Pacote fiscal do Haddad
Foi quase um mês de espera. Foram se reunindo, discutindo, divergindo...e adiando a decisão.
Ao fim, saiu um "peteleco", não um potente pacote de medidas fiscais, de contenção de despesas. Ideias de medidas de ajuste estrutural foram apenas isso, "ideias"...Dificilmente, devem ser "preservadas" no Congresso. Esta é a nossa percepção.
Foi constrangedor o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não sabia onde enfiar a cara. Seu discurso, em rede de TV, beirou o ridículo. Parecia propaganda política de governo, destacando seus feitos. E o pior é que era!
Um pouco antes, a pesquisa de avaliação Paraná tinha mostrado o "derretimento" da popularidade do governo do PT. "Algo precisava ser feito." E foi o que foi feito. O anúncio do pacote de contenção fiscal perdeu espaço para uma peça de propaganda política.
No cerne das propostas, o anúncio "politiqueiro" da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, em contrapartida a uma taxação de 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil (aos chamados "super ricos").
Os experts da comunidade de economistas logo irão se apressar em dizer que ambas as medidas se compensam, sendo "neutras". Difícil afirmar isso neste momento.
Em complemento, tivemos a limitação ao reajuste do salário mínimo à 2,5% mais IPCA, não mais pela média do PIB de dois anos mais inflação, o controle da emissão de emendas parlamentares, um pente fino sobre os beneficios sociais, etc.
Tudo pensando no "respeitar" das regras do arcabouço fiscal.
Mexeram-se também com as sinecuras dos "milicos", como a impossibilidade de colocar o pijama aos 48 a 50 anos, agora definida a idade mínima em 55 anos, e as transferências de pensões para as filhas.
Mas por que isso não foi feito na reforma da previdência "meia boca" do Paulo Guedes? E por que não mexer também com as várias sinecuras do Legislativo e do Judiciário?
Outras medidas foram aventadas, mas, de boa? Dificilmente, devem passar pelo Congresso.
Enfim, pelas intensas negociações entre as lideranças do governo, os ministros, o PT, dificilmente, deve sair coisa boa no Congresso. Teremos um pacote bem desidratado. A aguardar.
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