Pular para o conteúdo principal

Warren Buffet

 Aos 95 anos, Warren Buffett deixa Berkshire Hathaway em ótima forma para seu sucessor


Empresa do megainvestidor reporta resultados robustos do terceiro trimestre, com suas enormes reservas de caixa em níveis recordes


Por Dow Jones — Nova York 


A Berkshire Hathaway divulgou no sábado resultados robustos do terceiro trimestre e suas enormes reservas de caixa atingiram níveis recordes. Isso dará a Greg Abel, o executivo da Berkshire que sucederá Warren Buffett, de 95 anos, como diretor-presidente no final do ano, uma base robusta para iniciar seu mandato como líder do maior conglomerado do mundo, com valor de mercado de US$ 1 trilhão. 


O lucro operacional da Berkshire após impostos subiu 33% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, para US$ 13,5 bilhões, e as reservas de caixa e equivalentes atingiram US$ 381 bilhões no final do trimestre, ante US$ 344 bilhões no trimestre encerrado em 30 de junho. 


Esses números, no entanto, não foram tão impressionantes quanto pareciam. Excluindo as oscilações de lucro relacionadas à variação cambial, os lucros operacionais da Berkshire aumentaram 17% em relação ao ano anterior, para US$ 13,2 bilhões, enquanto os lucros por ação superaram a estimativa consensual em cerca de 7%. Também houve um problema quanto ao momento da compra de mais de US$ 20 bilhões em Treasuries. Ajustando para esse fator, o caixa ficou em torno de US$ 359 bilhões, dando a Abel ampla margem para investimentos e potenciais aquisições. 


“Os resultados em geral foram bons e o setor de seguros teve um desempenho forte” , diz Jim Shanahan, analista da Edward Jones. 


Os investidores podem ficar desapontados com o fato de a Berkshire não ter recomprado nenhuma ação no terceiro trimestre, dando continuidade a uma tendência que vem desde maio de 2024. Aparentemente, Buffett não considera as ações suficientemente baratas para comprar, apesar de uma queda de mais de 10% no preço das ações desde que atingiram o pico pouco antes da assembleia anual em 3 de maio, quando Buffett anunciou que deixaria o cargo de diretor-presidente no final do ano, permanecendo como presidente do conselho. 


A seca de recompras de ações da Berkshire continuou em outubro, com a empresa não recomprando nenhuma ação de 30 de setembro até 20 de outubro, data do relatório com os resultados do terceiro trimestre, segundo estimativas com base nas informações sobre o número de ações no relatório da Berkshire. O total de ações da Berkshire é de cerca de 1,438 milhão de ações Classe A, com as ações classe B convertidas em uma quantidade equivalente de ações classe A. 


Desde a reunião de 3 de maio, as ações ficaram mais de 30 pontos percentuais abaixo do S&P 500, um dos piores períodos durante os 60 anos de mandato de Buffett como diretor-presidente. 


As ações classe A da Berkshire fecharam a sexta-feira a US$ 715.740 e as ações classe B a US$ 477,54, ambas com alta de 5% no ano e cerca de 13 pontos percentuais abaixo do índice S&P 500. As ações da Berkshire agora são negociadas a um múltiplo mais razoável de 1,5 vezes o valor contábil, abaixo dos 1,8 vezes atingidos na alta de maio. 


Os lucros de subscrição de seguros foram expressivos no terceiro trimestre, beneficiando-se das margens excepcionais da seguradora de automóveis Geico e da ausência de grandes furacões nos Estados Unidos durante o período. Os lucros do negócio ferroviário da Berkshire, a BNSF, aumentaram 5% em relação ao ano anterior. 


No lado negativo, a receita de investimentos caiu 13% devido à redução das taxas de juros de curto prazo, e os lucros da Berkshire Hathaway Energy (BHE), a grande empresa de serviços públicos, recuaram 9%. 


A BHE se beneficiou significativamente dos créditos fiscais federais para energia eólica e possui um dos maiores portfólios de energia eólica do país. No entanto, a lei “One Big Beautiful Bill”, aprovada no início deste ano, restringe esses créditos, o que pode afetar negativamente os resultados, afirmou a empresa. 


“Atualmente, estamos avaliando as potenciais implicações da lei nos resultados financeiros e nos investimentos de capital da BHE relacionados a projetos de energia renovável, armazenamento e tecnologia neutra, incluindo o impacto potencial na economia e viabilidade de tais projetos”, disse a Berkshire em seu relatório divulgado no sábado. 


Houve alguma fragilidade nos negócios de consumo da Berkshire; a Pilot, operadora de postos de parada para caminhões, teve um prejuízo inesperado de US$ 17 milhões no terceiro trimestre, contra um lucro de US$ 217 milhões no mesmo período do ano anterior. A Berkshire pagou cerca de US$ 13 bilhões por esse negócio. 


Também houve alguns indícios de que a Berkshire reduziu sua participação nas ações da Apple no terceiro trimestre. A estimativa é de que a Berkshire possa ter vendido cerca de 30 milhões de ações no período, reduzindo sua participação para 250 milhões de ações, que valeriam US$ 67 bilhões. A Berkshire divulgará sua participação na Apple e o restante das participações em seu portfólio de ações de aproximadamente US$ 300 bilhões em meados de novembro. 


Buffett e seus gestores de investimento, Todd Combs e Ted Weschler, continuaram encontrando poucas oportunidades de compra no mercado de ações no terceiro trimestre. As vendas líquidas de ações — ou seja, vendas menos compras — foram de cerca de US$ 6 bilhões no trimestre e US$ 10 bilhões no ano. Houve apenas US$ 6,4 bilhões em compras no último trimestre. 


“É decepcionante que Buffett continue à margem. Ele perdeu a alta do mercado de ações enquanto acumulava dinheiro”, diz Shanahan. A Berkshire, no entanto, concordou em pagar quase US$ 10 bilhões pelo negócio químico da Occidental Petroleum em outubro, em um acordo que parece bastante atraente. 


E com relação às ações da Berkshire? Shanahan está otimista, tendo elevado a recomendação das ações de neutra para compra em setembro e as incluído na lista Focus da Edward Jones. As ações caíram nos últimos seis meses, à medida que o prêmio Buffett se deteriorou — e à medida que os investidores se preocupam com a queda na lucratividade do setor de seguros, bem como na receita de investimentos em 2026. 


Uma questão fundamental será Abel, suas habilidades de liderança e o quão bem ele conseguirá ocupar o lugar de Buffett. Shanahan está otimista. “Há uma boa chance de Abel demonstrar força como operador”, diz Shanahan. “Eu também gosto das características defensivas das ações.” 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Guerra comercial pesada

 

Livros

  " O livro de Marshall B. Reinsdorf e Louise Sheiner oferecem, em The Measure of Economies: Measuring Productivity in an Age of Technological Change, uma análise pertinente e necessária ao panorama económico contemporâneo. Este trabalho, publicado em 2024, desafia os métodos tradicionais de medição do PIB, argumentando que as práticas do século XX são inadequadas para avaliar a produtividade no contexto do século XXI, marcado pela transformação tecnológica. Com capítulos assinados por peritos em economia, a obra não se limita a apresentar os problemas inerentes às práticas actuais, mas propõe alternativas inovadoras que abrangem áreas como a economia digital, os cuidados de saúde e o ambiente. A estrutura é equilibrada, alternando entre a crítica aos métodos estabelecidos e as propostas de solução, o que proporciona uma leitura informativa e dinâmica. Um dos pontos fortes deste livro é a sua capacidade de abordar questões complexas de forma acessível, sem sacrificar a profundidad...

Já deu...

  Fernando Haddad, mais um poste criado pelo Deus Lula, disse que o cidadão é o "maestro da Orquestra". Estamos fufu. Lula não tem mais a mínima condição de ser maestro de nada, nem da sua casa, em quem manda é a Janja. É o ocaso de um projeto de poder, do lulo-petismo, que foi se transformando num culto fajuto à personalidade, nas piores personificações das ditaduras corruptas de esquerda. Lula já não consegue concatenar ideias, está cansado e sim, mto velho. Já deu.