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Bankinter Portugal Matinal 1912

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Ontem à noite, a Fed fez o que esperávamos: -25 p.b. até 4,25/4,50%, mas, principalmente, a sua nova abordagem mais hawkish/dura, tanto por umas estimativas macro melhores (mais PIB, mais inflação) como por um diagrama de pontos de estimativas sobre taxas de juros futuras 2025/26 (anónimo de cada conselheiro) mais elevadas (ou menos baixas) em 50 p.b. Além disso, um conselheiro queria manter em 4,50/4,75%. Os detalhes sobre resultados estão na nossa nota publicada ontem à noite, para não complicar um resumo como este. Isso significa que as nossas estimativas não estavam nada desviadas, embora não estivessem alinhadas com o suposto consenso de mercado. Por isso, nós alegramo-nos por termos feito bem as estimativas, apesar do risco que implica desmarcar-se do mercado. Nova Iorque caiu -3%. Na tecnologia, as coisas complicaram-se um pouco mais, porque Micron publicou ontem no fecho de Nova Iorque resultados em linha, mas fez uma revisão em baixa do seu guidance e caiu -16% em aftermarket. 

 

Continuamos a estimar que quando a Fed termine de baixar taxas de juros, estará em 3,50/3,75%, mas em março de 2026, fechando 2025 em 3,75/4,00%. De forma que, estimamos a sua última descida de taxas de juros em março de 2026. E isso, reafirmamos depois da Fed de ontem à noite, levará a que o BCE não possa TECNICAMENTE baixar mais além de 2,25/2,40% (Depósito/Crédito), onde terminará em abril de 2025. Se baixar mais, seria por motivos POLÍTICOS, para reativar o PIB europeu, para o qual não tem mandato explícito (como tem a Fed, cujo mandato é duplo; inflação/PIB e emprego). Em coerência com este ambiente menos laxista em taxas de juros, o Japão/BoJ repetiu, esta madrugada, em 0,25%, mas, como na Fed, um conselheiro votou a favor de subir até 0,50%. Recordemos que tem a inflação em +2,3% e que amanhã sairá o registo de novembro, provavelmente a aumentar até +2,9%. Nada menos. Como, nessa mesma linha, sairá também amanhã o Deflator do Consumo americano (PCE) a aumentar até +2,5% desde +2,3%, com Subjacente desde +2,8% até +2,9%. Recordemos que ontem saiu a inflação do Reino Unido a aumentar até +2,5% desde +2,3% e Subjacente +3,5% vs. +3,3%. Estes aumentos da inflação travarão o laxismo dos bancos centrais e será difícil entender o motivo da maioria do mercado não o ver. Ou nega a aceitá-lo. 

 

HOJE, às 08:30h, Suécia/Riksbank provavelmente baixará -25 p.b., até 2,50%, mas, às 09h, Noruega/Norges repetirá em 4,50%; e às 12h, Reino Unido/BoE ídem em 4,75%. Sem níveis respeitáveis por elevados… certamente. Esta tarde/noite, publicaremos a nossa Estratégia de Investimos 1T 2025: “Moderação de ritmo, não mudança de direção. Avaliações apoiadas, mas potenciais modestos. Riscos em alta. Dissociação.”, na qual explicaremos que, com inflações a resistirem a retroceder e taxas de juros a baixar menos do que o esperado, as bolsas oferecem pouca vantagem depois de um 2024 tão bom. A única exceção positiva é Wall St. Os cortes de final de ano tampouco nos apanham de surpresa e recebemo-los com agrado, que advém do facto de termos repetidamente alertado para isso, por bom senso e por verificação das nossas avaliações. 

 

Portanto, HOJE bolsas muito frias (volatilidade VIX +11pp), com Europa a cair, embora Nova Iorque tente recuperar contra a inércia, porque a sua queda de ontem à noite foi dura, yield das obrigações em alta (T-Note em 4,51% e Bund 2,30%) e dólar ainda mais forte (1,035/€). A limpeza, depuração e clarificação são sempre boas, embora doam um pouco quando ocorrem. 

 

S&P500 -2,9% Nq-100 -3,6% SOX -3,9% ES-50 +0,3% IBEX +0,3% VIX 27,6% Bund 2,25% T-Note 4,52% Spread 2A-10A USA=+18pb B10A: ESP 2,94% PT 2,72% FRA 3,06% ITA 3,40% Euribor 12m 2,474% (fut.2,067%) USD 1,037 JPY 161,0 Ouro 2.613$ Brent 73,2$ WTI 70,2$ Bitcoin -2,4% (101.170$) Ether -3,6% (3.677$). 

 

FIM

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