O repórter Álvaro Gribel mata a charada. O que ele diz é óbvio, mas às vezes o óbvio precisa ser dito e repetido. No caso, o óbvio é que o governo do PT vive de puxadinhos para apagar incêndios, enquanto o grande problema estrutural brasileiro permanece intocado: a incapacidade de manter o Estado brasileiro nos limites da já brutal carga tributária de 33% do PIB.
Comecemos por aí. Nossa carga tributária está alinhada com a média da OCDE e é cerca de 10 pontos percentuais do PIB acima da média de países com renda/capita semelhante. Portanto, qualquer solução que envolva aumento líquido de impostos será recebida a pauladas, como ocorreu ontem na Câmara.
Gribel repete o mantra que tem dominado as discussões sobre o tema: o próximo governo precisará fazer “alguma coisa”. O problema dessa expectativa é que ESTE GOVERNO já deveria ter feito alguma coisa. E fez: aprovou uma PEC da gastança de quase R$ 200 bi, permitindo que navegasse os seus primeiros anos sem problemas. Quem garante que a “coisa” feita pelo próximo governo não seja uma outra PEC dessa natureza, empurrando a situação, mais uma vez, com a barriga?
Claro que tudo isso tem um custo. Não temos uma taxa de juros pornográfica à toa. O próximo governo deverá fazer “alguma coisa”. Se for do PT, já sabemos que continuará na base dos puxadinhos para tentar aumentar impostos, e a tarefa de enfrentar as distorções do Estado brasileiro ficará para o “próximo governo”.
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