Pular para o conteúdo principal

Postagens

Visão geral da Conjuntura IPEA

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos e Leonardo Mello de Carvalho A situação mundial passou por uma mudança radical de perspectivas desde que a epidemia do novo coronavírus, inicialmente circunscrita a uma região da China, adquiriu caráter global, transformando-se numa pandemia. O impacto econômico inicial, até meados de fevereiro, ocorreu principalmente no país de origem, porém rapidamente estendeu-se aos mercados financeiros mundiais. Hoje, medidas de isolamento social ou quarentena abrangem quase todos os países, numa escala e velocidade nunca antes vista, nem mesmo em períodos de guerra. Dado o ineditismo do choque sobre a economia mundial, fazer projeções macroeconômicas com um nível razoável de confiança tornou-se tarefa muito difícil. O grau de incerteza ainda é muito grande mesmo em relação aos aspectos epidemiológicos associados à Covid-19. Nesta visão geral da Carta de Conjuntura, não se pretende avaliar modelos epide...

O PAPEL DAS MICROFINANÇAS NA RECUPERAÇÃO DE DESASTRES

"O microfinanciamento funciona como uma ferramenta de recuperação após desastres? Evidência do Tsunami de 2004"  Leonardo Becchetti (Universita ́ di Tor Vergata) & Stefano Castriota (Universidade de Perugia) Desenvolvimento Mundial Vol. 39, Nº 6, pp. 898-912, https://lnkd.in/e-ZERuV  Resumo. —  "Avaliamos a eficácia do microfinanciamento como uma ferramenta de recuperação após o tsunami, testando o impacto de uma injeção de capital de doadores estrangeiros que recapitaliza um MFI do Sri Lanka e permite que ele refinancie mutuários seriamente danificados pela calamidade. Constatamos que os empréstimos obtidos com o IFM após o evento catastrófico têm um efeito positivo e significativo sobre a mudança na renda real e nas horas trabalhadas semanais, e que o impacto sobre as variáveis de desempenho é significativamente mais forte para os mutuários danificados do que os não danificados. Os resultados se mantêm após o controle dos efeitos de seleção e da heterogeneid...

XP revisando estimativas

XP REVISA ESTIMATIVA DO IBOVESPA AO FINAL DE 2020 DE 132 MIL PARA 94 MIL PONTOS Por Fabiana Holtz  São Paulo, 30/03/2020 - A XP Investimentos revisou sua estimativa para o Ibovespa ao final de 2020 de 132 mil para 94 mil pontos, diante do forte impacto esperado no lucro das empresas.  "Nessa projeção, o índice atingirá um múltiplo de Preço/Lucro de 10,7x o lucro projetado para 2021, ainda abaixo da média histórica de 12,5x e o pico de 14x", destaca.  Mesmo diante das fortes altas nas bolsas na última semana, o estrategista chefe da XP, Fernando Ferreira, recomenda cautela ao estimar que os indicadores econômicos e das empresas devem continuar deteriorando nas próximas semanas e o tempo que levará para o retorno a normalidade ainda é incerto. Além disso, as boas notícias, pelo menos nas principais economias, já foram anunciadas.  O ponto que mais preocupa, ressalta a XP, é o risco de pequenas empresas ficarem pelo caminho, e não conseguirem sobreviver a um ce...

Luiz A. Esteves

Luiz A. Esteves KEYNES, IMORTALIDADE E OBITUÁRIOS Recebi essa charge que - de forma irônica – acaba apresentando um fato estilizado bem conhecido e documentado da história econômica. A resiliência do pensamento de Keynes é realmente incrível. Keynes parece ser o único sobrevivente do longo prazo keynesiano. Por falar em imortalidade, Keynes foi um grande escritor de biografias e obituários. Em “The Collected Writings of John Maynard Keynes” – uma coleção com 30 volumes editado por Elizabeth Johnson e Donald Moggridge (LINK 1 abaixo) - há 45 biografias escritas por ele, sendo 16 obituários publicados no Economic Journal (prestigioso periódico onde Keynes dividia a função de Editor com Francis Edgeworth). Contudo, o trabalho mais fantástico foi o obituário que ele escreveu para o Alfred Marshall, um Tour de Force de 66 páginas (LINK 2 abaixo).

Rumo à recessão

Pelo relatório do BACEN nesta quinta-feira temos o crescimento do PIB em intensa revisão por causa do Coronavirus (Covid 19). Pelo lado da oferta, o maior tombo deve acontecer pelo lado da Indústria, revisando de 2,9% de crescimento para -0,5%. As indústrias extrativa mineral e da construção civil deve levar o maior tombo, de 7,5% para 2,4% e de 3,0% para -0,5%, respectivamente. Serviços deve escorregar de 1,7% para 0,90% e o setor agrícola mantendo-se em 2,9%.  Já pelo lado da demanda, o maior tombo acontece pelo lado dos investimentos, passando de 4,1% a -1,1%. Consumo das famílias deve crescer 0,8% contra 2,3%; e Consumo do governo de 0,3% para 0,2%.  Ao fim do ano, o governo acredita no crescimento de 0,012% contra projeção de 2,2%. 

Economia norte-americana em recessão

"De acordo com o modelo macro da Crescat Capital, a recessão americana está apenas no começo, com bastante espaço para evoluir. Enquanto isso, o Fed e o Governo americano continuam "jogando dinheiro do Helicóptero". Conseguirão conter a recessão?"

Nouriel Roubini

"O choque para a economia global do COVID-19 foi mais rápido e mais severo que a crise financeira global de 2008 (GFC) e até a Grande Depressão. Nos dois episódios anteriores, as bolsas de valores caíram em 50% ou mais, os mercados de crédito congelaram, as grandes falências se seguiram, as taxas de desemprego subiram acima de 10% e o PIB contraiu a uma taxa anualizada de 10% ou mais. Mas tudo isso levou cerca de três anos para acontecer. Na crise atual, resultados macroeconômicos e financeiros igualmente terríveis se materializaram em três semanas."