Pular para o conteúdo principal

BANKINTER PORTUGAL 1511

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: A apreciável subida de ontem na Europa não tem muito sentido face a Wall St. a cair de novo timidamente e a bloqueada pela mudança de contexto pós-eleitoral. Principalmente depois de Powell (Fed) expressar, ontem, um tom muito mais dovish/suave, o que arrefece seriamente as estimativas de descidas de taxas de juros nos EUA, e isso terminará por se transferir para a Europa/BCE. Este é o assunto do dia e um pouco mais. É algo em baixa para as bolsas e obrigações (yields superiores), mas apreciatório para o USD. Entre outras coisas, afirmou que “a economia não envia sinais de que necessitamos de baixar taxas de juros rapidamente. A força que percebemos na economia dá-nos oportunidade de decidir com cuidado. […] se os dados nos permitem ir um pouco mais devagar, então parece inteligente fazê-lo”. 

 

HOJE temos 2 referências americanas que seriam relevantes em circunstâncias normais (13:30h Vendas a Retalho +0,3% vs +0,4% e 14:15h Produção Industrial a repetir em -0,3%), mas o realmente importante é o reconhecimento explícito de Powell do que já todos sabíamos. A sua mudança de perspetiva confirma as nossas primeiras as nossas primeiras impressões publicadas na nossa Estratégia Semanal de 11 de novembro. Nela insistimos que consideramos muito provável que a Fed baixe menos taxas de juros e/ou mais devagar do que o esperado até agora devido às políticas inflacionistas de Trump. Consideramos praticamente certo -25 p.b., desde o intervalo atual 4,50%/4,75% até 4,25%/4,50%, na reunião de 18 de dezembro. Contudo, devido a este novo contexto pós-eleitoral americano, cada movimento posterior está sujeito a revisão, inclusive em relação à reunião de 29 de janeiro. Até agora, estimávamos -100 p.b. em 2025 e -50 p.b. em 2026, terminando em julho de 2026 em 2,75%/3,00%. Assim, numa primeira aproximação, poderíamos pensar num nível terminal de taxas de juros, no final de todo o processo (para meados de 2025), no intervalo 3,50/3,75% -3,75%/4,00% em vez de 2,75%/3,00% (para meados de 2026). Trata-se apenas de uma primeira aproximação preliminar do que poderão ser as nossas estimativas atualizadas, visto que publicaremos as definitivas (isto é, a nossa revisão formal) na nossa Estratégia de Investimento 2025, a 19 de dezembro. 

 

A conclusão prática para hoje não é diferente da que temos tido desde quarta-feira, quando assumíamos a semana como terminada, sem possibilidade de recuperação até que o mercado termine de reajustar em alta as suas expetativas sobre taxas de juros. Haverá quem pense que o BCE/Europa seguirá o seu próprio caminho, como se nada fosse, mas engana-se. Também reajustarão em alta as expetativas de taxas de juros europeias, porque se o BCE não altera, arrisca-se a importar inflação devido a um euro frágil, precisamente agora que a inflação europeia começou a aumentar (+2,0% vs +1,7%). Não se pode permitir isso. O normal é que HOJE as bolsas europeias retrocedam ca.-1% e ca.-0,5% Wall St., com aumento nas yields das obrigações, tanto europeias (Bund até 2,45% desde 2,35%?) como americanas (T-Note até 4,50% desde 4,45%?), e mais apreciação do USD (testar a fronteira de 1,050/€?). 

 

S&P500 -0,6% Nq-100 -0,7% SOX -0,03% ES-50 +2% IBEX +1,3% VIX 14,3% Bund 2,35% T-Note 4,45% Spread 2A-10A USA=+11pb B10A: ESP 3,05% PT 2,80% FRA 3,09% ITA 3,54% Euribor 12m 2,494% (fut.2,024%) USD 1,054 JPY 164,7 Ouro 2.561$ Brent 71,7$ WTI 67,9$ Bitcoin -1,7% (88.199$) Ether -3,7% (3.069$). 

 

FIM

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prensa 0201

 📰  *Manchetes de 5ªF, 02/01/2025*    ▪️ *VALOR*: Capitais mostram descompasso entre receitas e despesas, e cresce risco de desajuste fiscal       ▪️ *GLOBO*: Paes vai criar nova força municipal armada e mudar Guarda   ▪️ *FOLHA*: Homem atropela multidão e mata pelo menos 15 em Nova Orleans  ▪️ *ESTADÃO*: Moraes é relator da maioria dos inquéritos criminais do STF

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

NEWS 0201

 NEWS - 02.01 Agora é com ele: Galípolo assume o BC com desafios amplificados / Novo presidente do Banco Central (BC) agrada em ‘test drive’, mas terá que lidar com orçamento apertado e avanço da agenda de inovação financeira, em meio a disparada no câmbio e questionamentos sobre independência do governo- O Globo 2/1 Thaís Barcellos Ajudar a reverter o pessimismo com a economia, administrar a política de juros, domar o dólar e a inflação — que segundo as estimativas atuais do mercado deverá estourar a meta também este ano —, além de se provar independente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são os maiores desafios de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central (BC). Mas não são os únicos. Com o orçamento do BC cada vez mais apertado, o novo presidente do órgão tem a missão de dar continuidade à grande marca de seu antecessor, Roberto Campos Neto: a agenda de inovação financeira. Também estão pendentes o regramento para as criptomoedas e um aperto na fiscalização de instituições...