Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Esta semana pode voltar a ser moderadamente em alta, como a anterior: alguma macro americana benigna, muitos resultados e 4 bancos centrais a repetirem taxas de juros. A escassa macro americana que será publicada (hoje, ISM Industrial; na quarta-feira, Inquérito ADP de Emprego Privado; na sexta-feira, Confiança da Univ. Michigan) poderá ser um pouco melhor do que o esperado. Pensamos que as empresas de semis que publicam (ON Semi, AMD y ARM) não irão dececionar e que os 4 bancos centrais que se reúnem repetirão taxas de juros sem acrescentar ruído nem tensão.
Esta manhã temos diferenças interna na Fed sobre taxas de juros e o petróleo sobe um pouco, porque a OPEP+ aumentará produção mais devagar em 2026.
Bessent (Tesouro EUA) volta ao ataque: afirma que taxas de juros demasiado elevadas poderão ter provocado uma recessão imobiliária que já teria começado. Fed: Waller pronuncia-se a favor de outra descida de taxas de juros em dezembro, mas Logan e Schmid afirmam que o emprego não o necessita, Hammack que a atual política monetária é “apenas” restritiva e Bostic que defendeu baixar taxas de juros, mas com as suas reservas. Uma grande confusão de opiniões. O mais provável é que a Fed não volte a baixar taxas de juros na reunião seguinte de 10 de dezembro.
O petróleo aumenta quase +1%, porque a OPEP+ acordou aumentar produção apenas +137.000b/d a partir de dezembro e deixa em suspenso aumentos seguintes para 1T'26.
O mercado está um pouco inquieto pelos novos máximos. Principalmente em tecnologia. Particularmente em IA. É normal. Convém dizer algo sobre isto. O ceticismo afeta principalmente OpenAI, que não avalia ainda e cuja suposta avaliação para uma futura OPV parece ser revista continuamente em alta (pelo menos de forma não oficial), mas não tanto a empresas avaliadas consolidadas (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia…) que geram recorrentemente lucros gigantescos (Meta ca.90.000M$, Nvidia ca.110.000M$, Microsoft ca.120.000M$...) e que têm caixa líquida positiva. Esta combinação reduz a probabilidade de cometer erros graves de sobreavaliação visto que, em paralelo, a contínua expansão dos seus lucros (lucros reais hoje, não uma esperança futura como acontecia na bolha da Internet de 2000) reduz os multiplicadores aos quais avaliam (PER, etc) simplesmente a deixar passar o tempo. Portanto, se existir algum excesso no mercado, defendemos que este seria mais de velocidade, mas não devido a erros de avaliação.
Pode acontecer um reajuste de preços, claro, mas terminaria por se resolver com o passar do tempo… de forma que causaria uma dor passageira, mas não responderia a erros de base que forçassem uma mudança relevante numa estratégia de investimento de médio e longo prazo não especulativa. Pelo menos não na nossa, que gira em torno de Tecnologia de elevada capitalização, Semis, Cibersegurança, Defesa, Infraestrutura e Bancos (ainda um pouco mais de tempo), principalmente. E, enquanto acontece ou não esse hipotético reajuste de preços, impossível de antecipar em relação ao timing, esta semana as bolsas provavelmente avançarão um pouco mais.
NY +0,3% US tech +0,5% US semis +0,2% UEM -0,7% España -0,1% VIX 17,4% Bund 2,63% T-Note 4,08% Spread 2A-10A USA=+50pb B10A: ESP 3,14% PT 2,99% FRA 3,41% ITA 3,38% Euribor 12m 2,196% (fut.2,230%) USD 1,154 JPY 177,9 Ouro 4.017$ Brent 65,2$ WTI 61,4$ Bitcoin -1,9% (107.573$) Ether -3,1% (3.719$)
CONCLUSÃO: Embora insistimos que gostaríamos que o mercado descansasse e desse 2025 por terminado, é improvável que isto se cumpra. Mas é verdade que hesita e que avança mais lentamente a partir de agora. Esperemos que isso aconteça. Os futuros vêm a subir um pouco e as obrigações corrigiram milimetricamente nos últimos dias, o que é são. É provável que o ISM Industrial americano, que sai hoje às 15 h, bata expetativas (49,2 desde 49,1), porque o PMI saiu bom na semana passada, portanto isso poderá apoiar uma sessão um pouco em alta, apesar dos recentes novos máximos. Há um pouco de tensão pelos preços, mas não argumentos sólidos que apoiam uma mudança para pior.
FIM
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