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Bankinter Portugal Matinal 1605

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Demasiada complacência durante demasiadas sessões consecutivas. Ontem, ligeiras subidas, novamente. Os megacontratos assinados por Trump com os Estados do Golfo Pérsico, que favorecem principalmente ou quase exclusivamente empresas de defesa americanas (ca.+3% ontem, por exemplo), apoiam um mercado mais apoiado na liquidez e no errático fluxo de notícias de curto prazo do que em fundamentos sólidos. Mas funciona. É inegável. Por agora. A subida das empresas de defesa apenas apoia a nossa recomendação a respeito (ver a nossa Carteira Temática Buy&Hold Defesa), mas somos céticos em relação ao empurrão geral no mercado. A mensagem de Trump a estes países é algo como “Se querem proteção incondicional dos EUA como até agora, comprem todo o armamento connosco. E bastante, principalmente agora que sou o Presidente e, assim, serei aclamado internamente”. E funciona, claro. Mas estes empurrões artificiais são de pouca duração. 


A realidade de fundo é que as estimativas sobre os resultados empresariais estão a ser revistas em baixa, tanto pelo custo de impostos alfandegários que continuam a ser impossíveis de quantificar como pelo debilitamento da confiança. O EPS 2025 estimado para as empresas americanas agora é +8,7% vs. +10,5 a 1 de abril vs. +14,0% a 1 de janeiro. No caso das europeias, +1,9% agora vs. +5,8% a 1 de abril. Isso é bastante pouco. Desde logo, não o suficiente para justificar uma subida de +10% das bolsas europeias, depois de +8% em 2024 e +19% em 2023. A evolução é menos incoerente para Wall St., porque está plana este ano vs. +23% e +24% em 2024/23, respetivamente. Apenas o fluxo de fundos desde os EUA para a Europa explica isto, portanto é melhor ter cuidado. 


HOJE, os futuros sobre as bolsas europeias vêm a subir um pouco (+0,3%), mas os americanos quase planos. À primeira hora, recebemos um PIB 1T Japão em contração (-0,2% vs. +0,6% 4T; anualizado -0,7% vs. +2,4%), o que implica uma mudança substancial para pior; e os resultados de Richemont (luxo) de ano completo (porque termina em maio) com Vendas boas, mas margens e lucros dececionantes e abalados. Ontem, Walmart publicou resultados decentes, mas fechou -0,5% e na sessão chegou a -4%, porque considerou-se incapaz de dar guidance sobre EPS devido aos erráticos impostos alfandegários. Lógico e sensato. E a chave do dia é a Confiança da Univ. de Michigan de maio, às 15 h, que está em níveis francamente baixos (52,2) e que se espera que suba um pouco até 53,4… sendo o realmente importante os seus componentes de Expetativas de Inflação, que agora estão em nada menos do que +6,5% a 1 ano e +4,4% a 5/10 anos. Este é um dos indicadores adiantados que mais claramente tem vindo a avisar sobre a deterioração da confiança e as futuras tensões inflacionistas, que estimamos que se materializarão ao longo do 3T e 4T.


CONCLUSÃO: Sensações mistas. Continuar a subir, embora milimétricamente, seria imprudente. Pode acontecer hoje. Dependerá das expetativas de inflação da Universidade de Michigan, às 15 h. Agora são tão más que, se reduzirem um pouco, a subida seria possível. Se piorarem, a situação agravar-se-á com vontade. Portanto, depende, temos de esperar e não tentar adivinhar com base na sorte. Com este indicador, não.


S&P500 +0,4% Nq-100 +0,1% SOX -0,6% ES50 +0,2% IBEX +0,7% VIX 17,8% Bund 2,61% T-Note 4,42% Spread 2A-10A USA=+48pb B10A: ESP 3,23% PT 3,11% FRA 3,29% ITA 3,62% Euribor 12m 2,161% (fut.2,095%) USD 1,121 JPY 162,9 Ouro 3.220$ Brent 64,6$ WTI 61,7$ Bitcoin +0,5% (103.964$) Ether +2,1% (2.592$). 


FIM

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