Bankinter Portugal Matinal 0912
Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: A semana voltou a ser melhor do que o esperado. Perante a ausência de obstáculos, impôs-se uma suave inércia em alta. Inclusive apesar da instabilidade política em França, de um “autogolpe” falhado e fugaz na Coreia do Sul, de um emprego americano bastante bom e de umas declarações de Powell otimistas sobre o ciclo americano, mas de tom hawkish/duro, referências que deveriam ter arrefecido as expetativas de descidas de taxas de juros por parte da Fed e, por extensão natural, também o mercado… mas não aconteceu nada disso. Surpreendente resistência das obrigações e perfeito estado da tecnologia. O arrefecimento sobre taxas de juros após a vitória de Trump parece já descontado a 100%. O final de 2024 está a ser tão sólido que convém refletir sobre o potencial que deixa para 2025.
Esta semana, o interessante será na quarta e quinta-feira, com uma inflação americana um pouco desconfortável e outra descida de taxas de juros do BCE. Os futuros vêm a retroceder hoje um pouco e parece que será o tom da sessão, o que seria bastante bom, porque este rally de final de ano pode dificultar o arranque de 2025. Esta é uma semana de 5 bancos centrais. Amanhã. Austrália repetirá a Taxa Diretora em 4,35%. Depois, Canadá -50 p.b., até 3,25%, mas Brasil +75 p.b., até nada menos que 12% para tentar travar a depreciação do real (até ca. 6,0/$ vs ca,4,8/$ em 2024) e saída de capitais. Mas, principalmente, na quinta-feira, duas descidas de taxas de juros relevantes: BCE (-25 p.b., até 3,00% Depósito/3,15% Crédito) e Suíça (-50 p.b., até apenas 0,50% visto que a sua inflação está +0,7%). Embora ambas estejam descontadas, influenciarão um pouco favoravelmente sobre as bolsas e obrigações europeias, principalmente o movimento do BCE. Publicará também estimativas macro atualizadas e, considerando a debilidade da França e Alemanha, o mais inteligente que poderia fazer é realizar uma revisão substancial em baixa para que o mercado se adapte de seguida.
E a inflação americana de quarta-feira mostrará a sua resistência a ceder: IPC +2,7% vs. +2,6%, com Subjacente a repetir em +3,3%. Em suma, tanto este dado como a provável revisão em baixa das estimativas macro do BCE e apesar da descida de taxas de juros, deverão traduzir-se em alguma realização de lucros nas bolsas, a qual se resistem a aceitar desde há semanas… resistência que, insistimos, não é nada bom para o arranque de 2025, que poderá ser fraco se as bolsas continuarem a não parar por nada.
De resto, a queda de Asad na Síria não afeta o mercado. Em todo o caso, é bom a curto prazo, porque debilita a Rússia e os seus aliados.
S&P500 +0,3% Nq-100 +0,9% SOX +0,7% ES-50 +0,5% IBEX -0,4% VIX 12,8% Bund 2,10% T-Note 4,14% Spread 2A-10A USA=+4pb B10A: ESP 2,75% PT 2,51% FRA 2,87% ITA 3,19% Euribor 12m 2,399% (fut.1,992%) USD 1,055 JPY 158,4 Ouro 2.644$ Brent 71,5$ WTI 67,6$ Bitcoin -1,4% (99.127$) Ether -2,7% (3.920$).
FIM
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