adversários de colarem no candidato de oposição "algumas bandeiras" associadas ao bolsonarismo, mas avaliou que essa estratégia será "ineficaz" diante do que chamou de "bons quadros" da direita. Tarcísio afirmou que o eleitorado busca "um grande projeto nacional" e que o campo conservador terá condições de apresentá-lo. "Quando você avalia alternativas, você vai perceber que essas alternativas têm uma rejeição muito menor. O Lula tem uma rejeição muito alta, está cristalizada", disse o chefe do Executivo paulista durante o Annual Meeting realizado pela XP Asset Management. "E eu acredito o seguinte: no final, o projeto de país, esse projeto, vai nos dar a possibilidade de angariar simpatia e adesão daquela massa que fica mais ao centro, que tende ora para cá, ora para lá, sem trazer a rejeição." Ele também defendeu a centralidade do Congresso em um eventual governo de oposição. Para o governador, será "fundamental" que o próximo presidente governe em parceria com o Legislativo. Tarcísio classificou o Congresso atual como "absolutamente reformista" e lembrou que a Casa aprovou, nos últimos anos, reformas estruturais e medidas pró-mercado. "Este Congresso que está aí, com alguma renovação, foi o mesmo que aprovou a reforma trabalhista, a reforma tributária, a reforma da Previdência, o marco do saneamento, a Lei do Gás, a autonomia do Banco Central, a Lei das Agências", continuou. "Poucos presidentes, na história recente, tiveram essa habilidade de tornar o Congresso sócio das realizações." Tarcísio afirmou ainda que a disputa de 2026 será marcada por desinformação. "Vai ter muita fake news. O PT gosta muito de fazer isso", declarou, acrescentando que, apesar disso, considera que a população está "mais vacinada" contra estratégias de desconstrução. *Lula tem rejeição acima de 50%; PT não conseguiu lidar com segurança pública* O governador afirmou que o presidente Lula tem uma rejeição acima de 50% e que o PT não conseguiu lidar com a questão da segurança pública. Tarcísio também seguiu com algumas afirmações com relação ao atual governo. "A maioria absoluta da população diz que Lula não deveria disputar reeleição". Avaliou que a população não está se enxergando nas propagandas do realizadas pela PT. *Congresso é absolutamente reformista, disposto a entregar um projeto interessante* Tarcísio de Freitas, afirmou que o atual Congresso é absolutamente reformista e disposto a entregar um projeto interessante para o País e que poucos presidentes tiveram habilidade de tornar o Congresso sócio das realizações. Comentou que será fundamental que o próximo presidente governe com o Congresso. Além disso, ele ressaltou que o Brasil necessita de reforma orçamentária, que vai precisar desvincular receita e que a agenda que deve ser tocada pelo próximo mandatário precisa ser conhecida por todos. O governador disse ainda que uma eventual vitória da direita significa apreciação de câmbio, queda de inflação e juros. *Não acho nenhum absurdo você ter prisão perpétua no Brasil* O governador afirmou ser simpático à prisão perpétua no Brasil diante do elevado número de sucessivos crimes que são praticados por um único criminoso. "Já chegamos a prender ladrão do celular aqui 33 vezes e esse cara é liberado em audiência de custódia", afirmou, acrescentando que o cidadão quer ver o recurso de bens apreendidos voltando para o Estado e sendo utilizado no combate ao crime organizado. "E aí a mudança de legislação é bem-vinda e necessária, algumas mudanças que sejam até radicais. Eu não acho, por exemplo, nenhum absurdo você ter a prisão perpétua no Brasil", disse. Citou como exemplo a eventualmente ser seguido a política de segurança pública do presidente Nayib Bukele, de El Salvador, de tolerância zero ao crime organizado e uso da força bruta para seu combate. "Veja o que foi feito em El Salvador, o que era e o que é", disse. Por Jean Mendes, Geovani Bucci, Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt

Moody mantém estável nota do BRASIL

A agência Moody's concluiu revisão periódica das notas de crédito soberanas do Brasil, mantendo o rating em Ba1 — um degrau abaixo do grau de investimento — e perspectiva estável. A decisão reflete a resiliência da economia brasileira frente a tarifas internacionais, com impacto limitado graças à diversificação e baixa vulnerabilidade externa. A agência elogia reformas estruturais de governos recentes, mas alerta para polarização política, rigidez orçamentária e Selic em 15% como freios ao upgrade. Pontos positivos incluem crescimento sólido e posição externa favorável, enquanto desafios envolvem custos de dívida elevados e lentidão em reformas fiscais. Para elevar a nota, Moody's cobra consenso por cortes em gastos rígidos e desvinculação de benefícios do salário mínimo.

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado*


Quinta Feira, 27 de Novembro de 2.025.



*Caged e Galípolo são destaques em pregão sem NY*


… Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos fecha os mercados em Nova York e tira a liquidez dos pregões domésticos, inclusive amanhã, quando as bolsas funcionam em horários reduzidos. Investidores saíram para o feriado animados com as chances de corte do juro no Fed de dezembro, validadas pelo Livro Bege. A festa em Wall Street derrubou o dólar frente ao real e contagiou o Ibovespa, que voltou a bater recorde histórico, aos 158 mil pontos, com apostas de que a Selic também começará a cair em janeiro. Após o IPCA-15 um pouco acima do previsto, hoje estão na agenda o IGP-M, dados do Caged e mais uma fala de Galípolo, em evento da Itaú Asset.


EMPREGO DESACELERA – A expectativa para o Caged de outubro, que será divulgado às 14h30, é de criação de 120 mil empregos, segundo a mediana de pesquisa Broadcast, perdendo ritmo em relação a setembro, que registrou saldo positivo de 213 mil vagas.


… O mercado de trabalho robusto tem sido citado de forma recorrente pelo BC como uma pressão inflacionária preocupante e um dos fatores que mantém a inflação de serviços. A taxa de desemprego, que sai amanhã com a Pnad Contínua, se mantém nas mínimas históricas.


… A se confirmar a desaceleração mais consistente prevista em outubro, é provável que o mercado avance nas apostas de queda dos juros no primeiro Copom de 2026, que já são amplamente majoritárias na curva de juros, embora economistas estejam divididos sobre março.


… O que o mercado espera para firmar essa expectativa é que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, adote um tom menos hawkish. Até aqui, ele tem sido duro na queda, insistindo que sua missão é perseguir o centro da meta e que os juros ficarão elevados por um longo tempo.


… A palestra de hoje na Itaú Asset Management, em São Paulo, começa às 15h. O evento é aberto à imprensa e será transmitido online.


IPCA-15 – Nesta quarta-feira, a preliminar da inflação de novembro em 0,20%, pouco acima da mediana esperada (0,18%), causou alguma correção nos juros curtos, que só perderam o viés de alta perto do fechamento (leia abaixo).


… No entanto, o resultado trouxe avaliações divergentes e algumas casas não viram os números com preocupação.


… Para o Santander, as surpresas de alta foram mais concentradas em itens voláteis e o processo de desinflação segue em curso. Também a XP avalia que a desaceleração inflacionária segue sustentada, principalmente, por alimentos e bens industriais.


… A nota de preocupação veio com os serviços intensivos em mão de obra, que avançaram de 6,8% para 7,3% entre outubro e novembro.


IGP-M – Hoje, o Índice Geral de Preços do Mercado deve subir 0,28% em novembro, após cair 0,36% em outubro, impulsionado pelos preços ao produtor, com avanço dos produtos agropecuários e industriais no atacado, segundo economistas.


… A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga o IGP-M de novembro às 8h.


MAIS AGENDA – O Tesouro divulga às 14h30 o relatório mensal da dívida pública de outubro, com coletiva na sequência (15h).


CMN – Depois do evento da Itaú Asset, Gabriel Galípolo participa de reunião do Conselho Monetário Nacional por meio eletrônico, junto com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), com resultados às 18h.


… Diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, participa de evento da FGV em São Paulo (18h30).


PETROBRAS – Investidores aguardam hoje o Novo Plano estratégico da companhia para o período 2026-2030, que, segundo analistas consultados pelo Valor Econômico, deve vir abaixo do atual em valores de investimento.


… O planejamento 2025-2029 previu US$ 111 bilhões, sendo US$ 98 bilhões em projetos em execução e US$ 13 bilhões em empreendimentos cuja implantação dependeria de análise da empresa.


… As estimativas apontam para um montante “ligeiramente” inferior, que ficaria acima dos US$ 106 bilhões, mas abaixo dos US$ 111 bilhões.


… O Novo Plano de Negócios 2026-2030 será comentado em webcast amanhã, sexta-feira, às 16h30, com a presença da diretoria executiva da Petrobras, após ser apreciado pelo conselho de administração nesta quinta-feira (27).


LÁ FORA – Sem Nova York, o destaque vai para a ata do BCE, às 9h30. Saem ainda o índice de sentimento econômico na Zona do Euro em novembro, às 7h, e o indicador de confiança do consumidor alemão em dezembro, na madrugada (4h do Brasil).


MOODY’S – Na revisão periódica do rating do Brasil, no último dia 20, manteve as notas, incluindo o rating Ba1 de longo prazo, sem alterar a perspectiva. A decisão foi anunciada no final da tarde desta quarta-feira.


… A agência avalia que o perfil de crédito do País reflete um equilíbrio entre pontos positivos e negativos: contam a favor, a economia grande e diversificada, com exposição limitada a choques externos, e contra, pagamento elevado de juros, rigidez nos gastos e o peso da dívida pública.


… A Moody’s afirma que as reformas estruturais nos últimos anos fortaleceram as perspectivas de investimento e crescimento, mas observa que a polarização política é uma restrição à formulação de políticas, o que limita os esforços de reforço fiscal.


… Segundo a agência, o rating soberano do Brasil poderia ser elevado se houvesse um consenso para “reformas de gastos mais profundas”, como reduzir a vinculação de receitas e alterar a indexação de benefícios sociais ao salário mínimo, além de mudanças na Previdência.


A POLÍTICA FERVE – O Planalto deve atrasar a mensagem ao Senado que formaliza a indicação do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, ao STF, de modo a evitar que a sabatina seja realizada em meio ao clima de tensão política no Congresso.


… Alcolumbre marcou a sabatina para 10 de dezembro, sem tempo para que Messias faça as visitas costumeiras do beija-mão.


… Embora Lula já tenha anunciado seu nome, nada obriga o presidente a enviar agora a mensagem à CCJ e atrasar essa comunicação oficial seria a estratégia para que a crise entre o governo e o Congresso esteja “distensionada”, segundo apurou o Valor.


… O episódio representa mais um capítulo da crise política entre Planalto e Davi Alcolumbre, que não compareceu ontem à cerimônia no Planalto para a sanção da Reforma do Imposto de Renda. Nem ele foi, nem o presidente da Câmara, Hugo Motta.


… Alcolumbre está rompido com o líder do governo, Jaques Wagner, e Motta, com o líder do PT, Lindbergh.


… O mercado acompanha com preocupação esse ambiente de pé de guerra, que já custou a aprovação no Senado de uma pauta-bomba pautada por Alcolumbre, o projeto de aposentadoria especial dos agentes de saúde, com impacto fiscal de R$ 24 bilhões.


… Fontes do Broadcast apuraram que, na noite de ontem, Motta recebeu Gleisi Hoffmann e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, na residência oficial da presidência da Casa, para tratar de pautas de interesse do governo.


BETS E FINTECHS – Votação do PL sobre aumento da taxação das casas de apostas e das fintechs foi marcada para o dia 2 de dezembro na CAE do Senado, após senadores pedirem mais tempo para analisar as mudanças feitas pelo relator Eduardo Braga (MDB).


CAMPEÃO VOLTOU – Após dois pregões mornos em que não conseguiu seguir à risca o ritmo de otimismo em Nova York, o Ibovespa finalmente entrou no clima de festa, descontando a bomba fiscal armada pelo Senado contra Lula.


… O clima político de hostilidade em Brasília foi superado pelo mercado, mais interessado em precificar o horizonte de novo corte dos juros americanos em dezembro e, quem sabe, de um alívio da Selic pelo Copom já em janeiro.


… Desde que Nilton Davi levantou a lebre, dois dias atrás, de que o início do ciclo de desaperto está próximo, o mercado vem ampliando a expectativa de que Galípolo vire o disco e desapegue do tom mais conservador.


… Antecipando a flexibilização monetária aqui e lá fora, o Ibovespa matou a saudade dos recordes e estabeleceu a mais nova marca inédita de fechamento (158.554,94 pontos), além do pico histórico intraday (158.713,52 pontos).


… Acima dos 158 mil pontos pela primeira vez, o índice à vista emplacou alta firme de 1,70% e giro de R$ 27 bilhões.


… Acionado o risk-on, as ações da Vale registraram valorização de 1,49%, desempenho muito superior ao exibido pelo minério de ferro (+0,19%), e fecharam no maior preço em quase dois anos, negociadas a R$ 66,58.


… Também os bancos ajudaram a projetar o Ibovespa para as novas máximas de todos os tempos. Bradesco PN avançou 3,01% (R$ 19,52); Itaú, +2,36% (R$ 40,85); Santander, +1,79% (R$ 34,19); e BB, +1,14% (R$ 22,22).


… Só Petrobras ficou de fora do rali, descolou do petróleo e operou em queda moderada (ON -0,32%, a R$ 33,95; e PN -0,15%, a R$ 32,23), à espera da divulgação do plano estratégico de negócios para os próximos cinco anos.


… A percepção de que as negociações em torno de um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia estão enroladas interrompeu a queda do barril do Brent para entrega em janeiro, que fechou em alta de 1,04%, cotado a US$ 63,13.


… Trump queria ver algo assinado até hoje, mas já recuou e disse que “o prazo final é quando acabar”.


… O enviado presidencial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, vai liderar uma delegação para negociações de paz em Moscou e será recebido por Putin na semana que vem. Segundo a Bloomberg, a data ainda não está marcada.


… Apesar do otimismo da Casa Branca em relação às negociações, dúvidas persistem nas capitais europeias, com a maioria dos aliados ocidentais da Ucrânia concordando que Putin não tem interesse em um cessar-fogo imediato.


SINAL VERDE – É verdade que o IPCA-15 levemente acima do esperado impediu que a ponta curta dos juros futuros embarcasse na queda do dólar. Mas não abalou em nada a esperança de que o Copom está perto de amolecer.


… Longe de ter desautorizado as apostas de corte da Selic no primeiro trimestre de 2026, a prévia da inflação oficial manteve viva a disputa entre janeiro x março, que voltará a ser agitada pela próxima rodada de dados de emprego.


… A leitura de 0,20% do IPCA-15 foi a menor para o mês em seis anos, quando subiu 0,14%. Além disso, na comparação anual, o índice desacelerou de 4,94% para 4,50%, acomodando-se no teto da meta do BC.


… Também é boa a notícia de que os preços dos componentes que realmente importam, especialmente alimentos e bens industriais, estão perdendo ritmo. Só falta agora Galípolo parar de ser tão hawkish e dar uma relaxada.


… Perto do ajuste, o contrato de juro para Janeiro de 2027 terminou o pregão em 13,510% (contra 13,504% no dia anterior); Jan/29, a 12,705% (de 12,737%); Jan/31, a 13,015% (de 13,098%); e Jan/33, a 13,210% (de 13,302%).


… Os prazos intermediários e longos acompanharam o alívio externo e o dólar mais fraco, que tenta se consolidar abaixo de R$ 5,40. Ontem, voltou à faixa de R$ 5,33 com o apetite por risco e fechou a R$ 5,3346, queda de 0,78%.


… O real encontrou apoio no diferencial de juro em duas frentes: pelo enfraquecimento global da moeda americana, diante do potencial corte do Fed em dezembro, e pelo iene depreciado, estimulando operações de carry trade.


… A divisa japonesa caiu a 156,43 por dólar com a advertência verbal da premiê, Sanae Takaichi, que vai avaliar se as movimentações cambiais estão de acordo com fundamentos econômicos para tomar as “medidas adequadas”.


… A libra subiu 0,52%, a US$ 1,3239, em reação ao orçamento britânico, que prevê o terceiro maior aumento de impostos desde 2010. O euro ganhou 0,20%, a US$ 1,1598, e o DXY caiu de leve (-0,06%), a 99,600 pontos.


CARTILHA TÁ OK – Se depender do Livro Bege, o Fed pode sim baixar os juros em dezembro, como quase 85% do mercado precifica na ferramenta das apostas do CME, colocando os falcões cada vez mais em uma saia justa.


… O documento apontou ontem queda moderada do emprego, risco de atividade econômica mais lenta nos próximos meses e alta modesta na inflação, um cenário combinado que reforça o terreno dovish para o Fed.


… Outro driver que aumentou a confiança em uma flexibilização monetária no mês que vem foi a forte queda do ISM de Chicago, de 43,8 em outubro para 36,4 em novembro, que se soma às leituras mais fracas do varejo e confiança.


… Isso se traduziu em quedas nos rendimentos dos Treasuries mais longos, ainda que a parte curta tenha oscilado em alta. A taxa da Note de 10 anos furou 4%, a 3,991% (de 4,001%), e a de 2 anos subiu a 3,475%, contra 3,460%.


… Em Wall Street, as bolsas emplacaram a quarta alta consecutiva, no ambiente de otimismo prolongado com o Fed, que tem deixado em segundo plano no mercado o debate sobre o risco de estouro da bolha da inteligência artificial.


… O Dow Jones avançou 0,67%, aos 47.427,12 pontos, S&P 500 ganhou 0,69%, aos 6.812,61 pontos, e Nasdaq subiu 0,82%, a 23.214,69 pontos, embalado pelo setor de tecnologia, com as ações da Nvidia em alta firme de 1,37%.


CIAS ABERTAS NO AFTER – BRB informou que o Banco Central autorizou a posse e o exercício de Nelson Antônio de Souza como presidente da instituição; Souza também terá assento no Conselho de Administração do banco.


CAIXA ECONÔMICA FEDERAL registrou lucro líquido contábil de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025. O montante representa uma alta de 15,4% na comparação com o mesmo período de 2024.


VIBRA. Começa ainda neste mês, no Aeroporto Internacional de Salvador, o abastecimento da aviação comercial com SAF (Sustainable Aviation Fuel), resultado de ação liderada pelo governo da Bahia e a companhia…


… Segundo a empresa, primeira a importar SAF em escala comercial no País, o biocombustível será usado em dois voos diários, um da Gol e outro da Latam.


ASSAÍ. Ativa Investimentos reiterou a recomendação de compra para o papel e elevou o preço-alvo de R$ 15 para R$ 18; para a corretora, empresa manteve a atratividade, apesar do cenário desafiador.


ZAMP vai emitir 150 mil debêntures, em sua 11ª operação, e espera arrecadar R$ 150 milhões.


ONCOCLÍNICAS. Representantes de Josephina III e de Centaurus TRS, que formam as Entidades Centaurus, tiveram participações reduzidas em razão do aumento de capital, mesmo que mantidas quantidades de ações de cada uma…


… A Josephina III continua com 207.498.778 de ações ordinárias, que passaram a equivaler 18,31%, ante 31,38%…


… A exposição econômica (posição vendida) da Centaurus TRS, equivalente a 102.914.808 de papéis, decorrente de instrumento derivativo de liquidação financeira (total return swap), foi reduzida de 15,79% para 9,08% do capital.


ENGIE obteve autorização do Operador Nacional do Sistema (ONS) para início da operação comercial do trecho Morro do Chapéu II – Poções III, do Sistema Asa Branca, no Centro-Sul da Bahia, a partir desta quarta-feira (26)…


… O trecho representa 33% da Receita Anual Permitida (RAP) do projeto, caracterizando o marco inicial de operação.

BDM Matinal Riscala

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