Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: A semana passada foi bastante boa para as bolsas, com Nova Iorque +1,6% e Europa +1,4% (ESP +3,1%). Materializaram-se os desenvolvimentos mais prováveis e razoáveis: o BCE repetiu em 2,00/2,15% Depósito/Crédito, sem orientar movimentos seguis e reviu em alta o PIB e a inflação; e a inflação americana aumentou até +2,9% desde +2,7%. Sem dano para o mercado entre ambas as referências, este continuou a subir. Mas o recente bom tom das obrigações após algumas semanas complicadas no verão é mais chamativo do que a subida das bolsas: o T-Note já se aproxima muito de 4%, enquanto Itália está prestes a tornar-se a nova França: 3,54% vs. 3,48%. As obrigações reajustam-se internamente na Zona Euro sem dar lugar a tensões sérias. E isso acresce serenidade às bolsas. Na sexta-feira, Fitch baixou o rating a FRA (A+ Estável desde AA- Negativa), mas subiu o de PORT (A Estável desde A- Estável), enquanto o S&P subiu o de ESP (A+ Estável desde A Estável). A deterioração de umas obrigações é contrastada pela melhoria de outras, portanto as bolsas não só não sofrem, ganham serenidade.
Esta semana, a Fed de quarta-feira decide quase tudo, embora também tenhamos BoE, BoJ, BoC e Norges. O mais provável é que a Fed baixe -25 p.b. até 4,00/4,25%, dececionando a minoria que conserva a esperança de -50 p.b. E acreditamos que esse corte será acompanhado de umas estimativas de PIB 2025/27 parecidas às de junho (+1,4%/+1,6%/+1,8%) ou milimetricamente inferiores, de inflação talvez um pouco superiores (desde +3,0%+2,4%/+2,1%) e semelhantes de desemprego (4,5%/4,5%/4,4%). Isso deverá reajustar um pouco em alta as perspetivas de taxas de juros do diagrama de pontos (gráfico onde os conselheiros se posicionam sobre taxas de juros futuras), mas seria um ajuste fino, sem mudanças relevantes. Se estamos mais ou menos certos, a Fed transmitirá um pouco de deceção à ala mais dovish/suave (i.e., otimista sobre descida de taxas de juros) do mercado e resultará numa semana menos generosa em subidas do que a anterior, ou até lateral. Em baixa, é difícil.
Também teremos descidas de taxas de juros do Canadá (-25 p.b., até 2,50%) e talvez da Noruega (-25 p.b., até 4,00%), mas o Reino Unido e o Japão repetirão (4,00% e 0,50%, respetivamente). China publicou, esta madrugada, macro fraca (Preços Habitação -2,5%; Prod. Industrial +5,2%; Vendas a Retalho +3,4%), mas não influencia o mercado. E a única referência relevante de hoje é o Empire Manufacturing (13:30 h; +4,3 vs. +11,9), mas tampouco influenciará grande coisa, considerando que todos esperamos e temos a atenção na Fed de quarta-feira. De segunda a quarta-feira, o mercado deverá permanecer à espera, movendo-se num intervalo estreito, sem fazer nada de especial. E depois, de acordo com o que a Fed diga, mas não é impossível que deixe o mercado um pouco frio. Poderá ser uma semana difícil.
NY +0,8% US tech +0,6% US semis +0,6% UEM +0,5% España +0,7% VIX 14,7% Bund 2,65% T-Note 4,03% Spread 2A-10A USA=+49pb B10A: ESP 3,22% PT 3,06% FRA 3,43% ITA 3,48% Euribor 12m 2,168% (fut.2,127%) USD 1,173 JPY 173,0 Ouro 3.652$ Brent 65,9$ WTI 61,9$ Bitcoin +1,3% (115.651$) Ether +2,9% (4.550$)
FIM
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