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Roberto Ampuero

 Roberto Ampuero, contra todas as ditaduras (grato a Walmyr Buzatto)


Roberto Ampuero é um escritor com uma história de vida peculiar: fugitivo da ditadura de Pinochet no Chile, buscou refúgio na Alemanha Oriental e, por obra do destino, passou um período de sua vida em Cuba, inicialmente casado com a filha de um alto funcionário do regime castrista e depois, já separado, como um pária da sociedade cubana, porém ainda mantendo ligação com a juventude chilena comunista vivendo na ilha. Conseguiu escapar de Cuba e finalmente publicou uma novela autobiográfica com um retrato da vida em Cuba que o regime sempre escondeu. Leitura obrigatória para todos os que, de forma romântica, ainda pensam que a experiência cubana seja uma história heróica de sucesso, de um povo valente resistindo ao imperialismo. 


O trecho abaixo é parte do epílogo. Qualquer semelhança com a situação do Brasil é mera consequência de sermos todos humanos e, portanto, falhos.


**********


“La experiencia del Chile de Pinochet y la Cuba de los Castro, y de la escritura de esta novela, me enseñaron algo adicional: no hay nada que se parezca más a una dictadura de derecha que una dictadura de izquierda, no hay nada más parecido al fascismo que el comunismo, nada más parecido al hitlerismo que el estalinismo. Para el ciudadano corriente, las dictaduras son todas iguales. Para el que aguarda el interrogatorio en una celda de la seguridad del Estado da lo mismo si su torturador es de izquierda o derecha, es religioso o ateo, cree en el comunismo o la seguridad nacional, lleva al cinto una Kalashnikov o una Luger, fue formado en la antigua Bucarest o una escuela de la antigua escuela de las Américas de Panamá. Para ese ser humano, sentado desnudo en la silla, con las manos atadas a la espalda, cuya familia ignora cuándo retornará, todo eso da lo mismo. El terror y el dolor, la angustia y el sufrimiento, la impotencia y la arbitrariedad que experimentará en esos calabozos serán simplemente una afrenta a la especie humana. En ese instante todas las dictaduras son una y la misma, y todo el dolor que sufre el ser humano atañe a la humanidad en su conjunto, con independencia de las convicciones políticas. Mientras releo este manuscrito, me pregunto qué lleva al ser humano, mejor digamos a tantos seres humanos, a condenar a una dictadura de derecha, y a celebrar al mismo tiempo una dictadura de izquierda. ¿Qué retorcido mecanismo mental los conduce a denunciar el abuso, la tortura, la marginación, el escarnio, el exilio, la represión y el asesinato de quienes piensan distinto bajo una dictadura de derecha, pero los conduce a justificar esas mismas medidas contra quienes se oponen a una dictadura de izquierda? ¿Qué lleva a una persona a condenar a un general que dirige durante diecisiete años un país andino con mano de hierro, y a alabar en cambio a un comandante que lleva cincuenta años dirigiendo de igual modo una isla? ¿Se debe esto a la ignorancia, la hipocresía o al oportunismo, o a una lealtad mal entendida hacia banderas ideológicas, a la postergación de la realidad frente a la utopía y del individuo frente a la masa, o simplemente a la exacerbación extrema de la inhumanidad contemporánea?”

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