MACRO MERCADOS SEMANAL 12/04/2021 - CPI DA COVID, DESGASTE ENTRE PODERES, ORÇAMENTO
Iniciamos mais uma semana intensa, caótica, em que o açodamento político predomina. Numa leitura retrospectiva, é isso que temos enfrentado, pelo menos, desde os protestos de 2013 (mas isso fica para um outro dia).
A retratar esta que se inicia o trâmite da CPI do Covid no Senado na terça-feira e, no dia seguinte, o julgamento da liminar do ministro Barroso no plenário do STF. Alguns ministros defendiam o adiamento deste julgamento presencial, mas, diante do áudio vazado neste final de semana, com Bolsonaro e o Senador Kajuru “tramando contra alguns ministros”, tudo pode mudar. Os 11 ministros da alta corte devem se posicionar, fortemente, contrários a este áudio.
No seu conteúdo, o esforço de ambos de colocar vários ministros sob suspeição, no risco de impeachment. Nestes, o mais visado seria o ministro Alexandre de Moraes, desafeto de muitos apoiadores do presidente. Só que Bolsonaro piora ainda mais o cenário depois de ter acusado Luiz Roberto Barroso de agir com “politicalha”, “ativismo judicial” e “falta de coragem moral”.
Bolsonaro acha que nesta CPI da Covid também devem ser incluídos os governadores, não ficando tudo centrado nas suas ações e do seu então ministro da Saúde, Antônio Pazuello.
E olha que no meio disso tudo ainda temos uma plenária do STF a julgar a decisão do ministro Edson Fachin de anular todas as condenações de Lula da Silva, e outra, a confirmar, colocando o juiz Sergio Moro sob suspeição. Ambas, ao que parece, devem ser confirmadas.
E reparem bem. O mesmo aconteceu em Portugal, na 6ª feira passada, onde o ex-ministro José Sócrates acabou “inocentado” de diversas acusações por falta de provas. En reação já há uma movimentação forte de cidadãos tentando anular esta decisão do então juiz Ivo Rosa. Um baixo assinado com 150 mil assinaturas circula na internet. É a operação Marquês em julgamento, uma espécie de LAVA JATO portuguesa.
Ainda sobre o evento CPI da Covid 19, Bolsonaro precisa do apoio dos Senadores e Deputados nesta empreitada de esvaziá-la. As emendas do Orçamento, inclusive, podem virar “moeda de troca”. Objetivo primeiro do presidente Bolsonaro será enchê-la de integranfes dos seus grupos de apoio.
Contra ele a péssima repercussão pública pela sua postura diante da pandemia, andando sem máscara e querendo “desafiar o bom senso”. Neste final de semana, em Brasília, isso voltou a acontecer. O presidente, sem máscara, de moto, desfilando na periferia da Capital Federal, falando que lockdown era estado de sítio e tolhia a liberdade das pessoas de ir e vir. Quanto negacionismo....!
Enquanto isso, seguem ocorrendo mortes decorrentes da pandemia. No domingo foram 1.803 em 24 horas, elevando o número acumulado, desde o início, a 353 mil.
Em São Paulo, por determinação do governador João Doria, retorna hoje a fase vermelha, apesar de o centro de contingência, que reúne especialistas da saúde, ter recomendado que o Estado continuasse na fase emergencial. Na prática, a principal mudança será a liberação de escolas públicas e particulares, limitadas a 35% de ocupação. Embora médicos alertem que a ocupação de leitos de UTI segue bastante elevada (próxima de 90%), a nova etapa do Plano São Paulo vai até a próxima 2ªF, quando, em tese, o Estado pode relaxar para a fase laranja.
AGENDA DA SEMANA
Na agenda da semana, no Brasil destaque para as Vendas do Varejo na 3ª feira e a Pesquisa do Setor de Serviços na 5ªfeira, de fevereiro, ambos dados do IBGE. Devem ser encarados, no entanto, como algo passado, não captando o endurecimento das medidas de restrição em março. Hoje, saem a pesquisa Focus do Bacen (8h25), a primeira prévia de abril do IPC-Fipe (5h), e à tarde (15h), a balança comercial semanal. Na 5ª feira, temos o IGP-10 de abril e na 6ª feira, a parcial do IPC-S.
Nos EUA, o presidente Biden recebe hoje um grupo bipartidário para negociar seu pacote trilionário para a infraestrutura e tentar vencer as resistências. A esperança de apoio republicano garantiu novos recordes em NY na 6ª feira.
Entre os indicadores, amanhã, nos EUA, os preços ao consumidor (CPI) em março testam a percepção do Fed sobre as pressões inflacionárias ‘temporárias”, projetando política monetária acomodatícia até 2023. Na 4ª feira temos a ata do Fed. No mesmo dia, Jerome Powell participa de evento no Clube Econômico de Washington. Ainda na 4ª feira a presidente do BCE, Christine Lagarde fala à Reuters. Em entrevista, neste fim de semana, Powell disse que a economia dos EUA parece estar num “ponto de inflexão”, sinalizando “crescimento mais acelerado”. “Sentimos que estamos em um lugar onde a economia está prestes a começar a crescer muito mais rapidamente, com a criação de empregos chegando mais rápido”.
O dia forte de indicadores nos EUA acontece na 5ª feira, com a produção industrial e vendas no varejo em março, além do Índice Empire State, de atividade industrial em NY. Na zona do euro, saem hoje as vendas no varejo em fevereiro (6h).
Na China, temos uma rodada de indicadores importantes: balança comercial de março, amanhã à noite, além do PIB/1TRI, produção industrial e vendas no varejo em março, que sairão no final da noite de 4ª feira.
MERCADOS DE ATIVO
Fechamos sexta-feira (dia 9) com o Ibovespa em queda “suave” de 0,54%, a 117.669 pontos, na semana avançando 2,1%. Mesmo com a pressão cambial, o ajuste do índice foi bem moderado, assegurando ganho de 2,1% na semana, depois de avançar 0,41% na quinta-feira. No mês acumula 0,89% e no ano registra perda de 1,1%. Esta semana será de mais volatilidade, que pode se espraiar também no mercado cambial. A semana passada teve os investidores se refugiando no dólar, frente ao complicado cenário para a aprovação do Orçamento e as nuvens de CPI da Covid. Na sexta-feira (dia 9), a moeda norte-americana fechou a R$ 5,6749, alta de 1,81%, acumulando queda de 0,71% na semana, influenciada mais pelo cenário externo, e valorização no ano. Por fim, no mercado de juro, a CPI da COVID 19 e o impasse do Orçamento devem seguir estressando este mercado
Boa semana a todos !
A retratar esta que se inicia o trâmite da CPI do Covid no Senado na terça-feira e, no dia seguinte, o julgamento da liminar do ministro Barroso no plenário do STF. Alguns ministros defendiam o adiamento deste julgamento presencial, mas, diante do áudio vazado neste final de semana, com Bolsonaro e o Senador Kajuru “tramando contra alguns ministros”, tudo pode mudar. Os 11 ministros da alta corte devem se posicionar, fortemente, contrários a este áudio.
No seu conteúdo, o esforço de ambos de colocar vários ministros sob suspeição, no risco de impeachment. Nestes, o mais visado seria o ministro Alexandre de Moraes, desafeto de muitos apoiadores do presidente. Só que Bolsonaro piora ainda mais o cenário depois de ter acusado Luiz Roberto Barroso de agir com “politicalha”, “ativismo judicial” e “falta de coragem moral”.
Bolsonaro acha que nesta CPI da Covid também devem ser incluídos os governadores, não ficando tudo centrado nas suas ações e do seu então ministro da Saúde, Antônio Pazuello.
E olha que no meio disso tudo ainda temos uma plenária do STF a julgar a decisão do ministro Edson Fachin de anular todas as condenações de Lula da Silva, e outra, a confirmar, colocando o juiz Sergio Moro sob suspeição. Ambas, ao que parece, devem ser confirmadas.
E reparem bem. O mesmo aconteceu em Portugal, na 6ª feira passada, onde o ex-ministro José Sócrates acabou “inocentado” de diversas acusações por falta de provas. En reação já há uma movimentação forte de cidadãos tentando anular esta decisão do então juiz Ivo Rosa. Um baixo assinado com 150 mil assinaturas circula na internet. É a operação Marquês em julgamento, uma espécie de LAVA JATO portuguesa.
Ainda sobre o evento CPI da Covid 19, Bolsonaro precisa do apoio dos Senadores e Deputados nesta empreitada de esvaziá-la. As emendas do Orçamento, inclusive, podem virar “moeda de troca”. Objetivo primeiro do presidente Bolsonaro será enchê-la de integranfes dos seus grupos de apoio.
Contra ele a péssima repercussão pública pela sua postura diante da pandemia, andando sem máscara e querendo “desafiar o bom senso”. Neste final de semana, em Brasília, isso voltou a acontecer. O presidente, sem máscara, de moto, desfilando na periferia da Capital Federal, falando que lockdown era estado de sítio e tolhia a liberdade das pessoas de ir e vir. Quanto negacionismo....!
Enquanto isso, seguem ocorrendo mortes decorrentes da pandemia. No domingo foram 1.803 em 24 horas, elevando o número acumulado, desde o início, a 353 mil.
Em São Paulo, por determinação do governador João Doria, retorna hoje a fase vermelha, apesar de o centro de contingência, que reúne especialistas da saúde, ter recomendado que o Estado continuasse na fase emergencial. Na prática, a principal mudança será a liberação de escolas públicas e particulares, limitadas a 35% de ocupação. Embora médicos alertem que a ocupação de leitos de UTI segue bastante elevada (próxima de 90%), a nova etapa do Plano São Paulo vai até a próxima 2ªF, quando, em tese, o Estado pode relaxar para a fase laranja.
AGENDA DA SEMANA
Na agenda da semana, no Brasil destaque para as Vendas do Varejo na 3ª feira e a Pesquisa do Setor de Serviços na 5ªfeira, de fevereiro, ambos dados do IBGE. Devem ser encarados, no entanto, como algo passado, não captando o endurecimento das medidas de restrição em março. Hoje, saem a pesquisa Focus do Bacen (8h25), a primeira prévia de abril do IPC-Fipe (5h), e à tarde (15h), a balança comercial semanal. Na 5ª feira, temos o IGP-10 de abril e na 6ª feira, a parcial do IPC-S.
Nos EUA, o presidente Biden recebe hoje um grupo bipartidário para negociar seu pacote trilionário para a infraestrutura e tentar vencer as resistências. A esperança de apoio republicano garantiu novos recordes em NY na 6ª feira.
Entre os indicadores, amanhã, nos EUA, os preços ao consumidor (CPI) em março testam a percepção do Fed sobre as pressões inflacionárias ‘temporárias”, projetando política monetária acomodatícia até 2023. Na 4ª feira temos a ata do Fed. No mesmo dia, Jerome Powell participa de evento no Clube Econômico de Washington. Ainda na 4ª feira a presidente do BCE, Christine Lagarde fala à Reuters. Em entrevista, neste fim de semana, Powell disse que a economia dos EUA parece estar num “ponto de inflexão”, sinalizando “crescimento mais acelerado”. “Sentimos que estamos em um lugar onde a economia está prestes a começar a crescer muito mais rapidamente, com a criação de empregos chegando mais rápido”.
O dia forte de indicadores nos EUA acontece na 5ª feira, com a produção industrial e vendas no varejo em março, além do Índice Empire State, de atividade industrial em NY. Na zona do euro, saem hoje as vendas no varejo em fevereiro (6h).
Na China, temos uma rodada de indicadores importantes: balança comercial de março, amanhã à noite, além do PIB/1TRI, produção industrial e vendas no varejo em março, que sairão no final da noite de 4ª feira.
MERCADOS DE ATIVO
Fechamos sexta-feira (dia 9) com o Ibovespa em queda “suave” de 0,54%, a 117.669 pontos, na semana avançando 2,1%. Mesmo com a pressão cambial, o ajuste do índice foi bem moderado, assegurando ganho de 2,1% na semana, depois de avançar 0,41% na quinta-feira. No mês acumula 0,89% e no ano registra perda de 1,1%. Esta semana será de mais volatilidade, que pode se espraiar também no mercado cambial. A semana passada teve os investidores se refugiando no dólar, frente ao complicado cenário para a aprovação do Orçamento e as nuvens de CPI da Covid. Na sexta-feira (dia 9), a moeda norte-americana fechou a R$ 5,6749, alta de 1,81%, acumulando queda de 0,71% na semana, influenciada mais pelo cenário externo, e valorização no ano. Por fim, no mercado de juro, a CPI da COVID 19 e o impasse do Orçamento devem seguir estressando este mercado
Boa semana a todos !
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