Grande escritório da XP de olho

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Maior escritório da XP está de olho na operação brasileira do suíço Julius Baer


Por Rennan Setti

07/11/2024  

A Fami Capital, maior escritório de assessoria de investimentos plugado à XP, com R$ 70 bilhões em ativos sob custódia, é uma das interessadas em comprar a operação brasileira do banco suíço Julius Baer, apurou a coluna.

Como informou o site Neofeed esta semana, o Julius Baer contratou o Goldman Sachs para ajudá-lo a se desfazer do negócio — que já chegou a ter mais de R$ 80 bilhões em carteira no Brasil, mas vem reduzindo tanto sua equipe quanto o volume de ativos sob gestão, hoje em torno de R$ 50 bilhões.

De acordo com fontes a par dos planos da Fami, o escritório ainda não iniciou conversas formais com os vendedores, mas deseja participar do grupo de potenciais interessados e examinar o negócio mais de perto. Eventual transação se daria por meio da Faros, seu braço de gestão de fortunas. (A Fami nasceu da fusão da Faros com a Messem, dois dos maiores escritórios da XP, no fim do ano passado).

A competição será acirrada, pois a Fami — um escritório de assessoria de investimentos com foco na alta renda — estará competindo com bancos como Bradesco, BTG e Itaú. Aliás, segundo apurou a coluna junto a interlocutores, o Bradesco é o que parece mais disposto a adquirir o ativo.

O trunfo da Fami é que a XP é sua sócia, com participação de 36%. Além disso, o Julius Baer já havia conversado com a Faros no passado sobre uma possível compra de participação no escritório, mas as negociações não avançaram.

Desafios

Ainda assim, como observou o Brazil Journal esta manhã, não há garantia de que qualquer negócio será concretizado. O principal obstáculo seria o preço: o Julius Baer está pedindo pelo menos R$ 800 milhões pelo ativo, confirmou a coluna, cifra considerada exagerada por quem atua nesse setor.

Além disso, é provável que os R$ 50 bilhões em ativos sob gestão percam parcela significativa nos próximos meses. Em um nicho intensamente baseado na confiança e nas relações pessoais entre clientela e banqueiros, é natural que as grandes fortunas busquem outra casa para se acomodar quando o banco troca de dono. Por isso, a expectativa de quem observa o ativo é que o eventual comprador herdará um negócio com aproximadamente R$ 35 bilhões em carteira.

Procurada pela coluna, a Fami Capital negou que haja qualquer conversa em andamento. A coluna mantém sua apuração.

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