*BC deve aguardar tentativa de venda de ativos do Master antes de definir rumos*
Banco, que tem até o fim desta semana para apresentar algo às autoridades, busca compradores para ativos como o Will Bank para ganhar sobrevida; procurado, Master não quis comentar
SÃO PAULO E BRASÍLIA - A cúpula do Banco Central aguarda uma tentativa do Banco Master de obter liquidez antes de decidir sobre a aplicação de qualquer regime de resolução, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Segundo pessoas que acompanham o tema, o dono do Master, Daniel Vorcaro, busca compradores para alguns ativos, entre os quais está o Will Bank, a fim de ganhar uma sobrevida e tem até o fim desta semana para apresentar algo as autoridades. O Will Bank, adquirido pelo Master em 2024, é visto no mercado como um ativo interessante.
Procurado, o Master não comentou o assunto.
Nos últimos dias, vem crescendo no mercado a expectativa de que o regulador decrete uma intervenção ou liquidação do Master, dado o vencimento de um empréstimo da ordem de R$ 4 bilhões junto ao FGC. Esse cenário ganhou força desde que a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar suspeitas de crimes envolvendo a gestão do banco.
Os indícios de uma atuação direta do BC começaram após a autoridade monetária rejeitar o acordo para compra de parte do Master pelo Banco de Brasília (BRB). Desde então, Vorcaro tenta evitar um desfecho dramático ao banco que fundou há pouco mais de cinco anos. Pessoas a par do assunto afirmam que uma intervenção ou liquidação também não agrada, já que traria ônus grande demais ao FGC.
Considerando os números do Banco Master disponíveis até abril, quando uma solução de mercado começou a ser desenhada, pelo menos a metade do fundo de reserva do FGC seria gasto para cobrir depositantes elegíveis à cobertura do fundo. Em junho, o fundo estava em R$ 121 bilhões, contra um volume de CDBs emitidos no mercado de mais de R$ 50 bilhões.
Os indícios de uma ação imediata do BC perdem força também pelo fato de que, pelo regimento, cabe ao diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, submeter à diretoria colegiada uma proposta de decretação de regimes de resolução. Ele está em Luanda, em Angola, para participar de um encontro de supervisão bancária dos Bancos Centrais de países lusófonos, e só retorna ao Brasil na quinta-feira, 2.
Também há outras baixas na diretoria colegiada. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, está a caminho da Austrália para um evento do BIS. O diretor de Regulação, Gilneu Vivan, está em deslocamento da Suíça para Cabo Verde. O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, viaja ao México.
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