domingo, 14 de dezembro de 2025

Leitura de sábado

 *Leitura de Sábado:queda do CDS do Brasil indica otimismo, mas grau de investimento segue distante*


Por Daniel Tozzi


São Paulo, 09/12/2025 - O custo para se proteger de um calote da dívida soberana brasileira está entre os menores dos últimos anos. O chamado spread do Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, indicador utilizado no mercado internacional para medir a percepção de risco de um país, tem oscilado abaixo dos 145 pontos nos últimos meses, algo raro nos últimos cinco anos.


O CDS funciona como um seguro contra calote: quanto mais barato, menor o temor de que o país não honre suas obrigações. Ou seja, esse nível baixo indica que, na visão dos investidores globais, o risco de crédito do País está relativamente controlado, sobretudo quando comparado à média histórica brasileira.


Além disso, as últimas emissões de títulos da dívida brasileira no exterior apresentaram queda significativa nos prêmios de risco embutidos pelos investidores. A mais recente, de novembro de 2025, teve spreads de 187,4 pontos acima da Treasury de referência (título do Tesouro norte-americano), nível relativamente baixo, pelo histórico recente. Emissões semelhantes realizadas entre 2021 e 2024, por exemplo, tiveram spreads acima dos 210 pontos.


Esse alívio na percepção dos investidores, no entanto, não se traduz em melhora nas avaliações das agências de classificação de risco. Embora o mercado tenha reagido positivamente ao cenário, fatores estruturais ainda pesam sobre a análise das grandes casas de rating - S&P, Moody's e Fitch -, que mantêm o Brasil abaixo do grau de investimento, perdido em 2015.


A diferença entre o comportamento do CDS e as notas de crédito acontece porque, apesar de ambos medirem risco, eles observam dimensões distintas. Enquanto o CDS reflete uma leitura mais imediata das condições de mercado, as agências adotam metodologias mais amplas, que incluem variáveis fiscais e de prazo mais longo, seara em que o Brasil ainda “patina”, conforme pontuam analistas consultados pela Broadcast.


Além disso, a relação entre CDS e rating do Brasil hoje não destoa muito quando comparada a de outros países emergentes. A Índia, por exemplo, registrou CDS de 5 anos bem mais baixo que o do Brasil - de 46,5, em média, em novembro - e tem um rating BBB (mais positivo que o Brasil), pela classificação da S&P. Já a África do Sul, tem rating semelhante ao do Brasil (BB-), e conta com um CDS de 5 anos em nível parecido: 147,8 pontos. Os dados são da S&P Market Intelligence e foram levantados a pedido da Broadcast.


Na comparação com pares latinos, o México e o Peru são classificados com a nota BBB pela S&P - mais positiva que o Brasil -, mas apresentaram um CDS menos elevado que o brasileiro (98 pontos e 69 pontos em novembro, respectivamente), ou seja, indicando que os investidores estrangeiros veem menos risco de se investir nesses países.


Na Colômbia, por outro lado, o rating definido pela S&P é igual ao do Brasil (BB), mas o CDS de 5 anos do país foi consideravelmente mais elevado, de 196,2 pontos em novembro. A comparação com a Colômbia já foi, inclusive, citada pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, ao defender a volta do grau de investimento ao Brasil.


  

*CDS de 5 anos, em média, no mês de novembro, segundo a S&P Market Intelligence


Para o sócio e economista-sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, a principal razão para o CDS baixo hoje é a posição confortável do Brasil em moeda forte. Apesar da piora recente nas contas externas, o País mantém reservas robustas e não enfrenta risco de liquidez em dólares, avalia ele.


“O investidor olha muito para a capacidade de pagamento em moeda estrangeira. E hoje o Brasil não carrega nenhuma preocupação relevante de honrar compromissos em dólares”, afirma. “O CDS mostra isso: o risco no horizonte de curto e médio prazo é baixo. Não temos falta de dólares”, exemplifica ele.


Somado a isso, a “fotografia” internacional também tem pesado a favor do Brasil. O sócio e economista-chefe da Garantia Capital, André Perfeito, lembra que o ambiente global está conturbado, e os Estados Unidos vivem um momento de perda de confiança, o que distorce a própria métrica de risco relativo.


“Não é necessariamente que o Brasil esteja ótimo; às vezes é que os Estados Unidos estão mal, e isso influencia o spread. Dependendo de como se calcula, a piora relativa lá fora contribui para a queda do CDS brasileiro. É como se o Brasil ganhasse por WO”, ilustra ele, acrescentando que, recentemente, também que o Brasil se saiu bem nas negociações tarifárias junto aos EUA, o que contribui para o bom momento do País na visão dos estrangeiros.


Campos Neto pontua ainda que o nível baixo do spread do CDS de 5 anos do Brasil neste momento ocorre a despeito da piora recente das contas externas do País na margem. Entre fevereiro e setembro deste ano, por exemplo, o déficit nas transações correntes acumulado em 12 meses foi superior ao total de Investimento Direto no País (IDP), de acordo com o Banco Central.


“O déficit em conta corrente piorando sempre vai gerar uma tensão. Eventualmente, o nosso CDS poderia até estar mais baixo se não fosse essa piora, mas o ponto é que o Brasil segue recebendo volumes muito fortes de investimentos”, reforça ele.


Grau de investimento


Em linha com o que as principais agências de risco têm relatado em seus comunicados nos últimos anos, Campos Neto cita a questão fiscal como principal entrave para a retomada do grau de investimento. Ele lembra, em especial, o tamanho da dívida pública brasileira em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB). “Pelo critério do FMI, nossa dívida está beirando 90% do PIB. Nos emergentes, a média é de 50% a 60%. Entre países com rating semelhante, 40% a 50%. Estamos bem acima do padrão”, relembra.


Outra questão no radar das agências de risco é a enorme rigidez orçamentária no Brasil, já que cerca de 95% das despesas públicas são gastos obrigatórios “O Brasil não tem margem para ajuste”, reforça.


André Perfeito concorda que a questão fiscal é o principal elemento para o qual as agências ainda se preocupam em relação ao Brasil. Ele ressalta, porém, que, apesar da dinâmica preocupante da dívida, o histórico recente é favorável. “O déficit primário do Brasil neste ano vai ser algo entre 0,5% e 1% do PIB. O FMI projeta déficit primário de 2% para o conjunto de países industrializados e 4% para as nações em desenvolvimento. Não quero dizer com isso que a situação do Brasil seja boa. Mas, visto de Londres, Nova York, ou Frankfurt, o Brasil parece menos feio do que a visão daqui”, reflete.


O economista-chefe para Brasil do banco britânico Barclays, Roberto Secemski, avalia que pode haver um misto de “otimismo” e benevolência por parte de investidores estrangeiros ao analisarem o Brasil. “No geral, os estrangeiros tendem a colocar o Brasil numa perspectiva mais ampla e, de fato, o ritmo de deterioração fiscal por vezes tem sido mais rápido em outros países, embora o ponto de partida brasileiro no geral seja pior. Seria talvez uma mistura de otimismo com benevolência, já que ratings são comparações relativas entre diferentes economias e não notas absolutas”, afirma ele.


Para Secemski, porém, está claro que é justamente a alta dívida pública o que dificulta a retomada do grau de investimento no Brasil. “Uma dívida pública alta e ascendente em relação a outros mercados emergentes, com custo de carrego extremamente elevado e juros reais próximos aos dois dígitos não inspira confiança na sustentabilidade do quadro atual”, acrescenta.


Contato: daniel.mendes@estadao.com


Broadcast+

sábado, 13 de dezembro de 2025

Carlos Viana

 NOTA OFICIAL:


Recebo com indignação profunda a decisão do ministro Dias Toffoli que determinou, em uma decisão judicial, a retirada de documentos da CPMI do INSS que investiga o presidente do Banco Master.


Essa decisão não é apenas estranha. É grave. Sempre que se afasta de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito o acesso a documentos essenciais, enfraquece-se a investigação e amplia-se a desconfiança da sociedade sobre o que se tenta ocultar.


Registro este posicionamento mesmo estando em pleno repouso médico, em recuperação de uma cirurgia emergencial realizada há apenas seis dias. Ainda assim, o dever com o Parlamento e com o povo brasileiro se impõe acima de qualquer circunstância pessoal.


A CPMI do INSS apura um dos mais graves escândalos envolvendo empréstimos consignados no país, com indícios claros de práticas abusivas contra aposentados e pensionistas. Milhões de brasileiros tiveram seus benefícios corroídos por contratos obscuros, descontos automáticos prolongados e renovações sucessivas que transformaram o consignado em um ciclo permanente de endividamento.


Os documentos retirados da CPMI do INSS não são acessórios. São peças centrais para compreender fluxos financeiros, contratos, autorizações e relações institucionais que podem revelar quem lucrou bilhões às custas da renda mínima de idosos, viúvas e trabalhadores que contribuíram a vida inteira.

Retirar documentos de uma CPMI do INSS em pleno funcionamento enfraquece a apuração, desorganiza o trabalho investigativo e cria um precedente extremamente perigoso de interferência externa em um instrumento constitucional do Parlamento.


Não se trata de um conflito entre Poderes. Trata-se do direito do Congresso Nacional de investigar fatos graves e do direito da sociedade de conhecer a verdade.

A Presidência da CPMI do INSS adotará todas as medidas cabíveis para preservar a autoridade da comissão, a legalidade dos seus atos e a integridade da investigação.


Como ensina a Escritura:

“Nada há encoberto que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a ser conhecido.”

(Lucas 8:17)


Quando se retira documento de uma CPMI do INSS, não se retira apenas papel. Retira-se transparência. E sem transparência, não há justiça.


Carlos Viana

Senador da República

Presidente da CPMI do INSS


Os documentos retirados

Os vagabundos sapateiam na nossa cara

 



Durante o evento de lançamento do canal SBT News, realizado nesta sexta-feira (12) nos estúdios do SBT em São Paulo, o fotógrafo oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ricardo Stuckert, interveio para impedir que o momento de uma conversa reservada entre Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fosse registrado pelas câmeras do canal.


Durante a recepção de autoridades e convidados, a câmera do SBT News se aproximou do grupo formado pelos três integrantes. Nas imagens transmitidas ao vivo pelo YouTube, é possível observar que Moraes cobre a boca para falar com Lula e Lewandowski. O trio apresenta semblantes sérios. Poucos segundos depois, ao notar a aproximação da câmera, Ricardo Stuckert se dirige ao operador de vídeo e solicita que a gravação da conversa seja interrompida.


O caso se dá no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos anunciou a revogação das sanções impostas pela Lei Global Magnitsky contra Alexandre de Moraes, sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e o Instituto Lex, empresa ligada à família do ministro. Até o momento da conversa, nem o Palácio do Planalto nem Moraes haviam se manifestado publicamente sobre a decisão de Washington.


Mais tarde, durante discurso no mesmo evento, Lula mencionou o tema e afirmou que havia solicitado pessoalmente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), a revogação das sanções. Segundo o presidente brasileiro, o gesto representava “um compromisso com a democracia”. Já Moraes enquadrou a decisão como “uma vitória da soberania nacional”.


As sanções haviam sido impostas formalmente em 30 de julho. O governo Trump acusava Moraes de utilizar sua posição institucional para autorizar detenções preventivas arbitrárias, além de reprimir a liberdade de expressão. As punições foram estendidas à esposa do ministro e à empresa da família em 22 de setembro.


O evento também marcou o lançamento oficial do SBT News, novo canal de notícias do Grupo Silvio Santos com programação contínua 24 horas por dia.

Vamos em frente

 

O artigo “O juiz venceu” descreve a naturalização do anormal em Brasília: ministros do STF atuando como protagonistas políticos, “orientando” o Legislativo, chancelando textos, condicionando votações e participando de acordos de bastidor como se isso fosse parte do rito democrático. Na narrativa do cronista, a República vira um tabuleiro em que o juiz deixa de apenas julgar: ele antecipa veto, avaliza projeto, sela pactos e, ao fim, “vence” — porque concentra a palavra final e ainda opera o caminho até ela.

O que pouca gente parece estar dizendo com clareza no caso Master é o seguinte: o “ativo” mais decisivo não era só liquidez; era poder jurídico futuro. Relatos sobre o banco indicam uma exposição gigantesca a precatórios (ativos cuja realização depende de regras, validações, compensações e disputas judiciais), tanto que, no desenho de negociações com o BRB, esses papéis foram explicitamente deixados de fora do negócio, ao lado de fundos/participações — um bloco de ativos remanescentes avaliado em algo como R$ 15 a R$ 23 bilhões, segundo reportagem baseada em Reuters. Além disso, demonstrações financeiras do próprio banco registravam direitos creditórios e precatórios no balanço (com critérios próprios de precificação).

Aí entra a conexão que “não precisa ser Einstein” para enxergar: quando um banco monta uma tese tão dependente de ativos litigiosos e de ambiente decisório em Brasília, o STF não é pano de fundo — é parte relevante do risco/retorno. E, nesse mesmo enredo, veio à tona um contrato de R$ 129 milhões (R$ 3,6 milhões/mês por 36 meses) envolvendo o Banco Master e o escritório da esposa de um ministro do STF, com escopo amplo de atuação em frentes que tangenciam Estado e sistema de Justiça. Mesmo sem afirmar crime automaticamente, o conjunto cria um cheiro institucional intolerável: aposta bilionária em créditos que respiram decisões judiciais + relações financeiras gigantescas orbitando o topo do Judiciário.

Conclusão: isso tem cara de sintoma, não de acaso. Um país em que “negócios” dependem mais de acertos com cúpulas e decisões futuras do que de produtividade e concorrência vira, na prática, um cassino dos poderosos de Brasília — e quem paga a conta, como sempre, é o contribuinte tratado como figurante. Se o Brasil quer parar de ser refém desse teatro, a pergunta é direta: vamos continuar normalizando essas coincidências “cristalinas e documentadas”, ou vamos exigir regras duras de impedimento, transparência total e responsabilização real — sem blindagens, sem privilégios, sem truques de bastidor?

A bilionária e a marxista

 A bilionária e a marxista

Por Gustavo Maultasch
10/12/2025
Na lógica marxista, produzir valor para os consumidores não significa nada; o importante são as ideias abstratas de igualdade, esforço, justiça social.
Eu não sei o que é mais difícil: conquistar o primeiro bilhão ou manter a serenidade diante do marxismo das pessoas em situação de projac. (De minha parte, posso dizer que venho falhando em ambos os desafios).
Mas a brasileira que é a bilionária mais nova do mundo, a fundadora da Kalshi, aparentemente logrou as duas coisas. Esses dias vi que ela tinha sido entrevistada e pensei: certamente sua entrevista versará apenas sobre a sua empresa e sua história, não? Sobre o seu trabalho como empreendedora, que é digno de louvor, orgulho, uma história de vida para inspirar a nós e a nossos filhos, correto?
Na lógica marxista, produzir valor para os consumidores não significa nada; o importante são as ideias abstratas de igualdade, esforço, justiça social. Ou melhor: significa sim, porque se ela tiver de escolher um médico para si, provavelmente escolherá o melhor, e não o mais esforçado
Só que até eu de vez em quando subestimo a neurose da monomania marxista, que a todo tempo e em todo lugar quer enxergar opressão, exploração, desigualdade. O sujeito vê a alvorada e pensa: olha aí o sol oprimindo o orvalho. É uma espécie de perturbação mental que interpreta toda e qualquer realidade como contendo algum tipo de maniqueísmo, algum tipo de luta entre o Bem e o Mal. (Parte desse problema advém das universidades, que ensina que pensar significa criticar, e criticar significa encontrar opressores e oprimidos em qualquer realidade).
Nessa entrevista a que assisti, a entrevistadora fez a seguinte pergunta à nova bilionária: “Você construiu a sua fortuna com esforço próprio, e aqui no Brasil a gente faz, com muita frequência, um debate sobre a questão da meritocracia, [sobre] o que é a meritocracia num país tão desigual como o Brasil. Quer dizer, algumas pessoas já partem na frente de outras para a vida, para as oportunidades. Pelo que eu entendi, você vem de uma família de classe média. Você acha que se você tivesse nascido num outro contexto, numa outra realidade social, você teria conseguido chegar aonde você chegou?”
Bem, se o Pelé tivesse nascido sem perna, se o Ayrton Senna tivesse nascido antes de inventarem o automóvel, enfim, se a realidade fosse outra, o resultado seria outro mesmo. Estamos brincando aqui de contrafactual, de viagem no tempo, em que uma pequena modificação no passado altera toda a cronologia do futuro?
Nós sabemos que esse não pode ter sido o objetivo da pergunta – que na verdade nem era uma pergunta, mas sim uma repetição de clichês da vulgata marxista.
O que a entrevistadora quis dizer foi mais ou menos o seguinte: não há nada de louvável no que você fez, porque o indivíduo não existe; ele é apenas resultado de sua classe e suas circunstâncias. E se você é uma bilionária, e bilionários não podem existir, eu vou encontrar aqui algum fator da sua história para menosprezar toda a contribuição individual que você pensa que pode ter feito à sua própria história. Assim como um criminoso não faz nada de errado (pois ele é apenas uma vítima da sociedade), você também não fez nada de positivo (pois você é apenas uma predestinada da sociedade). O certo mesmo seria você não ter mais do que ninguém.
A entrevistadora demonstra ainda que não sabe o que é meritocracia no livre-mercado, e confunde meritocracia com “esforçocracia”. É evidente que há muita gente esforçada que, por uma série de razões – falta de sorte, de talento, de oportunidades – não alcançou bom resultado. Mas o livre-mercado não foi feito para recompensar o esforço; e ele não recompensa o esforço por uma razão muito simples: porque nós, consumidores, não recompensamos o esforço em nossas decisões diárias de consumo.
Quando buscamos um produto ou serviço, o que nós queremos é o resultado. Se precisamos de um médico, escolhemos aquele com melhores resultados, e não aquele que se esforçou mais para chegar onde está. Essa é a virtude do livre-mercado e da sua meritocracia: que o profissional que produz os melhores resultados para os consumidores possa obter, para si, os melhores resultados financeiros, não importando de onde ele veio.
Na lógica marxista da entrevistadora, produzir valor para os consumidores não significa nada; o importante são as ideias abstratas de igualdade, esforço, justiça social. Ou melhor: significa sim, porque se ela tiver de escolher um médico para si, provavelmente escolherá o melhor, e não o mais esforçado. Como sempre fizeram os marxistas, igualdade para as massas, privilégios para a vanguarda. No fundo ela sabe bem que, como bem respondeu a fundadora da Kalshi, “capitalismo e meritocracia funcionam”.
Gustavo Maultasch é diplomata e autor do livro "Contra toda Censura: Pequeno Tratado sobre a Liberdade de Expressão".

Fernando Cavalcanti

 QUEM É O TRAIDOR? (ou APENAS LIVRE)


Nunca esquecerei a reação de meus amigos quando disse que Trump tinha se revelado um mau-caráter, naquele episódio em que ele caluniou e humilhou o presidente da Ucrânia.


Apontei que o monstro era Putin. Que Zelensky, pelo contrário, era um herói. E que Trump sabia disso. E mentira conscientemente, para fazer Zelensky aceitar uma paz favorável à Rússia.


Recebi uma "chuva de pedras". (No ambiente polarizado de hoje, se vc não apoiar TUDO o que os líderes do seu lado fazem, vc é considerado um isentão. Isto é, um traidor.)


Mas, "o tempo é o senhor da razão". Agora vcs descobriram quem REALMENTE é Trump.


Não estou dizendo que é um monstro. Fez muita coisa boa, também. Ele é apenas um negociante nato. E segue na política as práticas que empregava no comércio.


Como todo "businessman" de sucesso, Trump quer os melhores resultados possíveis, o mais rápido possível.


Se uma tática não rende os frutos esperados, não tem o menor pudor em voltar atrás.


Voltando à Ucrânia como exemplo: depois de apresentar Zelensky como o verdadeiro agressor, e Putin como a vítima, Trump ultimamente vem acariciando Zelensky. (É que percebeu que Putin, empolgado com seu avanço militar, já não quer acordo, quer tomar a Ucrânia inteira.)


Então, para Trump, de repente o "monstro" Zelensky virou "best friend forever", e o "incompreendido" Putin virou besta-fera do apocalipse.


Trump não quer justiça, quer bons negócios. Entenderam?


O que houve no Brasil? Expliquemos. Trump começou com uma tática errada e uma certa. E a errada estragou tudo.


Certo, excelente, magnífico (com perdão do trocadilho) foi jogar a Magnitsky em Moraes.


Errado, estúpido, contraproducente foi lançar tarifas sobre produtos brasileiros como moeda de troca em questões políticas.


O tiro saiu pela culatra. As tarifas permitiram a Lula desempenhar o papel que mais ama (como todo esquerdista): o de pobre vítima de um malvadão rico. Em vez de o enfraquecer, fizeram-no voltar a subir nas pesquisas.


E os Supremos Tiranos nem se abalaram. Sabiam que, impondo penas cruelmente duras e desproporcionais a pobres coitados feito a Débora, de um lado, e a generais idosos e prestigiados, como o Heleno, do outro, instilariam na Direita Brasileira uma sensação de desamparo absoluto.


O povo da Direita entendeu que o Supremo hoje é REALMENTE supremo. Que não tem mais a mínima preocupação em fazer justiça. Basta-lhe dominar pelo medo.


E, esse povo, aparvalhado, desnorteado, vendo que nem Bolsonaro, nem o Congresso, nem as FFAA tinham ousado desafiar o Supremo, sonhou com o último recurso dos perdedores: uma intervenção externa.


O resultado foi Trump, que seria o nosso herói salvador, vendo que o confronto não tinha funcionado, terminar nos "dando uma banana".


De maneira vergonhosa.


Eu achava que os sorrisos de Trump para Lula significavam apenas que ia retirar todas as tarifas. O que seria ótimo. Como eu disse, essa tática foi errada desde o início.


Mas, retirar a Magnitsky de Moraes  foi uma verdadeira traição. Porque ele a MERECIA.


A embaixada americana tentou justificar a trairagem (feita a pedido de Lula, é claro) dizendo que Trump o fizera por causa da aprovação do PL da "anistia reduzida" na Câmara.


Desculpa que só enganará imbecis.


Pois esse Projeto de Lei jamais virará lei.


Não passará pelo Senado. Se passar, Lula o vetará. E, se Lula não o vetar, o Supremo declarará que é inconstitucional, e acabou-se.


Trump sabe disso. Assim como sempre soube quem era o vilão e quem era o herói na Guerra da Ucrânia.


Ele não quer justiça, quer business.


Agora vcs aprenderam isso.


E gostaria que aprendessem, também, que este seu amigo aqui, quando critica alguém do nosso lado, não está sendo um traidor.


Está apenas sendo livre.

Tarcisio, uma alternativa

 🗳️ *Em evento, Tarcísio de Freitas reafirma alinhamento com bolsonarismo, mas destaca autonomia política- Veja*


No Seminário “São Paulo e Brasil: governo e política”, realizado na Casa das Garças, Tarcísio de Freitas reafirmou sua lealdade a Jair Bolsonaro, mas frisou que não é submisso ao ex-presidente. Ele se posicionou como alternativa presidencial para 2026, defendendo um projeto da direita e articulando alianças com outros governadores.


Tarcísio falou abertamente como presidenciável, destacando sua autonomia política e a necessidade de múltiplas pré-candidaturas no campo conservador para testar viabilidade.


*Principais pontos do discurso*


*Lealdade sem submissão:*


•  Reconheceu que Bolsonaro foi crucial em sua trajetória, mas afirmou que também teve papel importante ao aconselhar o ex-presidente em momentos delicados.


•  Criticou a postura de Bolsonaro na condução das vacinas durante a pandemia.


*Projeto da direita para 2026:*


•  Defendeu a união de nomes como Ratinho Junior, Romeu Zema e Ronaldo Caiado em torno de derrotar o PT nas urnas.


•  Propôs que Bolsonaro apoie diferentes pré-candidaturas conservadoras, para avaliar quem se destaca melhor.


•  Partidos do Centrão rejeitaram a candidatura de Flávio Bolsonaro e manifestaram apoio a Tarcísio como nome preferido para 2026.


•  Isso fortalece sua posição como alternativa viável dentro da direita.


*Alinhamento com pautas bolsonaristas:*


Defende anistia e indulto a Bolsonaro, além de políticas de segurança mais duras, como prisão perpétua para criminosos.


Adotou em São Paulo medidas como escolas cívico-militares e privatizações, reforçando sua identidade liberal e conservadora.


*Texto com IA*


Materia completa: https://veja.abril.com.br/brasil/tarcisio-de-freitas-revela-plano-para-2026-e-diz-que-e-fiel-a-bolsonaro-mas-nao-submisso/

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado.* Sexta Feira, 26 de Dezembro de 2.025. *Bolsonaro oficializa Flávio e mantém crise* ​ BC divulga nota de crédito de novem...