quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Corrupção destrói o ambiente de negócios

 

Antes de falar em corrupção, lembre-se: ela começa muito antes do dinheiro mudar de mão.

A corrupção que destrói culturas, equipes e países não nasce no ato.
Ela nasce na narrativa interna.

Ela nasce na frase que o brasileiro (e não somente ele!) repete para si mesmo quando enxerga uma vantagem rápida:

— “É só hoje.”
— “Todo mundo faz.”
— “Ninguém vai perceber.”
— “É só dessa vez.”

E é justamente aqui que a ciência é implacável:

📊 Em 35 países avaliados, o Brasil está entre os que menos confiam nas instituições.
(OECD Trust Survey – 2024)

📊 78% dos brasileiros acreditam que “se não fizer, será passado pra trás”.
(FGV/IBRE – Percepção de Justiça e Confiança Social)

📊 72% admitem flexibilizar regras quando o benefício pessoal é imediato.
(Transparência Internacional – 2024)

Esses números mostram algo mais profundo do que um problema ético:

A corrupção sempre começa antes do comportamento.
Ela começa na forma como a mente distorce a realidade para justificar o próprio interesse.

É o autoengano que cria a brecha.
É a narrativa que autoriza.
É a racionalização que normaliza.

Nenhum brasileiro (ou qualquer outra pessoa no mundo) acorda e decide “ser corrupto”.
Ele só autoriza uma exceção.
Depois outra.
E outra.
Até que o cérebro para de distinguir certo de conveniente.

E o resultado é devastador:
• relacionamentos se tornam transações
• equipes perdem confiança
• empresas criam microcorrupções internas
• o país paga juros sociais altíssimos

Mas aqui vem o ponto mais importante — o que ninguém fala:

Quando você vence o autoengano, você elimina 90% da corrupção que aconteceria na sua vida, no seu trabalho e no ambiente ao redor.

Corrupção não é um ato.
É um estado mental que precede o ato.

E mudar esse estado é o único caminho real de transformação.

Se este conteúdo fez sentido para você, compartilhe — não para concordar comigo, mas para elevar o nível das conversas no Brasil.

Liderança começa quando alguém decide pensar melhor que a média.

Produtividade despencando

 

A queda brutal da produtividade industrial brasileira expõe uma verdade desconfortável: estamos andando para trás enquanto o mundo acelera. O estudo da FGV mostra que, em 30 anos, a produtividade por hora trabalhada na indústria despencou 23%, caindo de R$ 58,8 para R$ 45,3. A indústria de transformação, que já foi 78% mais produtiva que a média nacional, hoje mal se sustenta 9% acima — não porque o País melhorou, mas porque o parque fabril ficou velho, travado e incapaz de acompanhar a velocidade da Indústria 5.0. Enquanto isso, a agropecuária fez o oposto: multiplicou produtividade graças a investimento pesado, pesquisa, tecnologia e ambiente competitivo.

Os dados atualizados reforçam a urgência. Só o agro apresentou crescimento relevante de produtividade (14,2% no ano), salvando um resultado geral de 0,2% — um símbolo perfeito de estagnação. A indústria brasileira não é homogênea: há ilhas de excelência, tecnologia e competitividade. Mas a média é devastadora, e o quadro fica ainda mais grave com o fim do bônus demográfico. O IBGE mostra que estamos envelhecendo rápido, e isso significa uma única coisa: ou produzimos mais por hora trabalhada, ou perdemos a capacidade de sustentar Previdência, crescimento e renda.

O problema não é tecnológico; é cultural e institucional. O mundo já avançou para a “Indústria 5.0” — automação humanizada, IA, IoT, robótica inteligente, fábricas conectadas. O Brasil ainda engatinha na “4.0”. Não porque faltam cérebros, mas porque falta ambiente: segurança jurídica, previsibilidade fiscal, estabilidade regulatória e liberdade para investir. Nenhum empreendedor sério coloca bilhões num país de regras fluidas, protecionismo crônico e intervencionismo que muda por humor ideológico. E o protecionismo — que aqui é quase um esporte nacional — continua sufocando concorrência, produtividade e inovação.

O Brasil perdeu duas posições no Índice Global de Inovação e saiu da liderança na América Latina. Não é apenas um ranking: é um diagnóstico. Produtividade é produzir mais, melhor e com menos. É renda per capita crescendo. É futuro. E sem um choque de eficiência, educação técnica e ambiente pró-investimento, caminhamos para a irrelevância industrial.

Conclusão / Call to action: se o País não colocar produtividade e eficiência como pauta central da agenda de 2026 — com foco em tecnologia, liberdade econômica, meritocracia, inovação e segurança jurídica — perderemos a última janela antes do ponto de não retorno. O agro mostrou que é possível. Falta coragem institucional para liberar o restante da economia das amarras que a condenam à mediocridade. É hora de escolher: continuamos protegendo ineficiências ou finalmente abraçamos a prosperidade?

Call Matinal 0412

 

Call Matinal

04/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (0312)

MERCADOS E AGENDA

O Ibovespa fechou terça-feira (02) na máxima de 161.755 pontos, com alta de 0,41% e giro financeiro de R$ 25,9 bilhões, em volume crescente. Já o dólar recuou 0,66%, a R$ 5,3108.

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros dos EUA operam perto da estabilidade nesta quinta-feira (04), à medida que se consolidam as apostas de um corte na taxa de juros em dezembro (semana que vem, dia 10). A ADP, empresa de processamento de folhas de pagamento veio fraco, a reduzir em 32 mil os empregos em novembro, abaixo das 40 mil vagas previstas pelo mercado. Risco no mercado migra agora para os setores defensivos: rotação de tech para setores conservadores é sinal de alerta. Pode ser apenas correção, mas merece atenção.

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MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: +0,07%

S&P 500 Futuro: -0,01%

Nasdaq Futuro: -0,10%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), -0,06%

Nikkei (Japão): +2,33%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,57%

Nifty 50 (Índia): +0,05%

ASX 200 (Austrália): +0,27%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,28%

DAX (Alemanha): +0,66%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,08%

CAC 40 (França): +0,33%

FTSE MIB (Itália): +0,20%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, +0,47%, a US$ 59,23 o barril

Petróleo Brent, +0,37%, a US$ 62,89 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,06%, a 777,00 iuanes (US$ 110,00

 

NO DIA, 0412

No mercado doméstico, o IBOVESPA segue surpreendendo em seguidos recordes diante da leitura de que deve vir um corte do Copom em janeiro. Curva de juro DI, no entanto, pode reverter, depois do comunicado da reunião do Copom da semana que vem, na super quarta. Hoje, a desaceleração esperada para o PIB/3Tri não deve mudar a convicção da maioria dos economistas, que só esperam uma redução da Selic em março, enquanto uma nova crise entre Poderes aumenta os ruídos em Brasília. Nos EUA, Kevin Hassett parece poule de 10 para a presidência do Fed, embora preocupe seu alinhamento ou submissão a Donald Trump. Mesmo assim, um novo corte do juro na próxima semana (10), reforçado pelos dados fracos do emprego no setor privado, cresce na bolsa de apostas.

 

Retornando ao Brasil, pega fogo o clima em Brasília. Não bastasse o clima de tensão entre o Executivo e o Senado, desde a nomeação de Jorge Messias para o STF, agora uma decisão polêmica e inesperada do ministro Gilmar Mendes colocou o Congresso contra a Suprema Corte. O cidadão determinou em liminar que somente a PGR pode apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte e estabeleceu que é necessária maioria de dois terços para abrir o processo e para aprová-lo. O plenário do STF ainda deve avaliar, mas isso só desgasta a já tensa relação entre os poderes.

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 01 de dezembro 

 Brasil 8h: FGV CPI IPC-S (30-Nov) Consenso 0,23%  

Brasil 8:25h: Boletim Focus 

Brasil 10h: BCB Presidente Gabriel Galípolo fala 

EUA 11:45h: PMI Industrial ISM Consenso 49,0

 

 

Terça-feira, 02 de dezembro 

Brasil 6h: IPC-FIPE Mensal Consenso 0,15% | Anterior 0,27% 

Brasil 9h: Produção Industrial YoY Consenso 0,30% | Exp -0,10% 

Brasil 9h: Produção Industrial MoM Consenso 0,50% | Exp 0,30% 

EUA 12h: Ofertas de Emprego JOLTS (Set) Consenso 7,227M

 

 

Quarta-feira, 03 de dezembro 

Brasil 10h: PMI Composto S&P Global 

Brasil 10h: PMI Serviços S&P Global 

EUA 10:15h: Variação Empregos ADP Consenso 19K 

EUA 11:15h: Produção Industrial MoM Consenso 0,1% 

EUA 12h: PMI ISM Não-Manufatura Consenso 52,0

 

Quinta-feira, 04 de dezembro   

Brasil 9h: PIB QoQ 3T Consenso 0,20% | Exp 0,25% ⬆️ 

Brasil 9h: PIB YoY 3T Consenso 1,60% | Exp 1,82% ⬆️  Brasil 15h: Balança Comercial Nov Consenso $5,5bi | Exp $5,7bi 

EUA 10:30h: Pedidos Iniciais Seguro-Desemprego Consenso 220K

 

 

Sexta-feira, 05 de dezembro 

Brasil 8h: FGV IGP-DI YoY Consenso -0,26%  

Brasil 8h: FGV IGP-DI MoM Consenso 0,19%  

Brasil 11h: Produção/Vendas Veículos 

EUA 12h: Núcleo PCE MoM Set Consenso 0,2% (prioridade Fed)

 

 

 

 

 

Boa quinta-feira a todos!

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


NY +0,3% US tech +0,2% US semis +1,8% UEM +0,2% España +0,7% VIX 16,1% Bund 2,75% T-Note 4,08% Spread 2A-10A USA=+58pb B10A: ESP 3,22% PT 3,07% FRA 3,48% ITA 3,44% Euribor 12m 2,251% (fut.2,338%) USD 1,166 JPY 181,0 Ouro 4.188$ Brent 63,1$ WTI 59,4$ Bitcoin -0,3% (93.120$) Ether +4,4% (3.202$).


SESSÃO: Após o breve descanso na segunda-feira, as bolsas continuam a subir apesar do aumento de risco, tanto por geoestratégia (Rússia, mas agora também a China com demonstração de força diante de Taiwan e crise verbal com o Japão) como potenciais OPVs da IA em 2026 a preços extremamente ambiciosos. Hoje pode ser semelhante a ontem, embora um pouco mais tímido.


Ontem, os semis +1,8% pelo segundo dia consecutivo. +3,6% na semana e +46% no ano. Nova Iorque plana na semana e +16% respetivamente. Está a acontecer o posicionamento para 2026 antes do tempo, sem o mercado ter respirado/corrigido um pouco e sob a contínua pressão do FOMO (Fear Of Missing Out). Ontem foi publicado o Inquérito ADP de Emprego Privado mau (-32k vs. +10k esperado vs. +47k anterior), mas o mercado interpretou em positivo, reforçando-se mais a expetativa de que a Fed baixe -25 p.b. até 3,50/3,75% (10/12)… embora esse movimento já estivesse descontado, independentemente do resultado ADP. O ISM Serviços americano saiu um pouco melhor do que o esperado (52,6 vs. 52 esperado vs. 52,4 anterior) e o mercado ficou insensível. Igual com a Produção Industrial (+0,1%, como esperado), mas neste caso porque era o registo de setembro, desfasado.

 

Salesforce bateu expetativas e elevou guidance ontem após o fecho americano, portanto sobe +1,8% em aftermarket. Os futuros sobre as bolsas voltam a vir em alta, embora um pouco mais na Europa (+0,5%) do que em Wall St (+0,1%). Provavelmente esse será o tom de hoje, a não ser que, ao contrário de ontem, talvez evolua de mais a menos porque a referência do dia é o indicador de Cortes de Emprego Challenger (isto é, despedimentos publicados) em novembro, e poderá piorar desde 153k em outubro, mas voltamos ao mesmo: um dado de emprego já não reforçaria mais a expetativa de que a Fed faça uma descida, portanto para o mercado é quase indiferente.


Em obrigações, poucos movimentos significativos, a não ser o fortalecimento de Itália face à França: yield O10A 3,45% vs. 3,50%... com Espanha a 3,22%. Um inquérito sobre as consequências da provável nomeação de Hasset (assessor económico principal do governo) como Governador da Fed a partir de maio de 2026 indica preocupação geral, porque poderá baixar taxas de juros de forma demasiado agressiva devido à pressão de Trump. Lógico, mas essa expetativa de descidas é uma das razões mais potentes para o atual rally de mercado…


CONCLUSÃO: Subida suave com tendência a perder força. A sessão será decidida conforma saia o indicador de Cortes de Emprego Challenger, mas tampouco influenciará significativamente, mesmo que saia mau, porque o corte da Fed está descontado e os despedimentos provocados pela aplicação da IA vão tornar-se uma tónica habitual que dificultará que a Fed se guie pelo emprego tanto quanto antes. O reposicionamento para 2026 já começou e ninguém quer ficar de fora (FOMO). 


FIM

BDM Matinal Riscala

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