segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Movimento para acabar com os balanços trimestrais

 *O movimento para acabar com os balanços trimestrais*


Giuliano Guandalini15 de setembro de 2025


A Long-Term Stock Exchange, uma Bolsa dos EUA que se diz especializada em companhias que priorizam as metas de longo prazo, quer acabar com o ritual dos balanços trimestrais.


“Ouvimos muito a respeito de como é excessivamente oneroso ser uma empresa de capital aberto”, Bill Harts, o CEO da LTSE, disse ao Wall Street Journal. Para ele, o fim dos relatórios trimestrais é “uma ideia cuja hora chegou.”


Segundo o Journal, a LTSE planeja encaminhar uma petição à Securities and Exchange Commission sugerindo o fim da obrigatoriedade de publicação dos balanços trimestrais. A divulgação passaria a ser semestral, e valeria não apenas para as companhias de capital aberto.


Jamie Dimon


Nos EUA há cerca de 3.700 companhias com ações negociadas na Bolsa – uma queda de 17% em relação a 2022 e quase metade do pico de 1997.


Em 2018, em meio a um movimento empresarial para reavaliar as exigências regulatórias, Jamie Dimon, o CEO do JP Morgan, e Warren Buffett defenderam o fim do guidance trimestral em um artigo no Wall Street Journal e numa entrevista à CNBC.


“O ‘curto-prazismo’ está prejudicando a economia,” dizia o título do artigo.


“Reduzir ou mesmo eliminar as projeções de lucros trimestrais não eliminará, por si só, todas as pressões de desempenho de curto prazo que as empresas de capital aberto dos EUA enfrentam atualmente, mas seria um passo na direção certa,” escreveram Dimon e Buffett.


“Em nossa experiência, o guidance de resultados trimestral muitas vezes leva a um enfoque não saudável nos lucros de curto prazo, em detrimento da estratégia, do crescimento e da sustentabilidade de longo prazo,” disseram. 


Na opinião de Dimon e Buffett, tudo que os mercados acionários dos EUA puderem fazer para “focar no futuro e construir riqueza e oportunidades de longo prazo tornará o país mais forte, resiliente e competitivo.”


“A longo prazo, isso fortalecerá a economia americana, beneficiará os trabalhadores, acionistas e investidores americanos e deixará um legado geracional do qual podemos nos orgulhar,” afirmaram Dimon e Buffett.


A SEC instituiu a exigência de publicação trimestral em 1970. Na Europa a obrigatoriedade já caiu há mais de uma década – embora muitas empresas ainda publiquem os balanços trimestrais, até porque boa parte delas seguem as exigências do mercado americano.


As companhias mais negociadas provavelmente continuaram divulgando números trimestrais, em razão da demanda dos analistas e dos investidores.


No Brasil, as empresas de capital aberto precisam necessariamente publicar balanços trimestrais por exigência tanto da CVM como da B3. 


Os defensores da obrigatoriedade listam fatores positivos como maior transparência, redução da assimetria da informação entre insiders e observadores externos, disciplina na gestão operacional e maior liquidez dos papéis.


https://braziljournal.com/o-movimento-para-acabar-com-os-balancos-trimestrais/

Dureza amigos

 Fatos associados ao Brasil que podem sugerir ameaça à segurança dos EUA

O Brasil autorizou a atracação dos navios de guerra iranianos IRIS Makran e IRIS Dena no Rio de Janeiro, apesar de alertas dos EUA sobre sanções e suspeita de transporte de tecnologia militar (fevereiro de 2023). Levantou-se a possibilidade na época de que os navios teriam vindo buscar urânio enriquecido no Brasil, mas isso não foi comprovado.

Lula recebeu Nicolás Maduro, com honras de chefe de Estado em Brasília, gerando críticas internas e externas (maio de 2023) devido à tentativa do governo brasileiro de legitimar a ditadura venezuelana.

Ministros brasileiros participaram do Fórum de São Petersburgo ao lado dos ditadores Vladimir Putin, da Rússia; Kim Jong-un, da Coreia do Norte; e Bashar al-Assad, da Síria (junho de 2024).

O vice-presidente Geraldo Alckmin compareceu à posse de Masoud Pezeshkian, que ocupa o cargo de presidente do Irã, mesmo após o país reafirmar apoio ao grupo terrorista Hamas (julho de 2024).

O Brasil apoiou um processo judicial da África do Sul na Corte Internacional de Justiça que condena as incursões militares de Israel em Gaza (2024).

Lula participou de evento militar em Moscou ao lado de ditadores e reforçou o apoio do Brasil à Rússia. O Brasil vem mantendo importações de fertilizantes e óleo diesel da Rússia, contrariando sanções ocidentais e ameaças do governo Trump de que o país será punido se continuar com as importações (maio de 2025).

Em entrevistas, Lula comparou a ascensão de governos de direita, como o de Trump, ao surgimento do nazismo no século passado.

O Brasil reintroduziu a exigência de visto para turistas americanos, alegando reciprocidade (2022–2024).

Nas cúpulas dos Brics (bloco diplomático formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia, Indonésia e Irã) Lula defendeu substituir o dólar como moeda global, gerando reação do governo Trump (2024).

O Brasil lidera o desenvolvimento do BricsPay, um sistema eletrônico de compensação de pagamentos que também funciona como uma alternativa à realização de transações comerciais em dólar. O próprio PIX é visto como uma ferramenta que pode concorrer localmente com o sistema bancário do Ocidente.

Acordos com a China facilitaram a entrada de carros elétricos chineses no Brasil, prejudicando a competitividade de empresas americanas (2024).

Lula solicitou a Xi Jinping, da China, cooperação para controlar redes sociais. Antes, Alexandre de Moraes bloqueou a plataforma X e congelou ativos da Starlink, provocando reação do Congresso dos EUA (maio de 2025).

O Brasil recusou o pedido americano para classificar as facções PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas (maio de 2025).

O governo brasileiro criticou reiteradamente a resposta militar de Israel aos ataques do Hamas, rotulando Tel Aviv como genocida (outubro de 2023).

Lula chamou Trump de "imperador do mundo" e ameaçou retaliar os Estados Unidos pelo aumento de tarifas comerciais.

Amilton de Aquino

 Do debate ao rifle: a face mais sombria da polarização


Uma semana após a maior exibição de força da China, apoiada pela escória de ditadores que se levantam contra as decadentes democracias liberais, tivemos:


- Caças norte-americanos no Caribe;

- Aprofundamento da crise no Japão;

- Revolução no Nepal;

- Aprofundamento da crise na França;

- Aumento da tensão no Oriente Médio;

- Drones russos na Polônia e na Romênia;

- Novas ameaças norte-americanas ao Brasil;

- Ameaças do Catar, Turquia e Egito a Israel;

- Soldados poloneses destacados para a fronteira com Belarus;

- Mega protesto em Londres;

- Assassinato de Charlie Kirk.


O que todos esses acontecimentos aparentemente desconexos têm em comum? A dificuldade em estabelecer diálogos, tanto entre líderes mundiais quanto entre cidadãos comuns.


É verdade que há muita bravata em jogo. Mas também é clara a escalada rumo a uma III Guerra Mundial. Convém lembrar que a I Grande Guerra começou com um assassinato que evoluiu para um conflito regional — e estes já existem hoje, na Ucrânia e no Oriente Médio.


Nesse contexto, os brutais assassinatos de uma refugiada ucraniana e de um ativista de direita dois dias depois assumem grande relevância. No futuro, certamente serão lembrados como retratos de uma época sombria que, esperamos, não descambe para algo pior.


Comecemos pelo caso da ucraniana, que ganhou repercussão dias depois não só pela violência extrema e gratuita, mas também pela cobertura discreta da imprensa, assim como tantos outros episódios que contradizem as narrativas “politicamente corretas”. Isso ocorre inclusive no Reino Unido, que agora vive grandes protestos diante do acúmulo de casos revoltantes — desde manifestações islâmicas frequentes e violentas até o contraste gritante entre repercussões: a prisão de um cidadão comum por uma postagem considerada “islamofóbica”, enquanto casos escabrosos de abusadores sexuais islâmicos são tratados com luvas de pelica pela imprensa e pelas autoridades.


Mas voltemos ao caso da ucraniana: o que levou esse homem negro a assassinar brutalmente, a facadas, uma jovem desconhecida dentro de um vagão de metrô? E o que pretendia o Black Lives Matter ao postar, logo em seguida, um trecho de filme em que uma mulher negra justifica a morte de brancos? Aliás, o que dizer das estatísticas que mostram o aumento expressivo de assassinatos cometidos por negros após o caso George Floyd? O mundo ficou mais pacífico depois do BLM?


Ironicamente, a jovem assassinada era adepta da cultura woke, na qual está inserido o BLM.


Está claro que existe um mal-estar latente na civilização ocidental. De um lado, uma maioria acuada — frequentemente branca — acusada de “extremista” por qualquer coisa. De outro, diversas minorias empoderadas pela mídia exalando ódio impunemente.


Mas foi no assassinato de Charlie Kirk que a situação descambou de vez. A começar pela imprensa, que quase justificou o assassinato do ativista. Não por acaso, algumas manchetes precisaram ser alteradas posteriormente, diante da repercussão negativa. Pior: mesmo depois, quando o assassino foi identificado, a imprensa deu foco especial ao fato de seus pais serem “republicanos” — ainda que o filho tenha se tornado um notório lunático de esquerda na universidade.


Nas redes, multiplicaram-se comemorações descaradas, incluindo sugestões de novos alvos como Ben Shapiro, nos EUA, e membros do MBL, no Brasil. Entre os famosos daqui, o historiador Eduardo Bueno fez questão de celebrar a morte de Charlie Kirk, citando inclusive suas filhas pequenas. Detalhe: as crianças estavam presentes no momento em que o pai foi assassinado. Mas a coisa piora: o historiador, mesmo tentando se desculpar após a nota da PUCRS que acertadamente cancelou uma palestra sua, reafirmou sua intolerância, dizendo que o mundo ficou melhor sem Charlie. Antes dele, o famoso comunista em ascensão Jones Manoel ironizou, dizendo que o assassinato foi uma conspiração da direita para ofuscar a subida do Santa Cruz à Série C!


Mas afinal, qual o pecado de Charlie para justificar tanto ódio? Será que suas ideias eram tão perniciosas? Se eram, como ficou tão famoso participando de debates em universidades, convidando qualquer um a demovê-lo de suas convicções? Se suas ideias eram tão frágeis ou erradas, por que não foi demolido pelas ideias pelos milhares de ativistas se sentaram diante dele?


Perguntei ao ChatGPT que listasse o conjunto de ideias que, segundo a mídia, justificariam a pecha de “extrema direita”. Seguem abaixo os sete pontos citados — tratados como verdades absolutas pelo mainstream — sobre os quais comento em seguida:


1. Contestação de resultados eleitorais, o que deslegitima as instituições.


Ora, em uma eleição muito disputada, vencida com margem pequena, em grande parte atribuída a votos enviados pelos correios (ampliados sensivelmente naquela ocasião), é natural que as pessoas debatam o assunto. Considerar tais contestações como “extremismo” é, no mínimo, exagero. E pasmém, este é, na minha opnião, a crítica mais bem "fundamentada" ao Kirk.


2. Boicotes “culturais” contra empresas “progressistas”.


Está cada vez mais claro que os departamentos de marketing das grandes empresas estão dominados pelo wokismo. Não por acaso, um deles — do banco BTG — também se manifestou lamentavelmente no caso Charlie. A maioria silenciosa, oprimida pela minoria barulhenta, boicotar marcas que tentam impor tais ideologias está muito longe de ser extremismo. Na minha opinião, é o mínimo que a sociedade pode fazer.


3. Nacionalismo exacerbado, desconfiança de alianças internacionais, retórica isolacionista.


São justificadas as queixas contra organizações internacionais infestadas pelo esquerdismo e por contradições flagrantes, como órgãos da ONU ligados a direitos humanos chefiados por nações como o Irã. Quanto mais tais organizações insistem nesses erros, mais seus críticos valorizam o nacionalismo e o isolacionismo. É causa e consequência. Rotular tais posições como “extremismo” é um salto interpretativo que só reforça a mágoa do cidadão comum com a imprensa.


4. “Guerra cultural” agressiva: ataques contra LGBTQ+, feminismo, ensino sobre raça, defesa do “cristianismo nacional”.


Criticar os excessos dos movimentos identitários está longe de ser extremismo. É, na verdade, reação óbvia ao que está na raiz da polarização observada hoje no Ocidente — algo inclusive potencializado pela máquina de desinformação russa e islâmica, bem documentada, longe de supostas “teorias da conspiração”.


5. Retórica de ameaça existencial (“invasão”), ligação com teorias como a do “grande substituição”.


Já existem bairros em países europeus onde a sharia se sobrepõe às leis nacionais. É absurdo supor que tais locais tendam a se multiplicar, considerando que muçulmanos têm taxa de natalidade muito superior à europeia e que muitos de seus líderes pregam abertamente a “teoria da substituição”?


6. Retórica confrontacional, populista e muitas vezes conspiratória.

Como não adotar uma retórica confrontacional diante de tantos absurdos? É claro que populistas pegam carona nisso, mas daí a rotular como extremismo é mais um salto lógico.


7. Relação com Trump.


Este não deveria ser um sétimo ponto. É uma forçação de barra. Na verdade o ponto resume tudo. Não importam as discordâncias de Charlie — e de parte expressiva do eleitorado de Trump — com seus excessos e erros crassos, como empurrar aliados históricos para os braços da China ou sua absurda leniência com Putin. Votou em Trump? Então é extremista.


Em resumo: para o mainstream da imprensa, qualquer ideia fora da caixinha esquerdista é rotulada de “extrema direita”. E como o termo foi associado por historiadores de viés marxista ao fenômeno do nazi-fascismo (na verdade, uma terceira via entre o comunismo e as democracias liberais ocidentais, como apontam historiadores mais honestos), fica justificada a desumanização dos que ousam questionar os dogmas estabelecidos, especialmente nas universidades.


Portanto, faz muito bem o MBL ao propor um projeto que criminalize também o discurso violento da esquerda. Não é normal professores pregarem abertamente que qualquer pessoa rotulada como “fascista” merece “uma bala na testa” — e serem efusivamente aplaudidos por isso. Aliás, o próprio Kim Kataguiri foi impedido de realizar um debate em uma universidade por causa da "pacífica" militância esquerdista.


Enfim, algo está muito errado em uma sociedade que aplaude esse tipo de postura enquanto odeia de morte alguém que buscava debater ideias — justamente nas universidades, que deveriam ser espaço aberto de diálogo, mas se tornaram uma torre de marfim para doentes cheios de ódio e ressentimento, que se julgam a vanguarda da humanidade.

Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo: juros sugerem apostas sobre cenário eleitoral, diz Leal, da G5 partners*


Por Renata Pedini e Maria Regina Silva


São Paulo, 10/09/2025 - Os investidores estão fazendo algumas apostas em relação ao cenário eleitoral de 2026 e o debate já pode estar influenciando os negócios com juros futuros, como indicam os níveis mais baixos das taxas projetadas entre 2027 e 2030, período do próximo mandato presidencial, segundo o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Souza Leal.


Em entrevista à Broadcast, ele menciona que o mercado tende a preferir candidatos que façam oposição ao governo atual, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas destaca que um dos potenciais concorrentes ao comando do Executivo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assustou o mercado ao defender a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e atacar o Supremo Tribunal Federal em manifestação na Avenida Paulista no último fim de semana.


"Ele era visto como um bolsonarista técnico, não político, que poderia transitar. Fazer a ponte entre o bolsonarismo radical e o STF", disse Leal, para quem a melhor aposta do mercado deveria ser o governador Ratinho Júnior (PSD), menos associado a Bolsonaro.


"Não me surpreenderia se o Ratinho Júnior virasse o cavalo da vez. Além de Tarcísio estar se desgastando com esse negócio do Bolsonaro, ele foi para vidraça muito cedo", acrescentou.



Foto: Divulgação/G5 Partners


Broadcast: O mercado antecipou o debate eleitoral de 2026?


Luis Otavio de Souza Leal: "Antecipação" é muito forte, mas já há algumas apostas. Talvez uma indicação seja a curva de juros. Com o nível de juros muito alto que temos, o normal é uma curva inclinada. Há uma barriga [taxas mais baixas] na curva de juros exatamente entre 2027 e 2031, que é o próximo mandato. Não sei se isso é coincidência ou exemplo de que já existem algumas apostas.


Broadcast: E a valorização do real frente ao dólar, tem a ver com a política?


Leal: O fato de o dólar estar perto de R$ 5,40 tem pouco a ver com especulações em torno da eleição. Estimo que é a combinação de dólar mais fraco no exterior, após um exagero ao final do ano passado, e juros muito altos aqui dentro. Muitos dizem que o juro de 15% no Brasil, devido ao diferencial de taxas externa e interna, incentiva o carry trade, e que o investidor toma dinheiro lá fora para aplicar aqui. Não é esse o principal fator do dólar a R$ 5,40. Se fosse, não teríamos um fluxo negativo que é recorde histórico. O juro de 15% retira o especulador do mercado, porque o custo de oportunidade de ele apostar contra o real é muito grande. Tem que ter certeza para fazer uma posição comprada em dólar, que daqui a 12 meses o real teria que se desvalorizar mais do que 15%, com um dólar algo próximo de R$ 6,20. É uma aposta arriscada. Além disso, desde o final do ano passado houve um desmonte de hedge, ou apostas contra o real.


Broadcast: Como o senhor avalia as manifestações do 7 de Setembro em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro?


Leal: O mercado tem reagido a notícias. Quando sai uma pesquisa favorável ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem um dia bom. Favorável ao presidente Lula, um dia ruim. Acho que o mercado se assustou com a elevação do tom do Tarcísio na manifestação. Ele era visto como um bolsonarista técnico, não político, que poderia transitar. Fazer a ponte entre o bolsonarismo radical e o STF. E apaziguar um pouco o cenário de polarização. Houve reação do STF, reportagens mostrando que os ministros ficaram assustados com as declarações dele e posição na figura do Gilmar Mendes, que é o decano. Rebateu item por item, e ainda deu o recado sobre a posição do STF com relação à anistia, na linha de que quem atentou contra a democracia não tem direito a anistia. O mercado se assustou com a possibilidade de, se Tarcísio for eleito, continuarmos nessa crise institucional.


Broadcast: Tarcísio é o candidato com maior aceitação no mercado financeiro?


Leal: Para mim, a melhor aposta do mercado deveria ser o Ratinho Júnior. A carreira política dele não tem nenhuma ligação com a do Bolsonaro. Óbvio que ele nadou nas águas bolsonaristas, mas foi eleito governador do Paraná no mesmo ano em que Bolsonaro venceu para presidente. Tem algo a oferecer. É bem avaliado. Tem algo de diferente do Zema [Romeu, governador de MG] e do Caiado [Ronaldo, governador de GO]. Inclusive melhor que o Tarcísio, que é conhecido aqui em São Paulo e não no Nordeste. O pessoal confunde ele com o pai dele, o Ratinho. Então, ele já é 'conhecido' de antemão no Nordeste. Não me surpreenderia se o Ratinho Júnior virasse o cavalo da vez. Além de Tarcísio estar se desgastando com esse negócio do Bolsonaro, ele foi para vidraça muito cedo.


Broadcast: E na economia, está mais difícil projetar cenário com Trump nos EUA?


Leal: No Brasil, a vida está mais certa. Os modelos econômicos começaram a ficar mais aderentes de novo à realidade. A pandemia bagunçou modelos econômicos, por isso os economistas erraram tanto. Nos EUA, está mais difícil, porque há uma volatilidade que não existia. Na questão das tarifas, há uma discussão grande sobre inflação. Muitos tentam achar uma similaridade com o que ocorreu no primeiro mandato de Trump, que foi uma mudança no nível de preço, e não inflação. Mas subestimamos um pouco o fato de que, no primeiro mandato, os EUA estavam há praticamente 40 anos sem ter inflação.


Broadcast: E o tarifaço?


Leal: Três motivos. Um é a segurança nacional. Trump foi presidente na pandemia e viu o quanto os EUA dependem de produtos externos para sobreviver. Coloca em siderúrgicos, base para qualquer indústria, farmacêuticos, que dependem de insumos, semicondutores, que são o futuro. A segurança nacional é mais importante que a questão da criação de empregos. O segundo motivo, talvez no curto prazo até mais importante, é a arrecadação. Com o Big Beautiful Bill, a expectativa é de aumento do déficit americano. Assim a arrecadação é uma forma de compensar. Na minha visão, Trump não vai voltar atrás porque não pode, já que precisa do dinheiro. O terceiro motivo é pitoresco, voltar para uma época dourada que ele acha que ocorreu na virada do século 19 para o 20, no governo William Mackenzie.


Broadcast: Vê chance de mais exceções aos produtos brasileiros?


Leal: A missão empresarial a Washington mostrou que a questão é política. O que pode resolver no curto prazo? O Congresso aprova a anistia e o Supremo não barra. No médio, que um candidato de oposição a Lula seja eleito e normalize. A relação Brasil-EUA vai ser um mote de campanha. Ainda pode ter alguma coisa, algumas exceções.


Broadcast: E quanto aos juros nos EUA? Trump ataca o Federal Reserve...


Leal: Nunca houve um ataque tão grande à independência do Federal Reserve como vemos agora. O que vai acontecer se o Fed reduzir os juros sem ter que fazer isso? Qual será o impacto nos ativos no mundo? Externamente, há dúvidas. Tenho mais medo do que dúvida.


Broadcast: Por quê?


Leal: Há um risco grande. Vou colocar minha preocupação em números. O Fed tem três estruturas. A primeira é o board, com sete integrantes, incluindo o presidente, Jerome Powell. A segunda são os 12 dirigentes regionais. E a terceira, o Fomc, do qual participam os 19, sendo cinco dos regionais votantes e rotativos, com exceção do de Nova York, que sempre vota. Trump já tem dois membros. Michelle Bowman, que colocou como vice-presidente, e Stephen Miran, que era chefe dos assessores econômicos e agora, diretor. Está tentando tirar a Lisa Cook. Se conseguir, são três votos e pode ter quatro, com a substituição do presidente Jerome Powell, cujo mandato termina em maio. Ano que vem é importante porque é de renovação dos mandatos dos 12 presidentes do Fed. Eles indicam a renovação ou não, mas quem dá a palavra final é o board. Com Trump tendo maioria, basta ele mudar os cinco que votam, e pode fazer a política monetária que ele quiser.


Broadcast: E no Brasil, o Banco Central está blindado contra pressões?


Leal: Há sempre a história de que quando a pessoa senta na cadeira tem um sentimento de pertencimento. O presidente Gabriel Galípolo entrou em meio a dúvidas quanto à postura dele, que é o 'menino de ouro' de Lula, mas tem um desempenho bastante razoável. Ele criou uma reputação.


Broadcast: E o Copom de setembro?


Leal:  Manutenção. Com relação ao BC americano, dirá o que sempre diz. Não existe relação mecânica entre a política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Com relação à atividade, deve dizer que continua desacelerando como esperado para a política monetária, mas que as expectativas de inflação estão desancoradas. A inflação está desacelerando na margem, mas continua incompatível com a meta. Justificar a manutenção dos juros está fácil. Estimo redução em janeiro e 12,50% ao final de 2026. E espero 10,50% em 2027.


Broadcast: Com juro menor nos EUA e, ainda, chances de redução no Brasil, o Ibovespa pode deslanchar?


Leal: A Bolsa é um exemplo clássico onde a questão eleitoral terá um peso elevado. Estamos num cenário muito binomial. Se aumentarem as chances de o presidente Lula ganhar a eleição em 2026, haverá uma piora muito grande. Se o Tarcísio ou outro candidato da oposição começar a aparecer bem nas pesquisas, há possibilidade de a Bolsa disparar. O que vai definir o Ibovespa no ano que vem é muito mais o cenário eleitoral do que qualquer outra coisa. Obviamente a questão dos juros caindo no Brasil em 2026 ajuda também. O divisor de águas será eleitoral.


Broadcast: Nesse ambiente, o dólar deve continuar a perder valor?


Leal: Sim. Até porque, se eu estiver correto, a política monetária americana será mais frouxa do que é agora. Mas a moeda americana não vai deixar de ser referência porque não há outra substituta.


Contato: reginam.silva@estadao.com; renata.pedini@estadao.com


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Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo: Janela dos minerais críticos pode impulsionar economia em R$ 243 bi*


Por Eduardo Laguna


São Paulo, 12/09/2025 - O solo brasileiro guarda uma riqueza cujo impacto econômico é estimado em até R$ 243 bilhões nos próximos 25 anos. Do lítio ao níquel, passando pelas terras raras, o Brasil tem alguns dos maiores depósitos do mundo de minerais que terão na economia do futuro um papel parecido com o que o petróleo tem na economia do presente.


Numa lista vasta que inclui baterias de carros elétricos, redes de transmissão de energia, motores de turbinas eólicas, semicondutores, mísseis teleguiados, tevês de LED, smartphones, placas de energia solar e, até mesmo, fármacos usados no tratamento paliativo de câncer, são inúmeros os produtos e tecnologias que dependem desses minerais. Por serem indispensáveis, mas também vulneráveis, eles ganharam o nome de "minerais críticos".


Ao mesmo tempo em que são essenciais ao funcionamento da economia, à segurança nacional e à transição para uma economia de baixo carbono, os minerais críticos tem a oferta sujeita a dificuldades de extração, instabilidades geopolíticas e concentração em poucos países. Assegurar o fornecimento desses materiais se tornou vital a governos, abrindo uma grande oportunidade ao Brasil, onde estão alguns dos minerais críticos mais importantes.


"Nós perdemos algumas janelas tecnológicas ao longo do tempo, como a janela de inteligência artificial. Mas na janela da sustentabilidade, onde entram os minerais críticos, um de nossos principais recursos, o Brasil tem a chance de ser protagonista", comenta o engenheiro Felipe Pozebon, que chefia a área do escritório Simões Pires voltada a políticas públicas de inovação.


Um estudo produzido pela Deloitte prevê que R$ 243 bilhões poderão ser acrescidos ao Produto Interno Bruto (PIB) até 2050 se o Brasil conseguir avançar em direção a uma indústria de refino dos minerais críticos que estão em suas reservas. Pelos investimentos mapeados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), US$ 18,5 bilhões estão previstos para esses minerais até 2029, pouco mais de um quarto (27%) dos US$ 68,4 bilhões programados pelo setor no período.


O Brasil é dono da maior reserva mundial de nióbio e da segunda maior tanto de grafite quanto de terras raras. Além disso, tem a terceira maior reserva de níquel do mundo. Mobilizar capital e transformar todo o potencial em realidade exigirá, no entanto, que o País supere desafios regulatórios, ambientais, tributários e tecnológicos.


Hoje, há um abismo entre o tamanho das reservas e o que é de fato extraído delas. O Brasil tem mais de 25% das reservas de grafite, porém menos de 5% da produção mundial - China, Madagáscar e Moçambique extraem mais. Em níquel, são 12% das reservas e apenas 2% da produção global, atrás de sete países, com Indonésia, Filipinas e Rússia encabeçando a lista.


Geopolítica a favor


Nos minerais de terras raras (23% das reservas globais), existem pesquisas, em diferentes estágios, em mais de 3 mil minas cadastradas na Agência Nacional de Mineração (ANM). Apenas uma, contudo, está em operação, no município de Minaçu, em Goiás.


Quase 70% da produção de terras raras no mundo está nas mãos da China. A posição foi estrategicamente construída ao longo de décadas, e agora permite ao gigante asiático restringir o fornecimento de insumos de difícil substituição. É uma "arma" que já foi usada na guerra comercial contra os Estados Unidos, tendo como consequência a busca, não apenas dos EUA, por fornecedores alternativos à China.


O contexto geopolítico faz dos minerais críticos, em especial as terras raras, uma carta na manga dos negociadores brasileiros na tentativa de reverter as tarifas de até 50% impostas pelo presidente Donald Trump. O governo americano, por meio de um encarregado de negócios, já demonstrou discretamente o interesse em acessar minerais críticos do Brasil.


As fontes de energia renováveis, que aliviam o impacto ambiental de uma indústria intensiva em eletricidade, assim como a distância dos conflitos armados na Ucrânia e no Oriente Médio, o que significa rota livre pelo Atlântico, são algumas das vantagens a favor do Brasil nessa janela de investimento.


Contudo, especialistas alertam que faltam mais investimentos em estudos geológicos - apenas 35% do território brasileiro é mapeado em termos de potencial mineral -, um novo marco regulatório e um licenciamento ambiental mais ágil.


São obstáculos a serem superados para que o País não seja apenas um exportador de minérios em estado bruto. Nos minerais em que o País tem reservas relevantes e que são considerados críticos pelos Estados Unidos - cada país tem uma lista -, o Brasil responde por apenas por 3% da produção global. Os dados são do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).


Sócio-líder do segmento de metais e mineração no escritório da KPMG no Brasil, Juan Padial diz que um dos obstáculos é que a exploração de minerais críticos depende muito da Vale. Na última quarta-feira, a mineradora reduziu de US$ 2 bilhões para US$ 1,7 bilhão os investimentos deste ano em metais relacionados à transição energética.


"O mercado de mineração no Brasil ainda é muito concentrado. Tem um gigante, que é a Vale, que capta muito das receitas, e as demais mineradoras acabam ficando para trás. Quando se olha para as junior minings [mineradoras menores], onde a atividade é muito mais de prospecção e de maior risco, o Brasil é menor em relação a outros países", observa Padial.


Contato: eduardo.laguna@estadao.com


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Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo: MP de renegociação rural deve acelerar retomada de resultado, diz Tarciana*


Por Cícero Cotrim


Brasília, 08/09/2025 - O Banco do Brasil espera que a Medida Provisória (MP) de renegociação das dívidas de produtores rurais, publicada pelo governo na última sexta-feira, acelere seu processo de recuperação de resultados. A presidente do banco, Tarciana Medeiros, afirma que o texto deve ajudar a reduzir gradualmente a inadimplência na carteira do agronegócio, que atingiu máximas históricas no segundo trimestre deste ano.


"Eu acredito, sim, numa redução gradual da inadimplência, e também na retomada da possibilidade de concessão de crédito, de concessão do Plano Safra, a partir da renegociação", diz a presidente do BB, em entrevista à Broadcast. Ela espera que, dos R$ 12 bilhões em recursos do Tesouro liberados para a renegociação, ao menos metade sirva para atender ao banco.




Indagada sobre as sanções da Lei Magnitsky, aplicada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Tarciana ressaltou que o BB - assim como o restante do sistema financeiro brasileiro - tem estudado a abrangência das sanções. "Temos tratado como sempre tratamos as questões de legislação dos países onde estamos inseridos, e os Estados Unidos é um deles", ela disse, falando publicamente sobre o tema pela primeira vez.


Leia abaixo os principais trechos da entrevista.


Broadcast: A MP editada pelo governo na última sexta-feira, 5, prevê o uso de até R$ 12 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para a liquidação ou amortização de dívidas rurais. Qual porcentagem deve ser direcionada para o Banco do Brasil?


Tarciana Medeiros: Temos mais ou menos 48 mil clientes inadimplentes no período entre 15 e 90 dias. Considerando que a MP visa atender em torno de 100 mil clientes inadimplentes no mercado, estou fazendo a estimativa de [recebermos] metade dos valores. Mas ainda não temos um número fechado, porque depende desse período de desembolso e recebimento das parcelas em vencimento. Vamos trabalhar bastante para não só utilizar os recursos da MP, mas também ver o espaço negocial com grandes produtores de áreas onde houve seca ou cheia que prejudicou a produção, mas não por duas produções seguidas. Com a renegociação de recursos livres, vamos poder incluir esses produtores.


Broadcast: Depois do segundo trimestre, a senhora previu que o resultado do BB continuaria 'estressado' no terceiro trimestre, por causa dos vencimentos e da inadimplência da carteira agro, com previsão de melhora a partir do quarto trimestre. Como a MP afeta esse cenário? Ela pode acelerar a melhora prevista?


Tarciana: A gente tem, com certeza, a expectativa de que acelere o nosso processo de retomada de resultado. Mas ainda é uma expectativa, a gente tem que entender como vai se dar a velocidade da renegociação. Eu mantenho a informação de que está previsto um resultado mais estressado no terceiro trimestre, com retomada a partir do quarto. E a minha expectativa é que a retomada a partir do quarto trimestre seja acelerada, a partir do momento em que a gente entenda como vai se dar essa velocidade de renegociação dos produtores. Nós seremos incansáveis na busca da renegociação da regularização para que os produtores retomem a capacidade de produzir e a capacidade de crédito, e que o banco aumente a velocidade de regularização e de concessões.


Broadcast: Existe uma expectativa de valores para essa renegociação com recursos livres, e de como vai ficar a taxa de juros?


Tarciana: Os preços de mercado vão variar com base no perfil de risco de cada cliente. Nós teremos preços adequados para os clientes que estão fora dos perfis previstos na MP [para uso dos recursos do Tesouro], com o recurso livre do banco, para que a gente faça a renegociação com eles também. Esses clientes já estão sendo contatados, porque têm perfis muito específicos e que a gente precisa estudar caso a caso. E o prazo de até nove anos para a renegociação é muito interessante, porque alguns produtores vão precisar dos nove anos, e outros vão precisar só de três ou quatro. Essa flexibilidade da MP, de poder organizar a dívida do produtor com base na capacidade de pagamento, também é algo muito interessante.


Broadcast: A inadimplência na carteira agro do BB chegou ao maior nível da série histórica no segundo trimestre deste ano. A sra. espera que a MP ajude a diminuir a inadimplência?


Tarciana: Sim. Para nós é uma oportunidade nas duas frentes: renegociar as dívidas e acabar com essa pressão de inadimplência na carteira do agro, de um lado; e, do outro, voltar a conceder crédito para esse produtor. O produtor volta a ter possibilidade de produzir condizente com a sua capacidade de fato, não mais premido por necessidade de pagamento das dívidas.


Broadcast: Como está o apetite do BB para conceder crédito agro nesta safra? O banco se tornou mais seletivo? A MP ajuda a destravar as concessões?


Tarciana: O apetite do banco para concessão de crédito no agro está na linha do guidance, de um intervalo revisado entre 3% e 6% de crescimento da carteira. Isso significa a concessão de todo o recurso que nós disponibilizamos no Plano Safra 2025/2026. No segundo semestre de 2025, vamos continuar fazendo uma concessão mais seletiva, a partir da análise dos clientes que tomaram crédito e ficaram mais alavancados em recursos livres. E concedendo crédito naqueles perfis que são beneficiários das linhas do Plano Safra. De outro lado, continuamos a concessão de crédito com recursos livres, mas com mais parcimônia, com análise de risco mais estreita, mas sem redução da carteira. Nós já concedemos R$ 36,5 bilhões no nosso Plano Safra, um número em linha com o que tínhamos feito em 2024. Com essa linha de renegociação, entendemos que, no quarto trimestre, podemos ver um número maior de concessões e, por consequência, um número menor de novos produtores entrando em inadimplência.


Broadcast: A sra. já mencionou que o BB passaria a executar as garantias dos clientes inadimplentes. Esse permanece sendo o cenário?


Tarciana: Sim, até por uma questão de diligência. A gente tem um perfil de clientes que vai fazer a renegociação rapidamente, mas há alguns em que, infelizmente, vai ser preciso buscar a execução da garantia. É óbvio que vamos trabalhar para que não chegue nesse ponto.


Broadcast: No último dia 15, a sra. mencionou a possibilidade de acionar judicialmente escritórios de advocacia que orientem clientes agro a pedir recuperação judicial (RJ). Essa ainda é a estratégia? 


Tarciana: Nós sempre estamos analisando. Eu não falei de escritórios sérios. Inclusive, até falei que a RJ é um instrumento legítimo para a proteção de credores e produtores, se usada de forma adequada. O que eu discordo é do uso inadequado da RJ. Nós vamos continuar trabalhando para combater a advocacia abusiva, junto à AGU, à OAB, ao CNJ, para que se tenha uma padronização de decisões.


Broadcast: Os bancos brasileiros já foram notificados pelo governo americano sobre o cumprimento das sanções previstas na Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Quais providências estão sendo tomadas pelo BB?


Tarciana: A primeira providência é cumprir à risca a lei do sigilo bancário, e não foi o banco que forneceu essas informações em nenhum instante. Temos tratado como sempre tratamos as questões de legislação dos países onde estamos inseridos, e os Estados Unidos é um deles. A gente observa as leis americanas, as leis dos países em que estamos, e a legislação brasileira. É importante entender quais são as sanções, qual é a abrangência das sanções. A gente é um banco, tem de ter diligência. Como em qualquer outra situação do cenário macroeconômico, microeconômico, ou dos 20 países em que estamos inseridos, é óbvio que temos de estudar. E estamos projetando cenários para todo o momento macroeconômico do mundo. Não diz respeito especificamente a uma situação, mas ao banco ter estudo de cenário e entender os próximos passos a serem dados.


Principalmente, acho que o ponto de diligência não é só do Banco do Brasil, é de todos os bancos, do sistema financeiro como um todo. Com as pressões macroeconômicas do mundo como um todo - em um momento em que você tem guerras acontecendo, tem pressões comerciais de exportação entre países -, eu creio que todo sistema financeiro brasileiro está estudando cenários.


Contato: cicero.cotrim@broadcast.com.br


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 BDM: Fed começa a cortar juro

 

... Semana quente com as reuniões do Fed e Copom na superquarta começa com dados fracos da China. Nos Estados Unidos, está contratado o primeiro corte de 25pbs, e, aqui, a manutenção da Selic em 15%. Também o BoE, BoJ e o PBoC têm reuniões de política monetária. O Brasil ainda espera retaliações de Trump após a condenação de Bolsonaro, enquanto na Câmara cresce a pressão dos oposicionistas para a anistia. Tarcísio volta hoje a Brasília com a missão de convencer Motta. No Senado, o governo conta com a resistência de Alcolumbre.

 

PRIMEIRO A CHINA - Divulgados no final do domingo, os números da produção industrial (+5,2%) e vendas no varejo (+3,4%) em agosto vieram abaixo do consenso, que projetava alta de 5,8% (5,7% em julho) e 3,8% (3,7% em julho), respectivamente.


A SUPERQUARTA - A não ser que venham novas sanções de Washington que possam afetar a economia brasileira, por exemplo, um recuo nas isenções das tarifas, o mercado seguirá reagindo prioritariamente à queda dos juros americanos.

 

... Já novas aplicações da Lei Magnitsky para os demais ministros do STF, em particular para os juízes da Primeira Turma (Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin) só afetariam no caso de representarem pressões para os bancos brasileiros.

 

... O aumento do diferencial das taxas favorece o fluxo para os ativos domésticos e tem sustentado o entusiasmo do Ibovespa e, em especial, o câmbio, enquanto os juros futuros esvaziaram as chances de um corte antecipado da Selic, que deve ficar para janeiro.

 

... Em Nova York, o mercado espera pelas projeções econômicas do Fed, que serão atualizadas nesta reunião e podem influenciar as expectativas.

 

... No último documento, há 90 dias, os dirigentes esperavam quedas de 25 pbs agora em setembro e em dezembro, mas com a deterioração do mercado de trabalho há grandes chances de os Fed boys projetarem cortes também em outubro.

 

... As estimativas de inflação também serão monitoradas para medir o que o Fed espera como efeitos das tarifas sobre o nível de preços, e delas dependem um grau maior de cautela para as próximas reuniões - o que frustraria a aposta majoritária dos investidores.

 

... Como sempre, o mercado dará atenção máxima à mensagem de Powell, que concede entrevista meia hora após a decisão do Fed.

 

... Em declaração a jornalistas neste domingo, Trump voltou a chamar Powell de “incompetente”, disse que ele está “machucando o mercado imobiliário” e garantiu que o Fed vai decidir “um grande corte” do juro, nesta semana.

 

... O presidente também renovou seu pedido de urgência para o Tribunal de Apelações permitir a demissão da diretora do Fed Lisa Cook.

 

... Hoje, o Senado americano pode confirmar a nomeação de Stephen Miran para a diretoria do Fed.

 

NO BRASIL - Embora a atividade econômica tenha moderado, há pelo menos três fatores que devem justificar a manutenção da Selic em 15% e um discurso ainda conservador: o mercado de trabalho aquecido, a resiliência da inflação de serviços e as expectativas desancoradas.

 

... As revisões para o IPCA na Focus, sobretudo para 2027, são um ponto positivo, mas as estimativas continuam bem acima do teto da meta.

 

... Com o BC mantendo seu discurso conservador e diante de algumas surpresas de alta na inflação corrente - com uma piora marginal também na composição do IPCA - as chances de queda em dezembro podem ser completamente esvaziadas após o Copom.

 

... Segundo pesquisa realizada pelo Valor, 33 das 118 instituições consultadas esperam que o Copom dê início ao seu ciclo de afrouxamento monetário ainda em 2025. Na curva de juros, essa probabilidade era de apenas 14% no fechamento de sexta-feira.

 

... Na melhor hipótese, portanto, o Copom pode retirar do comunicado o trecho onde indica a possibilidade de retomada do ciclo de altas.

 

LULA NO NYT - Em artigo publicado neste domingo no The New York Times, intitulado “A democracia e a soberania brasileira são inegociáveis”, o presidente rebateu acusações de Trump e Marco Rubio, negando que o julgamento de Bolsonaro tenha sido “uma caça às bruxas”.

 

... “Estou orgulhoso do STF por sua decisão histórica, que salvaguarda nossas instituições e o Estado Democrático de Direito.”

 

... Afirmando que o tarifaço de 50% contra o Brasil tem motivação política e “busca a impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro”, Lula dirige-se diretamente a Trump, dizendo que “continua aberto a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos”.

 

... Em um trecho, reconhece a legitimidade das intenções de Trump com suas medidas no comércio exterior, como manter empregos e incentivar a indústria americana, mas repete dados da balança comercial entre os dois países - desequilibrada em favor dos Estados Unidos.

 

... O presidente também defende no artigo a regulação das plataformas digitais, o PIX e medidas para reduzir o desmatamento na Amazônia, objetos de investigação no processo aberto da Seção 301, que visa identificar ações “injustas” contra os Estados Unidos.

 

PRESSÃO PELA ANISTIA - A semana promete ser decisiva para as discussões sobre um projeto de anistia na Câmara.

 

... O governador Tarcísio de Freitas, que assumiu a articulação da proposta, deve voltar hoje a Brasília para dar sequência às negociações. Depois da condenação de Bolsonaro no STF, a oposição deve aumentar a pressão sobre o presidente da Casa, Hugo Motta.

 

... A reunião de líderes partidários, que acontece às terças-feiras pela manhã, deve discutir o tema e tentar definir um calendário.

 

... Bolsonaristas insistem em uma proposta “ampla, geral e irrestrita”, que prevê o perdão aos condenados pelo 8 de janeiro de 2023 e também para o ex-presidente. O PL quer votar a urgência do projeto já amanhã, 16, embora não haja um texto de consenso.

 

... No sábado, em Itu, o presidente do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, disse que a condenação do STF foi “exagerada”, mas deve ser “respeitada”. Na Folha, ele reconheceu que houve um planejamento para golpe de Estado, que não se consumou.

 

... No Senado, o governo do presidente Lula avisou a base aliada que não apoiará nenhuma iniciativa que confronte o entendimento do Supremo Tribunal Federal. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, trabalha há meses numa proposta alternativa.

 

... Alcolumbre é próximo de Alexandre de Moraes e sua ideia seria apresentar um projeto que reduza a dosimetria das penas.

 

EMENDAS - No site Metrópoles, em ofensiva contra a anistia, o governo pagou R$ 3,2 bilhões em emendas durante o julgamento de Bolsonaro, a maioria (R$ 2,9 bilhões), de caráter individual. É o tipo de rubrica do Legislativo que tende a garantir retorno eleitoral aos seus autores.

 

... O restante corresponde a emendas remanescentes do antigo e do novo orçamento secreto: R$ 142 milhões (4,3%) de bancadas estaduais, além de R$ 80,8 (2,4%) de comissões temáticas e R$ 60,2 milhões (1,85%) do relator do Orçamento.

 

DATAFOLHA - A maioria dos brasileiros é contra o Congresso aprovar uma anistia para livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.

 

... A ideia é rejeitada por 54%, contra 39% que a defendem - 2% se dizem indiferentes ao assunto e 4% não souberam opinar.

 

... Além disso, 61% são contra qualquer tipo de perdão aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas depredaram as sedes dos três Poderes. Outros 33% são a favor de anistia aos manifestantes.

 

... No STF, a expectativa é de que seja publicado nesta semana o acórdão do julgamento, que abrirá espaço para os recursos da defesa.

 

A CHAPA DA FARIA LIMA - No Globo, o colunista Lauro Jardim disse que o mercado quer Zema como vice de Tarcísio para 2026.

 

... No Estadão de domingo, “o Centrão se prepara para pular fora do barco bolsonarista, vai apoiar a anistia, mas não vai rasgar as vestes por causa do capitão reformado do Exército, que pode até mesmo perder a patente, a depender do veredito do Superior Tribunal Militar”.

 

CPMI DO INSS - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito quer ouvir hoje o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que já estava convocado, mas foi preso pela Polícia Federal na última sexta-feira.

 

MAIS AGENDA - Antes do Copom, são importantes hoje a edição da pesquisa Focus (8h25) e o IBC-Br de julho (9h), que deve registrar a terceira queda consecutiva, com recuo de 0,3% em julho (mediana de pesquisa Broadcast), após -0,10% em junho.

 

... O recuo nas vendas do varejo restrito e na produção industrial deve moderar o desempenho do IBC-Br do mês, reforçando a avaliação de perda de dinamismo da atividade doméstica no início do terceiro trimestre, segundo economistas.


... Já no Boletim Focus, o foco segue nas expectativas para IPCA/2027, que podem ser favorecidas pela queda do dólar abaixo de R$ 5,40.

 

... Amanhã, terça-feira, a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho deve recuar para 5,7%, de 5,8% no trimestre encerrado em junho, que é a mínima histórica, impulsionada pelo ritmo da atividade doméstica. As projeções variam de 5,6% a 6%.

 

LÁ FORA - A semana começa com feriado no Japão (Dia do Respeito ao Idoso), balança comercial na Zona do Euro em julho (6h) e o Índice Empire State de Atividade Industrial de setembro, nos Estados Unidos (9h30), com previsão de forte queda em relação a agosto (11,90).

 

... São destaques ainda na agenda dos Estados Unidos as vendas no varejo e a produção industrial, ambas de agosto, nesta terça-feira.

 

... Na quarta-feira, será divulgada a inflação ao consumidor de agosto na Zona do Euro.

 

... A decisão do BoE para o juro no Reino Unido será na quinta-feira. A do BoJ japonês e a do PBoC da China, saem na sexta-feira.

 

TIKTOK - A rede social chinesa tem até esta quarta-feira, 17, para se desfazer de seus ativos nos Estados Unidos e este foi o tema discutido na Espanha em negociações nesse domingo, que “estão indo muito bem”, segundo o presidente americano.

 

...  As conversas entre o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, em Madri também incluíram o impasse comercial entre Washington e Pequim, e foi a isso que Trump se referiu.

 

RÚSSIA VS UE - Ainda sobre questões comerciais, o presidente disse que a Europa continua importando petróleo da Rússia, que ele está pronto a impor “grandes sanções quando todas as nações da Otan PARAREM DE COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA”.

 

SE JOGOU - Ganhando tempo, enquanto o governo Trump não anuncia uma retaliação imediata à condenação de Bolsonaro pela trama golpista, o dólar voltou à faixa de R$ 5,35, no nível mais barato em três meses, desde junho.

 

... É verdade que o câmbio pôde contar na sexta-feira com o alívio técnico do leilão de linha de US$ 1 bilhão promovido pelo BC para rolar o vencimento de outubro, em que a oferta integral foi absorvida pelo mercado.

 

... Mas o contexto que justifica o real apreciado é mais amplo. Chegou a hora de o Fed abrir o ciclo de relaxamento monetário e, o melhor, sinalizar cortes em série do juro, na estratégia que torna o carry trade ainda mais vantajoso.

 

... Em paralelo, apesar do dólar menos pressionado e da rodada de melhora das expectativas de inflação, o Copom não parece querer desapegar da taxa Selic de 15% tão cedo, mantendo o diferencial dos juros superatrativo.

 

... A tendência de o BC manter no comunicado desta semana o trecho que aponta horizonte “bastante prolongado” para a Selic a 15% deve esvaziar a especulação de corte antecipado da política monetária, em dezembro.

 

... Como se nota, o cenário está todo endereçado para o investidor desarmar parte das posições compradas no dólar, embora os ruídos fiscais, políticos e eleitorais ainda prometam impor níveis de suporte (piso) à moeda americana.

 

... Empolgada pela perspectiva de afrouxamento monetário mais rápido pelo Fed daqui para frente, a Buysidebrazil reduziu sua projeção para a taxa de câmbio no ano de R$ 5,65 para R$ 5,50. A de 2026 caiu de R$ 5,70 para R$ 5,50.


... A consultoria entende que o enfraquecimento global do dólar tende a ser o fator predominante e prevê o índice DXY furando a linha dos 97,000 pontos, contra os 97,550 pontos da sexta-feira, quando fechou estável (+0,02%).


... O euro também pouco oscilou (-0,02%, a US$ 1,1740), a libra caiu 0,12%, p US$ 1,3565, o iene perdeu terreno, a 147,59 por dólar e, aqui, sem novas sanções de Trump, o dólar à vista fechou em baixa firme de 0,71%, a R$ 5,3541.

 

... Descolada do câmbio, a curva do DI preferiu uma acomodação, perto da estabilidade, enquanto lá fora as taxas dos Treasuries testaram um ajuste em alta, depois da queda recente do juro da Note de 10 anos abaixo dos 4,0%.

 

... O yield do título deste prazo se afastou das mínimas em cinco meses e subiu para 4,061%, contra 4,021% na véspera, e o retorno do papel de 2 anos avançou para 3,557%, de 3,539%. Mas o Fed dovish vem aí para dar teto.

 

... Por aqui, o contrato de DI para Jan/26 marcou 14,900% (de 14,898% no ajuste anterior); Jan/27, 14,025% (de 14,022% na véspera); Jan/29, 13,210% (de 13,206%); Jan/31, 13,430% (de 13,442%); e Jan/33, 13,555% (13,577%).11

 

... Pouco influenciou os negócios o volume de serviços divulgado pelo IBGE em julho. A alta de 0,3% na margem ficou levemente abaixo da mediana das estimativas, de 0,4%. Na base anualizada, a expansão de 2,8% veio em linha.

 

... O indicador reforçou os sinais de desaceleração gradual da atividade econômica no terceiro trimestre. “Introduz um leve viés de baixa para o nosso tracking do PIB no terceiro trimestre”, avaliou o Itaú Unibanco, em nota.

 

... Em comunicado divulgado depois dos dados, o Santander informou que a expectativa é de queda de 0,5% no IBC-Br de julho (hoje), alta de 0,4% no PIB entre julho e setembro e crescimento acumulado de 2% no PIB deste ano.

 

SE PROTEGEU - No day after de seu mais novo recorde histórico, o Ibovespa não comprou o alívio do câmbio e preferiu chamar alguma realização de lucro, caso os Estados Unidos revidassem o Brasil no final de semana.

 

... Mas o volume baixo de negócios na bolsa, de apenas R$ 16,3 bilhões, indicou que o fôlego vendedor foi limitado. No fechamento do pregão, o índice à vista registrava desvalorização de 0,61%, aos 142.271,58 pontos.

 

... Alvos diretos da Lei Magnitsky, os papéis dos bancos não esconderam os receios de a diplomacia americana dar o troco pela condenação de Bolsonaro pelo STF. Como resultado, quase todo o setor financeiro caiu na última sessão.

 

... Itaú recuou 1,50%, a R$ 37,38; Bradesco PN cedeu 1,17%, a R$ 16,83; Bradesco ON caiu 1,10%, a R$ 14,41; e Santander perdeu 1,10%, a R$ 28,66. A exceção foi de BB, que subiu 0,41%, a R$ 22,31. No mês, registra rali de 4,5%.

 

... Entre as blue chips das commodities, a apatia do minério de ferro (-0,06%) se refletiu na Vale (-0,04%, a R$ 57,00).

 

... Já Petrobras operou na contramão do petróleo: ON, -0,88%, a R$ 33,75; e PN, -0,67%, a R$ 31,18.

 

... Lá fora, Trump disse que sua paciência com Putin está se esgotando, renovou ameaças de sanções econômicas e pediu a aliados ocidentais que imponham “tarifas significativas” à China e à Índia pela compra de petróleo russo.

 

... A cobrança pode ficar em até 100%, segundo a Bloomberg, como pressão contra a guerra na Ucrânia. O barril do Brent para novembro chegou a saltar 2% no momento de maior estresse, mas fechou em alta de 0,93%, a US$ 66,99.

 

... Destaques entre as altas no Ibovespa, as ações dos frigoríficos subiram em bloco. Hoje, o Brasil deve receber uma missão sanitária do governo mexicano para renovar e habilitar frigoríficos para a exportação de carne bovina.

 

... A expectativa é que o México autorize 14 novas fábricas a comercializar a proteína, disseram fontes do governo brasileiro ao Broadcast, animando os papéis da JBS (+1,93%), Marfrig (+2,63%), Minerva (+2,47%) e BRF (+1,31%).

 

... Em NY, o Nasdaq não quis saber de interromper seu rali e partiu para nova marca inédita, aos 22.141,10 pontos, em alta de 0,44%. O desfecho garantido de que o Fed vai começar uma bateria de cortes do juro levanta o astral.

 

... Assim, não passou de pura correção a queda do Dow Jones na sexta-feira, de 0,59%, aos 45.834,22 pontos, enquanto o S&P 500 preferiu se manter praticamente estável, em leve queda de 0,05%, aos 6.584,29 pontos.

 

... A confiança do consumidor, elaborada pela Universidade de Michigan, teve queda inesperada, de 58,2 em agosto para 55,4 em setembro, pior nível em quatro meses, e contrariou a expectativa dos analistas de alta para 59,3.


... Embutidas no indicador, as expectativas de inflação em 12 meses se mantiveram em 4,8%, ratificando o início do ciclo de corte de juros pelo Fed, neste momento em que o emprego fraco tem feito a diferença à política monetária.

 

CIAS ABERTAS - PETROBRAS concluiu a aquisição de participação de 27,5% no bloco exploratório 4 em São Tomé e Príncipe; estatal passou a compor o consórcio do bloco em conjunto com a Shell (que detém 30% e opera o ativo)...

 

... Galp e a agência nacional de São Tomé e Príncipe ANP-STP também possuem fatias no bloco, de, respectivamente, 27,5% e 15%...

 

... Petrobras iniciou neste sábado parada programada de manutenção da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), com investimentos previstos de R$ 1 bilhão...

 

... Segundo a companhia, a intervenção vai se prolongar até dezembro e contemplará um projeto estratégico para produção de diesel S-10.


MASTER deve apresentar alternativas para o BC esta semana, segundo fontes do Valor, depois de Daniel Vorcaro ter se reunido na semana passada com Galípolo...

 

... Lauro Jardim (O Globo) informou que o dono do Master e o governador do DF, Ibaneis Rocha, ainda não desistiram do negócio com o BRB e contrataram um importante político e advogado para ajudar no lobby.

 

ELETROBRAS informou que foi realizado na última quarta-feira leilão de sobras de ações na B3, em continuidade ao processo de incorporação da Eletropar, aprovado em assembleia geral extraordinária de abril...

 

... O leilão foi realizado com a venda de 16.376 ações ON da Eletrobras, ao preço médio de R$ 45,6024 por ação, já deduzidas as taxas aplicáveis...

 

... O valor obtido com a alienação dessas ações será pago aos antigos acionistas da Eletropar, que possuem direito a um número fracionado de ações de emissão da Eletrobras.

 

CEMIG firmou acordo para pagamento de R$ 1,250 bilhão em indenização relativo a plano de saúde de aposentados e pensionistas titulares, ativos e inscritos.

 

VIVARA. Citi tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 34; marca Life é prioridade da companhia em alocação de capital, destacou o banco.

 

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...