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Bankinter Portugal Matinal 1411

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Temos o mercado abalado a curto prazo pela inevitável mudança de perspetivas sobre as descidas de taxas de juros que a Fed/BCE/BoE aplicarão neste novo contexto de “Trump politics”; inflacionistas, mas sem que se possa estimar o quanto, atualmente. Ontem, Trump deu a Musk um cargo aparentemente informal, mas de toda a influência prática, dirigido para reduzir a despesa desnecessária do governo. Esta abordagem é uma novidade global, que deverá terminar por favorecer a avaliação das obrigações americanas, mas por agora é uma incógnita e o mercado desconfia, como é natural. 

 

Como temos vindo a dizer, os níveis de taxas de juros futuros (isto é, quanto baixarão a Fed/BCE/BoE) serão superiores ao estimado até agora, mas ninguém se atreve a dizer o quanto. A apostar, sim. Mas não a estimar seriamente. Contudo, como sabemos que serão superiores ao descontado até 5 de novembro, as avaliações das bolsas poderão ser revistas em baixa e as yields das obrigações em alta, com o USD como claro vencedor, junto com as cryptos, embora neste último caso seja de forma intuitiva, sem qualquer apoio que não seja a desregulamentação e a falta de controlo, incluindo o controlo fiscal. Esta é a perspetiva que temos de momento e que não muda após o aumento da inflação americana de ontem, visto que se ajustou exatamente ao esperado: +2,6% desde +2,4%, com Subjacente estável em +3,3%.  

 

HOJE amanhecemos com ASML a confirmar guidance no seu Dia do Investidor anual, E.On com resultados e guidance bons, o governo italiano vende mais de Monte Dei Paschi (outros 15%), mas desta vez com prémio de 5%, e Ferrovial consegue ir saindo do Reino Unido (venda dos seus 50% nos aeroportos de Aberdeen, Glasgow e Southampton), que é o melhor que pode fazer para focar-se nos EUA e Canadá, onde os governos não colocam dificuldades informais continuamente. Tudo isto é bom desde a frente corporativa europeia… o que poderá ajudar para que a sessão seja menos fraca na Europa do que nos EUA, onde não há nada para fazer esta semana devido à tal mudança de perspetiva em taxas de juros. A tecnologia é a que mais sofre com essa mudança de perspetiva, como é lógico, e terá de aguentar isto mais uns dias. Até que o mercado reajuste mais ou menos as suas expetativas sobre taxas de juros e Trump vá concretizando as suas políticas. Não convida a nenhuma mudança de estratégia, mas sim a desenvolver paciência e sangue-frio, porque as bolsas ficarão debilitadas durante uns dias, igual às obrigações; principalmente as obrigações. Estamos em fase de reajuste e não se pode fazer nada a respeito. Parece provável que hoje tenhamos retrocessos suaves, como ontem, um pouco mais duro nas tech, claro. A yield do T-Note deverá regressar (elevar-se) até 4,50% ou um pouco acima, para depois corrigir para 4,20%, mas num processo de meses. 

 

S&P500 +0,02% Nq-100 -0,2% SOX -2% ES-50 -0,1% IBEX -0,1% VIX 14,0% Bund 2,41% T-Note 4,46% Spread 2A-10A USA=+16pb B10A: ESP 3,14% PT 2,85% FRA 3,13% ITA 3,65% Euribor 12m 2,495% (fut.12m 2,105%) USD 1,055 JPY 164,3 Ouro 2.553$ Brent 71,9$ WTI 68,0$ Bitcoin +2,7% (89.716$) Ether +1,4% (3.186$). 

 

FIM

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