sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Dan Kawa

 Dissertando sobre o Brasil

By Dan Kawa
12Dez25

Obs: Abaixo são opiniões e impressões pessoais, com base em alguns (poucos) dados e informações imperfeitas, mas que podem ajudar as explicar o momento atual.

Os últimos dias têm sido marcados por forte volatilidade nos ativos brasileiros, com um claro viés de pressão negativa. Embora o movimento tenha sido deflagrado pelo anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência, minha impressão é que a intensidade da deterioração e o aumento significativo da volatilidade também refletem o posicionamento prévio do mercado e a dinâmica sazonal típica de final de ano.

No que diz respeito ao posicionamento, olhando ex post, fica evidente que muitos fundos locais estavam estruturados para um cenário mais construtivo para o Brasil.

Quanto à sazonalidade, a combinação de encerramento de semestre e ano, após ciclos desafiadores para os ativos domésticos desde 2021, também pesa na dinâmica atual.

Esse período, somado ao fato de muitos fundos e gestores estarem com resultados positivos em 2025, faz com que qualquer surgimento de incerteza leve a uma postura mais defensiva (stops mais curtos e zeradas mais rápidas), independentemente da convicção sobre a relevância (ou sustentação) da nova informação.

Esses vetores tendem a tornar o mercado mais reativo ou defensivo na tentativa de preservar portfólios na janela de “ano fechado”, o que provavelmente contribuiu para amplificar os movimentos observados.

No quadro político local, Flávio Bolsonaro enfrenta dificuldades para aglutinar o Centrão em torno de sua candidatura, em parte devido ao seu elevado índice de rejeição. A aprovação do PL da Dosimetria representou um avanço relevante no diálogo entre os grupos bolsonaristas e a centro-direita, mas ainda insuficiente para consolidar um caminho comum. O cenário permanece fluido e sujeito a revisões, apesar das incertezas que continuam a marcar o processo político.

No mercado de juros, chama atenção o fato de que a postura mais cautelosa do Banco Central no início do ciclo de cortes contribuiu para um movimento de flattening da curva, algo que tende a ser positivo para o país no longo prazo.

Essa comunicação mais prudente reforça a credibilidade da autoridade monetária, que vinha sendo questionada em alguns momentos, e agora volta a se consolidar.

Com a credibilidade restabelecida ou ainda mais fortalecida, abre-se a possibilidade de cortes mais intensos à frente, desde que as condições macroeconômicas sigam compatíveis com esse avanço.

Call Matinal 1212

Call Matinal

12/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (1112)

MERCADOS E AGENDA

No mercado brasileiro de quinta-feira (11), o Ibovespa, que havia virado para o positivo com Motta, voltou a perder ritmo nos últimos minutos da sessão e fechou em leve queda de 0,13%, aos 157.981,13 pontos, com volume de R$ 25 bilhões. No câmbio, o real chegou a registrar o pior desempenho pela manhã entre as 33 moedas mais fortes do mundo, com Flávio jurando que sua candidatura era para valer. Depois, com o “preço” de sua candidatura sendo negociado pela “dosimetria”, a moeda americana desacelerou a alta para 0,26%, negociada a R$ 5,4349, diante da esperança despertada de menor fragmentação da direita.  

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta sexta-feira (12), após a rotação de investidores de ações de tecnologia para papéis de valor e cíclicos ter impulsionado o Dow Jones e o S&P 500 a novos recordes.

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: +0,31%

S&P 500 Futuro: +0,05%

Nasdaq Futuro: -0,15%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), +0,41%

Nikkei (Japão): +1,37%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,75%

Nifty 50 (Índia): +0,50%

ASX 200 (Austrália): +1,23%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,50%

DAX (Alemanha): +0,64%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,44%

CAC 40 (França): +0,69%

FTSE MIB (Itália): +0,76%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, +0,63%, a US$ 57,96 o barril

Petróleo Brent, +0,54%, a US$ 61,61 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,33%, a 760,50 iuanes (US$ 107,75)

 

 

NO DIA, 1212

Passada a repercussão inicial das reuniões do Fomc e do Copom na super quarta, acho importante novos comentários. Sobre o Copom, o tom mais duro do comunicado deixou o mercado com uma pulga atrás da orelha. Teremos corte de juro em jan26, ou apenas em março? O fato é que a economia perde tração à olhos vistos, a partir dos dados de varejo e PIB, e o juro real começa a ficar excessivo, já impactando nas inadimplências. Muitos no mercado acreditam haver espaço para o corte no mês que vem. Por outro lado, no Congresso, tem causado desconforto, pela frágil institucionalidade, o bate-boca entre Executivo e STF, com o Legislativo, embora nenhum destes poderes sejam considerados exemplos. No exterior, vai se estreitando o espaço de manobra para o ditador Maduro, ainda mais depois da bela repercussão da ida de Maria Corina à Oslo, receber o Nobel. Suas horas estão chegando ao fim. Na decisão do Fomc, o mercado parece ter comprado a ideia de uma “pausa”.

 

 

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 08 de dezembro 

Brasil 8h: FGV CPI IPC-S

Brasil 9h30: Anfavea produção e vendas de veículos de novembro.

Brasil 11h30: BC faz leilão de swap cambial

Brasil 15h: balança comercial semanal

Brasil 8:25h: Boletim Focus 

Alemanha, hoje (4h): produção industrial de outubro

 

 

Terça-feira, 09 de dezembro 

Brasil 6h: IPC-FIPE Mensal

EUA: relatório JOLTS de abertura de vagas em outubro

China: inflação de novembro do CPI e do PPI

 

 

Quarta-feira, 1O de dezembro 

Brasil 9h: IPCA de novembro

Brasil 18h: Reunião do Copom 

EUA 15h: Reunião do FOMC

Christine Lagarde (BCE) participa de conversa sobre o euro

Canadá decide juro

Quinta-feira, 11 de dezembro   

Brasil 9h: Vendas do varejo (PMC IBGE)

Relatórios mensais da Opep e da AIE, sobre o mercado global.

EUA 10:30h: Pedidos Iniciais Seguro-Desemprego

Presidente do BoE, Andrew Bailey, participa de conversa sobre estabilidade financeira. Turquia e Peru decidem juro

Sexta-feira, 12 de dezembro 

Brasil 9h: Movimento do setor de serviços (PMS IBGE)

 

 

 

 

 

 

Boa sexta-feira a todos!

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


NY +0,2% US tech -0,4% US semis +0,8% UEM +0,8% España +0,7% VIX 14,9% Bund 2,85% T-Note 4,16% Spread 2A-10A USA=+63pb B10A: ESP 3,29% PT 3,15% FRA 3,56% ITA 3,52% Euribor 12m 2,298% (fut.2,481%) USD 1,174 JPY 182,8 Ouro 4.282$ Brent 61,6$ WTI 58,0$ Bitcoin +2,6% (92.520$) Ether +1,6% (3.253$).


SESSÃO: Temos um arranque de sexta-feira animado, para compensar que não irão ser publicadas referências relevantes ao longo do dia. Mas a sessão irá aguentar melhor do que parece. Broadcom publicou ontem à noite, após o fecho de Nova Iorque, bons resultados e guias, mas na conferência com analistas foi dito que as margens dos seus chips para IA são inferiores às restantes e cai -4,5 % em aftermarket. Rutte (NATO) afirmou que a Europa deve preparar-se para um ataque da Rússia no flanco este, referindo-se indiretamente às repúblicas bálticas. Foi bastante claro. E os EUA irão abordar mais navios petroleiros com petróleo venezuelano, subindo um escalão na preparação para o que, estimamos, será uma extração iminente da elite do regime. Também destaca o contínuo debilitamento do USD durante esta semana; ontem à noite também (1,174/€), devido à expetativa de descidas de taxas de juros da Fed, confirmada após a sua reunião de quarta-feira e que fizeram desaparecer as esperanças dos mais hawkish/duros. Este debilitamento do USD favorece a procura de refúgio nos ativos tangíveis, como matérias-primas e, particularmente, o ouro e o petróleo, para se protegerem de forma intuitiva, sem mais argumentos. 


Oracle e, desde ontem à noite, Broadcom prejudicam a tecnologia mediante uma interpretação um pouco simples sobre a IA. Oracle pode chegar a ser um problema, mas provavelmente será resolvido mediante uma operação corporativa (fusão ou aquisição) antes de se deteriorar mais e detonar como problema, visto que tem muita dívida (ca.3,6x Fundos Próprios) e gera FCF negativo devido a elevados investimentos que não pode permitir, mas que se não os realizar ficaria de fora dos avanços na IA. 


E Broadcom não é nenhum problema, pelo contrário: a empresa vai bem e acontece-lhe, simplesmente, algo parecido a Nvidia: o mercado tornou-se extremamente exigente e enquanto identificar algum aspeto débil (a referência às suas margens em IA, neste caso), castiga. Mas convém avaliar isto com certo sentido da proporcionalidade para determinar a sua importância real: admite que as suas margens irão deteriorar-se 100 p.b. no próximo trimestre, mas desde uma margem EBITDA de 67%, então isso significaria cair a 66%! Tampouco gostou de não ter disponibilizado guidance 2026 sob o argumento de carecer de visibilidade sobre os resultados, mas a realidade é que nunca deu guias além de um trimestre, portanto não é nada de novo. Na nossa opinião, trata-se uma oportunidade para comprar na debilidade a partir de hoje mesmo.


CONCLUSÃO: Não acontece nada de grave com base em Broadcom, mas tampouco por causa de Oracle. A debilidade da tecnologia americana é transitória e as circunstâncias oferecem uma boa oportunidade para comprar Broadcom na debilidade. E, por extensão, provavelmente também as contagiadas: Nvidia (-1,6%), Alphabet (-2,4%), Applied Mat. (-1,8%), Intel (-3,1%), Micron (-2%)… O mercado irá encarar isto com mais serenidade do que parece, portanto, provavelmente, a Europa irá subir um pouco hoje e Wall St. com arranque fraco, retrocedendo um pouco, para reduzir-se para neutral ou até positivo suave no final da sessão. A atenção depois estará no importante da próxima semana: repetição de taxas de juros na UE (2,00/2,15%), descida no Reino Unido (-25 p.b., até 3,75%) e subida no Japão (+25 p.b., até 0,75%), assim como o regresso da macro americana após a reabertura do governo (emprego e inflação). Apenas nos devemos preocupar com as futuras OPVs da IA (OpenIA, Anthropic…), que não são iminentes, e com a Rússia, que é imprevisível. A situação da Venezuela é provável que saia bem, influenciará positivamente sobre as bolsas (torna o petróleo mais barato e reconstrução económica) e parece iminente ou breve. Na próxima quarta-feira, publicaremos a nossa Estratégia de Investimento 2026 (em espanhol; brevemente em português), reafirmando a nossa abordagem já conhecida pró-riscos num contexto não isento de riscos que, no entanto, não se materializam.


FIM

Pre-mercados

 *Bom dia ☕️*


*🌎Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta sexta-feira (12),* após a rotação de investidores de ações de tecnologia para papéis de valor e cíclicos ter impulsionado o Dow Jones e o S&P 500 a novos recordes.


*📊Veja o desempenho dos mercados futuros :*


*🇺🇸EUA*


* Dow Jones Futuro: +0,31%

* S&P 500 Futuro: +0,05%

* Nasdaq Futuro: -0,15%


🌏Ásia-Pacífico


* Shanghai SE (China), +0,41%

* Nikkei (Japão): +1,37%

* Hang Seng Index (Hong Kong): +1,75%

* Nifty 50 (Índia): +0,50%

* ASX 200 (Austrália): +1,23%


🌍Europa


* STOXX 600: +0,50%

* DAX (Alemanha): +0,64%

* FTSE 100 (Reino Unido): +0,44%

* CAC 40 (França): +0,69%

* FTSE MIB (Itália): +0,76%


🌍Commodities


* 🛢️Petróleo WTI, +0,63%, a US$ 57,96 o barril

* 🛢️Petróleo Brent, +0,54%, a US$ 61,61 o barril

* 🧲Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,33%, a 760,50 iuanes (US$ 107,75)


🪙Bitcoin, +0,77%, a US$ 92.194,00


*📚MZ Investimentos*

*🗞️Jornal do Investidor*

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Copom esfria janeiro, mas não vira o jogo*


… Três Fed boys falam hoje, mas é cedo para influenciarem as apostas depois do Fomc, que se concentraram na ferramenta do CME em uma pausa no ciclo de quedas, como sinalizou Powell, embora o dólar, os juros dos Treasuries e as bolsas americanas não descartem corte. No Brasil, o comunicado conservador do Copom reduziu um pouco a convicção de que o primeiro corte da Selic vem em janeiro, mas não virou o jogo no mercado. Entre economistas, prevalece a expectativa majoritária para março. Lá e aqui, os indicadores definirão os próximos passos da política monetária. Hoje, serão divulgados os dados de serviços em outubro, após as vendas no varejo terem surpreendido com alta. No fechamento da semana, Brasília dá uma trégua, mas o cenário eleitoral segue no radar.


DAY AFTER – A maioria dos investidores e economistas achou o comunicado do Copom mais hawkish do que o esperado, mas para muita gente não foi um guidance e o tom mais duro não significa, necessariamente, que o BC só vai agir em março.


… Na curva de juros, a chance de um corte de 25 pontos-base da Selic em janeiro recuou de mais de 60% na véspera para 56%, nesta quinta. Já bateu 88% semanas atrás, segundo cálculos do gestor de portfólio da Connex Capital, Gean Lima, à Agência Estado.


… O mercado continua, portanto, dividido entre janeiro e março.


… Já entre economistas, o Copom reforçou o conservadorismo das estimativas, mais alinhadas à comunicação do BC, como apontou a pesquisa do Broadcast: de 34 casas, 17 só esperam queda em março, enquanto 13 ainda acreditam em janeiro e quatro em abril.


… Para a Eytse Estratégia, apesar da postura conservadora, o Copom tem motivos para iniciar o relaxamento monetário em janeiro de 2026, com um corte de 25 pontos-base. O sócio-fundador da consultoria, Sérgio Goldenstein, cita um conjunto de fatores:


… Em primeiro lugar, o horizonte relevante da política monetária na próxima reunião se deslocará para o 3Tri/2027, o que acarretará efeito baixista de 0,1pp da projeção de inflação, tendo em vista as expectativas de inflação declinantes ao longo do tempo.


… “Uma projeção de 3,1% estaria ao redor da meta, representando um desvio irrelevante, e uma queda adicional pequena das expectativas poderia levar a projeção a ficar cravada na meta”, diz ele em relatório aos clientes.


… Em segundo lugar, o PIB/3Tri – citado pelo comunicado – deu mais confiança de que a política monetária está funcionando com maior intensidade, ao se avaliar a moderação, pela ótica da demanda, do consumo das famílias e, pela ótica da oferta, do setor de serviços.


… Em terceiro lugar, manter a Selic no nível atual elevaria a taxa de juros real num ambiente de arrefecimento da inflação e da atividade.


… Em quarto lugar, uma demora maior para reduzir a Selic geraria riscos crescentes para as empresas mais alavancadas e o mercado de crédito e, em quinto lugar, não haveria danos à credibilidade do BC, já que parcela importante do mercado espera corte de 25pbs em janeiro.


… A próxima semana pode ajudar o mercado a fazer um ajuste mais fino, com a ata do Copom (terça) e o Relatório de Política Monetária (quinta).


VOLUME DE SERVIÇOS – Hoje, já começam a contar os dados de Serviços em outubro (9h), que devem crescer 0,30% na mediana do Broadcast, após 0,60% em setembro. As estimativas variam de queda de 0,1% a alta de 0,5%.


… Se confirmada a estimativa, será o nono mês consecutivo de crescimento do setor de Serviços.


… Nesta quinta, as vendas do varejo restrito – sem automóveis e material de construção – mostraram avanço de 0,5% em outubro, contrariando previsão de queda de 0,1%. Já o varejo ampliado, que inclui esses dois setores, aumentaram 1,1%, frente a mediana de 0,2%.


MAIS AGENDA – Lula e Alckmin participam, às 15h, de solenidade do início das operações do SBT News, em meio à alta temperatura do cenário eleitoral. Haddad e Tebet recebem homenagem do grupo Prerrogativas, em São Paulo (19h).


LÁ FORA – Dissidente e voto vencido no Fed desta semana, Austan Goolsbee participa de evento institucional às 12h35, após ter defendido manutenção do juro. Hoje, ainda falam Anna Paulson (10h) e Beth Hammack (10h30).


… A atualização do calendário de indicadores americanos aponta que o PPI de dezembro será publicado dia 30/1. Antes, estava previsto para 14/1, data em que será agora publicada a leitura de novembro do dado de inflação. 


… O petróleo tem para conferir, às 15h, os dados da Baker Hughes sobre poços e plataformas em operação e coloca ainda no radar as negociações em torno do plano de paz entre a Ucrânia e a Rússia, mediadas pelos americanos.


UCRÂNIA – A Casa Branca diz que Trump está “extremamente frustrado” com as conversas e que não sabe se os Estados Unidos participarão de reunião com a delegação ucraniana amanhã sobre um potencial cessar-fogo.


… Diante da pressão de Washington para aceitar os termos de acordo de paz com a Rússia, Zelensky sugeriu a possibilidade de submeter o tema do controle territorial no leste do país a um referendo para a população ter voz.


… Na Reuters, a União Europeia planeja aprovar nesta sexta-feira o congelamento de ativos russos pelo “tempo necessário”. A medida eliminará a necessidade de que uma votação nova tenha que ser feita a cada seis meses.


… Ainda hoje (4h), saem o CPI da Alemanha em novembro e a produção industrial de outubro no Reino Unido.


DE SAÍDA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou em entrevista ao Globo que já conversou com o presidente Lula sobre o cenário de 2026 e disse ter “intenção de colaborar” com a campanha de reeleição do petista.


… Ressaltou que não pretende disputar cargo eletivo e que sua contribuição seria na formulação do programa de governo e estruturação da campanha. Segundo o ministro, a reação do presidente foi “muito amigável”.


… Lula respondeu que Haddad poderá colaborar “da maneira que preferir” e que qualquer decisão que tomar será respeitada.


… O ministro afirmou, ainda, que não houve discussão sobre datas para uma eventual saída do ministério.


PRIMEIRO, A OBRIGAÇÃO – Antes de pensar em sair, Haddad quer ver avançar pautas econômicas importantes para fechar o Orçamento.


… O presidente da Câmara, Hugo Motta, confirmou que a votação do projeto de corte de benefícios e incentivos fiscais deve ocorrer na próxima semana. A definição da pauta ficará para a reunião do colégio de líderes na terça-feira.


… O tema é tratado como central pela equipe econômica, por seu impacto direto sobre o equilíbrio fiscal.


… Na mesma reunião de líderes, deve ser apresentado o parecer do deputado Mauro Benevides Filho (PDT) sobre o projeto que conclui a reforma tributária, com a criação do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).


… Motta acrescentou ainda que o chamado PL Antifacção também deve entrar na pauta da próxima reunião de líderes.


FRAGILIDADE EXPOSTA – Aliados próximos de Hugo Motta fizeram um balanço negativo desta semana e passaram a criticar decisões tomadas por ele, avaliando que deveria ter priorizado uma pauta positiva para encerrar o ano, em vez de abrir novas frentes de crise.


… Segundo relatos, há a percepção de que Motta tem ouvido pouco seu entorno e cometido excessos que desgastaram sua imagem, como o corte do sinal da TV Câmara durante a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL) da Mesa Diretora.


… Sem contar a atuação de policiais legislativos contra parlamentares e jornalistas, avaliados como erros políticos.


… Aliados afirmam ainda que foram surpreendidos pela decisão de pautar o PL da Dosimetria e que teriam aconselhado o presidente da Câmara a não avançar com o tema, defendendo que o debate fosse iniciado pelo Senado.


… A estratégia de “tirar da frente” assuntos sensíveis para escapar da polarização produziu o efeito oposto, segundo fontes próximas ao presidente da Casa: a exposição de fragilidade no controle do plenário.


… Arthur Lira (PP), principal fiador da campanha de Motta, também demonstrou irritação após a reviravolta na votação da cassação de Glauber Braga, que terminou com suspensão. “Está uma esculhambação”, escreveu em grupo de mensagens do partido, segundo o G1.


… Esse ambiente de desgaste político passou a alimentar dúvidas sobre a capacidade de Motta para avançar com a pauta fiscal.


ELE ESTÁ LEVANDO A SÉRIO – Flávio Bolsonaro intensificou nesta semana os movimentos para viabilizar sua pré-candidatura à Presidência em 2026, combinando uma ofensiva junto ao mercado financeiro com o reforço do discurso voltado à base bolsonarista.


… Segundo a Folha, Flávio almoçou na sede do banco UBS, em SP, na primeira investida para se aproximar da Faria Lima, apresentando-se como um “Bolsonaro mais centrado” e acenando com a continuidade da agenda liberal de Paulo Guedes.


… Levado pelo empresário Filipe Sabará, que coordenou a campanha de Pablo Marçal, o senador foi apresentado a empresários de peso e a executivos do banco, num movimento que sua equipe descreve como um teste do mercado.


… Novas visitas a instituições financeiras estão previstas para a próxima semana, sinalizando que Flávio leva a sério a candidatura.


… Em paralelo, o senador reforçou o tom duro em relação ao Judiciário e ao Congresso ao tratar do projeto de Dosimetria aprovado pela Câmara. Chamou o texto de “porcaria”, em entrevista ao canal Irmãos Dias, e prometeu continuar lutando pela anistia ampla, geral e irrestrita.


… Flávio afirmou que vai buscar apoio “de todo mundo”, e citou Tarcísio como peça-chave da estratégia eleitoral, que garantirá um “palanque forte” para sua campanha em São Paulo. Gilberto Kassab (PSD) já descartou aliança com Flávio no primeiro turno.


… Após evento no Rio, Tarcísio disse a jornalistas que Flávio não deve retirar sua candidatura e que ele (Tarcísio) “só tem pensado em São Paulo”.


MARCO TEMPORAL – STF suspendeu o julgamento de quatro ações que tratam da constitucionalidade da demarcação de terras indígenas após ouvir manifestações das partes. A análise ainda não tem data para ser retomada e pode voltar ao plenário virtual.


… O relator é o ministro Gilmar Mendes, que já votou contra a tese em julgamento anterior, quando o STF derrubou o marco temporal por 9 a 2.


VAI NO FLOW – Nada explica melhor a queda acentuada, de mais de 1%, do dólar ontem do que o fluxo garantido pelo carry trade favorável, já que Powell não desautorizou o mercado a parar de sonhar com mais um corte do juro.


… Quanto ao Copom, muita gente acredita que o comunicado deixou a barra elevada para um corte da Selic em janeiro. Mas ainda é preciso ponderar que o BC continua preocupado em conter a antecipação das expectativas.


… Ou seja, ainda não dá para descartar um flexibilização na primeira reunião do ano que vem. Mas a verdade é que, mesmo que o BC opte por não iniciar o ciclo de desaperto em janeiro, e deixe para março, meio que tanto faz.


… Selic a 15%, 14,75% ou 14,50% não faz quase a menor diferença para quem quer continuar lucrando com o diferencial de juro. O problema é que, em 2026, o câmbio também será guiado por forças de outra natureza.


… Os ruídos eleitorais vão pegar pesado, como já se viu nos últimos dias, quando o mercado teve um aperitivo do que virá, com a centro-direita fragmentada e abalada pela vocação da família Bolsonaro de pôr fogo no parquinho.


… Apesar de Flávio estar bancando que sua pré-candidatura ao Planalto não é um balão de ensaio, o dólar devolveu ontem o estresse recente e o real ostentou o melhor desempenho entre as moedas globalmente mais expressivas.


… Na mínima intraday, o dólar à vista chegou a furar o patamar dos R$ 5,40, cotado a R$ 5,3954. Embora tenha desacelerado a queda até o final do pregão, ainda fechou com recuo consistente de 1,17%, valendo R$ 5,4044.


… As pressões sazonais de remessas de lucros e dividendos ao exterior têm ficado em segundo plano.


… O dólar aqui operou colado ontem à fraqueza externa, já que o Fed não fechou a porta para um corte em janeiro.


… O índice DXY teve queda de 0,45%, para 98,346 pontos, o euro subiu 0,41%, negociado a US$ 1,1746, a libra esterlina fechou praticamente estável (+0,04%), a US$ 1,3386, e o iene registrou valorização para 155,54 por dólar.


… Para o Société Générale, o dólar está nos “estágios finais de desvalorização”, já que o PIB americano deve ganhar força ano que vem. Já o Rothschild Asset Management adverte que o câmbio ainda tem que monitorar a bolha da IA.


FANTASMA – A Oracle despencou quase 11%, depois da decepção com os resultados trimestrais, que resgataram o medo de que as gigantes de tecnologia estejam gastando demais com a inteligência artificial e recebendo de menos.


… Desde cedo, o Nasdaq operou no vermelho, mas limitou as perdas no fechamento a 0,25%, a 23.593,86 pontos.


… Já o Dow Jones (+1,34%, aos 48.704,01 pontos) e o S&P 500 (+0,21%, aos 6.900,99 pontos) renovaram os recordes históricos com o Fed e o suporte de ações do setor bancário, como o Goldman Sachs (+2,45%) e JPMorgan (+2,34%).


DESPISTOU – Frustrada a expectativa de parte do mercado de que o comunicado do Copom faria uma sinalização explícita sobre o timing do corte da Selic (janeiro ou março), os juros futuros de curto prazo ficaram de lado.


… Pela manhã, o tom conservador pressionou as taxas, mas os prêmios se acomodaram perto dos ajustes no fechamento, já que, a rigor, o BC ainda parece ter deixado o próximo passo da política monetária em aberto.


… Se quiser corrigir alguma percepção, ainda terá a ata e o Relatório de Política Monetária na semana que vem.


… Durante participação em evento da Itaú Asset, ontem, o ex-BC Bruno Serra disse que 2026 será um ano de flexibilização monetária e que, se “tudo der errado” do ponto de vista fiscal, a Selic deve encerrar perto de 11%.


… Já em uma eventual mudança de postura em relação às contas públicas, haveria condições de o Copom derrubar a taxa básica de juro para mais perto do nível neutro, segundo ele, para o patamar de um dígito, entre 9% e 8,5%.


… No fechamento desta quinta-feira, o DI para janeiro de 2027 marcava 13,735% (próximo aos 13,753% no ajuste anterior), enquanto o Jan/29 caía a 13,140% (13,259%); Jan/31, a 13,415% (13,532%); e Jan/33, a 13,545% (13,648%).


… Os vencimentos intermediários e longos projetaram quedas, alinhados ao dólar e retornos dos Treasuries. A taxa da Note-2 anos caiu a 3,525%, contra 3,534% na véspera, e a de 10 anos teve recuo marginal a 4,144% (de 4,145%).


… Os rendimentos registraram ajuste residual a Powell, que deixou as opções em aberto para o Fed em janeiro.  


FÔLEGO CURTO – O recuo firme do miolo e da ponta longa do DI chegou e empolgar momentaneamente o Ibovespa. Faltou pouco para o índice à vista reconquistar a marca dos 160 mil pontos no pico do dia, aos 159.850 pontos.


… Horas antes do fim do pregão, porém, a piora dos papéis da Petrobras, desencadeada pelos preços do petróleo,  zerou os ganhos da bolsa (+0,07%), que fechou aos 159.189,10 pontos, com volume financeiro R$ 22,5 bilhões.


… Petrobras ON (-2,03%, a R$ 32,88) e PN (-2,13%, a R$ 31,26) seguiram o Brent para fevereiro, que cedeu 1,49%, a US$ 61,28, uma vez que os traders têm mais motivos para acreditar em um excesso de oferta da commodity.


… A Opep elevou a projeção de produção dos países fora do cartel para este ano. Além disso, a AIE disse, em relatório, que um “grande excesso” de oferta continua a tornar incertas as perspectivas para o petróleo.


… No cenário geopolítico, o mercado acompanhou a frustração de Trump com as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Em recado a Kiev, o presidente americano disse estar “cansado de conversas insignificantes”.


… Em busca de oportunidades interessantes na bolsa doméstica, o fluxo estrangeiro comprou Vale. As ações da companhia subiram 1,32%, a R$ 72,00, maior cotação desde fevereiro de 2023, apesar da queda de 1,3% do minério.


… Os bancões tiveram desempenhos mistos: Bradesco PN (+1,15%, a R$ 18,54) e Santander unit (+0,41%, a R$ 31,98) subiram, enquanto Itaú PN (-0,08%, a R$ 39,41) e BB ON (-0,14%, a R$ 21,57) operaram inibidos nesta quinta-feira.


CIAS ABERTAS NO AFTER – HYPERA aprovou a distribuição de R$ 185,1 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2925 por ação; pagamento será realizado até o final do exercício social de 2026, em data a ser definida; ex dia 29/12…


… Companhia também confirmou que os dividendos e JCP aprovados em assembleia realizada em abril, somando R$ 738,8 milhões, serão pagos em 17 de dezembro.


COGNA. Acionistas detentores de 97,21% dos papéis ON classe A em circulação da Vasta, controlada listada nos Estados Unidos, aderiram à oferta pública para aquisição das ações lançada pela companhia brasileira…


… Percentual corresponde a 15.526.020 de ações ordinárias classe A…


… Com o encerramento da oferta, a Cogna pagará US$ 77,7 milhões (R$ 420,2 milhões) aos acionistas em 15 de dezembro; múltiplo corresponde aos US$ 5 ofertados por ação em setembro…


… Empresa passará, assim, a deter 97,29% das ações ordinárias classe A em circulação da Vasta; companhia já detinha 98% das ações classe B, com direito a voto, da controlada…


… Intenção da Cogna é deslistar os papéis da Nasdaq, onde a Vasta realizou a sua oferta inicial (IPO) em 2020, e cancelar o registro junto à Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC).


ALPARGATAS aprovou a distribuição de R$ 350 milhões em proventos…


… Do total, R$ 244 milhões serão distribuídos a título de dividendos intercalares, valor correspondente a R$


0,3428 por ação ordinária e a R$ 0,3771 por preferencial, com pagamento em 30 de dezembro…


… O restante, R$ 106 milhões, foi declarado como JCP, equivalente a R$ 0,1489 por ordinária e a R$ 0,1638 por preferencial, e será pago em uma data que ainda será definida pela empresa; ex a partir de 17 de dezembro.


VIVARA. Conselho de Administração aprovou a destituição de Icaro Borrello do cargo de diretor-presidente e de Bruno Kruel Denardin do cargo de diretor de operações…


… Na mesma ocasião, colegiado elegeu Thiago Lima Borges para a presidência e Cassiano Lemos da Cunha para a diretoria de operações; ambos tomaram posse nesta quinta-feira (11) para mandato vigente até maio de 2027.


MOTIVA afirmou que prevê uma otimização do capex e do opex projetados na concessão da Fernão Dias, o que justifica sua oferta com desconto de 17,05% no processo competitivo desta quinta-feira (11).


CURY precificou ação em R$ 35,50 e levantou R$ 574 milhões para pagar dividendos, segundo apuração do Valor; no total, foram vendidas 16.172.506 de ações.  


COPASA aprovou a distribuição de R$ 338 milhões em proventos…


… Do total, R$ 140,3 milhões, ou R$ 0,3699 por ação, são referentes a dividendos extraordinários, e R$ 59,7


milhões, ou R$ 0,1574 por ação, a JCP; os dois proventos serão pagos em 26 de dezembro…


… Além disso, a Copasa irá distribuir R$ 138 milhões, equivalentes a R$ 0,3640 por ação, a título de JCP baseado no quarto trimestre de 2025, e será considerado como valor do dividendo obrigatório do exercício deste ano…


… A data de pagamento será definida na assembleia geral ordinária que aprovar as demonstrações financeiras do exercício de 2025…


… Por fim, foi definido que distribuição de dividendos regulares para 2026 será de 50% do lucro líquido, ajustado por diminuição ou acréscimo dos valores especificados na Lei das S.A., sob a forma de JCP e/ou dividendos.

Carlos Pereira

 Supremas cortes dependem de legitimidade e estabilidade institucional para funcionar.

Quando esses pilares são ameaçados — por reformas do Legislativo, por ataques do Executivo ou por queda de confiança pública — elas tendem a reagir.


A decisão de Gilmar Mendes deve ser lida exatamente nesse contexto: um movimento preventivo do STF para evitar a erosão de seus poderes.


Esse padrão é conhecido em outras democracias, como mostro no paralelo com a High Court of Justice de Israel.


Nova coluna no Estadão:


Título: O “preemptive strike” do Supremo


Olho: Antes que os poderes sejam reduzidos, o Judiciário aumenta suas defesas — aqui e no resto do mundo.


Carlos Pereira, Professor Titular da FGV EBAPE e Sênior Fellow do CEBRI


A decisão do ministro Gilmar Mendes — restringindo a possibilidade de pedidos de impeachment contra ministros do STF exclusivamente à Procuradoria Geral da República — foi recebida com surpresa e acusada, por alguns, de autoproteção corporativa. Mas, ao contrário do que parece, o movimento deve ser interpretado como parte de um fenômeno bem documentado na literatura de ciência política e do direito comparado: cortes reagindo preventivamente quando percebem ameaça política real.


Em democracias, tribunais constitucionais dependem de legitimidade e de estabilidade institucional para exercer suas funções. Quando ambos os pilares começam a estremecer por ataques diretos de outros poderes, é comum que as cortes adotem decisões que funcionam como escudos preventivos contra tentativas de redução de suas competências ou captura-las politicamente.


Esse comportamento é previsível. Instituições não são atores neutros em ambientes de conflito. Tom Ginsburg e Aziz Huq mostram que, quando os custos de inação superam os custos de ação, supremas cortes tendem a “endurecer” e produzir jurisprudência defensiva, destinada a aumentar sua resiliência diante de ameaças externas. Da mesma forma, estudos recentes mostram que o desgaste da confiança pública no Judiciário, hoje observável em várias democracias, incentiva movimentos estratégicos de autopreservação por parte das cortes. 


O caso brasileiro se encaixa perfeitamente nesse padrão. O Congresso discute, há meses, propostas para reduzir poderes do STF. Nesse ambiente, a probabilidade de uma reação preventiva aumenta. A decisão de Gilmar Mendes, nesse sentido, não deve ser vista isoladamente, mas como parte de um tabuleiro institucional mais amplo.


Não se trata de um fenômeno brasileiro. Em Israel, por exemplo, a High Court of Justice realizou um movimento semelhante em 2023–2024, quando o governo de Benjamin Netanyahu tentou aprovar reformas para enfraquecer a corte. A resposta do Judiciário israelense foi clara: decisões robustas, assertivas e coordenadas para bloquear, antes que fosse tarde, a erosão de suas competências. O que ocorreu ali se tornou um caso paradigmático de preemptive strike judicial — uma reação institucional à iminência de perda de poder.


O mesmo mecanismo ajuda a explicar o comportamento do STF agora. Quando o Legislativo sinaliza que pretende mudar as regras do jogo, a tendência é que o tribunal identifique a conjuntura como perigosa. Se o sistema político ameaça alterar os pesos e contrapesos, a resposta do Judiciário tende a ser justamente reforçá-los.

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