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JP Morgan alerta para ciclo vicioso no mercado e aposta em inversão da curva de juros
A deterioração adicional dos mercados de juros e câmbio do Brasil após a apresentação do pacote fiscal do governo, casado com um quadro externo desfavorável a países emergentes após a eleição dos EUA, põe os ativos domésticos em risco de entrarem em um ciclo vicioso, alertam estrategistas do JP Morgan em relatório. Segundo eles, a aceleração da depreciação do real ante o dólar alimenta as expectativas de inflação, o que por sua vez eleva o prêmio de risco e exacerba as preocupações do mercado com a sustentabilidade fiscal. Nesse contexto, é necessária uma resposta das autoridades para atuar como um freio à deterioração constante, diz o relatório assinado pelos estrategistas Saad Siddiqui, Tania Escobedo Jacob, Gisela Brant e Santiago Olalquiaga Calcano. Diante do risco de que os mercados brasileiros entrem em um “ciclo vicioso”, o JP Morgan abriu posição tomada (que aposta na alta das taxas) em DIs com vencimento de janeiro de 2026, contra uma posição aplicada (que aposta na queda das taxas) no DI de janeiro de 2028, apostando em uma inversão da curva a termo. A meta da operação é uma diferença de 100 pb a favor da taxa do título de menor prazo. No início da operação, a taxa do DI de janeiro de 2026 operava em 13,91%, enquanto a do DI de janeiro de 2028 estava em 13,99%, uma diferença positiva de 8 pb. Ele ressaltam que, para frear a deterioração do câmbio e dos juros futuros, um aperto monetário agressivo pelo BC pode não ser suficiente sem uma “consolidação fiscal”, já que a elevação dos juros fragiliza ainda mais a trajetória da dívida pública, uma vez que aumenta o seu custo de rolagem.
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