🚨 RESUMO DA SEMANA VINLAND 🚨
VINLAND (24 a 28 de março de 2025)
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*1. Governo busca “pouso suave” e mira ajuste suave da economia*
A equipe econômica do governo intensificou a narrativa de que o Brasil está em um processo bem-sucedido de desaceleração da atividade — um “pouso suave” planejado. Segundo interlocutores, o desaquecimento será mais visível a partir do segundo trimestre, com foco em manter os fundamentos ajustados, mesmo que isso implique juros elevados por mais tempo. O novo modelo de crédito consignado CLT, que movimentou muitas simulações em sua primeira semana, foi usado como exemplo de estímulo direcionado e controlado. No plano político, a entrada do governador Tarcísio de Freitas no radar presidencial de 2026 ganhou tração, mesmo diante das resistências do entorno de Bolsonaro.
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*2. Copom sinaliza alta de menor magnitude; dados de inflação e emprego movimentam mercado local*
A ata do Copom reforçou o tom cauteloso observado no comunicado da semana anterior. O comitê expressou preocupação com a inflação, mas evitou sinalizações claras para além da próxima reunião. Em suma, o Copom não trouxe muitas surpresas na sua comunicação, garantiu mais uma alta da taxa Selic, e sugeriu que o debate sobre encerramento do ciclo de aperto monetário já começou. O IPCA-15 abaixo do esperado ajudou a aliviar a curva de juros, mas o forte dado de Caged (432 mil vagas formais criadas em fevereiro, o maior da série) trouxe de volta o debate de atividade economica ainda dinâmica. A curva de juros teve comportamento errático, refletindo a disputa entre dados benignos de inflação e sinais de aquecimento da atividade. O dólar oscilou ao longo da semana, terminando com leve alta diante da aversão global a risco.
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*3. Mercado doméstico sente volatilidade externa e incerteza sobre tarifas dos EUA*
A semana foi marcada por movimentos erráticos no mercado brasileiro. O Ibovespa chegou a subir 1% com alívio na curva de juros, mas devolveu parte dos ganhos diante de ruídos sobre tarifas americanas que poderiam atingir produtos brasileiros em diversos setores. O dado forte de emprego local também pressionou a parte longa da curva. A bolsa encerrou a semana praticamente estável, sustentada por exportadoras como JBS e Vale, que lideraram os ganhos com o apoio da valorização das commodities. Já os setores mais sensíveis a juros e ligados ao consumo seguiram penalizados.
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*4. Fed mantém cautela, tarifas entram em vigor e dados seguem mistos nos EUA*
Nos Estados Unidos, os mercados seguiram pressionados pelas incertezas em torno da política comercial. Na quarta-feira, foi anunciada uma tarifa de 25% sobre veículos e peças importadas, com início em abril. Apesar de dados mistos — inflação acima do esperado, PIB sem surpresas e queda na confiança—, o mercado segue atento à performance da bolsa. A curva de juros americana fechou a semana em queda nos curtos e alta nos longos, refletindo dúvidas sobre a persistência da inflação versus o riscos de desaceleração. As bolsas, após ganhos expressivos no início da semana, devolveram os avanços, encerrando a semana entre inalteradas ou com quedas moderadas.
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📌 *Resumo Geral:*
A semana foi de transição entre a preocupação com o ritmo da economia e o início de um novo capítulo nas políticas monetárias e comerciais globais. No Brasil, o governo busca vender a tese de um ajuste gradual e coordenado. Lá fora, o Fed mantém cautela, mas o ruído tarifário aumenta. O mercado segue dividido entre os sinais de alívio inflacionário e os riscos vindos do crescimento e da política externa.
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