quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Dan Kawa

 Brasil: Mais perto de juros menores...

By Dan Kawa
12Nov25

Um IPCA (inflação) mais comportado e uma mensagem menos dura da Ata do Copom ajudaram a dar suporte adicional aos ativos do Brasil na terça-feira.

O IPCA (inflação) registrou alta de 0,09% em outubro (MoM) e 4,68% em 12 meses (YoY), ambos resultados inferiores às expectativas de 0,15% e 4,74%, respectivamente.

O dado confirmou mais um mês de boa qualidade inflacionária, com destaque para a moderação dos serviços e dos núcleos, componentes que costumam refletir pressões mais persistentes sobre os preços.

Esse comportamento reforça a visão de desinflação consistente, ampliando a probabilidade de cortes de juros pelo BCB nos próximos meses. Como consequência, o resultado contribui para ancorar a curva de juros local, favorecendo tanto a precificação de ativos domésticos — em especial títulos de renda fixa e setores sensíveis à taxa de juros — quanto a melhoria do ambiente de financiamento e investimento no país.

A curva de juros passou a precificar uma alta probabilidade de queda de 25bps na Selic já em janeiro de 2026, com ciclo que levaria os juros para próximo a 12% ao final de 2026:

A Ata do Copom, em que o BCB manteve a Selic em 15,00%, sinalizou uma postura um pouco menos hawkish do que nas comunicações anteriores, reconhecendo que a política monetária está funcionando e gerando moderação gradual da atividade, da inflação e das expectativas.

Apesar desse progresso, o comitê reforçou que o cenário ainda é desafiador — com mercado de trabalho resiliente, expectativas desancoradas e pressões inflacionárias persistentes — o que exige manter uma política “significativamente contracionista por um período prolongado”.

A autoridade monetária demonstrou maior confiança de que a taxa atual é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta, mas reiterou que seguirá vigilante e pronta para retomar o aperto se necessário.

No mundo emergente (EM), relatório do JPM mostra que existe um potencial enorme de alocação para ações da região, o que seria capaz de sustentar os mercados de ações da região nos próximos meses:

Foram anos de fluxo negativo e performance relativa pior, movimentos que costumam ser cíclicos e reverterem a média no longo-prazo:

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