Análise Bankinter Portugal
NY +0,2% US tech -0,4% US semis +0,8% UEM +0,8% España +0,7% VIX 14,9% Bund 2,85% T-Note 4,16% Spread 2A-10A USA=+63pb B10A: ESP 3,29% PT 3,15% FRA 3,56% ITA 3,52% Euribor 12m 2,298% (fut.2,481%) USD 1,174 JPY 182,8 Ouro 4.282$ Brent 61,6$ WTI 58,0$ Bitcoin +2,6% (92.520$) Ether +1,6% (3.253$).
SESSÃO: Temos um arranque de sexta-feira animado, para compensar que não irão ser publicadas referências relevantes ao longo do dia. Mas a sessão irá aguentar melhor do que parece. Broadcom publicou ontem à noite, após o fecho de Nova Iorque, bons resultados e guias, mas na conferência com analistas foi dito que as margens dos seus chips para IA são inferiores às restantes e cai -4,5 % em aftermarket. Rutte (NATO) afirmou que a Europa deve preparar-se para um ataque da Rússia no flanco este, referindo-se indiretamente às repúblicas bálticas. Foi bastante claro. E os EUA irão abordar mais navios petroleiros com petróleo venezuelano, subindo um escalão na preparação para o que, estimamos, será uma extração iminente da elite do regime. Também destaca o contínuo debilitamento do USD durante esta semana; ontem à noite também (1,174/€), devido à expetativa de descidas de taxas de juros da Fed, confirmada após a sua reunião de quarta-feira e que fizeram desaparecer as esperanças dos mais hawkish/duros. Este debilitamento do USD favorece a procura de refúgio nos ativos tangíveis, como matérias-primas e, particularmente, o ouro e o petróleo, para se protegerem de forma intuitiva, sem mais argumentos.
Oracle e, desde ontem à noite, Broadcom prejudicam a tecnologia mediante uma interpretação um pouco simples sobre a IA. Oracle pode chegar a ser um problema, mas provavelmente será resolvido mediante uma operação corporativa (fusão ou aquisição) antes de se deteriorar mais e detonar como problema, visto que tem muita dívida (ca.3,6x Fundos Próprios) e gera FCF negativo devido a elevados investimentos que não pode permitir, mas que se não os realizar ficaria de fora dos avanços na IA.
E Broadcom não é nenhum problema, pelo contrário: a empresa vai bem e acontece-lhe, simplesmente, algo parecido a Nvidia: o mercado tornou-se extremamente exigente e enquanto identificar algum aspeto débil (a referência às suas margens em IA, neste caso), castiga. Mas convém avaliar isto com certo sentido da proporcionalidade para determinar a sua importância real: admite que as suas margens irão deteriorar-se 100 p.b. no próximo trimestre, mas desde uma margem EBITDA de 67%, então isso significaria cair a 66%! Tampouco gostou de não ter disponibilizado guidance 2026 sob o argumento de carecer de visibilidade sobre os resultados, mas a realidade é que nunca deu guias além de um trimestre, portanto não é nada de novo. Na nossa opinião, trata-se uma oportunidade para comprar na debilidade a partir de hoje mesmo.
CONCLUSÃO: Não acontece nada de grave com base em Broadcom, mas tampouco por causa de Oracle. A debilidade da tecnologia americana é transitória e as circunstâncias oferecem uma boa oportunidade para comprar Broadcom na debilidade. E, por extensão, provavelmente também as contagiadas: Nvidia (-1,6%), Alphabet (-2,4%), Applied Mat. (-1,8%), Intel (-3,1%), Micron (-2%)… O mercado irá encarar isto com mais serenidade do que parece, portanto, provavelmente, a Europa irá subir um pouco hoje e Wall St. com arranque fraco, retrocedendo um pouco, para reduzir-se para neutral ou até positivo suave no final da sessão. A atenção depois estará no importante da próxima semana: repetição de taxas de juros na UE (2,00/2,15%), descida no Reino Unido (-25 p.b., até 3,75%) e subida no Japão (+25 p.b., até 0,75%), assim como o regresso da macro americana após a reabertura do governo (emprego e inflação). Apenas nos devemos preocupar com as futuras OPVs da IA (OpenIA, Anthropic…), que não são iminentes, e com a Rússia, que é imprevisível. A situação da Venezuela é provável que saia bem, influenciará positivamente sobre as bolsas (torna o petróleo mais barato e reconstrução económica) e parece iminente ou breve. Na próxima quarta-feira, publicaremos a nossa Estratégia de Investimento 2026 (em espanhol; brevemente em português), reafirmando a nossa abordagem já conhecida pró-riscos num contexto não isento de riscos que, no entanto, não se materializam.
FIM
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