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Paulo Roberto de Almeida

 A The New Yorker, a excelente revista intelectual americana, da qual fui assinante enquanto residia nos EUA, tem um artigo de capa, na edição de 23 de junho de 2025, cuja pergunta título eu vou responder antes mesmo de ler a matéria: 


Can Ayatollah Khamenei, and Iran’s Theocracy, Survive This War?

The future of the Islamic Republic may be shaped more by the country’s culture and politics than by the military prowess of its opponents.


Vou responder que sim, totalmente sim, absolutamente sim, qualquer que seja a destruição infligida a seu patrimônio material, a seus equipamentos bélicos, a seu programa nuclear, ainda que toda a sua atual liderança teocrática, reacionária, repressiva, ditatorial, antifeminista, antigays, antissionista e antiamericana, ainda que tudo isso seja eliminado, a golpes de mísseis, bombardeios, assassinatos dirigidos, operações abertas ou clandestinas de supressão de seus guardas revolucionários e até mesmo Forças Armadas, mesmo que sua capital e principais instalações militares sejam extirpadas da face da terra iraniana.

Sim, tudo isso sobreviverá às bombas israelenses e americanas, pela simples razão que uma sociedade não pode ser "consertada", nenhuma sociedade pode ser "ajustada", por mais que ela esteja errada – economicamente, politicamente, socialmente, diplomaticamente –, por mais que ela seja disfuncional e negativa para o seu próprio povo, à custa de bombas e destruição impostas de fora.

A sociedade iraniana, como qualquer outra, possui uma história, uma cultura, uma forma de ser, que não são moldados pelo alto e de fora. Tudo depende de sua dinâmica própria, e ela virá, no momento apropriado para o povo iraniano.

Sim, infelizmente os teocratas reacionários do regime iraniano atual sobreviveram e continuarão impondo sua ditadura sobre o povo, as mulheres, a sociedade iraniana, enquanto sua dinâmica própria não for transformada a partir de dentro, pela vontade da maioria do seu povo. Não creio que as bombas trarão algum resultado positivo, apenas sofrimento e opressão para a maioria da sociedade.

Pronto, vou ler o artigo agora.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 24/06/2025

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