Já faz um tempo que não posto nada nas redes, por pura apatia mesmo. Minha última publicação, sobre o megaescândalo do Banco Master, foi mais um desabafo resignado, já prevendo que nada iria acontecer. Duas semanas depois, o banqueiro não apenas está solto como também blindado pelo próprio STF, que — em mais uma decisão monocrática de Toffoli — decretou sigilo no processo em que o escritório da esposa de Moraes atua.
Na mesma semana, Gilmar Mendes, com mais uma canetada monocrática, altera toda legislação referente ao impeachment de ministros do STF. E pensar que o Congresso chegou a aprovar um projeto para limitar decisões monocráticas… mas Bolsonaro vetou.
Na sua coluna semanal, o excelente Fernando Schüler pergunta: o que pode ser feito para barrar a escalada autoritária do STF?
Do Congresso dificilmente virá algo concreto. E, mesmo que venha, sempre há o risco de qualquer iniciativa ser carimbada como “inconstitucional” por algum ministro.
Há alguns anos, uma manifestação do comandante das Forças Armadas — como a de Villas Bôas na época do julgamento de Lula — poderia ter algum efeito para conter excessos do STF, assim como a autoridade moral da Lava Jato, então apoiada pela maioria da população.
Infelizmente, Bolsonaro não só destruiu a reputação da Lava Jato ao confrontar Moro para blindar seu filho (agora candidato a presidente), como também desmoralizou as Forças Armadas ao envolver parte de sua cúpula em sua aventura golpista.
Lula, mais uma vez, agradece a Bolsonaro por ter empurrado o STF e a imprensa para o seu colo. Noutra época, o simples fato de o irmão de Lula se ver envolvido no escândalo do INSS seria motivo de abertura de processo. Hoje, nem mesmo uma mesada de R$ 300 mil para o Lulinha — no mesmo esquema do INSS, que descontava diretamente das aposentadorias dos mais vulneráveis — gera qualquer reação institucional.
Parabéns, Bolsonaro e Lula! Vocês conseguiram extinguir qualquer ilusão de moralidade pública no Brasil. Corruptos de todos os espectros ideológicos agradecem.
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