“Se o brasileiro for às urnas inseguro, vai votar contra Lula”
O novo estudo da Quaest, apresentado por Felipe Nunes no livro Brasil no Espelho, mostra algo inquietante: depois de 26 anos, o Brasil voltou emocionalmente a 1997. O eleitor está novamente com medo — medo da violência, da economia, da instabilidade política — e esse sentimento será o eixo da eleição de 2026. Quem gerar percepção de segurança vence; quem não conseguir, perde. E, segundo Nunes, hoje o brasileiro não se sente seguro, o que abre um enorme flanco para a oposição.
A fotografia do país é paradoxal: somos uma sociedade majoritariamente de centro-direita, mas cheia de ambiguidades. Metade da esquerda é conservadora. Os “liberais sociais” (antigos tucanos) e o “empreendedor individual” — o motorista de aplicativo, a cabeleireira, a manicure — serão o fiel da balança. Esses grupos não acreditam que o Estado produz prosperidade; querem ordem, estabilidade e liberdade para trabalhar.
Nunes afirma com todas as letras: se o eleitor chegar em 2026 com medo, votará contra Lula. O país é punitivista, quer leis duras, mas não é armamentista; quer autoridade e resultados. E o governo Lula tem enorme dificuldade nesse campo, tanto por sua posição histórica quanto por seus movimentos recentes. A estratégia de 2022 não funcionará sem Bolsonaro na disputa. A polarização lulismo x bolsonarismo pesa mais que ideologia — mas isso pode ruir rápido.
👉 Conclusão: a disputa real em 2026 será entre quem entrega segurança e quem desperta insegurança. Estado grande ou pequeno? Mais regulação ou menos? Mais democracia ou risco de ruptura? No fundo, a eleição será decidida por um sentimento simples e brutal: o medo. E hoje ele joga contra o governo.
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