Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Ontem, tudo bem, como estimado nos desenvolvimentos mais prováveis e razoáveis. O BCE repetiu em 2,00/2,15% Depo/Crédito, sem orientar sobre movimentos seguintes, e reviu em alta o PIB e a Inflação, portanto foi interpretado como hawkish/duro e o euro depreciou-se desde 1,168/€ até 1,173/€. E a inflação americana aumentou até +2,9% desde +2,7%, sem surpreender positivamente apesar dos bons Preços Industriais publicados na quarta-feira. Sem dano para o mercado, este dedicou-se a subir outra vez. Tanto as bolsas como as obrigações.
Mas o bom tom das obrigações nas últimas horas é mais chamativo do que a subida das bolsas: o T-Note aproxima-se muito de 4% (4,03%), enquanto ITA está prestes a tornar-se a nova FRA: 3,48% vs. 3,43%. Com o diagnóstico sobre ITA a evoluir para melhor e a deterioração política/fiscal de FRA, as obrigações italianas substituem as francesas, pouco a pouco. E o melhor desta convergência de yield é que ocorre principalmente pela redução da italiana e não pela elevação da francesa, que aguenta muito bem e até se reduz um pouco (novamente, os balanços gigantes dos bancos centrais; lembrete: o BCE tem 30% da dívida emitida pelos governos europeus).
HOJE, os futuros vêm a subir um pouco mais (ca. +0,2%). A referência é a Confiança da Univ. de Michigan (15 h), que se espera mais ou menos lateral (58,0 vs. 58,2), mas o mais importante são as suas componentes de expetativas de inflação, que agora estão em +4,8% a 1 ano e +3,5% a 5 anos, que vêm a reduzir-se e sobre as quais não se realizam estimativas. Este dado pode determinar o fecho de uma semana que foi bastante boa para as bolsas (Nova Iorque +1,6%; Semis EUA +4,1%; Europa +1,3%) e que, por isso, seria normal que a sessão de hoje se movesse de mais a menos, inclusive sem motivo que o provoque.
Excecionalmente para uma sexta-feira, após o fecho do mercado, S&P anunciará a sua revisão sobre ESP, que poderá melhorar em algum aspeto, ao julgar pela boa evolução do prémio de risco (57 p.b. vs. 79 p.b. FRA vs. 83 p.b. ITA)… e, caso melhore um pouco, parece o mais provável que seria a sua Perspetiva desde Estável até Positiva, deixando rating em A. E Fitch revê FRA e PT. PT só melhora desde 2018 (quando estaba em BBB e agora em A-), enquanto França só piora desde 2013 (estava em AA+ e agora AA-). FRA poderá piorar e PT melhorar, se mover um pouco.
CONCLUSÃO: O tom é bom, mas após uma semana tão boa com Michigan apenas às 15 h, deverá decair progressivamente até aplanar ou realizar lucros milimétricos, embora isto não esteja insinuado na pré-abertura. Será um dia de movimentos em intervalos estreitos, pouco interessante. A atenção mover-se-á para a Fed da próxima quarta-feira, que será muito importante porque moverá, pelo menos, -25 p.b. até 4,00/4,25%, mas não é impossível (embora sim improvável) que sejam -50 p.b. e, em todo o caso, a abordagem de Powell será determinante para apreciar em que medida continuará a baixar com base num emprego mais débil.
NY +0,8% US tech +0,6% US semis +0,6% UEM +0,5% España +0,7% VIX 14,7% Bund 2,65% T-Note 4,03% Spread 2A-10A USA=+49pb B10A: ESP 3,22% PT 3,06% FRA 3,43% ITA 3,48% Euribor 12m 2,168% (fut.2,127%) USD 1,173 JPY 173,0 Ouro 3.652$ Brent 65,9$ WTI 61,9$ Bitcoin +1,3% (115.651$) Ether +2,9% (4.550$)
FIM
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