Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Hoje serão publicados os PMIs nas principais economias, mas não oferecerão mudanças significativas (provavelmente irão melhorar um pouco) e, por isso, o determinante será o Emprego americano (13:30 h). Sairá o registo de novembro, assim como apenas alguns dados incompletos de outubro, visto que o encerramento do governo americano impediu a recolha desses dados na altura. Isto decidirá o tom final de uma sessão que vem, novamente, fraca (futuros -0,5%/-0,8%), de forma preventiva precisamente perante a incerteza sobre o emprego americano de hoje e as 5 reuniões de bancos centrais entre quinta e sexta-feira. Noruega e Suécia repetirão em 4,00% e 1,75%, respetivamente, passando despercebidos. Mas o Banco de Inglaterra irá fazer um corte de -25 p.b. até 3,75%, o BCE repetirá em 2,00/2,15% (Depósito/Crédito), mas publicará estimativas macro revistas para melhor e pode ser que insinue que o seu próximo movimento será de subida e não de descida, enquanto o Banco do Japão poderá subir +25 p.b. até 0,75% (atribuímos uma probabilidade de 50%, embora o mercado desconte a subida).
Quando o emprego americano e os bancos centrais tiverem passado, teremos uma sexta-feira com Freaky Fridays (vencimento de futuros e opções sobre índices e ações), portanto, a atividade concentrar-se-á a partir das 11 h, provavelmente com tom em alta para o posicionamento em 2026… mas mercado débil até então.
Em relação ao emprego americano de hoje, espera-se debilitamento nos Payrolls (Criação de Emprego Não Agrícola) até apenas 40/50k. Este registo começa a ser decente a partir de 150k. E que a Taxa de Desemprego repita em 4,4%. Mas o melhor que poderia acontecer para que o mercado reagisse em positivo a curto prazo (isto é, hoje ou esta semana) seria que a Taxa de Desemprego aumentasse para 4,5% e que os Payrolls saíssem francamente baixos porque isso reforçaria a expetativa de que a Fed continuará a baixar taxas de juros em 2026 (a sua primeira reunião será a 28 de janeiro), independentemente da influência política ou de quem substitua Powell a partir de maio.
Mas convém ter cuidado com uma possível interpretação errada por parte dos bancos centrais – particularmente da Fed – sobre os dados de emprego a partir de agora, porque o primeiro impacto da extensão da IA será destruição de emprego, como aconteceu ao longo da história com todas as ruturas tecnológicas... recuperando-se depois esse emprego em escalões superiores de qualificação profissional. É assim desde os “luditas” (por Ned Ludd) do século XIX, no mínimo. E esta será a rutura tecnológica mais rápida de todas (2 anos?), simplesmente porque a última é sempre mais rápida do que a anterior. Numa primeira etapa, as empresas não irão contratar até saberem o alcance dos ganhos de eficácia proporcionados pela IA, para depois voltarem a contratar, mas em perfis adaptados ao uso da IA. E, enquanto isso, os bancos centrais poderão ter uma interpretação errada do emprego e baixar taxas de juros mais do que o tecnicamente correto. Veremos.
CONCLUSÃO: Felizmente, as bolsas continuarão fracas, corrigindo um pouco, até superar o emprego americano e os bancos centrais. Felizmente, porque um hipotético rally de fim de ano depois deste excelente 2025 colocaria os níveis de entrada para 2026 num pequeno compromisso que poderá traduzir-se num arranque de ano complicado. Vamos confiar que as coisas saem bem no final do ano, corrigindo bolsas e obrigações durante toda esta semana, de forma a que a próxima semana mude o tom moderadamente para melhor, ao assumir posições para 2026 desde níveis mais acessíveis.
FIM
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