Pular para o conteúdo principal

Julius Baer

 COLUNA DO BROADCAST: JULIUS BAER COMEÇA A RECEBER PROPOSTAS PARA VENDA DE BANCO NO BRASIL


16:20 14/11/2024


Por Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt


São Paulo, 13/11/2024 - Após sondar todos os potenciais interessados, o banco suíço Julius Baer, focado na gestão de grandes fortunas, começa agora a receber propostas por sua operação no Brasil. O negócio é avaliado pelos donos na casa de R$ 1 bilhão, de acordo com fontes.

O preço é considerado salgado, na avaliação de fontes em bancos e gestoras. Uma das razões principais é que a Julius Baer vem perdendo clientes no Brasil - chegou a ter perto de R$ 80 bilhões em ativos sob gestão e agora teria perto de R$ 50 bilhões. Isso exigiria do comprador uma reestruturação da carteira. Outro motivo é que não tem tantos compradores para o ativo, por o mercado brasileiro ser muito concentrado no Brasil.

Para reavaliar a operação no Brasil, o grupo contratou o Goldman Sachs para sondar compradores e a Boston Consulting group para produzir um estudo sobre o mercado local.


Em uma recente reunião de conselho do grupo suíço, foi mostrado que o Brasil está entre os 10 mercados mais importantes para o Julius Baer. Mas a mudança de comando da região que controla a operação latino-americana, de Américas (Estados Unidos) para a lbéria, levou a uma reavaliação dos planos. O próprio comando do grupo mudou, com a renúncia no final de 2023 do CEO Philipp Rickenba-cher, em meio a problemas com a exposição forte do banco a um grupo austríaco que pediu recuperação judicial, a Signa Holding. O Brasil responde por 60% do negócio da América Latina no grupo e os suíços chegaram a considerar uma fusão com outra gestora local, ou compra de um concorrente bra-sileiro, para ganhar escala. Segundo uma fonte, neste pacote de medidas para reavaliação do negócio, a venda de toda a operação também entrou entre as opções. Para o diretor de um banco que olhou o ativo, o negócio de gestão de fortunas exige escala para operar no Brasil. Por isso, é muito dominado por grandes bancos, como Brades-co, Itaú e BTG, e nomes internacionais, como UBS. Ha ainda os independentes como XP e ASA e grande parte deles, segundo as fontes, foram contatados pelos suíços. Outros nomes menores, como o WHG, escritório que tem ex-sócios do Credit Suisse, e participação minoritária da XP, também foram sondados. O próximo passo agora é a fase de propostas não vinculantes.


O Julius Bear está no Brasil desde 2011, quando adquiriu 30% da gestora GPS, para nos anos seguintes assumir toda a operação. Em janeiro de 2018, adquiriu a gestora Relian-ce, time que migrou após o término da cláusula de não competição com o BR Partners, que criou a área de gestão de fortunas em 2023. Em 2019, os suíços lançaram oficialmente sua marca no País, com Julius Baer Family Office.Atualmente, tem 300 funcionários e escritórios em São Paulo, onde está a matriz, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de funcionários em Recife, Goiânia e Porto Alegre.

Procurados, o Julius Baer disse que não comenta rumores de mercado. O Goldman Sachs não comentou.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

Falsificação chinesa

 ‘Luxo fake’: por dentro do mercado trilionário de roupas e bolsas de grife falsificadas na China No topo do ranking de Países que mais movimentam o mercado de produtos falsificados, metrópoles do país asiático são um polo de venda de réplicas ilegais de gigantes como Prada, Chanel, Hermès, Dior e outras Wesley Gonsalves XANGAI - Em um inglês quase ininteligível e com um sorriso no rosto, Li Qin, de 60 anos, aborda turistas que caminham pela avenida Sichuan, região central de Xangai, na costa leste da China. Quase sussurrando ela diz: “Bags? Louis Vuitton, Chanel, Prada?”, enquanto mostra um cartão com imagens de algumas bolsas falsificadas. No centro de compras da cidade, a vendedora trabalha há 20 anos tentando convencer o público - quase sempre ocidental - que caminha pela região a visitar sua loja de réplicas de bolsas de luxo, um mercado gigantesco na China. O Estadão visitou lojas de roupas, bolsas e sapatos falsificados na maior cidade do país asiático para entender como fun...

Call Matinal ConfianceTec 3110

 CALL MATINAL CONFIANCE TEC 31/10/2024  Julio Hegedus Netto,  economista. MERCADOS EM GERAL FECHAMENTO DE QUARTA-FEIRA (30) MERCADO BRASILEIRO O Ibovespa encerrou o pregão na quarta-feira (30) em queda de 0,07%, a 130.639 pontos. Em outubro, fechou em queda de 0,89%, no ano, recuando 2,64%. Já o dólar encerrou em alta marginal de 0,04%, próximo da estabilidade, a R$ 5,7619. Em outubro, valorização foi de 5,8%, no ano, 18,82%. Vértice da curva de juros segue pressionado, em função do "mal amarrado" pacote fiscal. Mercados hoje (30): Bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em queda; bolsas europeias em queda e Índices Futuros de NY na mesma toada. RESUMO DOS MERCADOS (06h40) S&P 500 Futuro, +0,23% Nasdaq, -0,58% Londres (FTSE 100),-0,70% Paris (CAC 10), -0,86% Frankfurt (DAX), -0,58% Stoxx600, -0,86% Shangai, +0,43% Japão (Nikkei 225), -0,50%  Coreia do Sul (Kospi), -1,45% Hang Seng, -0,31% Austrália (ASX), -0,25% Petróleo Brent, +0,57%, a US$ 72,57 Petróleo WTI...