Sem sombra de dúvidas, um dos melhores livros que li em 2025. “Por que as Nações Fracassam”, de Daron Acemoglu e James A. Robinson, é uma obra fundamental para compreender as raízes profundas do desenvolvimento econômico, político e social das sociedades.
A tese central do livro é clara e poderosa: não são a geografia, a cultura ou o clima que explicam o sucesso ou o fracasso das nações, mas sim a qualidade de suas instituições.
Segundo os autores, países prosperam quando constroem instituições inclusivas — aquelas que promovem participação política ampla, segurança jurídica, inovação e oportunidades econômicas distribuídas. Em contrapartida, instituições extrativistas concentram poder e riqueza, bloqueiam a mobilidade social e perpetuam ciclos de desigualdade e estagnação.
Os seus principais argumentos são:
• Instituições importam mais do que geografia ou cultura: o sucesso ou fracasso das nações depende fundamentalmente da qualidade de suas instituições políticas e econômicas, e não de fatores naturais ou culturais.
• Instituições inclusivas versus extrativistas: nações prosperam quando adotam instituições inclusivas, que promovem participação política, inovação e oportunidades amplas; fracassam quando prevalecem instituições extrativistas, concentradoras de poder e riqueza.
• Inclusão institucional, accountability e capacidade de implementação: instituições inclusivas não se limitam à participação formal, mas exigem mecanismos efetivos de controle, transparência e responsabilização. Para a gestão pública brasileira, o desafio central é transformar normas e planos em execução consistente, reduzindo assimetrias regionais e desigualdades de acesso a serviços públicos.
• Dependência de trajetória e reformas de longo prazo: os autores evidenciam como decisões institucionais criam trajetórias difíceis de reverter. No Brasil, isso implica reconhecer limites de reformas pontuais e a necessidade de políticas estruturantes de longo prazo, capazes de romper ciclos de baixa eficiência, captura institucional e fragilidade da confiança pública.
Para quem trabalha com políticas públicas, desenvolvimento, gestão, economia, marketing institucional ou análise social, o livro oferece uma lição essencial: não há crescimento sustentável sem inclusão, confiança institucional e regras do jogo legítimas.
Uma leitura que ajuda a pensar não apenas por que algumas nações fracassam, mas sobretudo o que precisa ser protegido e transformado para que sociedades avancem de forma mais justa e resiliente.
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