quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Call Matinal 0412

 

Call Matinal

04/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (0312)

MERCADOS E AGENDA

O Ibovespa fechou terça-feira (02) na máxima de 161.755 pontos, com alta de 0,41% e giro financeiro de R$ 25,9 bilhões, em volume crescente. Já o dólar recuou 0,66%, a R$ 5,3108.

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros dos EUA operam perto da estabilidade nesta quinta-feira (04), à medida que se consolidam as apostas de um corte na taxa de juros em dezembro (semana que vem, dia 10). A ADP, empresa de processamento de folhas de pagamento veio fraco, a reduzir em 32 mil os empregos em novembro, abaixo das 40 mil vagas previstas pelo mercado. Risco no mercado migra agora para os setores defensivos: rotação de tech para setores conservadores é sinal de alerta. Pode ser apenas correção, mas merece atenção.

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MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: +0,07%

S&P 500 Futuro: -0,01%

Nasdaq Futuro: -0,10%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), -0,06%

Nikkei (Japão): +2,33%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,57%

Nifty 50 (Índia): +0,05%

ASX 200 (Austrália): +0,27%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,28%

DAX (Alemanha): +0,66%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,08%

CAC 40 (França): +0,33%

FTSE MIB (Itália): +0,20%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, +0,47%, a US$ 59,23 o barril

Petróleo Brent, +0,37%, a US$ 62,89 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,06%, a 777,00 iuanes (US$ 110,00

 

NO DIA, 0412

No mercado doméstico, o IBOVESPA segue surpreendendo em seguidos recordes diante da leitura de que deve vir um corte do Copom em janeiro. Curva de juro DI, no entanto, pode reverter, depois do comunicado da reunião do Copom da semana que vem, na super quarta. Hoje, a desaceleração esperada para o PIB/3Tri não deve mudar a convicção da maioria dos economistas, que só esperam uma redução da Selic em março, enquanto uma nova crise entre Poderes aumenta os ruídos em Brasília. Nos EUA, Kevin Hassett parece poule de 10 para a presidência do Fed, embora preocupe seu alinhamento ou submissão a Donald Trump. Mesmo assim, um novo corte do juro na próxima semana (10), reforçado pelos dados fracos do emprego no setor privado, cresce na bolsa de apostas.

 

Retornando ao Brasil, pega fogo o clima em Brasília. Não bastasse o clima de tensão entre o Executivo e o Senado, desde a nomeação de Jorge Messias para o STF, agora uma decisão polêmica e inesperada do ministro Gilmar Mendes colocou o Congresso contra a Suprema Corte. O cidadão determinou em liminar que somente a PGR pode apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte e estabeleceu que é necessária maioria de dois terços para abrir o processo e para aprová-lo. O plenário do STF ainda deve avaliar, mas isso só desgasta a já tensa relação entre os poderes.

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 01 de dezembro 

 Brasil 8h: FGV CPI IPC-S (30-Nov) Consenso 0,23%  

Brasil 8:25h: Boletim Focus 

Brasil 10h: BCB Presidente Gabriel Galípolo fala 

EUA 11:45h: PMI Industrial ISM Consenso 49,0

 

 

Terça-feira, 02 de dezembro 

Brasil 6h: IPC-FIPE Mensal Consenso 0,15% | Anterior 0,27% 

Brasil 9h: Produção Industrial YoY Consenso 0,30% | Exp -0,10% 

Brasil 9h: Produção Industrial MoM Consenso 0,50% | Exp 0,30% 

EUA 12h: Ofertas de Emprego JOLTS (Set) Consenso 7,227M

 

 

Quarta-feira, 03 de dezembro 

Brasil 10h: PMI Composto S&P Global 

Brasil 10h: PMI Serviços S&P Global 

EUA 10:15h: Variação Empregos ADP Consenso 19K 

EUA 11:15h: Produção Industrial MoM Consenso 0,1% 

EUA 12h: PMI ISM Não-Manufatura Consenso 52,0

 

Quinta-feira, 04 de dezembro   

Brasil 9h: PIB QoQ 3T Consenso 0,20% | Exp 0,25% ⬆️ 

Brasil 9h: PIB YoY 3T Consenso 1,60% | Exp 1,82% ⬆️  Brasil 15h: Balança Comercial Nov Consenso $5,5bi | Exp $5,7bi 

EUA 10:30h: Pedidos Iniciais Seguro-Desemprego Consenso 220K

 

 

Sexta-feira, 05 de dezembro 

Brasil 8h: FGV IGP-DI YoY Consenso -0,26%  

Brasil 8h: FGV IGP-DI MoM Consenso 0,19%  

Brasil 11h: Produção/Vendas Veículos 

EUA 12h: Núcleo PCE MoM Set Consenso 0,2% (prioridade Fed)

 

 

 

 

 

Boa quinta-feira a todos!

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


NY +0,3% US tech +0,2% US semis +1,8% UEM +0,2% España +0,7% VIX 16,1% Bund 2,75% T-Note 4,08% Spread 2A-10A USA=+58pb B10A: ESP 3,22% PT 3,07% FRA 3,48% ITA 3,44% Euribor 12m 2,251% (fut.2,338%) USD 1,166 JPY 181,0 Ouro 4.188$ Brent 63,1$ WTI 59,4$ Bitcoin -0,3% (93.120$) Ether +4,4% (3.202$).


SESSÃO: Após o breve descanso na segunda-feira, as bolsas continuam a subir apesar do aumento de risco, tanto por geoestratégia (Rússia, mas agora também a China com demonstração de força diante de Taiwan e crise verbal com o Japão) como potenciais OPVs da IA em 2026 a preços extremamente ambiciosos. Hoje pode ser semelhante a ontem, embora um pouco mais tímido.


Ontem, os semis +1,8% pelo segundo dia consecutivo. +3,6% na semana e +46% no ano. Nova Iorque plana na semana e +16% respetivamente. Está a acontecer o posicionamento para 2026 antes do tempo, sem o mercado ter respirado/corrigido um pouco e sob a contínua pressão do FOMO (Fear Of Missing Out). Ontem foi publicado o Inquérito ADP de Emprego Privado mau (-32k vs. +10k esperado vs. +47k anterior), mas o mercado interpretou em positivo, reforçando-se mais a expetativa de que a Fed baixe -25 p.b. até 3,50/3,75% (10/12)… embora esse movimento já estivesse descontado, independentemente do resultado ADP. O ISM Serviços americano saiu um pouco melhor do que o esperado (52,6 vs. 52 esperado vs. 52,4 anterior) e o mercado ficou insensível. Igual com a Produção Industrial (+0,1%, como esperado), mas neste caso porque era o registo de setembro, desfasado.

 

Salesforce bateu expetativas e elevou guidance ontem após o fecho americano, portanto sobe +1,8% em aftermarket. Os futuros sobre as bolsas voltam a vir em alta, embora um pouco mais na Europa (+0,5%) do que em Wall St (+0,1%). Provavelmente esse será o tom de hoje, a não ser que, ao contrário de ontem, talvez evolua de mais a menos porque a referência do dia é o indicador de Cortes de Emprego Challenger (isto é, despedimentos publicados) em novembro, e poderá piorar desde 153k em outubro, mas voltamos ao mesmo: um dado de emprego já não reforçaria mais a expetativa de que a Fed faça uma descida, portanto para o mercado é quase indiferente.


Em obrigações, poucos movimentos significativos, a não ser o fortalecimento de Itália face à França: yield O10A 3,45% vs. 3,50%... com Espanha a 3,22%. Um inquérito sobre as consequências da provável nomeação de Hasset (assessor económico principal do governo) como Governador da Fed a partir de maio de 2026 indica preocupação geral, porque poderá baixar taxas de juros de forma demasiado agressiva devido à pressão de Trump. Lógico, mas essa expetativa de descidas é uma das razões mais potentes para o atual rally de mercado…


CONCLUSÃO: Subida suave com tendência a perder força. A sessão será decidida conforma saia o indicador de Cortes de Emprego Challenger, mas tampouco influenciará significativamente, mesmo que saia mau, porque o corte da Fed está descontado e os despedimentos provocados pela aplicação da IA vão tornar-se uma tónica habitual que dificultará que a Fed se guie pelo emprego tanto quanto antes. O reposicionamento para 2026 já começou e ninguém quer ficar de fora (FOMO). 


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Uma nova crise confronta Congresso e STF*


… O receio de que a possível escolha de Kevin Hassett possa significar uma condução política do Fed para agradar Trump não abalou as apostas em novo corte do juro na próxima semana (10), reforçadas após os dados fracos do emprego no setor privado. Aqui, essa expectativa levou o Ibovespa a mais um recorde e o dólar a mais uma queda, enquanto a curva do DI começa a se preparar para uma mensagem hawkish do Copom, também na quarta-feira que vem. Hoje, a desaceleração esperada para o PIB/3Tri não deve mudar a convicção da maioria dos economistas, que só esperam uma redução da Selic em março, enquanto uma nova crise entre Poderes aumenta os ruídos em Brasília.


SUPREMO X CONGRESSO – Não bastasse o clima de tensão entre o Executivo e o Senado, desde a nomeação de Jorge Messias para o STF, agora uma decisão polêmica e inesperada do ministro Gilmar Mendes colocou o Congresso contra a Suprema Corte.


… O decano determinou em liminar que somente a Procuradoria-Geral da República pode apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte e estabeleceu que é necessária maioria de dois terços para abrir o processo e para aprová-lo.


… A decisão de Gilmar é provisória e será analisada pelos demais ministros a partir do dia 12 de dezembro, no plenário virtual. Mas, desde já, a imprensa apurou nos bastidores do Supremo que ele tem apoio para formar maioria a favor de sua tese.


… Atualmente, a lei que define os crimes de responsabilidade é de 1950 e estabelece que “qualquer cidadão” pode apresentar denúncias ao Senado contra ministros do STF e o PGR, e que basta maioria simples para receber o pedido e considerá-lo procedente. 


… Gilmar avaliou, no entanto, que essas regras não são compatíveis com a Constituição de 1988.


… Considerou que a ameaça de tirar um ministro do STF “já configura um potencial fator intimidatório”, e é contra essa intimidação, sobretudo por parte Oposição, que Gilmar Mendes resolveu agir, deixando os senadores “indignados” e prontos para a guerra.


… Na sessão do Senado, Davi Alcolumbre fez uma dura crítica à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal sobre a lei do impeachment, afirmando que representa uma “grave ofensa constitucional à separação dos Poderes”.


… Afirmando que só o Legislativo seria capaz de rever conceitos legais, o presidente do Senado reforçou a necessidade de se “alterar” o regime das chamadas decisões monocráticas de ministros do STF. E foi isso o que o Congresso fez de forma imediata.


… Já no final da tarde, a CCJ da Câmara aprovou um texto que impõe novas regras às decisões individuais no STF e reorganiza o funcionamento das ações de controle concentrado, em projeto relatado por Alex Manente (Cidadania), que estava parado na comissão.


… O texto prevê que decisões monocráticas no STF terão de ser justificadas e submetidas ao plenário ou à turma na sessão seguinte.


… Alcolumbre também anunciou no plenário que a Casa deve avançar na análise da PEC do Marco Temporal de Terras Indígenas, matéria que é relatada por Gilmar Mendes na Suprema Corte, e que está na pauta para ser votada neste mês.


… Segundo o jornalista Gerson Camarotti (GloboNews), um ministro do STF defendeu a decisão de Gilmar como um “freio de arrumação”.


… Só neste ano, 33 pedidos de impeachment contra ministros do STF foram protocolados no Senado, sendo 20 contra o ministro Alexandre de Moraes. A maior parte (23) foi protocolada por cidadãos comuns e os demais, por parlamentares do Novo e do PL.


… Em muitos casos, o impeachment de ministros do Supremo se transformou em bandeira de campanha eleitoral para 2027.


… A decisão de Gilmar é mais um complicador para a aprovação de Jorge Messias, na opinião do senador Weverton Rocha, relator da indicação do advogado-geral da União pelo presidente Lula para ocupar a vaga de Luís Roberto Barroso no STF.


… Mas Messias entrou em campo vendo uma chance de salvar sua indicação e emitiu um pedido da AGU para que Gilmar reveja a decisão da lei do impeachment, enquanto parlamentares de direita iam às redes sociais para classificar a liminar como “escárnio” e “blindagem”.


BANCO MASTER – Em outra decisão do STF que causou estranhamento, o ministro Dias Toffoli decidiu que novos atos relacionados à investigação sobre crimes financeiros na gestão do Master, do banqueiro Daniel Vorcaro, ficarão sob a competência da Corte.


… O ministro não determinou a suspensão das investigações, mas mandou que a PF submeta a ele todos os próximos pedidos de diligências ou atos da investigação. Na prática, Toffoli passará a conduzir o andamento do caso.


… O ministro acolheu, em decisão liminar (provisória), pedido da defesa de Vorcaro, que apontou a existência de documento apreendido em sua casa com citação ao deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), que tem foro privilegiado por prerrogativa de função.


… Na análise preliminar dos investigadores, o documento não apresentava relação direta com os fatos que envolvem suspeitas de irregularidades na venda de carteiras de crédito consignado do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB).


… Segundo revelou o Estadão, esse documento trata de um negócio imobiliário entre Vorcaro e Bacelar.


ORÇAMENTO 2026 – Apesar da crise com o STF, está confirmada para hoje (11h) a sessão conjunta do Congresso Nacional para votar o PLDO, que foi aprovado ontem à noite na CMO, com um calendário adiantado para o pagamento da maior parte das emendas impositivas.


… O texto do relator Gervásio Maia (PSB) prevê o pagamento de 65% das emendas para saúde, assistência social e para as transferências especiais, conhecidas como emendas Pix, até o final do primeiro semestre de 2026, antes das eleições.


… O calendário de emendas, inicialmente criticado pelo governo, “foi construído no Planalto e ficou acima do esperado”, segundo o relator. Até ele achou um “absurdo” aumentar o Fundo Partidário em R$ 160 milhões, como foi aprovado.


… O parecer também deixa explícito na LDO a autorização para a equipe econômica contingenciar recursos do Orçamento pelo piso da meta fiscal, e não pelo centro, em outra briga comprada pela Fazenda com o Tribunal de Contas da União (TCU).


… Durante a votação na CMO, deputado do PL afirmou que a oposição vai obstruir a sessão de hoje do Congresso para pressionar pela votação da anistia ao ex-presidente Bolsonaro. Mas dificilmente essa pressão deve prosperar, porque sem PLOA não tem emendas.


FORA DA META –Em meio às negociações do Orçamento (e das emendas) o Senado aprovou nesta quarta o projeto que retira da meta fiscal e do limite de gastos cerca de R$ 1,5 bilhão em recursos do Fundo Social, destinados anualmente a programas de educação e saúde.


… Como o texto foi alterado, ainda volta para uma nova análise da Câmara.


… A proposta é de autoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB), que também é o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 e deve abrir espaço fiscal de R$ 1,2 bilhões no Orçamento do próximo ano, de acordo com técnicos consultados pelo Valor.


O ALERTA DO TCU – Após o Congresso aprovar na LDO um dispositivo que autoriza o governo a perseguir o piso da meta fiscal também em 2026, a Corte de Contas anunciou “perda de objeto” no processo que defendia mirar o centro da meta para fins do arcabouço.


… Apesar disso, o Tribunal determinou ao Ministério de Planejamento que apresente, no prazo de 60 dias, estudos técnicos demonstrando como compatibilizar “os resultados fiscais efetivos” na vigência do arcabouço e os resultados projetados para os próximos anos.


… Na mensagem, o TCU pediu ainda comprovação de que a dívida pública será mantida em níveis sustentáveis pelo período de dez anos.


… Desde setembro, a Corte vem alertando a equipe econômica que adotar o limite inferior do intervalo de tolerância para o resultado primário como parâmetro para contingenciamentos ou bloqueios de recursos é incompatível com a lei de responsabilidade fiscal.


… As advertências foram feitas após análise do recurso da Advocacia-Geral da União, que entrou com pedido de esclarecimento e gerou efeito suspensivo na deliberação prévia do Tribunal. A decisão saiu nesta quarta-feira, pouco antes da votação do Orçamento na CMO.


LEILÃO DO PRÉ-SAL – O TCU ainda autorizou o leilão do pré-sal marcado para esta quinta-feira, considerado crucial para aliviar o resultado fiscal de 2025, com expectativa de arrecadar ao menos R$ 10,2 bilhões, valor mínimo definido pelo CNPE e já incorporado no Orçamento.


… O Ministério Público do Tribunal de Contas da União havia pedido a suspensão do certame, mas o tribunal rejeitou o pedido por unanimidade, alegando “urgência fiscal” e risco de abalar a confiança dos investidores.  


… Ainda assim, o TCU fez novos alertas à Fazenda sobre a falta de responsabilidade ao usar previsões de receitas consideradas incertas.


… Em outra advertência, a Corte de Contas da União afirma que, caso haja mudança no cronograma de pagamentos para 2026, a justificativa de excepcionalidade deixaria de existir, podendo configurar “burla” à decisão.


O SOCORRO AOS CORREIOS – No Valor, técnicos do governo avaliam que há espaço nas metas fiscais para um aporte da União nos Correios em 2025, após a estatal rejeitar o empréstimo de R$ 20 bilhões por causa das elevadas taxas bancárias.


… A PEC da Defesa abriu folga de R$ 3 bilhões no fiscal e no teto de gastos deste ano — dos quais apenas R$ 1 bilhão foi usado — permitindo acomodar até R$ 2 bilhões de novas despesas.


… Além disso, estimativas apontam que o valor necessário para a estatal “virar o ano” pode ficar perto de R$ 5 bilhões, abaixo dos R$ 5,8 bilhões projetados no relatório bimestral, que levou ao contingenciamento de R$ 3,3 bilhões após o salto no déficit dos Correios.


… Sem o empréstimo, parte desse bloqueio poderia ser liberada, reduzindo a pressão imediata sobre o fiscal.


PIB DO IBGE – O dado do terceiro trimestre será divulgado às 9h e, segundo a mediana do Broadcast, deve desacelerar para 0,2%, após alta de 0,4% nos três meses anteriores. As projeções vão de -0,5% a +0,4%.


… A Selic elevada e a desaceleração gradual do emprego devem explicar o menor fôlego da atividade econômica.


… Apesar disso, o setor de serviços ainda deve apresentar desempenho positivo no período (+0,2%), avaliam economistas, enquanto a inflação neste segmento continua como foco de cautela e conservadorismo pelo BC. 


… Na base anualizada, a mediana do PIB no intervalo entre julho e setembro indica crescimento de 1,7%, o que marcaria uma perda de ritmo na comparação com a expansão de 2,2% registrada no segundo trimestre.


… Outro termômetro da atividade virá hoje dos dados da Anfavea (10h) de produção de veículos em novembro.


BALANÇA – À tarde (15h), sai a balança comercial de novembro. A exportação de commodities deve favorecer o superávit de US$ 5,539 bilhões, após saldo positivo de US$ 6,964 bilhões em outubro. As projeções variam de US$ 4,6 bilhões a US$ 7,010 bilhões.


… Se confirmada a mediana, o resultado será 19,5% menor do que em igual mês de 2024, de US$ 6,746 bilhões.


LULA – Participa, às 9h, da 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, e o governador de SP, Tarcísio de Freitas, palestra às 13h30 na Associação Comercial de SP.


LÁ FORA – A expectativa de alta semanal de 5 mil pedidos de auxílio-desemprego, para 221 mil, deve consolidar a já mais do que consolidada expectativa de flexibilização monetária do Fed semana que vem. O indicador sai às 10h30.


… A agenda internacional conta hoje ainda com as vendas no varejo da zona do euro em outubro, às 7h.


… Assessores de Trump se reunirão com o principal negociador ucraniano hoje, em Miami, para mais conversas de paz entre a Rússia e a Ucrânia, segundo fonte da AP, em meio à percepção de falta de maiores progressos.


AFTER HOURS – A Salesforce subiu 1,79% em Nova York, depois de elevar o guidance para o ano fiscal de 2026, destacando o bom desempenho de suas soluções de inteligência artificial. A receita deve ficar na faixa de US$ 41,45 bi a US$ 41,55 bi.


MÁQUINA DE RECORDES – Provando que marcas inéditas existem para serem quebradas, o Ibovespa já flerta com os 162 mil pontos e os prognósticos no mercado são bem impressionantes sobre o espaço de alta ainda pela frente.


… O ASA não duvida que o índice à vista possa chegar aos 300 mil pontos em dois anos, mesmo com atual política fiscal, porque o cenário externo está fazendo a diferença e deve continuar favorável aos mercados emergentes.


… O JPMorgan projeta o Ibovespa em 190 mil pontos no final do ano que vem, embora pondere sobre a imprevisibilidade da eleição presidencial em 2026 e as incertezas sobre a dinâmica das contas públicas.


… O que se diz no mercado é que os cortes de juros projetados pelo Fed justificam a exuberância racional do Ibovespa, que partiu ontem para um novo recorde duplo, puxado especialmente pelas blue chips das commodities.


… O índice fechou em alta de 0,41%, a 161.755,18 pontos, após cravar novo pico intraday (161.963,49 pontos). O giro ficou em R$ 25,6 bi. O ingresso de capital estrangeiro na B3 tende a terminar 2025 no melhor nível em dois anos.


… Depois da fuga de R$ 1,226 bilhão em outubro, o k externo voltou à bolsa em novembro (R$ 2,061 bilhões). No acumulado do ano, já entraram R$ 27,347 bilhões, contra uma saída de R$ 32,1 bilhões da B3 em 2024.


… Tem gente muito animada de que o Ibovespa continuará quebrando a banca, diante do carry trade atraente, que garante o fluxo, mesmo diante da perspectiva de que o BC inicie o ciclo de queda da Selic até março do ano que vem.


… Destaque na bolsa ontem, Vale saltou 3,23% e rompeu o patamar de R$ 70, a R$ 70,69, com notícias de que o governo federal e a empresa retomaram conversas para tentar resolver o impasse sobre as concessões ferroviárias.


… Além disso, as revisões para baixo nos investimentos anunciadas no Vale Day reforçaram o sentimento positivo.


… Ainda no setor de mineração e siderurgia, Usiminas PNA escalou 7,59% e voltou a se aproximar de R$ 6 (R$ 5,81), nível não visto há um ano. O rali foi acompanhado por CSN (5,48%), CSN Mineração (2,58%) e Gerdau PN (2,72%).


… Petrobras (ON +1,24%, a R$ 34,19; e PN +0,75%, a R$ 32,31) também ajudou a puxar o Ibovespa, acompanhando o petróleo, diante do impasse para um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. O Brent subiu 0,35% (US$ 62,67).


… A performance da bolsa só não foi ainda melhor por conta dos papéis dos bancos, que sentiram a decisão desta semana da CAE do Senado de elevar de 15,0% para 17,5% a alíquota de IR sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP).


… Bradesco PN registrou queda firme de 2,76% (R$ 19,00) e a ação ON da instituição financeira também foi mal (-2,57%; R$ 16,33). Santander perdeu 1,29% (R$ 34,35) e BB, -0,62% (R$ 22,38). Itaú ficou estável em R$ 42,22.


QUERIDINHO – O cenário eleitoral é citada como ponto de cautela à continuidade das façanhas da bolsa e ao alívio do câmbio, mas o JPMorgan aponta o real como uma das apostas prediletas do investidor global em 2026.


… Ao Valor, o chefe de pesquisa macro global do banco, Luis Oganes, avalia que os juros nominais de 15% servem como colchão suficiente para atravessar o período de incertezas e garantir o ambiente para aplicar nos emergentes.


… Dados fracos do emprego nos Estados Unidos divulgados ontem reforçaram a avaliação de novo corte de juro pelo Fed e derrubaram o dólar em escala global. Aqui, a moeda americana furou R$ 5,30 na mínima do dia (R$ 5,2992).


… Depois, desacelerou um pouco o ritmo de baixa, para fechar negociada a R$ 5,3133 (-0,32%).


… O mercado foi surpreendido nesta quarta-feira pela pesquisa ADP, que apontou a eliminação inesperada de 32 mil vagas de trabalho em novembro nos Estados Unidos, frustrando a apostas dos analistas de geração de 40 mil postos.


… São muito altas (quase 90%) as chances no CME de o Fed vir dovish semana que vem, o que animou o índice DXY do dólar a operar abaixo dos 99,000 pontos, em queda de 0,5%, aos 98,854 pontos, menor nível desde outubro.


… O euro subiu 0,40%, para US$ 1,1669, a libra ganhou 1,02%, a US$ 1,3351, e o iene avançou a 155,25 por dólar.


… Os rendimentos dos Treasuries aceleraram a queda depois da surpresa com o relatório ADP. O rendimento da Note de dois anos caiu para 3,483%, contra 3,514% na véspera, e o de dez anos recuou a 4,059%, de 4,090%.


… Apesar do alívio do câmbio e do recuo das taxas dos Treasuries, os juros futuros na B3 zeraram a queda para terminar o dia em alta. A curva a termo já parece estar preparando o espírito para um Copom hawkish.


… Meio cansados de provocar Galípolo, o vencimento do DI para Jan/27 subiu a 13,605% (contra 13,579% na véspera); Jan/29, a 12,715% (de 12,676%); Jan/31, a 12,935% (de 12,906%); e Jan/33, a 13,065% (de 13,047%).


… Entre os economistas, a maioria só espera o primeiro corte da Selic em março. As medianas no Broadcast para o juro em dezembro (15%), janeiro (15%) e março (14,5%) permanecem inalteradas contra a pesquisa de novembro.


A ESCOLHA INCÔMODA – Dúvidas sobre a independência do Fed na transição de comando, diante da provável nomeação de Kevin Hassett para o cargo de Powell, não foram capazes de estressar o humor em Nova York.


… Reportagem da Bloomberg revelou que o conselheiro econômico da Casa Branca enfrenta resistência em Wall Street, diante das suspeitas de que ele possa reduzir agressivamente as taxas de juros para agradar Trump.


… No mês passado, o Tesouro americano teria consultado executivos de grandes bancos, gestoras gigantes de ativos e outros participantes importantes do mercado de dívida sobre uma possível indicação de Hassett ao Fed.


… Alguns participantes do mercado de títulos teriam preferido outros candidatos, como Rick Rieder, da BlackRock, e Christopher Waller, diretor do Fed, vistos como mais independentes, politicamente falando, do que Hassett.


… Ele agora está isolado à frente das apostas como principal cotado para substituir Powell, especialmente depois de o WSJ noticiar que Trump cancelou uma série de entrevistas que faria nesta semana com os finalistas para o Fed.


… A informação veio um dia depois de Trump ter citado Hassett como o “próximo presidente em potencial” do Fed.


… Apesar dos riscos de credibilidade à reputação do BC americano, as bolsas americanas recuperaram o fôlego: Dow Jones, +0,86% (47.882,90 pontos); S&P 500, +0,30% (6.849,72 pontos); e Nasdaq, +0,17% (23.454,09 pontos).


… Pela manhã, os índices de ações operaram no vermelho, abalados pela notícia no The Information de que a Microsoft estava reduzindo as metas de vendas de software vinculadas à inteligência artificial.


… Mais tarde, a empresa refutou a informação e tirou o papel das mínimas, mas ainda caiu 2,5%.


CIAS ABERTAS NO AFTER – BRASKEM contestou informações na imprensa sobre suposto processo de venda. Segundo a petroquímica, não há negociações em curso pela empresa, que cobrou explicação de acionistas…


… A Novonor afirmou que mantém tratativas com a IG4 Solutions para possível acordo de exclusividade, mas que nenhum documento (vinculante ou não) foi assinado e que não há garantia de entendimento ser formalizado…


… Já a Petrobras, também acionista relevante, disse não fazer parte do eventual acordo mencionado e reiterou que ainda não tomou qualquer decisão sobre sua participação na Braskem, permanecendo em análise de alternativas.


PETRORECÔNCAVO. Conselho de Administração aprovou mudanças na estrutura da diretoria da companhia que entrarão em vigor no dia 1º de janeiro…


… João Vitor Silva Moreira será o novo vice-presidente de operações, substituindo Troy Patrick Finney, que assumirá a vice-presidência de desenvolvimento de portfólio….


… Além disso, Rafael Procaci da Cunha, vice-presidente financeiro e de RI, passará a acumular as áreas de fusões e aquisições, assim como planejamento e alocação de capital.


JBS. Seara anunciou aportes que chegam a R$ 475 milhões para ampliar operações na produção de aves no Paraná.


PETZ. Fusão com a Cobasi deve ser pautada no plenário do Cade hoje; o julgamento deve ocorrer no dia 10.


LWSA. Conselho de Administração aprovou a reeleição dos atuais membros da diretoria da companhia, incluindo o diretor-presidente, Rafael Chamas Alves, na reunião mais recente do colegiado, em 1º de dezembro…


… Adicionalmente, os conselheiros aprovaram a substituição da KPMG pela Deloitte como auditoria independente, em decorrência da norma de rotatividade obrigatória da CVM.


GOL informou que uma Corte Distrital dos Estados Unidos invalidou cláusula específica do plano de recuperação judicial sob o Chapter 11. O dispositivo não afeta a conclusão do processo de reestruturação da companhia…


… A empresa comunicou que ainda vai avaliar se recorrerá da decisão.


AMERICANAS tinha R$ 438,5 milhões em disponibilidades em outubro, considerando saldo de caixa, saldo bancário, aplicações, títulos e valores mobiliários…


… Valor representa queda de 23,5% ante os R$ 573,3 milhões de setembro; dados constam da divulgação mensal da companhia referente ao processo de recuperação judicial.


KLABIN concluiu operação firmada com investidor institucional para formação de uma sociedade de propósito específico para operação no setor imobiliário no Paraná…


… Com o fechamento, companhia recebeu aporte de R$ 300 milhões em caixa; o investidor não foi identificado…


… Gabriela Wog, diretora estatutária da empresa, será a nova diretora financeira e de relações com investidores da empresa a partir de 1º de janeiro…


… Depois de seis anos no cargo, o atual diretor financeiro, Marcos Ivo, assumirá como diretor estatutário comercial de papéis, nova diretoria criada pela empresa…


… Executivo trabalhará um ano ao lado do diretor comercial de papéis, José Soares, até assumir o posto, em 2027. 


CEMIG informou que o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região homologou acordo firmado com sindicatos representativos de empregados e aposentados da empresa, no âmbito do dissídio coletivo sobre plano de saúde.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Fabio Alves

 


Fabio Alves

 FÁBIO ALVES: COM OS ‘HAWKS’ SUMIDOS, É INEVITÁVEL OUTRO CORTE DE JUROS PELO FED?


Com o mercado precificando quase 90% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto porcentual dos juros na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), na próxima quarta-feira, fica muito difícil pensar que o Federal Reserve (Fed) irá tentar surpreender os investidores ao manter a taxa básica inalterada na faixa de 3,75% e 4%. Isso porque nas últimas duas semanas, os dirigentes mais “dove” do Fed foram para o contra-ataque, verbalizando o apoio para um corte de juros já nesta reunião de dezembro do Fomc. Por outro lado, os dirigentes da ala “hawk”, que vinham fazendo barulho em favor de uma pausa no ciclo de corte de juros, ficaram calados e ausentes nas últimas duas semanas, sem desautorizar o movimento daqueles que começaram a advogar em favor da continuidade do afrouxamento monetário pelo Fomc em dezembro. E essa ofensiva fez efeito, empurrando a precificação de um corte de volta como a esmagadora probabilidade na curva de juros. Foi mais o efeito do “Fedspeak” do que propriamente os dados recentes de atividade. Como pretexto, o mercado agarrou-se ao fato de que a taxa de desemprego subiu para 4% em setembro, conforme o último relatório do mercado de trabalho (“payroll”) que foi divulgado pelo Bureau of Labor Statistic (BLS). Entre os dirigentes do Fed que estão em campanha jogando seu apoio a um corte de juros em dezembro estão: os diretores Stephen Miran e Christopher Waller; a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly; o presidente do Fed de Nova York, John Williams; e a vice-presidente de Supervisão do Fed, Michelle Bowman. Já na ala “hawk”, estão: os presidentes distritais do Fed de Boston, Susan Collins; de Kansas City, Jeffrey Schmid; de St. Louis, Alberto Musalem; e de Chicago, Austan Goolsbee. É importante destacar que, desde as suas declarações na entrevista coletiva a jornalistas, após a decisão do Fomc de outubro, quando disse que um corte em dezembro não era “uma conclusão inevitável”, o presidente do Fed, Jerome Powell, não se posicionou tão claramente sobre em qual lado se encontra no racha do Fomc: se apoia um novo corte de juros ou se votará a favor da manutenção da taxa. “Acredito que os diretores [Michael] Barr, [Lisa] Cook e [Philip] Jefferson votariam em linha com Powell, que não declarou sua visão claramente sobre [a reunião] de dezembro”, diz o economista para EUA do banco JPMorgan, Michael Feroli, em nota a clientes. Feroli voltou a colocar um corte de 0,25 ponto de juros no seu “call” oficial para a decisão do Fomc da próxima semana, diante da ausência de “pushback” (oposição ou rejeição) da ala mais “hawkish” do Comitê. É muito provável que os dados de atividade e as pesquisas de sondagem de sentimento nos Estados Unidos com divulgação prevista nesta semana não acabem mudando muito o patamar de precificação do mercado em relação ao desfecho do Fomc na semana que vem. Como o foco das declarações dos dirigentes do campo “dove”, a favor de um corte de juros em dezembro, tem sido a preocupação com o mercado de trabalho, os únicos dados que eles terão para se guiar serão a criação de vagas no setor privado (elaborado pela ADP), que sai logo mais, e os números de pedidos de auxílio-desemprego, que serão divulgados amanhã. A questão que fica é: por que os dirigentes “hawkish” cruzaram os braços e ficaram calados assistindo aos seus colegas da ala “dove” guiar as expectativas do mercado para uma precificação quase irresistível de um corte de juros na semana que vem? Teriam todos eles chegado a um acordo velado sobre a decisão do Fomc na semana que vem? E com a anuência tácita de Powell? Saberemos essas respostas em breve. (fabio.alves@estadao.com) Fábio Alves é jornalista da Broadcast

QUAEST

 

“Se o brasileiro for às urnas inseguro, vai votar contra Lula”

O novo estudo da Quaest, apresentado por Felipe Nunes no livro Brasil no Espelho, mostra algo inquietante: depois de 26 anos, o Brasil voltou emocionalmente a 1997. O eleitor está novamente com medo — medo da violência, da economia, da instabilidade política — e esse sentimento será o eixo da eleição de 2026. Quem gerar percepção de segurança vence; quem não conseguir, perde. E, segundo Nunes, hoje o brasileiro não se sente seguro, o que abre um enorme flanco para a oposição.

A fotografia do país é paradoxal: somos uma sociedade majoritariamente de centro-direita, mas cheia de ambiguidades. Metade da esquerda é conservadora. Os “liberais sociais” (antigos tucanos) e o “empreendedor individual” — o motorista de aplicativo, a cabeleireira, a manicure — serão o fiel da balança. Esses grupos não acreditam que o Estado produz prosperidade; querem ordem, estabilidade e liberdade para trabalhar.

Nunes afirma com todas as letras: se o eleitor chegar em 2026 com medo, votará contra Lula. O país é punitivista, quer leis duras, mas não é armamentista; quer autoridade e resultados. E o governo Lula tem enorme dificuldade nesse campo, tanto por sua posição histórica quanto por seus movimentos recentes. A estratégia de 2022 não funcionará sem Bolsonaro na disputa. A polarização lulismo x bolsonarismo pesa mais que ideologia — mas isso pode ruir rápido.

👉 Conclusão: a disputa real em 2026 será entre quem entrega segurança e quem desperta insegurança. Estado grande ou pequeno? Mais regulação ou menos? Mais democracia ou risco de ruptura? No fundo, a eleição será decidida por um sentimento simples e brutal: o medo. E hoje ele joga contra o governo.

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado*


Quarta Feira, 03 de Dezembro de 2.025.


*Acordo abre caminho para o Orçamento*

… Agenda importante nos Estados Unidos testa as apostas de que o Fed voltará a cortar o juro na próxima semana (10), projetadas agora em quase 90% no CME Group. Saem hoje relatório ADP com empregos no setor privado, produção industrial e PMIs de serviços da S&P Global e do ISM. Aqui, sem indicadores relevantes, o mercado reforça as expectativas de queda da Selic em janeiro, que levou o Ibovespa a renovar recorde em 161 mil pontos. As atenções também se voltam para o Congresso, onde a crise com o Planalto não impediu o avanço do projeto que aumenta a tributação de bets e fintechs, nem a votação do Orçamento de 2026, marcada para esta quarta-feira, na CMO.


ACORDO SOBRE EMENDAS – No Valor, o governo e a Cúpula do Congresso chegaram a um acordo para prever no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 um calendário para pagamento de parte das emendas parlamentares no próximo ano.


… Uma reunião no final do dia no Palácio do Planalto acertou os termos: o prazo para pagamento será aplicado sobre percentual das emendas. A tendência é que o valor fique em 60% ou 66%. O texto final será apresentado e votado hoje na CMO.


… Esse era o principal obstáculo para a votação do Orçamento, que será votado no plenário amanhã, em sessão marcada por Davi Alcolumbre.


… No primeiro parecer ao PLDO 2026, em setembro, o relator previa que as emendas destinadas à saúde, à assistência social e às chamadas transferências especiais, conhecidas como emendas PIX, teriam que ser pagas até três meses antes da eleição de 2026.


… O governo, que não queria um calendário para o pagamento das emendas, acabou aceitando liberar um percentual sobre o valor.


… Apesar da crise entre o Congresso e o Planalto, as negociações prosseguiram nos bastidores, porque, sem a votação do Orçamento e do PLOA, o pagamento das emendas atrasaria, como aconteceu neste ano, quando o PLOA só foi votado no início de 2025.


OMISSÃO GRAVE – Apesar do acordo sobre as emendas, a temperatura continua alta no Congresso.


… Ao anunciar que cancelou a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, nesta terça-feira, Alcolumbre acusou o governo de uma “omissão grave e sem precedente” ao não enviar a mensagem formal da indicação.


… O presidente do Senado voltou a dizer que, ao atrasar o processo, o governo cometeu uma “interferência no cronograma da sabatina”.


… A data para a leitura do relatório estava agendada para hoje, 3 de dezembro, com sabatina e votação em 10 de dezembro, na CCJ e no plenário. A data daria pouco mais de duas semanas para que Messias articulasse os 41 votos necessários para sua aprovação.


… O relator da indicação do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, ao STF, o senador Weverton Rocha (PDT), que almoçou com Lula esta semana, disse que o presidente deve entrar em contato com Alcolumbre quando voltar da viagem ao Nordeste.


… Mas interlocutores de Alcolumbre dizem que, no momento, “não há clima” para um encontro com o presidente Lula.


BETS E FINTECHS – A guerra aberta entre o Senado e o Planalto não impediu que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovasse ontem, por 21 votos a 1, o projeto que aumenta a tributação sobre fintechs, bets e JCP, de autoria do senador Renan Calheiros (MDB).


… Com o projeto original, a Fazenda estimava uma arrecadação de menos de R$ 5 bilhões para 2026, mas com as mudanças feitas no texto, que foi ampliado, a equipe econômica acredita que poderá alcançar R$ 10 bilhões – embora não tenha ainda estimativa oficial.


… As bets, que pagam 12%, serão tributadas em 15% em 2026 e 2027 e, a partir de 2028, em 18%. A tributação do JCP aumenta de 15% para 17,5%. A CSLL de fintechs passa de 9% este ano para 12% no próximo. E para instituições de pagamento, sobe de 15% a 17,5%.


… Como tem tramitação terminativa na CAE, a matéria seguiria direto para a Câmara, mas a intenção do líder do PL no Senado, Carlos Portinho, de pedir para que o projeto seja analisado pelo plenário da Casa pode atrasar o envio à votação dos deputados.


… Há um período de cinco dias úteis para que os senadores apresentem recurso para que haja deliberação do texto no plenário.


… No Valor, a equipe econômica teme que o Congresso use o projeto que aumenta a tributação sobre bets e fintechs para ampliar as exceções à taxação dos dividendos e ao imposto mínimo efetivo que será cobrado das altas rendas.


ANTIFACÇÃO – O governo negocia com o senador Alessandro Vieira (MDB), que relata o projeto Antifacção no Senado, ajustes no texto de sua autoria, mas que foi modificado pelo relator na Câmara, deputado Guilherme Derrite (PP).


… Entre os pontos principais, o Planalto tenta reverter uma mudança que pode tirar dinheiro da Polícia Federal no combate ao crime organizado.


… Se for aprovado pelos senadores com as mudanças feitas por Vieira, o texto voltará para a análise da Câmara.


LULA & TRUMP – Em telefonema a Trump, nesta terça-feira, o presidente Lula defendeu a atuação com os Estados Unidos no combate ao crime organizado, numa tentativa de assumir o protagonismo apropriado pela oposição na questão da segurança pública.


… Em sua rede Truth Social, Trump confirmou que, entre os assuntos discutidos com Lula, esteve “como nossos países poderiam trabalhar juntos para combater o crime organizado”, além de outros temas como o comércio, sanções e tarifas.


… Dizendo estar “ansioso” para ver Lula “e falar com ele em breve”, Trump disse que teve com o presidente brasileiro uma conversa “muito produtiva” e que “acordos muito bons virão dessa parceria recém-formada”. A chamada durou 40 minutos.


… Mais cedo, Trump voltou a dizer aos jornalistas na Casa Branca que “gosta” de Lula.


… A Secretaria de Comunicação Social acrescentou que Lula elogiou a decisão da Casa Branca de recuar da tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, mas reforçou que o Brasil deseja “avançar rapidamente” nas negociações sobre outros itens que seguem tarifados.


2026 – Em entrevista à TV Record de Pernambuco, Lula disse que decidirá em março de 2026 se será candidato à reeleição, reconhecendo que a sua idade é um fator a ser considerado. “Tenho que levar em conta que estou com 80 anos e para ser candidato preciso estar 100%.”


… Mas já antecipou que, se estiver como está hoje, “tenho condições plenas para ser candidato à reeleição”.


… Pesquisa Atlas Intel/Bloomberg, divulgada nesta terça-feira, mostrou que Lula ainda venceria todos os candidatos de direita no primeiro e segundo turnos, mas o presidente perdeu pontos na imagem do governo: ruim e péssimo (48,6%) ultrapassou ótimo e bom (44,4%).


… No cenário principal, Lula tem 48,4% das intenções de voto (de 51,3% em pesquisa de outubro), contra 32,5% de Tarcísio (de 30,4% antes).


AGENDA – A expectativa amplamente dovish para o Fed (89,2% x 10,8% no CME Group) será operada hoje por quatro indicadores.


… Às 10h15, a pesquisa ADP deve apontar a criação de 40 mil vagas de emprego no setor privado em novembro, abaixo das 42 mil de outubro. A produção industrial sai às 11h15, com previsão de alta de 0,1% em setembro.


… Na sequência, vêm a leitura final de novembro do PMI/S&P Global composto (11h45) e o PMI de serviços medido pelo ISM (12h), que deve desacelerar de 52,4 em outubro para 51,8 em novembro, pelas estimativas do mercado.


… O petróleo confere às 12h30 os estoques do DoE, com projeção de queda de 1,7 milhão de barris.


… Após fechamento dos mercados norte-americanos, a Salesforce divulga o seu balanço trimestral.


… Na zona do euro, é dia de PPI de outubro (7h) e leitura final de novembro do PMI/S&P Global composto (6h), que também será divulgada na Alemanha (5h55) e Reino Unido (6h30). A presidente do BCE, Christine Lagarde, fala às 10h30 no Parlamento europeu.


ÁSIA HOJE – Na China, o PMI de serviços já saiu, recuando de 52,6 em outubro para 52,1 em novembro, no menor nível em cinco meses, segundo pesquisa divulgada pela S&P Global. O resultado, porém, ficou acima da previsão de 51,2.


… Já o PMI composto chinês diminuiu de 51,8 para 51,2 no mesmo período, tocando o menor patamar em quatro meses. O resultado, no entanto, segue acima da marca de 50, indicando expansão da atividade econômica.


… Também no Japão foi divulgado o PMI composto, que subiu de 51,5 em outubro para 52,0 em novembro, segundo pesquisa final da S&P Global. O indicador permaneceu acima do patamar neutro de 50, ou seja, indicando expansão da atividade.


… O PMI de serviços teve leve alta de 53,1 para 53,2 na mesma comparação, também em território expansionista.


AQUI – O câmbio monitora os dados semanais do fluxo cambial, que o BC divulga às 14h30.


BATENDO DE FRENTE – O Ibovespa acima dos 161 mil pontos pela primeira vez, o real mais apreciado e a perda de prêmios dos juros futuros têm por trás a aposta de que não só o Fed, mas também o Copom, ainda pode vir dovish.


… Galípolo não perde uma oportunidade de corrigir a expectativa de corte da Selic em janeiro, sem que a estratégia tenha conseguido até agora frear a esperança na curva a termo de que dá para o juro começar 2026 caindo.


… Ontem, a produção industrial fraca em outubro deu mais um argumento para o mercado ir para cima do BC. O indicador registrou alta de 0,1% contra setembro, frustrando as apostas de que viria em ritmo mais forte, de 0,3%.


… Amanhã, tem o PIB do terceiro trimestre, que deve crescer 0,2% na margem, menos do que nos três meses anteriores (+0,4%), de acordo com a mediana do Projeções Broadcast, reforçando a atividade menos aquecida.


… Em mais um sinal de desaquecimento, dados da Fenabrave divulgados no final da tarde de ontem indicaram a maior queda das vendas de veículos na base anualizada em três anos e meio, de 5,9% no mês de novembro.


… Pouco sensível às sinalizações de perda de pique da atividade, Galípolo insiste que o BC “não se emociona”, que segue cauteloso com a inflação do setor de serviços, com o fiscal e também com o fôlego do mercado de crédito.


… Na corrente dos que estão com Galípolo, a ex-BC Fernanda Guardado, hoje economista-chefe do BNP Paribas, aponta que um corte antecipado da Selic na reunião de janeiro poderia arranhar a credibilidade do BC.


… Segundo ela, é precisa observar o impacto de medidas que podem estimular a demanda, antes de aliviar o juro. O cenário-base do BNP Paribas contempla o início do ciclo de desaperto apenas na reunião do Copom de março.


… Apesar do conservadorismo do BC, os juros futuros continuam na queda de braço e ontem devolveram prêmio de risco com a produção industrial mais fraca, o dólar em baixa e a moderação dos rendimentos dos Treasuries.


… A aprovação, pela CAE do Senado, do projeto que aumenta a taxação de fintechs, bets e JCP reforçou a percepção de alguma melhora no quadro fiscal de 2026, embora o Executivo ainda precise correr atrás para fechar as contas.


… No fechamento dos negócios, o DI para Jan/27 caiu para 13,570% (contra 13,610% no ajuste anterior); Jan/29 recuou a 12,670% (de 12,757% na véspera); Jan/31 foi a 12,905% (de 13,001%); e Jan/33, 13,040% (contra 13,150%).


… Lá fora, as taxas dos Treasuries também caíram, com o investidor apostando alta no Fed dovish, enquanto Trump praticamente confirmou a escolha de Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, como sucessor de Powell.


… Já cotado como favorito pelo mercado, seu nome foi citado por Trump como o “próximo presidente em potencial” do Fed. A expectativa agora é de que a sua indicação não saia mais antes do Natal, devendo ficar para janeiro.


… O retorno da Note de 2 anos recuou para 3,514%, de 3,535% na véspera, e o de 10 anos, a 4,090%, de 4,095%.


SÓ VAI – Sem medo de que o Fed traia a convicção de um corte no juro daqui a uma semana, o dólar voltou mais um pouco, para a faixa de R$ 5,33, antecipando o reforço do fluxo para os emergentes com o carry trade vantajoso.


… Também teria contribuído para o alívio a aprovação no Senado do projeto que altera a tributação de fintechs e bets, especialmente pela ampliação do prazo de isenção para distribuição de dividendos até abril de 2026.


… Essa mudança reduziu a urgência de antecipação de remessas, aliviando a pressão de curto prazo no câmbio.


… O dólar à vista fechou em baixa de 0,54%, a R$ 5,3303, com o real se beneficiando ainda da correção do iene (-0,30%), para 155,82/US$, um dia depois de o presidente do BC japonês não ter descartado alta do juro no dia 19.


… O euro subiu 0,14%, a US$ 1,1626, a libra esterlina fechou estável, a US$ 1,3212, e o DXY teve queda marginal de 0,06%, a 99,357 pontos, com o dólar “particularmente frágil”, segundo o banco ING, diante do Fed relaxado no radar.


… Confiante de que mais uma flexibilização monetária vem aí, as bolsas em Nova York operaram com ganhos moderados e agora acionam a expectativa para a inflação do PCE de setembro, programada para sexta-feira.


… O Dow Jones subiu 0,39%, aos 47.474,46 pontos; o S&P 500 ganhou 0,25%, aos 6.829,37 pontos; e o Nasdaq avançou 0,59%, aos 23.413,67 pontos. Apple subiu 1,09% com o anúncio do novo vice-presidente de IA.


… Intel saltou 8,65% com notícias ligadas ao avanço de seus projetos de inteligência artificial.


… Embalado pelo “combo juros” (esperança de Fed + Copom dovish), o Ibovespa cravou novo recorde duplo: fechou na máxima intraday e no pico de todos os tempos (161.092,25 pontos), em alta de 1,56%, com giro de R$ 24,5 bi.


… Vale teve desempenho sólido, apoiada no clima favorável do Vale Day, em que anunciou redução do guidance de produção e menor Capex à frente, combinação vista como favorável ao caixa e potencializadora de dividendos.


… A mineradora estima produzir 335 milhões a 345 milhões de toneladas de minério de ferro em 2026, contra a previsão anterior de 340 milhões a 360 milhões. No fechamento, a ação subiu 0,82%, negociada a R$ 68,48.


… Petrobras virou para o positivo e fechou nas máximas do dia (PN, +0,69%, a R$ 32,07; e ON, +0,54%, a R$ 33,77), desafiando a queda de 1,14% do petróleo Brent, a US$ 62,45, com as negociações para o acordo de paz na Ucrânia.


… Mas a Rússia afirmou à noite que não houve acordo após cinco horas de reunião com os enviados de Trump.


… Os bancos subiram em bloco, ajudando a bolsa a conquistar a marca inédita. Itaú encerrou na máxima do dia, a R$ 42,22 (+2,23%). Bradesco PN ganhou 1,09% (R$ 19,54); BB, +1,62% (R$ 22,56); e Santander, +2,62% (R$ 34,80).  


… As maiores altas do dia ficaram com CVC (+6,63%), Vamos (+6,46%) e Localiza (+4,74%), enquanto só cinco ações entre as 82 do índice fecharam no negativo, entre elas TIM (-0,74%), Pão de Açúcar (-0,50%) e Gerdau (-0,21%).


CIAS ABERTAS NO AFTER – EMBRAER anunciou conclusão antecipada do programa de recompra de ações aprovado pelo Conselho de Administração em 6 de novembro…


… Programa, que tinha prazo de 12 meses e encerramento previsto para novembro de 2026, foi finalizado após a aquisição da totalidade das ações previstas (10,8 milhões de ações ordinárias). 


PRIO produziu 138,8 mil barris de óleo equivalente por dia no mês de novembro, 54,9% acima da média de produção no mês de outubro, segundo dados preliminares.


ALPARGATAS pagará em 19 de dezembro R$ 1,25 por ação ordinária ou preferencial aos acionistas que estavam na base em 18 de novembro, devido à redução do capital social da companhia em R$ 850 milhões.


ZAMP. CVM aprovou a conversão do registro da empresa de emissor de valores mobiliários da categoria A para categoria B; com a mudança, as ações da companhia deixaram de ser negociadas na B3 a partir desta terça-feira (2).


ENGIE pagará em 23 de dezembro R$ 719,18 milhões a título de dividendos intercalares aprovados pelo Conselho de Administração da companhia em agosto; montante corresponde a R$ 0,8814 por ação.


CEMIG. Subsidiária Cemig SIM concluiu uma reorganização societária com uma subsidiária da Comerc Energia.


BOMBRIL. Justiça de São Paulo homologou plano de recuperação judicial da empresa.

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado.* Sexta Feira, 26 de Dezembro de 2.025. *Bolsonaro oficializa Flávio e mantém crise* ​ BC divulga nota de crédito de novem...