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Gestora britânica sai do País

 *💰 Schroders encerra operação no Brasil e sela acordo com Riza e Gama para assumirem fundos-Valor*

A gestora britânica Schroders, que globalmente reúne mais de US$ 1 trilhão, decidiu encerrar a operação no Brasil. Com o equivalente a US$ 1,7 bilhão em recursos de investidores locais, os fundos com gestão doméstica vão ser transferidos para a Riza Asset Management e os veículos (“feeders”) que investem em estratégias da casa no exterior ficarão sob responsabilidade da Gama Investimentos, que representa algumas assets estrangeiras de referência no país.


Segundo Gonzalo Binello, chefe da gestora para a América Latina, a saída não tem relação com o ciclo macroeconômico brasileiro nem tampouco com a eficiência da subsidiária brasileira. Resultou de uma mudança de rota após a ascensão de Richard Oldfield ao posto de executivo-chefe (CEO) do grupo. Em março, o novo comando estabeleceu um programa de transformação de três anos para reposicionar a marca para um crescimento sustentável. A otimização das operações fez parte deste plano.


“Basicamente, após uma revisão abrangente de todos os negócios que temos ao redor do mundo, foi decidido em quais poderíamos expandir mais facilmente. A concorrência global está muito acirrada para os gestores de recursos. Há, portanto, uma necessidade de focar nos negócios que podem proporcionar uma escala maior”, diz Binello, ao compartilhar esse passo com o Valor.


Ele acrescenta que houve uma seleção para fechar operações que não apresentem potencial de escala que faça diferença para a gestora a nível global. Foi assim que o Brasil entrou nesse exercício. A administração mantém sob sigilo quais mercados pretende privilegiar adiante.


Daniel Celano, executivo à frente da operação no Brasil desde 2014, diz que recebeu com certa surpresa a decisão da matriz. Mas reflete que uma coisa é estar debaixo de uma operação global de US$ 400 bilhões, e outra quando vira o ponteiro para o clube do trilhão. “Agora, uma empresa de US$ 1 trilhão começa a tomar decisões de escalabilidade.”


Ele conta que começou a avisar os clientes ontem, e tem trabalhado para fazer uma transição organizada para os investidores. Os acordos com a Riza e a Gama para assumirem as carteiras fizeram parte desse arranjo.


A Riza atua nas mesmas classes de fundos que a Schroders tem hoje, com carteiras de crédito, ações e renda fixa, enquanto a Gama já é representante conhecida de gestoras estrangeiras no Brasil, atuando em canais semelhantes, afirma o executivo. Há também uma sobreposição de relacionamentos, os clientes já conhecem as duas casas. “É uma boa combinação para ambos os casos, mas é apenas uma sugestão, os clientes decidirão o que pretendem fazer, afinal. Mas queremos ter uma opção, não apenas dizer ‘ei, estamos indo embora’, estamos tentando oferecer alguns caminhos possíveis.”


Pelo último ranking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de julho, a Schroders aparecia com R$ 26,2 bilhões sob gestão, só que pouco mais de R$ 19 bilhões são de clientes globais que investem em ações no Brasil. Esta parcela permanecerá sob responsabilidade da gestora britânica.


A Riza reúne cerca de R$ 18 bilhões e tem na sua carteira alguns portfólios de crédito com melhor performance do que aqueles que vai receber da Schroders — o que pode ser um incentivo para os investidores aprovarem a troca da gestão em assembleia. Num primeiro momento, os fundos permanecerão separados. A gestora pretende assumir alguns funcionários vindos da asset britânica, segundo fonte a par do plano. No total, a Schroders tem 30 funcionários no país. A Gama, por sua vez, tem mais de R$ 5 bilhões em fundos de gestoras estrangeiras que representa no Brasil.


https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/09/03/schroders-encerra-operacao-no-brasil-e-sela-acordo-com-riza-e-gama-para-assumirem-fundos.ghtml

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