Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Nem boa, nem má. Natural. O desenvolvimento de ONTEM foi uma realização de lucros espontânea, razoável e modesta, após as fortes subidas de sexta-feira depois de Powell falar em Jackson Hole. Poderá ter sido um pouco melhor na Europa, mas esta limitou-se a deixar-se arrastar por Nova Iorque, sem vontade. As yields das obrigações ampliaram-se de forma testemunhal (preços inferiores) para acompanhar o movimento suave da retração do conjunto do mercado. Saiu um IFO Clima Empresarial na Alemanha um pouco bom (89,0 vs. 88,6 esperado e anterior), mas passou despercebido por um mercado que estava em “modo relaxamento e de deixar-se cair” após Jackson Hole e ainda em pleno agosto.
Temos como referências práticas (i) mais ataques de Trump à Fed. (ii) Moção confiança sobre o governo francês (8 de setembro), que provavelmente perdera. E estamos à espera de Nvidia, na quarta-feira, no fecho de Nova Iorque (21:30 h), esperando um EPS 1,009 $ (+48%). Por isso, HOJE os Pedidos de Bens Duráveis (13:30 h) não influenciarão quase nada (-4,0% vs. -9,4%), nem a Confiança do Consumidor (15 h) (96,4 vs. 97,2) nos EUA, que são as referências macro do dia e que seriam relevantes em dias e circunstâncias normais.
Trump continua a pressionar qualquer conselheiro da Fed que não lhe seja útil, tentando agora que Lisa Cook se despeça, acusando-a de irregularidades nas suas 2 hipotecas. É um dos 7 conselheiros permanentes (total de 12 membros rotativos de Fed regionais), mulher de origem afro-americana. Na realidade, provisoriamente, agora são 6 conselheiros até que se incorpore Stephen Miran, que substituirá Kugler, a primeira mulher hispânica na história da Fed e a quem Trump já conseguiu ameaçar vagamente. Os conselheiros da Fed são designados e propostos pelo Presidente, mas devem ser aprovados pelo Senado (e não pela Câmara de Representantes) e o Presidente apenas pode forçar a sua demissão sob “causa objetiva”, que não parece clara neste caso, e que Cook tem intenção de defender. Mas estas pressões políticas agressivas sobre a Fed debilitam as bolsas, obrigações e o USD.
Na França, Bayrou apresentará uma moção de confiança para reduzir o défice fiscal, mas é provável que perca, como Barnier fez há 1 ano, e sejam realizadas eleições novamente. Implica falta de estabilidade política na Europa, aproximando-se a yield da O10A francesa à italiana (ca. 3,65%). Mau para a bolsa europeia, obviamente.
CONCLUSÃO: Tom fraco típico de agosto, com pressões em baixa por Trump vs. Fed e França, além da cautela habitual prévia à publicação de Nvidia e as prováveis subidas nas inflações que serão publicadas na sexta-feira (ALE, FRA, ITA, ESP, PT, PCE nos EUA). Poderia ser um dia de bolsas -0,5%/-1%, obrigações europeias a elevaram as suas yields (i.e., preços fracos) e euro em suave retrocesso (por França).
S&P500 -0,4% Nq-100 -0,3% SOX +0,03% ES50 -0,8% IBEX -0,9% VIX 14,8% Bund 2,74% T-Note 4,30% Spread 2A-10A USA=+59pb B10A: ESP 3,32% PT 3,20% FRA 3,51% ITA 3,62% Euribor 12m 2,113% (fut.2,206%) USD 1,164 JPY 172,0 OUro 3.377$ Brent 68,5$ WTI 64,5$ Bitcoin +0,7% (110.371$) Ether +2% (4.444$).
FIM
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