Pular para o conteúdo principal

Dan Kawa

 🇧🇷 *Dan Kawa-Brasil, Mostra a tua cara!*


Qual o seu "estômago" para aguentar volatilidade alta? Qual a sua propensão a tomar risco, sabendo que o curto-prazo será extremamente desafiador e volátil, mas que poderá ter retornos positivos e elevados (acima do CDI) em prazos mais longos?


Diante dos desafios da economia e dos mercados no Brasil nas últimas semanas, a pergunta acima deve ser a primeira (e talvez a mais importante) que deveríamos nos fazer no momento de construir um portfólio de ativos financeiros.


Carregar boas ações no atual nível de preço e valuation dos mercados no Brasil; comprar papeis IPCA+ com juros reais acima de 7%; alocar em juros prefixados acima de 14%; e etc, costumam ser estratégias vencedoras, leia-se, que entregam retornos substancialmente acima do CDI, historicamente, em prazos mais distendidos (ou prazos mais longos).


Contudo, não podemos esconder (ou esquecer) o fato de que as condições de contorno do Brasil são extremamente desafiadoras; que um CDI rumando a 14% é um ativo "sem volatilidade" e "de baixo risco" (sem entrar no mérito do custo de oportunidade ou do risco de explosão da inflação); e que o curto-prazo pode nos reservar novas rodadas de deterioração da economia e dos mercados locais.


Um portfólio balanceado implica em ter alocações internacionais, em dólares, independente da taxa de câmbio. O tamanho dessa alocação relativa ao seu portfólio total irá depender exatamente dessa propensão de cada um a lidar com desafios em janelas mais curtas de tempo, assim como em seus passivos e objetivos de longo-prazo.


O pior que podemos fazer é não termos um "plano de voo" para nossos investimentos, entrarmos em desespero nos momentos mais agudos e/ou nos animarmos excessivamente em períodos de bonança (com o famoso FOMO).


O meu objetivo aqui não é "jogar para debaixo do tapete" o fato de que estamos em uma situação muito delicada para a economia e os mercados locais. Os eventos dessa semana reforçam a visão de que apenas uma mudança radical de política econômica, que talvez precise de uma mudança de governo, será capaz de reverter a tendência negativa dos ativos brasileiros.


O cenário de curto-prazo (6 a 18 meses) pode sim ser classificado como negativo ou desafiador para o Brasil e os seus ativos.


A minha intensão é lembrar que investir, muitas vezes, tem mais a ver com psicologia, do que com qualidade técnica ou conhecimento financeiro. Por isso, conhecer adequadamente o seu horizonte de investimento, a sua propensão a aguentar volatilidade e a sua necessidade de liquidez, são itens fundamentais para que decisões erradas não sejam tomadas nos piores momentos possíveis.


A maior parte dos investidores bem sucedidos no longo-prazo foram aqueles propensos a ter posições "contrarian", aguentar momentos ruins e investir em meio ao desconforto.


Todavia, precisamos construir adequadamente os nossos portfólios para podermos atravessar esta tormenta e sairmos vivos do outro lado desta tempestade.


https://x.com/DanKawa2/status/1862405571921473846

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Livros

  " O livro de Marshall B. Reinsdorf e Louise Sheiner oferecem, em The Measure of Economies: Measuring Productivity in an Age of Technological Change, uma análise pertinente e necessária ao panorama económico contemporâneo. Este trabalho, publicado em 2024, desafia os métodos tradicionais de medição do PIB, argumentando que as práticas do século XX são inadequadas para avaliar a produtividade no contexto do século XXI, marcado pela transformação tecnológica. Com capítulos assinados por peritos em economia, a obra não se limita a apresentar os problemas inerentes às práticas actuais, mas propõe alternativas inovadoras que abrangem áreas como a economia digital, os cuidados de saúde e o ambiente. A estrutura é equilibrada, alternando entre a crítica aos métodos estabelecidos e as propostas de solução, o que proporciona uma leitura informativa e dinâmica. Um dos pontos fortes deste livro é a sua capacidade de abordar questões complexas de forma acessível, sem sacrificar a profundidad...

Já deu...

  Fernando Haddad, mais um poste criado pelo Deus Lula, disse que o cidadão é o "maestro da Orquestra". Estamos fufu. Lula não tem mais a mínima condição de ser maestro de nada, nem da sua casa, em quem manda é a Janja. É o ocaso de um projeto de poder, do lulo-petismo, que foi se transformando num culto fajuto à personalidade, nas piores personificações das ditaduras corruptas de esquerda. Lula já não consegue concatenar ideias, está cansado e sim, mto velho. Já deu.

Guerra comercial pesada