segunda-feira, 28 de julho de 2025

Mercado

 🇧🇷 Tarifa dos EUA e popularidade de Lula já movimentam trade eleitoral, dizem analistas


Fabio Okumura, da ASA, destaca que o mercado já ajustou preços tanto pelas tarifas americanas quanto pelo aumento da popularidade do governo Lula. Ele avalia que as medidas de Trump podem estar beneficiando a candidatura à reeleição do presidente.


Investidores estrangeiros mostraram maior interesse, motivados pelo “fomo” (medo de perder oportunidade), em um cenário comparado ao episódio com Milei na Argentina. Apesar dos desafios fiscais, Okumura reconhece que a eleição pode ser o fator predominante para os mercados neste momento.

BDM Matinal Riscala

 Corrida contra o tempo

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28 de julho de 2025

Além de deadline das tarifas, semana tem Fed, Copom, balanços e indicadores de primeira


Corrida contra o tempo

… Na semana eletrizante, a aposta é de graça para o Copom e o Fed, que vão manter os juros na quarta-feira. Mas com Powell contra a parede por Trump, o suspense é se o Fomc já vai se inclinar a defender um corte em setembro, aposta que poderá ser calibrada ainda pelo payroll, PCE e o PIB. A agenda também será movimentada pelos balanços de quatro gigantes de tecnologia em Nova York, enquanto aqui saem a Vale, Bradesco e Santander. O BC do Japão divulga a sua decisão de política monetária na madrugada de quarta para quinta-feira. Fora tudo isso, o noticiário continua incendiado pelas tarifas de Trump. Neste domingo, a UE conseguiu um acordo para baixar a taxação à metade, para 15%, enquanto informações de bastidores indicam que a China e os Estados Unidos devem estender a trégua tarifária por mais 90 dias. Já o Brasil continua sendo mantido no limbo, às vésperas do deadline de sexta-feira.


… Sem qualquer sinal de progresso nas negociações, Trump rejeita prorrogar o prazo estabelecido para os países que ainda não fecharam acordo, como nós. “O 1º de agosto é para todos”, disse o republicano em coletiva no domingo.


… Mais cedo, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, já havia descartado um adiamento. “Não haverá prorrogação nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro.”


… O chanceler Mauro Vieira está em Nova York esta semana para uma conferência da ONU, mas sem sinal de que será recebido pelo governo Trump. Auxiliares de Lula ressaltam que não haverá concessão política ligada ao tarifaço.


… O cerco vai se fechando. Na sexta-feira, os negócios domésticos sofreram uma piora de humor com a informação da Bloomberg de que o governo Trump prepara nova declaração de emergência para justificar a tarifa de 50%.


… Esse embasamento jurídico ajudaria a dar uma justificativa mais comercial e menos política ao tarifaço.


… Em defesa do Brasil, um grupo de senadores democratas americanos enviou carta a Trump acusando o republicano de “claro abuso de poder” quanto às tarifas de 50% para “interferir em favor de um amigo” [Bolsonaro].


… Paralelamente, as sanções do governo Trump a autoridades brasileiras devem ser ampliadas nos próximos dias.


… Os Estados Unidos pretendem aplicar agora sanções econômicas e financeiras aos ministros do STF, depois de oito deles já terem perdido o visto de entrada em território americano. O pedido é embasado na Lei Magnitsky.


… A lei, aprovada em 2012, durante o governo Obama, permite punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos com o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano.


… Segundo o Estadão, o uso de Lei Magnitsky seria inédito contra um ministro de Suprema Corte no mundo.


… Alvos típicos da medida são autoridades de regimes autoritários, integrantes de grupos terroristas, criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e agentes de segurança acusados de assassinatos em série.


A CHANTAGEM CONTINUA – Especula-se ainda que integrantes do alto escalão do Planalto seriam afetados com a proibição de viajarem aos EUA, embora a expectativa seja de que Lula e Janja escapem da perda do visto.


… Em entrevista ao programa Oeste com Elas, Eduardo Bolsonaro afirmou que Alcolumbre e Motta também podem ser alvo de sanções do governo norte-americano, como a suspensão de visto imposta aos integrantes do STF.


… Seria o troco, se não pautarem a anistia. Na mesma linha de discurso, Flávio Bolsonaro afirmou que a solução para o tarifaço “não está nos Estados Unidos” e que, “se o Brasil fizer o dever de casa, acaba a sanção no mesmo dia”.


… Segundo ele, está “fadada ao fracasso” a comitiva de parlamentares escalada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para abrir uma frente de negociação com os Estados Unidos para resolver a crise.


… Os desdobramentos vão aprofundando a crise diplomática, com o canal de diálogo muito comprometido.


… Em meio à demora em uma solução, Tarcísio acusa o governo Lula de não ter interlocução com os americanos.


… Lula se queixa de que Alckmin “liga todo dia para alguém, mas ninguém quer conversar com ele”. Já houve, segundo o presidente, mais de dez reuniões com os americanos. “Ninguém pode falar que não estou negociando”.


… Em recado a Trump, Lula disse que, no dia em que ele quiser conversar, o Brasil estará “pronto e preparado”. “Vamos mostrar o quanto você (Trump) foi enganado com as informações que lhe deram.”


… Alckmin informou que, a partir de hoje, todos dias, às 11h, haverá atualização sobre o avanço nas negociações.


TERRAS RARAS – Não houve até o momento qualquer indicação oficial da Casa Branca de que os Estados Unidos considerem abrir mão do tarifaço sobre produtos brasileiros em troca de acesso aos minerais críticos, segundo o G1.


… De acordo com a reportagem, diplomatas brasileiros avaliam que o recente interesse dos americanos pelas terras raras do Brasil representa, neste momento, um “balão de ensaio” – e não uma proposta concreta de negociação.


… Ainda segundo a matéria, nos bastidores, existem conversas em andamento entre os governos Lula e Trump, mas o tema dos minerais estratégicos brasileiros ainda não teria entrado formalmente nas negociações comerciais.


… Já o jornalista Caio Junqueira informou na CNN que a Amcham e a US Chamber of Commerce sugeriram um plano de ação conjunto para a exploração no documento “Proposta de Cooperação Brasil-EUA em Minerais Críticos”.


… Segundo o texto, o País detém a maior reserva de nióbio, a segunda maior de grafite e terras raras e a terceira maior de níquel. Já os EUA contam com empresas capacitadas no desenvolvimento de tecnologia de processamento.


PLANO DE CONTINGÊNCIA – Mais de 30 medidas para ajudar os exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço de Trump foram elaboradas por equipes técnicas do governo federal e devem ser levadas para Lula essa semana.


… O Broadcast apurou que não necessariamente precisará haver liberação de crédito extraordinário, opção vista com reservas pela Fazenda. A ideia é trabalhar primeiro com alternativas, como linhas de funding para dar fôlego.


… Na lista das iniciativas a serem apresentadas, estão linhas de crédito para socorrer determinados setores e compras governamentais de produtos que não puderem ser redirecionados de imediato para outros mercados.


… Já a ideia de um fundo privado temporário para dar crédito a empresas ou setores não está no radar.


… Mercadante disse que BNDES está pronto para apoiar as companhias afetadas pela imposição das tarifas. O governo deve priorizar setores de bens perecíveis e pequenas empresas no pacote de socorro (O Globo).


EUA E UE – Trump e a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegaram a um acordo neste domingo, em que a tarifa imposta pelos americanos caiu de 30% para 15% sobre produtos europeus a partir de sexta-feira.


… O valor vale para todos os setores da economia, ou seja, inclui os automóveis. O presidente dos Estados Unidos disse que o alumínio e o aço, que estão atualmente com tarifas de 50%, seguirão com o mesmo patamar.


… Segundo Trump, foi o “maior acordo de todos os tempos”. A Europa se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em energia em três anos e a investir mais US$ 600 bilhões nos Estados Unidos além dos investimentos já existentes.


… Além disso, vai adquirir “quantidades enormes” de equipamentos militares, segundo o presidente americano.


… No final da noite deste domingo, o euro, futuros de NY e petróleo firmavam alta com o acordo tarifário.


EUA E CHINA – Uma extensão da trégua tarifária por mais 90 dias deve ser discutida na terceira rodada das negociações comerciais em Estocolmo, que começa hoje, informou o South China Morning Post (SCMP).


EUA E CANADÁ – Trump disse que não teve muita sorte nas negociações com o premiê Mark Carney e que pode não fechar acordo comercial com o país, que recebeu carta com ameaça de tarifa de 35% em parte das exportações.


FED – Se mantiver o script de esperar para ver, o BC americano optará por deixar as opções em aberto e evitar a sinalização de um corte em setembro, já que os efeitos da guerra tarifária na economia ainda continuam incertos.


… Não será surpresa, porém, se o placar vier com dois votos dovish, já que Christopher Waller e Michelle Bowman não têm escondido em seus comentários recentes que já está na hora de o Fed começar a relaxar a sua postura. 


INDICADORES – Toda a atenção para o payroll de julho, na 6ªF, que pode agitar as chances de um corte do juro pelo Fed em setembro. Antes, o quadro do emprego será medido pelo relatório Jolts (amanhã) e o dados da ADP (quarta).


… A agenda importante nos Estados Unidos contará ainda com a primeira leitura do PIB do segundo trimestre, na quarta-feira, e o PCE de junho, na quinta-feira, indicador de inflação observado mais de perto pelo BC americano.


… Vale o destaque também para o PMI industrial de julho medido pela S&P Global e pelo ISM, na sexta-feira.


… Hoje à tarde (16h), o Tesouro divulga o seu relatório trimestral de refinanciamento, que deve conter a manutenção de emissões mais concentradas em títulos de prazo mais curto nos Estados Unidos.


… Além do Fed, BoJ e Copom, os BCs do Canadá (quarta-feira), África do Sul e Colômbia (quinta-feira) decidem juro.


ZONA DO EURO – A leitura final de julho do PMI industrial do bloco, medida pela S&P Global, será divulgada na sexta-feira, quando o investidor confere também o mesmo indicador na Alemanha e no Reino Unido.


CHINA – O PMI industrial oficial de julho sai na noite de quarta-feira. O mesmo dado, só que medido pelo setor privado, será conhecido na quinta-feira. Mas a grande expectativa é pela expectativa de extensão da trégua tarifária.


JAPÃO – A decisão do BoJ, às primeiras horas da quinta-feira, entra no radar do mercado, neste momento em que há uma ampla expectativa entre os investidores para uma retomada do aperto nos juros japoneses ainda neste ano.


ISRAEL X PALESTINA – Criticado por líderes e organizações devido aos relatos de fome e dificuldade de envio de ajuda humanitária, Netanyahu instituiu uma pausa nas ações na Faixa de Gaza todos os dias, das 10h às 20h.


COPOM – É unânime no mercado financeiro a expectativa de que a taxa Selic será mantida estável em 15%.


… Análise do Valor aponta que o grande desafio do BC será incorporar as tarifas dos EUA ao cenário. Oficialmente o impacto protecionista não poderá ser precificado, já que a taxação ainda não foi implantada.


… Mas é incerto o impacto que poderá ter sobre a economia doméstica. Em um primeiro momento, poderá representar um viés para baixo para a atividade econômica e, consequentemente, para a inflação.


… Mas, se eventualmente houver retaliação por parte do Brasil e, dependendo do grau de intensidade da represália, não se descarta elevação do preço de importações vindas dos EUA, pressionando, consequentemente, a inflação.


BALANÇOS – A temporada pega fogo com Vale, na 5ªF, depois do fechamento, junto com CSN, CSN Mineração e Gerdau. No mesmo dia, pela manhã, tem Ambev. Entre os bancos, Bradesco e Santander abrem a safra na 4ªF.


… A semana começa com Telefônica Brasil (Vivo) hoje à noite. Amanhã, é a vez de Motiva (ex-CCR) e TIM Brasil. Na quarta-feira, vêm EcoRodovias e Isa Energia. Marcopolo sai na quinta e Fertilizantes Heringer fecha a semana, sexta.


… Lá fora, quatro das Sete Magníficas soltam seus números esta semana, com Meta e Microsoft na quarta-feira e Amazon e Apple na quinta-feira. Amanhã, tem Boeing. Na sexta-feira, saem as petroleiras Chevron e ExxonMobil.


MAIS AGENDA – O fiscal estará em foco quarta-feira com os dados de junho do Governo Central e o detalhamento pelo Mistério do Planejamento do descontingenciamento de R$ 20,6 bilhões de gastos do Orçamento federal.


… Do lado do emprego, que ainda resiste aos esforços da Selic para desaquecer a economia, a Pnad contínua de junho sai 5ªF. Já a produção industrial (6ªF) vem num momento em que a atividade exibe maiores sinais de fraqueza.


… Quanto à inflação, quarta-feira é dia de IGP-M de julho e sexta-feira, de prévia do IPC-S. No último pregão, o IPCA-15 de julho um pouco acima do previsto (abaixo) não assustou, porque veio com composição melhor do índice.


… Hoje, o boletim Focus (8h25) pode trazer mais uma rodada de alívio nas expectativas inflacionárias, depois de a mediana para o IPCA de 2026 ter caído abaixo do teto da meta na semana passada, para 4,45% (contra 4,50% antes).


… Ainda nesta segunda-feira, o BC solta, às 8h30, a nota de política monetária e operações de crédito de junho e o Tesouro divulga, às 14h30, o relatório mensal da dívida de junho, com entrevista coletiva marcada para as 15h.


ACREDITA EXPORTAÇÃO – Lula promulga hoje, em cerimônia às 16h no Planalto, o programa do governo que estimula as exportações brasileiras por meio da devolução imediata de 3% do valor embarcado para o exportador.


… A iniciativa tem foco na atuação das micro e pequenas empresas no mercado internacional. Segundo Alckmin, a medida já vinha sendo estudada antes do tarifaço e é parte do processo de transição da reforma tributária.


… Pela manhã (11h), Lula inaugura a usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ).


CONTAGEM REGRESSIVA –Sem sinal de que Trump e o Brasil vão se sentar à mesa para negociar, o sentimento do mercado piorou com a notícia de que os EUA estariam preparando novas bases legais para justificar a tarifa de 50%.


… Com o dia do tarifaço se aproximando, o investidor preferiu a cautela e saiu de ações, do real e vendeu juros. O câmbio sentiu mais o baque da notícia com o dólar chegando a bater nos R$ 5,57 na máxima do dia.


… Terminou em R$ 5,5619, com alta de 0,76%. No monitoramento de 33 moedas feito pelo Valor, o real teve o 3º pior desempenho. Na semana, a moeda ainda caiu 0,46%, mas no mês do tarifaço acumula avanço de 2,35%.


… É certo que a alta do dólar lá fora também deu força para a moeda por aqui. Na onda da expectativa de um acordo com a UE, o índice DXY subiu 0,28%, a 97,645 pontos.


… O euro caiu 0,17%, a US$ 1,1747. A libra recuou 0,58%, a US$ 1,3438, e o iene cedeu 0,53%, a 147,66/US$.


… O Goldman Sachs diz ver um impacto limitado da tarifa sobre a economia brasileira, mas se houver um efeito muito negativo nos fluxos de portfólio ou de IDP, isso pode se transformar num choque maior.


… Como pano de fundo, o setor externo não vai bem, com o IDP acumulado em 12 meses abaixo do déficit em conta corrente. O Bradesco diz que as contas externas “seguem apertadas” e não existe mais a folga dos últimos anos.


… Após revisões feitas pelo BC, o déficit em 12 meses nas transações correntes subiu a US$ 71,372 bilhões até maio, o equivalente a 3,35% do PIB. O rombo passou a superar o IDP, que foi de US$ 70,476 bilhões, ou 3,31% do PIB.


… Sem chance de um acordo comercial à vista, os juros voltaram a subir da parte média da curva para frente.


… O IPCA-15 de julho, em 0,33%, um pouco acima do 0,31% esperado, teve uma composição benigna, segundo analistas, mas nada que abale o Copom na 4ªF.


… A taxa do DI Jan/27 ficou praticamente estável, em 14,230%, de 14,231% no fechamento anterior. O DI Jan/28 subiu a 13,615%, de 13,577%, e o DI Jan/29 foi a 13,555%, de 13,518%.


… O Ibovespa esticou a queda, com mais um recuo de 0,21% (aos 133.524,18 pontos) na sexta, numa sessão de giro muito fraco, apenas R$ 14,1 bilhões. Na semana, ainda conseguiu acumular alta tímida de 0,11%. No mês, cai 3,84%.


… Maior peso do Ibov, Vale caiu 1,47% (R$ 55,70), acompanhando o forte recuo de 1,11% do minério.


… Petrobras ON subiu 0,46%, a R$ 35,04, e a PN avançou 0,13%, a R$ 31,98, na contramão do petróleo Brent para outubro, que recuou 1,02%, a US$ 67,66 o barril. Na semana, a cotação do barril perdeu 2,34%.


… Yduqs liderou as perdas do Ibovespa, com tombo de 4,69% (R$ 12,39), reagindo à notícia da troca do CEO da companhia. Natura caiu 2,55%, para R$ 9,16, e CSN Mineração perdeu 2,27%, a R$ 5,17.


… Ainda do lado positivo, Vibra subiu 3,39%, para R$ 21,05, seguida de Ultrapar, em alta de 2,54%, a R$ 16,54, e Fleury, que avançou 2,33%, para R$ 14,48.


COPO CHEIO – Em NY, embora o tom das bolsas tenha misturado cautela com otimismo, o fato é que o S&P 500 fechou o quinto dia consecutivo de alta e, junto com o Nasdaq Composto, anotou novo recorde de fechamento.


… Numa semana vazia de indicadores, o olho do investidor focou nos acordos comerciais. Logo de saída, o trato dos Estados Unidos com o Japão deu o tom positivo dos mercados.


… Entre altos e baixos, a expectativa em torno da proximidade do acordo com a União Europeia, fechado no fim de semana, também sustentou os negócios.


… Perto do nível inédito de 6.400 pontos, o S&P 500 subiu 0,40%, aos 6.388,64 pontos, e o Nasdaq terminou o dia com alta de 0,24%, aos 21.108,32 pontos. O Dow Jones ganhou 0,47%, aos 44.901,92 pontos.


… Na semana, houve alta de 1,46%, 1,02% e 1,26%, respectivamente.


… No dia, o destaque foi o tombo da Intel, de 8,53%, após a empresa desistir da construção de fábricas na Europa.


… O rompimento de novas máximas pelos índices tem alimentado preocupações quanto a preços inflacionados, mas analistas ponderam que tem sido difícil apostar contra a tendência de alta, ainda mais com o VIX abaixo de 15.


… O lado comprador tem sustentação importante. Mais de 80% das empresas do S&P 500 que divulgaram balanços até aqui superaram as estimativas de lucro, de acordo com dados da Bloomberg. É a maior fatia desde 2021.


… “O ritmo dos lucros até agora neste mês tem sido positivo, os dados econômicos têm se mantido estáveis e estamos até começando a ter alguma clareza sobre as tarifas”, disse o Bespoke Investment Group em nota a clientes.


… “Não se pode culpar os investidores por estarem otimistas.”


… Apesar da sensação de que o pior momento da guerra comercial de Trump tenha ficado para trás, há temor pelo aumento da volatilidade por causa do impacto da tarifa na economia dos EUA.


… “Os riscos não evaporaram. Na verdade, quanto mais nos aproximamos de 1º de agosto, mais frágil se torna o rali em Wall Street”, disse o CEO do deVere Group, Nigel Green.


… Único indicador da sexta-feira, as encomendas de bens duráveis caíram 9,3% em junho ante maio, menos que a queda de 11% esperada.


… Para a Capital Economics, o dado mostrou que a indústria dos EUA continua resiliente, apesar dos temores de que as incertezas tarifárias estariam pesando sobre a demanda.


… As encomendas devolveram apenas uma parcela da forte alta registrada em maio ante abril.


… O teatro político de Trump contra Powell não perturbou os negócios com Treasuries e dólar.  


… Na sessão regular, o juro da T-note de 2 anos ficou estável em 3,915%, o rendimento da T-note de 10 anos caiu a 4,382%, contra 4,405% no pregão anterior, e o do T-bond de 30 anos cedeu a 4,921%, de 4,952%.


COMPANHIAS ABERTAS NO FOCO – CARREFOUR informou que o conselho de administração do grupo aprovou a celebração de dois contratos de empréstimo no valor de até R$ 9,8 bilhões com o Carrefour Finance…


… A entidade financeira do Grupo Carrefour é responsável por operações de financiamento intercompany e gestão de crédito dentro do conglomerado…


… Operação faz parte do processo de refinanciamento de dívidas da varejista no País.


TELEFÔNICA informou que o valor bruto a ser distribuído em JCP anunciado em 14 de julho foi alterado de R$ 0,1022 para R$ 0,1025, em razão da recompra de papéis; valor líquido por ação passou de R$ 0,0869 para R$ 0,0871…


… Proventos serão distribuídos com base na posição acionária da última sexta; pagamento será realizado até 30 de abril de 2026.


TOTVS. Conselho de Administração da empresa aprovou, em reunião realizada na sexta, a compra da totalidade do capital social da Linx por R$ 3,05 bilhão; negócio foi anunciado na última terça-feira.


AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

domingo, 27 de julho de 2025

Dora Kramer

 O parco poder da bravata

Dora Kramer

Folha de S. Paulo, domingo, 27 de julho de 2025

A realidade adversa e contundente: o poderio dos EUA não se compara à capacidade do Brasil de retaliar

 

Depois de breves momentos de relativa contenção e alguma calmaria, o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) voltou a adotar o tom de enfrentamento com Donald Trump.

Usou a figuração do jogo de truco para indicar que dobraria a pedida de mão, caso o norte-americano resolva impor sanções ainda mais gravosas que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Lula falou como se houvesse paridade de forças entre os dois países.

O discurso pode funcionar no palanque e daria ganhos sólidos ao autor, se ele fosse um candidato de oposição. Na boca de um presidente da República, pretendente à reeleição, soa como uma temeridade completamente descolada dos fatos.

A realidade é adversa, mas dela não se pode escapar: o poderio dos Estados Unidos e a ausência de limites de seu atual mandatário são incomparáveis à capacidade do Brasil de sair-se bem numa guerra de retaliações.

Nessa situação de desvantagem objetiva, o blefe de Lula seria apenas inconsequente se não desse margem a consequências indesejáveis.

Entre a submissão aos ditames inadmissíveis de Trump e o confronto aberto há uma via intermediária. Caminho já adotado por países muito mais poderosos que conseguiram mitigar os efeitos nefastos sobre as respectivas economias, atuando com estratégia. Não consta que nenhum deles tenha posto a soberania nacional a serviço dos Estados Unidos.

Animado com os ganhos políticos, o presidente cria um cenário de dissonâncias no encaminhamento do problema. Ele vocaliza atrito, enquanto o vice Geraldo Alckmin (PSB) atua no pragmatismo, o ministro Fernando Haddad (PT) transita entre os dois polos e o Itamarati fica refém do antiamericanismo residente no Palácio do Planalto, conceito manifestado em várias ocasiões.

Haddad e Lula fragilizam o Brasil quando um admite que os filhos de Jair têm mais força que o governo junto à Casa Branca e outro diz que Alckmin telefona, mas "ninguém quer falar com ele" em Washington. Não ajudam e conviria não atrapalharem.

Imbróglio Master BRB

 https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2025/07/como-a-analise-sobre-polemica-transacao-entre-brb-e-master-divide-diretoria-do-bc.ghtml


*Como a análise sobre polêmica transação entre BRB e Master divide diretoria do BC*


Por Lauro Jardim


No processo de análise da polêmica transação entre o BRB e o Master, há uma divisão na diretoria do BC. Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro, é contra a aprovação da operação. Aílton Aquino, diretor de Fiscalização, mostra-se a favor.


Um dos itens polêmicos que envolve a transação entre os dois bancos é uma compra de carteira de créditos do Master pelo BRB no fim de 2024. Um volume alto, de cerca de R$ 10 bilhões. O BC abriu dois processos administrativos sobre essa transação. A propósito, o BC é independente, mas o governo acompanha com especial preocupação a decisão final da autoridade monetária.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

A vergonha de um presidente

 Não sou judeu, mas faço minhas as palavras do Alex Pipkin. 👇👏


A Vergonha de um Presidente — e o Orgulho de Ser Judeu

Alex Pipkin, PhD


Antes de qualquer rótulo político ou ideológico, sou judeu. E isso basta para me revoltar diante da perversidade normalizada que voltou a assombrar o mundo. Em 2025, o antissemitismo — que nunca morreu — saiu definitivamente do armário. Ele desfila com cinismo por universidades, fóruns multilaterais, redes sociais e — no caso brasileiro — pelos corredores do Itamaraty, sob a tutela de Lula e seu assessor, o diplomata Celso Amorim.


É preciso nomear as coisas pelo nome. O presidente condenado por corrupção, reincidente na demagogia e no populismo de esquina, protagonizou mais uma infâmia diplomática: retirou o Brasil do quadro de países signatários da IHRA, a Aliança Internacional em Memória do Holocausto. O gesto não é simbólico. É ideológico. É profundamente antissemita.


Jean-Paul Sartre, ainda que um coletivista, foi lúcido ao identificar que o antissemitismo não nasce da ignorância, mas da má-fé — e, sobretudo, da inveja. O judeu, minoria entre as minorias, destaca-se onde a excelência é exigida: na ciência, literatura, medicina, economia, filosofia. Não por privilégio, mas por esforço milenar de sobrevivência, estudo e autonomia. O antissemitismo, então, é o grito ressentido de quem odeia o mérito, odeia a diferença, odeia a liberdade que o judeu encarna.


É revelador que boa parte da esquerda contemporânea, herdeira do marxismo, compartilhe essa raiz antissemita. Marx, em seu panfleto Sobre a Questão Judaica, despeja desprezo contra o judeu “mercantilista”, numa generalização torpe, repulsiva e intelectualmente desonesta. De Marx a Lula, há uma linha contínua de intolerância travestida de justiça social. O povo judeu, que não se curva à coletivização de almas, incomoda porque persiste.


Lula não age apenas por ignorância. Age por convicção. Sua política externa, guiada por ditaduras, por terroristas e por inimigos da liberdade, expõe sua natureza perversa. Sua diplomacia, conduzida por gente que relativiza o Holocausto e glorifica o Hamas, rebaixa o Brasil a um país que perdeu não apenas o senso estratégico, mas a dignidade moral.


O Brasil merecia mais. Merecia líderes que homenageassem as vítimas do Holocausto e repudiassem o terrorismo. Merecia governantes que compreendessem o valor da memória, da história e da civilização. Mas hoje temos um falastrão, irresponsável e perigosamente antissemita no comando da nação. E isso não pode ser silenciado.


Não é preciso ser judeu para se indignar com o antissemitismo. Basta ser humano. Basta respeitar a dignidade humana.


Mas eu sou judeu. E o judeu, que resistiu a faraós, inquisidores, czares, nazistas e aiatolás, resistirá também a Lula e seus comparsas. Não por ódio. Mas por fidelidade à vida.


Sou judeu, e não perdoo perversos.


Não perdoo Lula da Silva, perverso reincidente, mentiroso contumaz, que mancha a memória dos mortos e a dignidade dos vivos.”

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, sessão de mais a menos nas bolsas, que voltaram a subir na Europa e nos EUA, embora moderadamente e dando a sensação de que o impulso dos últimos dias se esgotou. Aumentaram as yields das obrigações, parece sensatos após o “mini-rally” do início da semana. Esta manhã, as bolsas na Ásia retrocedem. Trump mudou as suas críticas recentes sobre o presidente da Fed, Powell, e depois de visitar o banco afirmou que não era necessário despedi-lo. Este comentário contextualiza o facto de haver uma reunião da Fed na próxima semana e que, previsivelmente, não baixará taxas de juros. Nós esperamos que a Fed, em 2025, faça apenas um corte de -25 p.b. e que será em setembro. Na Europa, os PMIs melhoraram, entrando em zona de expansão (exceto Industrial), dando mais margem de manobra ao BCE. O BCE manteve as taxas de juros em 2,00%/2,15% Depósito/Crédito, era o esperado, e a conferência de imprensa após o discurso não trouxe novidades. Esperamos um único corte em dezembro de -25 p.b. até 1,75%/1,90%, com o qual finalizará as descidas de taxas de juros. Nos EUA, leitura mista dos PMIs, com Industrial pior do que Serviços, servindo como apoio da economia. Foi publicado um bom dado de Desemprego Semanal que retira argumentos para que a Fed corte taxas de juros a curto prazo. Nas empresas, ressaltamos o comportamento na bolsa de Alphabet (+1%) e Tesla (-8,2%) após publicar resultados.


HOJE: 

Ontem, após o fecho das bolsas, publicaram resultados LVMH e Intel (ambos maus, caem em pré-abertura -3,7% e -4,6%, respetivamente) e hoje à primeira hora Volkswagen cortou as guias anuais (cai -3,4% em pré-abertura), e a reação das bolsas será negativa. Estes resultados condicionarão o arranque das bolsas. No resto da sessão, a atenção estará nos dados macro. Na Europa, o Inquérito IFO de Clima Empresarial na Alemanha irá melhorar, mas de forma testemunhal e sem grandes novidades. Nos EUA, os Pedidos de Bens Duráveis retrocederão com força, embora distorcidos pelos Pedidos de Boeing que Trump conseguiu na sua mudança no Médio Oriente. Em qualquer caso, não acreditamos que nenhuma destas notícias seja capaz de direcionar o mercado.


Hoje deverá impor-se a cautela, especialmente tendo em conta que a próxima semana virá acompanhada de uma mistura de dados macro que não convida ao otimismo. A Fed mantém as taxas de juros, inflação americana a aumentar, resultados empresariais (Microsoft, Apple, Amazon…) e a entrada em vigor dos impostos alfandegários impostos pelos EUA ao resto do mundo. 


S&P500 +0,1 %; Nq-100 +0,3%; SOX +0,1%; ES50 +0,2%; IBEX +1,3%; VIX 15,4; Bund 2,69%; T-Note 4,40%; Spread 2A-10A USA=+48b; B10A: ESP 3,30%; PT 3,12%; FRA 3,37%; ITA 3,57%; Euribor 12m 2,036% (fut.2,159%); USD 1,176; JPY 172,7; Ouro 3.368$; Brent 69,4$; WTI 66,2$; Bitcoin +0,7% (118.779$); Ether +3,7% (3.740$).


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Brasil abre diálogo*


… À espera do Fomc, na próxima semana, as bolsas em NY repercutem o tombo das ações da Intel no after hours, após o salto de 81% no prejuízo do 2Tri. Hoje, não há balanços previstos nos Estados Unidos. Aqui, tem Usiminas antes da abertura e, entre os indicadores, as contas do setor externo em junho e o IPCA-15 de julho, que volta a acelerar às vésperas do Copom. Mas a notícia que pode injetar ânimo nos investidores foi dada por Alckmin, quando os mercados já estavam fechados. Só ontem ele informou que teve uma “longa” conversa, no sábado, com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, abrindo um canal de diálogo que pode evitar a tarifa de 50% imposta ao Brasil.


MINERAIS CRÍTICOS – É ainda só uma esperança, mas não deixa de ser um avanço, já que o governo brasileiro não havia conseguido driblar, até agora, o bloqueio da Casa Branca às inúmeras tentativas de estabelecer uma negociação.


… Alckmin deu uma coletiva no final do dia, quando revelou que a conversa com Lutnick durou 50 minutos e foi focada na posição do Brasil de negociar, buscando reverter a tarifa, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.


… “Nós tivemos uma conversa longa com o secretário de Comércio, colocando todos os pontos e o interesse do Brasil na negociação, uma orientação do presidente Lula, sem contaminação política nem ideológica.”


… Sustentando que não há razão econômica para a tarifa de 50%, Alckmin defendeu que a taxa anunciada por Trump será um “perde-perde”, com aumento da inflação nos Estados Unidos e diminuição das exportações brasileiras.


… Disse ter uma pauta ampla a ser explorada na negociação com os Estados Unidos e, embora não tenha antecipado detalhes, não descartou os chamados minerais críticos e estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras.


… Nesse caso, o vice-presidente observou que o setor minerário exporta para os Estados Unidos apenas 3%, e importa em máquinas e equipamentos mais de 20%, “com enorme superávit na balança comercial americana”.


… “O Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Não criamos esse problema, mas queremos resolver.”


… Ao Estadão, Alckmin disse que esta foi a primeira vez que o diálogo saiu do “perde-perde” para o “ganha-ganha”, e mesmo sem cravar um cenário de acordo, confirmou que a pauta de mineração “pode ser explorada e avançar”.


… Também nesta quinta, no Instituto Brasileiro de Mineração, o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, reiterou o interesse do seu país nos minerais críticos e estratégicos do Brasil.


… Minerais críticos são essenciais para a tecnologia, defesa, transição energética e incluem elementos tais como o lítio, cobalto, níquel e terras raras, usados em veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.


… A oferta desses recursos, que é dominada pela China, está sujeita a riscos de escassez e poucos fornecedores.


… Na conversa com Lutnick, Alckmin também acenou com a possibilidade de o Brasil ampliar significativamente a relação com os Estados Unidos, dobrando o comércio bilateral nos próximos cinco anos.


… O Brasil propôs ainda um acordo de bitributação, equalizando as tarifas zero dos produtos americanos para o Brasil.


… Alckmin informou que, a partir da segunda, todos dias, às 11h, haverá atualização sobre o avanço nas negociações.


LULA NÃO GOSTOU – Em evento no Vale do Jequitinhonha (MG), o presidente Lula fez um discurso em que destacou a soberania do Brasil sobre os recursos naturais de seu território, citando os minérios.


… “Nós temos a maior floresta do mundo para proteger. […] Temos todo o nosso petróleo, todo o nosso ouro, temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger, e aqui ninguém põe a mão.”


HADDAD VS FAMÍLIA BOLSONARO – Em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta quinta, o ministro acusou a família Bolsonaro de obstruir o canal de negociação do Brasil com os Estados Unidos, na tentativa de reverter a tarifa de 50%.


… “O governo está tentando uma interlocução com o governo americano, mas há pessoas ligadas ao ex-presidente Bolsonaro que estão lá [em Washington] atuando para que as negociações não tenham início.”


… Entre essas pessoas, como é de conhecimento de todos, estão o deputado Eduardo Bolsonaro e o influencer Paulo Figueiredo, que têm gravado sucessivos vídeos nas redes sociais admitindo a ação de impedir o acesso do Brasil.


… “Nós já estaríamos numa mesa de negociação se não fosse a interveniência desses personagens para impedir que a negociação aconteça. Precisa desobstruir esse canal, quem está obstruindo é a família Bolsonaro e seus apoiadores.”


… Haddad chegou a fazer um apelo aos governadores bolsonaristas para ajudarem a sensibilizar a família Bolsonaro.


… “Vários governadores no Brasil têm vínculos com a extrema-direita. Essas pessoas deveriam se mobilizar junto ao Bolsonaro, ao Paulo Figueiredo, ao Eduardo Bolsonaro para que parem de militar contra o Brasil.”


… Mais tarde, o senador Flávio Bolsonaro rebateu Haddad e disse que a família é usada para justificar a incompetência do governo Lula. “A solução está no Brasil, vamos aprovar a anistia e fazer a eleição com Jair Bolsonaro nas urnas.”


… Ao anunciar a tarifa de 50% ao Brasil, Trump vinculou a medida ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, citando também decisões do Supremo Tribunal Federal contra empresas americanas de tecnologia.


PODE DAR ENTREVISTA – Alexandre de Moraes rejeitou os embargos impetrados pelos advogados de Jair Bolsonaro, que pediam esclarecimentos sobre o que pode e o que não pode nas medidas cautelares: “não há o que explicar”.


… Moraes disse que não há proibição de conceder entrevistas, e que a proibição a Bolsonaro de usar as redes sociais envolve transmissões em live ou pela internet, como subterfúgios para burlar as medidas cautelares.


… O ministro reafirma, no entanto, que Bolsonaro descumpriu as cautelares, mas como se tratou de um ato isolado, não decretaria a prisão preventiva. Moraes manteve todas as medidas cautelares impostas a Bolsonaro.


… Nesta quinta, o subsecretário de Trump Darren Beattie foi ao X para criticar a atuação de Alexandre de Moraes contra Bolsonaro e dizer que os Estados Unidos estão “prestando atenção e agindo”.


DESBRAVANDO O AGRO –No Estadão, o governo faz mapeamento de mercados para o redirecionamento de produtos agropecuários que deixarão de ser exportados aos Estados Unidos, caso a tarifa de 50% vigore em 1º de agosto.


… O trabalho ocorre em duas frentes: na abertura de novos mercados e na ampliação de fluxos comerciais para países que já têm acordos com exportadores brasileiros, com foco no Oriente Médio e na Ásia.


… O eixo inicial está nos setores que deverão ser mais atingidos e estão mais expostos ao mercado americano, como é o caso do suco de laranja, do café, da carne bovina, das frutas e dos pescados.


… Adidos agrícolas que atuam nas embaixadas procuram importadores para colocar o Brasil à disposição e câmaras de comércio de países árabes já acionam o governo para se apresentarem como destino para o redirecionamento.


… Um raio X inicial inclui a conclusão de negociações de abertura de mercado, habilitação de frigoríficos e negociação para redução tarifária. Todas as alternativas estão à mesa para minimizar o impacto do fluxo comercial afetado.


NOVO PRP –Em reunião nesta quinta-feira, a ANP aprovou a mudança da metodologia de cálculo do preço de referência do petróleo para distribuição de participações governamentais, como royalties e participações especiais.


… A nova metodologia entra em vigor em 1º de setembro e terá impacto a partir de novembro.


… A medida é parte de um grande pacote do Ministério de Minas e Energia para ajudar a aumentar a arrecadação do governo em 2025 e 2026, com estimativa de render R$ 35 bilhões aos cofres públicos neste ano e no próximo.


… Com a mudança, o cálculo passa a considerar o diferencial de qualidade do petróleo. Se o petróleo for de melhor qualidade, o seu preço de referência aumenta. Assim como, se a qualidade for inferior, diminui.


DÉFICIT EXTERNO E IPCA-15 –Mercado prevê déficit de US$ 4,3 bilhões nas transações correntes em junho (mediana do Broadcast), após -US$ 2,93 bilhões em maio. As estimativas variam de -US$ 5,7 bilhões a -US$ 2,8 bilhões.


… Para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana indica entrada líquida de US$ 4,70 bilhões em junho, ante saldo positivo de US$ 3,70 bilhões em maio. As expectativas vão de US$ 3,4 bilhões a US$ 5,0 bilhões.


… O Banco Central divulga o saldo das contas correntes e o IDP de junho nesta sexta-feira, às 8h30.


… Às 9h, o IBGE divulgará o IPCA-15, que deve acelerar de 0,26% em junho para 0,31% (mediana do Broadcast) em julho. As projeções vão de 0,21% a 0,36%. Para 12 meses, a mediana indica aceleração de 5,27% para 5,28%.


… Economistas avaliam que a alta nos preços das passagens aéreas deve pressionar para cima o IPCA-15 de julho, mas os alimentos in natura seguem como vetor baixista do índice nesta leitura.


… À primeira hora do dia, sai a terceira prévia do IPC-Fipe e, às 16h, a Aneel informará a bandeira tarifária de agosto.


MAIS AGENDA – Vendas no varejo no Reino Unido e o índice Ifo de sentimento das empresas na Alemanha abrem o dia dos mercados na Europa. Às 7h30, o BC da Rússia divulga sua decisão de política monetária.


… Ainda na Alemanha, Volkswagen divulga balanço antes da abertura.


… Nos Estados Unidos, saem as encomendas de bens duráveis em junho (9h30) e, às 14h, dados da Baker Hughes.


TRUMP – Presidente norte-americano viaja para o Reino Unido.


… Ontem à noite, Trump parabenizou a Austrália por concordar, após muitos anos, em aceitar a importação da carne bovina americana, na rede Truth Social. “Vamos vender muito para a Austrália a melhor carne bovina do mundo.”


TRUMP ATÉ AQUI NÃO QUIS PAPO – Faltando só uma semana para se esgotar o deadline imposto por Trump para impor os 50% de tarifas sobre os produtos brasileiros, o Ibovespa passou a antecipar o pior desfecho para esta guerra. 


… Foi uma surpresa que o câmbio e a curva do DI tenham conseguido preservar o sangue-frio, porque não houve indício no pregão regular de que o governo de Washington poderia desistir de esticar a corda desta crise até o limite.


… Hoje, o humor pode melhor, se o investidor apostar no poder do diálogo sinalizado por Alckmin. Ou piorar, porque Lula não quer ninguém “pondo a mão” nos minérios estratégicos.


… Ontem, com o canal de comunicação comprometido, o índice à vista da bolsa doméstica entregou os 134 mil pontos. Fechou em queda de 1,15%, aos 133.807,59 pontos, com giro de R$ 15,6 bi. Das 84 ações, só 16 subiram.


… Desde o dia do tarifaço, em 9 de julho, o investidor estrangeiro vem acelerando a fuga da B3. A retirada líquida de capital externo da bolsa já está em praticamente R$ 5 bilhões no acumulado do mês, dando a dimensão da cautela.


… Caíram em bloco ontem as blue chips do setor financeiro. Bradesco ON recuou 1,03%, para R$ 13,49; Bradesco PN perdeu 1,26%, a R$ 15,68; Itaú PN caiu 0,93%, a R$ 35,06; Santander, -0,45%, a R$ 26,40; e BB, -0,69%, a R$ 20,07.


… Diferente da tímida realização de lucro que havia ensaiado na véspera, quando caiu só 0,14%, desta vez, a Vale embarcou em uma queda firme de 1,55%, a R$ 56,53. Pegou carona na baixa de 0,55% do minério de ferro.


… Mas não parece ter sido só isso. Na contagem regressiva para o fim do prazo da imposição das tarifas, o investidor sentiu que Trump possa mesmo botar tudo a perder para o Brasil, disposto a comprar a disputa político-ideológica.


… Sob este risco, de que as negociações não deem em nada, faltou fôlego para as ações da Petrobras. O papel ON subiu só 0,11%, para R$ 34,88, e o PN recuou 0,16%, a R$ 31,94, descolando da alta firme registrada pelo petróleo.


… O barril do tipo Brent para setembro subiu 0,97%, a US$ 69,18, apostando no horizonte de acordos tarifários que os Estados Unidos ainda podem fechar depois do sucesso na negociação com o Japão e de olho na União Europeia.


CÂMBIO E DI NÃO PERDEM A POSE – Menos sensíveis do que a bolsa, o dólar e juros futuros preferiram aguardar os desdobramentos sem estresse, em meio à falta de novidades (Alckmin só falou após o fechamento).


… Analistas saíram caçando motivos para tentar explicar a razão de a moeda americana ter conseguido operar no zero a zero por aqui, em leve baixa de 0,06%, cotada a R$ 5,5199, driblando a valorização observada lá fora.


… Operadores no Broadcast citaram a alta do petróleo, os dados de arrecadação federal acima do esperado e a expectativa de IPCA-15 comportado como justificativas para o real não ter deixado a peteca cair. 


… A Receita informou que junho terminou com R$ 234,594 bilhões arrecadados, resultado perto do teto das estimativas do mercado, de R$ 237,2 bilhões, e o melhor desempenho para o mês de junho em 25 anos.


… O dado foi turbinado pelo aumento da alíquota do IOF, embora não esconda os ruídos fiscais constantes. 


… Apesar do impasse do tarifaço, a ponta longa do DI subiu com moderação e os demais trechos da curva fecharam perto dos ajustes do pregão anterior, ainda na expectativa (ou torcida) de que Trump quebre o gelo com o Brasil.


… O DI para Jan/26 fechou na mínima do dia, a 14,930%, (de 14,942% na véspera); assim como o Jan/27, a 14,200%, (de 14,218%). Jan/29 subiu a 13,510% (de 13,471%); Jan/31, a 13,770% (de 13,720%); e Jan/33, a 13,900% (13,824%).


… Lá fora, as taxas dos Treasuries emplacaram a segunda alta seguida, diante da perspectiva de novos acordos tarifários e de uma rodada de indicadores que sinalizou aquecimento da economia norte-americana.


… Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 217 mil na semana passada, contra a previsão de 227 mil. Já o índice PMI do setor de serviços subiu de 52,9 em junho para 55,2 em julho, melhor nível em sete meses.


… Também o dólar recebeu suporte dos dados positivos e da confiança nos progressos das negociações tarifárias, mas o BofA comenta que a moeda americana tem sido indiscutivelmente mais impactada pelas incertezas atuais.


O CREPÚSCULO DO DÓLAR – “Mesmo que ocorra uma transição de liderança mais convencional no BC americano, o mercado está começando a contemplar um mundo com um Fed menos restritivo”, segundo o BofA.


… Powell espera para ver, mas um corte virá.


… Na reunião de política monetária da semana que vem, é possível que o Fed ainda evite se comprometer com um relaxamento do juro em setembro, preferindo manter todas as opções em aberto, diante da guerra tarifária.


… Trump vai endereçando as negociações, mas os efeitos colaterais sobre a inflação ainda não estão claros.


… O dólar fez ontem uma pausa em sua tendência de enfraquecimento e o índice DXY fechou em alta de 0,17%, a 97,377 pontos. O euro fechou praticamente estável, em leve queda de 0,09%, cotado a US$ 1,1767, em dia de BCE.


… Sem surpresas, o juro no bloco europeu foi mantido em 2% e Lagarde evitou dar pistas sobre os próximos passos, mas o ING e a BofA Securities avaliam que a zona do euro pode realizar um corte final na reunião de setembro.


… Qualquer reação mais positiva do euro também foi sabotada pelos comentários de Lagarde de que os riscos econômicos tendem a ser negativos e que uma moeda mais forte pode reduzir a inflação mais do que o esperado.


… A libra recuou 0,52%, a US$ 1,3510, e o iene caiu para 146,88 por dólar. A Capital Economics projeta que o BC japonês retomará o ciclo de aperto em outubro, agora que o governo de Tóquio fechou acordo com Washington.


… Nas bolsas em NY, o tombo de quase 8% da IBM no day after de seu balanço custou uma queda de 0,70% para o Dow Jones, aos 44.694,09 pontos. Tesla afundou 8,20%, mas não melou mais um recorde histórico do Nasdaq.


… O índice eletrônico subiu 0,18%, a 21.057,96 pontos. Estável (+0,07%), o S&P 500 ficou em 6.363,39 pontos.


TRUMP NÃO VAI DEMITIR POWELL – Protagonista de confrontos abertos com o presidente do Fed, Trump visitou o canteiro de obras da reforma da sede do Fed, em Washington, que tem sido motivo para uma série de provocações.


… Lado a lado com Powell, em coletiva de imprensa, Trump voltou a cobrar corte de três pontos porcentuais nos juros, mas afirmou que não é necessário demitir o presidente do Fed, porque seria uma mudança muito drástica.


… Repetiu, porém, a importância de um relaxamento monetário no curto prazo e disse acreditar que Powell “fará a coisa certa”, ainda que tardiamente, porque “não temos inflação e temos bastante fluxo de capital entrando no país”.


… Em mudança do tom agressivo habitual, Trump considerou “produtiva e sem tensão” a conversa com Powell.


… Ouvida pelo Financial Times, a Pimco alertou que Trump pode enfrentar uma “revolta do mercado” se ameaçar a independência do Fed e que a ideia de que Powell precisa renunciar para preservar a independência não faz sentido.


… Questionado sobre um nome para a sucessão no Fed, Trump reiterou que tem duas ou talvez três pessoas em mente. O ex-governador do BC americano Kevin Warsh afirmou que ficaria “honrado em servir” se convidado.


CIAS ABERTAS –Segundo a Folha, a Justiça de Goiás extinguiu ação coletiva que exigia indenização de R$ 841 bilhões do BB por suposta venda casada de produtos na concessão de crédito rural…


… Valor exigido representava cinco vezes o valor de mercado do BB. Movida pela Associação Brasileira de Defesa do Agronegócio, a ação reuniu produtores rurais que diziam ter comprado produtos como seguro à liberação de crédito.


SABESP. O conselho de administração aprovou a 36ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no montante de até R$ 3 bilhões, para distribuição pública.


PETROBRAS deve manter a distribuição de dividendos mesmo num cenário de cotação do petróleo do tipo Brent mais conservador, de US$ 55 a US$ 65, segundo o BTG Pactual…


… Na visão do banco, a estatal pode se alavancar para manter a remuneração, em caso de queda dos preços do petróleo; nesse cenário, banco afirmou que as chances de a companhia pagar dividendos extraordinários diminuem.


AZUL conseguiu a liberação de cerca de US$ 850 milhões da segunda tranche do seu empréstimo com quitação prioritária (DIP), parte do processo de reestruturação da empresa em curso nos Estados Unidos (Chapter 11)…


… Do total, US$ 200 milhões vão ser de liquidez adicional e o restante será para pagar dívida prioritária em aberto…


… Companhia divulgou ao mercado que recebeu a aprovação final do Tribunal de Nova York para o seu financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão…


… Recurso é fornecido por bondholders (detentores de dívidas nos Estados Unidos), assim como a arrendadora AerCap.


YDUQS. Rossano Marques Leandro, atual CFO da empresa, vai substituir Eduardo Parente como CEO da companhia; Parente vai para o Conselho…


… Citi tem recomendação de compra para a ação da companhia, com preço-alvo de R$ 18; para o banco, substituição no comando da Yduqs entre os atuais membros da diretoria sinaliza continuidade, além de facilitar a transição.


TOTVS. Lazard reduziu participação para 4,9978% do total do capital social, equivalente a 29.956.614 de ações ON; movimentação ocorreu pouco depois de a gestora ter atingido participação de 5,005% do total do capital social.

Fabio Alves