BofA recomenda Brasil
🇧🇷 *Bank of America recomenda 'compra' em Brasil, na contramão de outros bancos*
Por: Luca Boni e Gabriel Ponte
TC Mover- O Bank Of America manteve recomendação de "compra" para o mercado acionário brasileiro, apesar da frustração dos investidores com a apresentação do pacote de contenção de gastos do governo na semana anterior, em postura contrária às recomendações negativas recentes de outros grandes bancos americanos para o país.
*O BofA antevê Ibovespa encerrando o ano de 2025 aos 145 mil pontos* – representando um potencial altista de 15% ante os níveis atuais, sem considerar reclassificações de múltiplos, dado o ambiente de juros consistentemente elevados e crescentes riscos para os lucros nos próximos anos.
*No relatório, com data de ontem*, o BofA acrescenta que, apesar da recomendação, opta por postura defensiva, favorecendo *setores menos expostos a um ambiente de juros elevados, como bancos selecionados, habitação de baixa renda, seguradoras, processadores de proteínas e indústrias globais*.
Os analistas do BofA, liderados por David Beker, alertam, entretanto, que o ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central encarece o custo de crédito, e que riscos adicionais podem vir oriundos de um enfraquecimento do câmbio, dada a deterioração fiscal.
*O BofA antevê Selic terminal de 13,0% em maio de 2025, embora com riscos altistas*. Também na visão do banco, o ritmo de crescimento da atividade econômica deve desacelerar a 2,0% em 2025, diante de um menor impulso fiscal, efeitos de base e taxas de juros acima do nível neutro, e avançando.
A leitura do BofA interrompe uma sequência de rebaixamentos dos mercados acionários locais por estrangeiros, dadas preocupações com a dinâmica dos gastos públicos, e disposição do governo local em conter as despesas, após o pacote de gastos mostrar-se insuficiente para conter temores entre operadores com o compromisso real do governo em torno do arcabouço fiscal.
*Na ponta oposta*
Na semana anterior, estrategistas para América Latina do JPMorgan reduziram recomendação de ações no Brasil para "neutra", favorecendo "compra" ao México, e classificando o Brasil como "Dia da Marmota" em relação às preocupações fiscais, que estão sempre voltando ao radar.
Também na semana anterior, o banco suíço Julius Baer rebaixou o Brasil a "neutro", ante "compra", diante de uma "corrosão da credibilidade fiscal".
O Morgan Stanley também recomendou "venda" às ações locais, diante da dificuldade de ver "expansão dos múltiplos" com juros elevados e seguindo em movimento de alta, enquanto o crescimento encontra-se sob risco.
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