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Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


NY +0,3% US tech +0,2% US semis +1,8% UEM +0,2% España +0,7% VIX 16,1% Bund 2,75% T-Note 4,08% Spread 2A-10A USA=+58pb B10A: ESP 3,22% PT 3,07% FRA 3,48% ITA 3,44% Euribor 12m 2,251% (fut.2,338%) USD 1,166 JPY 181,0 Ouro 4.188$ Brent 63,1$ WTI 59,4$ Bitcoin -0,3% (93.120$) Ether +4,4% (3.202$).


SESSÃO: Após o breve descanso na segunda-feira, as bolsas continuam a subir apesar do aumento de risco, tanto por geoestratégia (Rússia, mas agora também a China com demonstração de força diante de Taiwan e crise verbal com o Japão) como potenciais OPVs da IA em 2026 a preços extremamente ambiciosos. Hoje pode ser semelhante a ontem, embora um pouco mais tímido.


Ontem, os semis +1,8% pelo segundo dia consecutivo. +3,6% na semana e +46% no ano. Nova Iorque plana na semana e +16% respetivamente. Está a acontecer o posicionamento para 2026 antes do tempo, sem o mercado ter respirado/corrigido um pouco e sob a contínua pressão do FOMO (Fear Of Missing Out). Ontem foi publicado o Inquérito ADP de Emprego Privado mau (-32k vs. +10k esperado vs. +47k anterior), mas o mercado interpretou em positivo, reforçando-se mais a expetativa de que a Fed baixe -25 p.b. até 3,50/3,75% (10/12)… embora esse movimento já estivesse descontado, independentemente do resultado ADP. O ISM Serviços americano saiu um pouco melhor do que o esperado (52,6 vs. 52 esperado vs. 52,4 anterior) e o mercado ficou insensível. Igual com a Produção Industrial (+0,1%, como esperado), mas neste caso porque era o registo de setembro, desfasado.

 

Salesforce bateu expetativas e elevou guidance ontem após o fecho americano, portanto sobe +1,8% em aftermarket. Os futuros sobre as bolsas voltam a vir em alta, embora um pouco mais na Europa (+0,5%) do que em Wall St (+0,1%). Provavelmente esse será o tom de hoje, a não ser que, ao contrário de ontem, talvez evolua de mais a menos porque a referência do dia é o indicador de Cortes de Emprego Challenger (isto é, despedimentos publicados) em novembro, e poderá piorar desde 153k em outubro, mas voltamos ao mesmo: um dado de emprego já não reforçaria mais a expetativa de que a Fed faça uma descida, portanto para o mercado é quase indiferente.


Em obrigações, poucos movimentos significativos, a não ser o fortalecimento de Itália face à França: yield O10A 3,45% vs. 3,50%... com Espanha a 3,22%. Um inquérito sobre as consequências da provável nomeação de Hasset (assessor económico principal do governo) como Governador da Fed a partir de maio de 2026 indica preocupação geral, porque poderá baixar taxas de juros de forma demasiado agressiva devido à pressão de Trump. Lógico, mas essa expetativa de descidas é uma das razões mais potentes para o atual rally de mercado…


CONCLUSÃO: Subida suave com tendência a perder força. A sessão será decidida conforma saia o indicador de Cortes de Emprego Challenger, mas tampouco influenciará significativamente, mesmo que saia mau, porque o corte da Fed está descontado e os despedimentos provocados pela aplicação da IA vão tornar-se uma tónica habitual que dificultará que a Fed se guie pelo emprego tanto quanto antes. O reposicionamento para 2026 já começou e ninguém quer ficar de fora (FOMO). 


FIM

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