terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Call Matinal 0912

 

Call Matinal

09/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (0812)

MERCADOS E AGENDA

Tivemos uma frágil recuperação na bolsa brasileira na segunda-feira (08), um movimento mais técnico do que otimista, após a derrocada histórica da sexta-feira. O Ibovespa subiu 0,52%, para 158.187 pontos, e o dólar recuou para R$ 5,42 (-0,22%).

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta terça-feira (09), véspera da decisão sobre juros do Fed, depois que o presidente Donald Trump autorizou a Nvidia a retomar a venda de chips H200 para a China em um acordo que garante ao governo americano uma participação substancial.

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: +0,07%

S&P 500 Futuro: +0,14%

Nasdaq Futuro: +0,15%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), -0,37%

Nikkei (Japão): -0,22%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,29%

Nifty 50 (Índia): -0,23%

ASX 200 (Austrália): -0,45%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,15%

DAX (Alemanha): +0,34%

FTSE 100 (Reino Unido): -0,11%

CAC 40 (França): +0,16%

FTSE MIB (Itália): +0,65%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, -0,10%, a US$ 58,81 o barril

Petróleo Brent, -0,08%, a US$ 62,44 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,72%, a 757,50 iuanes (US$ 107,12

 

NO DIA, 0912

Nos EUA, vésperas da reunião do FOMC, dia de relatório Jolts de abertura de vagas por lá em outubro e PCI e PPI na China. Os futuros de Nova York rondavam a estabilidade e as bolsas europeias operavam sem sinal único. No Brasil, atenção para o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do núcleo 2 da trama golpista. Além disso, há expectativa de votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) do devedor contumaz na Câmara hoje ou até o final da semana. Os mercados operam com fôlego limitado no exterior, o que tende a afetar o humor no Ibovespa. O EWZ, principal ETF brasileiro negociado em NY, tinha viés de baixa no pré-mercado. Os juros podem ter oscilações estreitas, à espera de sinais no comunicado do Copom amanhã sobre início de cortes da Selic. A pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Planalto em 2026 não é página virada, ainda que ele tenha dito que poderia largar a corrida. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que Flávio contará com o seu suporte. Repercute negativamente, no entanto, o fato de que ele pode abrir mão da candidatura se vier a anistia ao seu pai. E a família se protege.

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 08 de dezembro 

Brasil 8h: FGV CPI IPC-S

Brasil 9h30: Anfavea produção e vendas de veículos de novembro.

Brasil 11h30: BC faz leilão de swap cambial

Brasil 15h: balança comercial semanal

Brasil 8:25h: Boletim Focus 

Alemanha, hoje (4h): produção industrial de outubro

 

 

Terça-feira, 09 de dezembro 

Brasil 6h: IPC-FIPE Mensal

EUA: relatório JOLTS de abertura de vagas em outubro

China: inflação de novembro do CPI e do PPI

 

 

Quarta-feira, 1O de dezembro 

Brasil 9h: IPCA de novembro

Brasil 18h: Reunião do Copom 

EUA 15h: Reunião do FOMC

Christine Lagarde (BCE) participa de conversa sobre o euro

Canadá decide juro

Quinta-feira, 11 de dezembro   

Relatórios mensais da Opep e da AIE, sobre o mercado global.

EUA 10:30h: Pedidos Iniciais Seguro-Desemprego

Presidente do BoE, Andrew Bailey, participa de conversa sobre estabilidade financeira.

 

Turquia e Peru decidem juro

Sexta-feira, 12 de dezembro 

Nd

 

 

 

 

 

Boa terça-feira a todos!

2026 ja chegou e turbulento

 2026 já chegou e veio turbulento

9 de dezembro de 2025

Por Rosa Riscala e Mariana


… As fabricantes de semicondutores americanas subiram no after hours em Nova York, após Trump autorizar o envio de chips H200 da Nvidia para a China, assim como vai liberar para AMD e Intel. Na véspera do Fed, os mercados já precificaram um corte de 25 pontos-base amanhã e parecem mais cautelosos sobre os sinais para 2026. Hoje, são importantes dois relatórios de emprego nos Estados Unidos: Jolts e ADP. No Brasil, sem indicadores relevantes, os investidores estão na expectativa pelo comunicado do Copom, que definirá as apostas para janeiro ou março, enquanto absorvem o impacto do cenário eleitoral, que chegou mais cedo, indicando turbulência e volatilidade.


SEM ANISTIA – Flávio Bolsonaro está botando os pés pelas mãos. Muda a conversa todo dia. Uma hora diz que é o candidato do pai. Outra hora, que tem um preço pra desistir. Depois, vê que a chantagem não emplacou e fala que a candidatura é irreversível.


… Resultado: sua pré-candidatura, que causou tanto estrago no mercado, está mais do que desacreditada. E ficou claro que não tem o apoio do Centrão, que não vai embarcar no barco furado da anistia, e nem quer colocar um Bolsonaro na chapa.


… Mesmo assim, a recuperação do Ibovespa foi muito modesta nesta segunda-feira, e a explicação mais plausível é de que caiu a ficha de que as coisas não vão ser fáceis em 2026. Com tanto jogo de cena, ainda é possível a direita se unificar, mas começou mal.


… Depois da vergonha alheia ao admitir que o “preço” para desistir era ter o pai “livre e nas urnas”, Flávio caiu em si e disse que “sua candidatura não está à venda”, que “seu sobrenome é uma vantagem sobre Tarcísio” e uma “luz no fim do túnel” aos bolsonaristas.


… Antes mesmo da reunião de ontem à noite com os líderes do Centrão, Flávio recebeu recados de que essa história não iria prosperar.


… O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, não participou. O presidente do PP, Ciro Nogueira, disse que a candidatura de Flávio “não é viável”. E o relator da lei da Anistia, deputado Paulinho da Força (Solidariedade), que não incluiria “anistia nenhuma” em seu parecer.


… Também participaram Antônio Rueda (União Brasil), Valdemar Costa Neto (PL) e Rogério Marinho (PL), que deu a letra de que o Centrão está fora: “a direita está unificada em torno de Flávio; vamos tentar atrair o centro.”


… Segundo Marinho, a definição precisará passar por uma maturação: “Isso não vai acontecer nem hoje nem amanhã. A conversa que tivemos é que isso vai ser maturado, vai ser absorvido por todos, vamos ter um tempo”.


… Já Tarcísio, na primeira manifestação desde que Flávio se lançou, teceu loas a Bolsonaro, dizendo que “é uma pessoa que eu respeito muito, sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro, tenho essa lealdade e é inegociável”.


… O governador fez a declaração ontem num evento oficial em Diadema, afirmando que o Flávio “vai contar com a gente”, que tem “uma grande responsabilidade a partir de agora” e se junta a outros grandes nomes da oposição, que já se colocaram à disposição”.


… Tarcísio tem uma reeleição praticamente garantida em São Paulo e, apesar de ser o preferido do Centrão, parece estar saindo fora, enquanto o governador do Paraná, Ratinho Jr., é o nome que começa a despontar como a alternativa para a direita.


DEVEDOR CONTUMAZ – Em outra reunião ontem em Brasília, o ministro Fernando Haddad, acompanhado da ministra Gleisi Hoffmann e do líder do governo na Câmara, José Guimarães, negociou a pauta econômica com Hugo Motta e Davi Alcolumbre.


… A reunião, que ocorreu na Residência Oficial da Presidência da Câmara, definiu a votação do Orçamento de 2026 na semana que vem.


… À saída da Fazenda, Haddad informou aos jornalistas que haverá uma “tentativa” de votar o projeto do devedor contumaz nesta terça-feira e, na quarta, o projeto que fecha a reforma tributária. O ministro disse que “sentiu firmeza” da parte do presidente da Câmara, Hugo Motta.


… Contudo, ainda não há acordo para votar o projeto que trata do corte de benefícios fiscais e tributários, essencial para que o governo consiga ter um Orçamento equilibrado. A proposta tem potencial de impacto positivo nas contas públicas de R$ 19,7 bilhões em 2026.


… Haddad defendeu que a matéria seja aprovada na Câmara ainda nesta semana, em tempo de ser enviada para apreciação no Senado.


… O presidente da Câmara, Hugo Motta, convocou para esta terça-feira, às 10h, reunião do colégio de líderes, para definir as pautas.


CORREIOS – Na entrevista, Haddad também foi questionado sobre um eventual aporte da União nos Correios ainda neste ano e disse que “essa é uma coisa que não está ainda decidida”, mas que “estamos condicionando tudo ao plano de reestruturação”.


… O ministro disse que o empréstimo bancário da ordem de R$ 20 bilhões que os Correios buscam junto a bancos públicos e privados ainda pode sair, mas que o governo não está trabalhando somente com essa possibilidade.


… Sobre o valor do aporte da União, o ministro afirmou que ficaria abaixo dos R$ 6 bilhões e que poderia ser feito por meio de um PLN, sem precisar da edição de uma medida provisória de crédito extraordinário, que fica fora do limite de gastos.


TARIFA ZERO – Na manchete do Estadão, o presidente Lula pediu que o Ministério da Fazenda apresse os cálculos para que o governo possa anunciar o programa Tarifa Zero no transporte de ônibus urbanos no ano eleitoral de 2026.


… Com as dificuldades para fechar as contas do próximo ano, a bandeira é encarada pelo mercado como uma nova bomba fiscal.


… Embora o Planalto saiba que não haverá tempo hábil para adotar o programa em 2026 sem infringir a Lei Eleitoral, Lula quer apresentar a proposta em sua plataforma da reeleição. É uma das apostas da campanha, junto com a isenção do Imposto de Renda.


AGENDA FRACA – Na véspera do Copom, a agenda conta com as prévias do IPC-Fipe (5h) e IGP-M (8h), além dos dados regionais da produção industrial em outubro (9h) e os indicadores industriais da CNI (10h) também em outubro.


EMPREGO NOS EUA – Os dois relatórios de emprego previstos nos Estados Unidos hoje ainda têm potencial de influenciar o Fed dividido. A pesquisa semanal ADP sobre as vagas no setor privado sai às 10h15 e o Jolts, ao meio-dia.


… O Escritório de Estatísticas do Trabalho informou ontem que, devido ao atraso do shutdown, não divulgará este ano o PPI de outubro, que será integrado ao relatório de novembro, a ser publicado no dia 14 de janeiro de 2026.


… Hoje, logo cedinho (6h), o presidente do BC japonês, Kazuo Ueda participa de conversa sobre aumento de juros, justamente neste momento em que os investidores debatem a chance de o BoJ assumir uma postura mais hawkish.


… À noite (22h30), entram no radar a inflação da China em novembro ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI).


AFTER MARKET – Nvidia saltou 2,33% com o sinal verde de Trump para que a companhia envie seus chips H200 para clientes selecionados na China, sob condições que permitam manter uma forte segurança nacional, segundo ele.


… Ainda a AMD (+1,84%) e Intel (+0,57%), que também serão autorizadas por Washington, subiram no after hours.


O BODE NA SALA – Instalado o mal-estar, com a família Bolsonaro tumultuando a articulação da centro-direita para emplacar uma candidatura competitiva ao Planalto, o mercado devolveu só marginalmente o estresse de sexta-feira.


… O desconforto tem tudo para continuar dominando a cena, após Tarcísio ter quebrado o silêncio ontem à noite com o recado de fidelidade à escolha de Flávio para a disputa em 2026, esvaziando as esperanças na Faria Lima.


… O governador paulista tenta, na verdade, preservar o seu capital político para faturar a reeleição em São Paulo.  


… Mesmo depois de ter queimado mais de 7 mil pontos e levado um tombo superior a 4% no pregão turbulento da última sexta-feira, tudo o que o Ibovespa conseguiu foi começar a semana com uma recuperação parcial e moderada.


… Sem fôlego e nem confiança para voltar aos 160 mil pontos, o índice à vista limitou a alta a 0,52%, aos 158.187,43 pontos, com volume financeiro ainda razoável, de R$ 26,9 bilhões, mas já bem menor do que na sessão anterior.


… No ajuste às perdas pesadas de sexta-feira, Petrobras ON (+1,34%, a R$ 33,28) e PN (+0,92%, a R$ 31,66) testaram uma reação, mas ainda subiram pouco se comparado à espiral de vendas daquele pregão (ON, -4,48%; e PN, -3,54%).


… De qualquer maneira, Petrobras operou ontem na contramão do petróleo, que parou de subir após três pregões seguidos. O Iraque restabeleceu a produção em um campo petrolífero que responde por 0,5% do volume global.


… O contrato do Brent para fevereiro caiu 1,97%, a US$ 62,49 por barril. Sobre as negociações de paz na Ucrânia, Zelensky disse que está preparado para ir a Washington para conversar com Trump sobre garantias de segurança.


… O minério de ferro fechou em queda de 1,43%, apesar do forte superávit da China em novembro, e derrubou a Vale (ON, -0,68%, a R$ 69,74), que ficou sem espaço para corrigir a queda de 2,5% do trade eleitoral de sexta-feira.


… Mesmo porque, o mercado não esconde a cautela com o processo antecipado pela pré-candidatura de Flávio.


… Os papéis dos bancões tentaram correr atrás do prejuízo, mas a correção foi pouco relevante contra tudo o que afundaram na sessão anterior. Itaú PN subiu 0,48%, a R$ 41,46, depois da desvalorização de quase 5% na sexta.


… Bradesco PN, que naquele dia havia afundado 6%, subiu 0,72% ontem, para R$ 18,25. BB ON, que tinha despencado 7%, recobrou só 2,08%, a R$ 21,60. Já Santander unit (-0,96%, a R$ 32,85) ampliou as perdas (-4,41%).


OS TRAPALHÕES – O dólar ensaiou corrigir o exagero de pessimismo ao anúncio-bomba de sexta da candidatura de Flávio e chegou a furar R$ 5,40 na mínima intraday (R$ 5,3870) com a história da moeda de troca pela anistia ao pai.


… Mas o alívio foi se esgotando ao longo do dia e a moeda americana limitou a queda no fechamento a 0,22%, negociada a R$ 5,4207. O patamar ainda continua muito superior ao visto antes da turbulência política, de R$ 5,31.


… Está caindo muito mal no mercado a inconveniência da família Bolsonaro de embolar o meio de campo político.


… O vaivém em torno da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro seguiu no centro do radar dos juros futuros.


… A curva limpou só uma pequena parte da disparada recente dos prêmios: DI para Jan/27 marcou 13,785% (de 13,843% no ajuste anterior); Jan/29, a 13,180% (13,229%); Jan/31, 13,410% (13,472%); e Jan/33, 13,520% (13,578%).


… Entre as novidades do boletim Focus, a mediana do IPCA deste ano caiu de 4,43% para 4,40%, afastando-se um pouco mais do teto da meta (4,5%). A mediana para 2026 oscilou de 4,17% para 4,16%. Para 2027, seguiu em 3,80%.


… A estimativa para a inflação suavizada nos próximos 12 meses, que ganhou relevância com a meta de inflação contínua, recuou de 4,10% para 4,05%. A Selic deste ano seguiu em 15% e a de 2026 passou de 12% para 12,25%.


… No pano de fundo, a pressão dos retornos dos Treasuries limitou o espaço de queda dos juros futuros domésticos.


… A chance de o Fed assumir amanhã uma comunicação mais hawkish, após o corte contratado do juro, sustentou a taxas da Note de 2 anos, a 3,580% (contra 3,562% no pregão anterior), e de 10 anos, a 4,167% (de 4,137%).


… Em meio ao risco de um Fed dividido, o índice DXY fechou com viés de alta (+0,09%), aos 99,087 pontos.


… O euro ficou estável (-0,04%), a US$ 1,1643. A dirigente do BCE Isabel Schnabel disse que o próximo passo nos juros pode ser um aumento, mas não tão cedo. Ainda a libra esterlina fechou no zero a zero (-0,04%), a US$ 1,3329.


… O iene caiu a 155,90 por dólar, abalado pelo forte terremoto ontem no Japão, que desencadeou tsunami.


… A chance de uma postura mais conservadora do Fed no médio prazo pôs as bolsas em Nova York na defensiva: Dow Jones, -0,45% (47.739,32 pontos); S&P 500, -0,35% (6.846,51 pontos); e Nasdaq, -0,14% (23.545,90 pontos).


… Em um novo round da disputa entre as gigantes do entretenimento americanas, a Paramount disparou 9,02%, após oferecer uma oferta hostil pela Warner Bros Discovery (+4,42%) , depois da proposta da Netflix, que caiu 3,41%.


CIAS ABERTAS NO AFTER – O conselho de administração da EMBRAER aprovou o pagamento de JCP suplementares do quarto trimestre, de R$ 79,7 milhões, a R$ 0,1102 por ação. Ex no próximo dia 16 na B3 e dia 19 na Nyse…


… O colegiado também aprovou a distribuição de dividendos intercalares no valor de R$ 80 milhões, a R$ 0,1106 por ação ordinária. As ações serão negociadas ex-dividendos na B3 a partir do dia 10/12, e na Nyse, a partir do dia 19.


AXIA ENERGIA. Conselho aprovou aumento de capital de R$ 30 bilhões por meio da capitalização das reservas de lucro e emissão de 606.796.1117 de ações PN de classe C, a título de bonificação.


VIBRA ENERGIA celebrou contrato para venda da totalidade das ações que detém no capital social da Evolua, sociedade originalmente constituída como joint-venture entre a Vibra e a Copersucar para comercializar etanol…


… A participação da Vibra na Evolua corresponde a 49,99% do seu capital social; nos termos do contrato, as ações da Evolua detidas pela Vibra serão adquiridas pela Copersucar, que já detém os restantes 50,01% do seu capital social. 


KLABIN aprovou distribuição de dividendos intercalares no valor total de R$ 1,112 bilhão, o equivalente a R$ 0,1823 por ação ordinárias ou preferenciais e R$ 0,9119 por unit…


… Pagamento será feito em quatro parcelas iguais de R$ 278 milhões, nos dias 27 de fevereiro, 20 de maio, 19 de agosto e 12 de novembro de 2026; ex em 16 de dezembro de 2025…


… Empresa também aprovou aumento de capital com bonificação de ações de R$ 800 milhões; com a operação, o capital social da companhia passará a ser de R$ 6,87 bilhões, dividido em 6.241.478.850 de ações.


CVC. Goldman Sachs passou a deter 26.792.101 das ações ordinárias da empresa, o equivalente a 5,10% do total; conforme dados mais recentes, banco não detinha participação relevante anterior na companhia.


COPASA. Romeu Zema disse que quer privatizar a companhia até abril; o governador de Minas Gerais destacou que quer levantar ao menos R$ 10 bilhões com a oferta. (Reuters)


AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


NY -0,4% US tech -0,3% US semis +1,1% UEM 0% España +0,1% VIX 16,7% Bund 2,87% T-Note 4,17% Spread 2A-10A USA=+59pb B10A: ESP 3,34% PT 3,19% FRA 3,59% ITA 3,57% Euribor 12m 2,246% (fut.2,520%) USD 1,164 JPY 181,7 Ouro 4.181$ Brent 62,5$ WTI 58,8$ Bitcoin -0,9% (93.489$) Ether -0,8% (3.123$).


SESSÃO: Esta semana pausa, primeiro, e subida, depois. O mercado relaxa um pouco, mas não descansa. As 2 últimas semanas foram de subida e parece que esta irá consolidar até quinta-feira, para subir depois um pouco mais. Mas isto dependerá do que aconteça entre quarta e quinta-feira com Oracle, Broadcom e a Fed. Porque se ambas as empresas publicarem resultados e guidances decentes ou bons e a Fed baixar -25 p.b., até 3,50/3,75%... então continuará a subir. Oracle e, principalmente, Broadcom publicarão na quarta e quinta-feira no fecho de Nova Iorque, respetivamente, impactando sobre as sessões americanas de quinta-feira, e europeia e americana de sexta-feira. Se não dececionarem, irão impulsionar a tecnologia, reduzindo um pouco mais o ceticismo sobre a IA. Embora não seja tão simples quanto isso, digamos que esse seria o impacto imediato sobre o mercado.


Dá-se por garantido que a Fed irá fazer uma descida e oferecerá um diagrama de pontos mais suave/dovish. O mercado ficaria perplexo caso não o fizesse. Portanto, irá respirar e subir um pouco no final da semana, no seu desenvolvimento mais provável. Por isso, saindo o mais importante desta semana durante a tarde/noite de quinta-feira (Broadcom e Fed), o mais provável é que o mercado se mantenha em “modo pausa” até então, para subir depois. Teremos uma semana, em termos práticos, de 1,5 dia: metade de quinta-feira e sexta-feira. E, uma vez terminado, já estaremos em 2026 para efeitos práticos, porque nos situaremos na segunda quinzena de dezembro, quando já se esquece o ano em curso.


Hoje às 15 h saem 2 indicadores macros americanos de alguma relevância, em teoria… mas desta vez não terão quase influência devido a serem registos de setembro e outubro, respetivamente, atraso devido ao encerramento parcial do governo americano: Indicador Adiantado (-0,3% esperado) e JOLTS ou Empregos Disponíveis (7,15/7,12M esperados). Os futuros sobre as bolsas vêm tão “parados” como é de esperar para estes dias de trâmite até quinta/sexta-feira, embora a sua tendência seja muito levemente em alta (ca.+0,1%). 


Outros assuntos que convém conhecer: (i) Vendas online boas nos EUA: +7,7% vs. +6,3% esperado entre Thanksgiving, Black Friday e Cyber Monday (Fonte: Adobe). (ii) Nvidia +2% em after hours após Trump afirmar que permitirá exportar o H200 (geração -1; o Blackwell é geração 0 e até 200 vezes mais rápido em certos processos-chave para a IA) à China, pagando um imposto alfandegário de 25% (em vez de 15% combinado) e adotará um plano semelhante para Intel e AMD. (iii) Austrália repetiu taxas de juros em 3,60%, como esperado.


CONCLUSÃO: Sessão de trâmite em bolsas e, em paralelo, sell-off em obrigações (yield Bund 2,86% e T-Note 4,17%), sem que aconteça nada especial. As bolsas continuarão em “modo pausa” até quinta-feira à noite. Pode ser que, em todo o caso, subam infinitesimalmente porque faz mais sentido estar comprado do que vendido, nem que seja apenas pelo FOMO (Fear Of Missing Out). Enquanto o prémio de risco não se deteriore pela geoestratégia, irresponsabilidade fiscal ou regresso do ceticismo da IA, a subida é mais provável do que o retrocesso, pensando no posicionamento para 2026.


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado*


Terça Feira,09 de Dezembro de 2.025.


*Uma nova crise confronta Congresso e STF*

… O receio de que a possível escolha de Kevin Hassett possa significar uma condução política do Fed para agradar Trump não abalou as apostas em novo corte do juro na próxima semana (10), reforçadas após os dados fracos do emprego no setor privado. Aqui, essa expectativa levou o Ibovespa a mais um recorde e o dólar a mais uma queda, enquanto a curva do DI começa a se preparar para uma mensagem hawkish do Copom, também na quarta-feira que vem. Hoje, a desaceleração esperada para o PIB/3Tri não deve mudar a convicção da maioria dos economistas, que só esperam uma redução da Selic em março, enquanto uma nova crise entre Poderes aumenta os ruídos em Brasília.


SUPREMO X CONGRESSO – Não bastasse o clima de tensão entre o Executivo e o Senado, desde a nomeação de Jorge Messias para o STF, agora uma decisão polêmica e inesperada do ministro Gilmar Mendes colocou o Congresso contra a Suprema Corte.


… O decano determinou em liminar que somente a Procuradoria-Geral da República pode apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte e estabeleceu que é necessária maioria de dois terços para abrir o processo e para aprová-lo.


… A decisão de Gilmar é provisória e será analisada pelos demais ministros a partir do dia 12 de dezembro, no plenário virtual. Mas, desde já, a imprensa apurou nos bastidores do Supremo que ele tem apoio para formar maioria a favor de sua tese.


… Atualmente, a lei que define os crimes de responsabilidade é de 1950 e estabelece que “qualquer cidadão” pode apresentar denúncias ao Senado contra ministros do STF e o PGR, e que basta maioria simples para receber o pedido e considerá-lo procedente. 


… Gilmar avaliou, no entanto, que essas regras não são compatíveis com a Constituição de 1988.


… Considerou que a ameaça de tirar um ministro do STF “já configura um potencial fator intimidatório”, e é contra essa intimidação, sobretudo por parte Oposição, que Gilmar Mendes resolveu agir, deixando os senadores “indignados” e prontos para a guerra.


… Na sessão do Senado, Davi Alcolumbre fez uma dura crítica à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal sobre a lei do impeachment, afirmando que representa uma “grave ofensa constitucional à separação dos Poderes”.


… Afirmando que só o Legislativo seria capaz de rever conceitos legais, o presidente do Senado reforçou a necessidade de se “alterar” o regime das chamadas decisões monocráticas de ministros do STF. E foi isso o que o Congresso fez de forma imediata.


… Já no final da tarde, a CCJ da Câmara aprovou um texto que impõe novas regras às decisões individuais no STF e reorganiza o funcionamento das ações de controle concentrado, em projeto relatado por Alex Manente (Cidadania), que estava parado na comissão.


… O texto prevê que decisões monocráticas no STF terão de ser justificadas e submetidas ao plenário ou à turma na sessão seguinte.


… Alcolumbre também anunciou no plenário que a Casa deve avançar na análise da PEC do Marco Temporal de Terras Indígenas, matéria que é relatada por Gilmar Mendes na Suprema Corte, e que está na pauta para ser votada neste mês.


… Segundo o jornalista Gerson Camarotti (GloboNews), um ministro do STF defendeu a decisão de Gilmar como um “freio de arrumação”.


… Só neste ano, 33 pedidos de impeachment contra ministros do STF foram protocolados no Senado, sendo 20 contra o ministro Alexandre de Moraes. A maior parte (23) foi protocolada por cidadãos comuns e os demais, por parlamentares do Novo e do PL.


… Em muitos casos, o impeachment de ministros do Supremo se transformou em bandeira de campanha eleitoral para 2027.


… A decisão de Gilmar é mais um complicador para a aprovação de Jorge Messias, na opinião do senador Weverton Rocha, relator da indicação do advogado-geral da União pelo presidente Lula para ocupar a vaga de Luís Roberto Barroso no STF.


… Mas Messias entrou em campo vendo uma chance de salvar sua indicação e emitiu um pedido da AGU para que Gilmar reveja a decisão da lei do impeachment, enquanto parlamentares de direita iam às redes sociais para classificar a liminar como “escárnio” e “blindagem”.


BANCO MASTER – Em outra decisão do STF que causou estranhamento, o ministro Dias Toffoli decidiu que novos atos relacionados à investigação sobre crimes financeiros na gestão do Master, do banqueiro Daniel Vorcaro, ficarão sob a competência da Corte.


… O ministro não determinou a suspensão das investigações, mas mandou que a PF submeta a ele todos os próximos pedidos de diligências ou atos da investigação. Na prática, Toffoli passará a conduzir o andamento do caso.


… O ministro acolheu, em decisão liminar (provisória), pedido da defesa de Vorcaro, que apontou a existência de documento apreendido em sua casa com citação ao deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), que tem foro privilegiado por prerrogativa de função.


… Na análise preliminar dos investigadores, o documento não apresentava relação direta com os fatos que envolvem suspeitas de irregularidades na venda de carteiras de crédito consignado do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB).


… Segundo revelou o Estadão, esse documento trata de um negócio imobiliário entre Vorcaro e Bacelar.


ORÇAMENTO 2026 – Apesar da crise com o STF, está confirmada para hoje (11h) a sessão conjunta do Congresso Nacional para votar o PLDO, que foi aprovado ontem à noite na CMO, com um calendário adiantado para o pagamento da maior parte das emendas impositivas.


… O texto do relator Gervásio Maia (PSB) prevê o pagamento de 65% das emendas para saúde, assistência social e para as transferências especiais, conhecidas como emendas Pix, até o final do primeiro semestre de 2026, antes das eleições.


… O calendário de emendas, inicialmente criticado pelo governo, “foi construído no Planalto e ficou acima do esperado”, segundo o relator. Até ele achou um “absurdo” aumentar o Fundo Partidário em R$ 160 milhões, como foi aprovado.


… O parecer também deixa explícito na LDO a autorização para a equipe econômica contingenciar recursos do Orçamento pelo piso da meta fiscal, e não pelo centro, em outra briga comprada pela Fazenda com o Tribunal de Contas da União (TCU).


… Durante a votação na CMO, deputado do PL afirmou que a oposição vai obstruir a sessão de hoje do Congresso para pressionar pela votação da anistia ao ex-presidente Bolsonaro. Mas dificilmente essa pressão deve prosperar, porque sem PLOA não tem emendas.


FORA DA META –Em meio às negociações do Orçamento (e das emendas) o Senado aprovou nesta quarta o projeto que retira da meta fiscal e do limite de gastos cerca de R$ 1,5 bilhão em recursos do Fundo Social, destinados anualmente a programas de educação e saúde.


… Como o texto foi alterado, ainda volta para uma nova análise da Câmara.


… A proposta é de autoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB), que também é o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 e deve abrir espaço fiscal de R$ 1,2 bilhões no Orçamento do próximo ano, de acordo com técnicos consultados pelo Valor.


O ALERTA DO TCU – Após o Congresso aprovar na LDO um dispositivo que autoriza o governo a perseguir o piso da meta fiscal também em 2026, a Corte de Contas anunciou “perda de objeto” no processo que defendia mirar o centro da meta para fins do arcabouço.


… Apesar disso, o Tribunal determinou ao Ministério de Planejamento que apresente, no prazo de 60 dias, estudos técnicos demonstrando como compatibilizar “os resultados fiscais efetivos” na vigência do arcabouço e os resultados projetados para os próximos anos.


… Na mensagem, o TCU pediu ainda comprovação de que a dívida pública será mantida em níveis sustentáveis pelo período de dez anos.


… Desde setembro, a Corte vem alertando a equipe econômica que adotar o limite inferior do intervalo de tolerância para o resultado primário como parâmetro para contingenciamentos ou bloqueios de recursos é incompatível com a lei de responsabilidade fiscal.


… As advertências foram feitas após análise do recurso da Advocacia-Geral da União, que entrou com pedido de esclarecimento e gerou efeito suspensivo na deliberação prévia do Tribunal. A decisão saiu nesta quarta-feira, pouco antes da votação do Orçamento na CMO.


LEILÃO DO PRÉ-SAL – O TCU ainda autorizou o leilão do pré-sal marcado para esta quinta-feira, considerado crucial para aliviar o resultado fiscal de 2025, com expectativa de arrecadar ao menos R$ 10,2 bilhões, valor mínimo definido pelo CNPE e já incorporado no Orçamento.


… O Ministério Público do Tribunal de Contas da União havia pedido a suspensão do certame, mas o tribunal rejeitou o pedido por unanimidade, alegando “urgência fiscal” e risco de abalar a confiança dos investidores.  


… Ainda assim, o TCU fez novos alertas à Fazenda sobre a falta de responsabilidade ao usar previsões de receitas consideradas incertas.


… Em outra advertência, a Corte de Contas da União afirma que, caso haja mudança no cronograma de pagamentos para 2026, a justificativa de excepcionalidade deixaria de existir, podendo configurar “burla” à decisão.


O SOCORRO AOS CORREIOS – No Valor, técnicos do governo avaliam que há espaço nas metas fiscais para um aporte da União nos Correios em 2025, após a estatal rejeitar o empréstimo de R$ 20 bilhões por causa das elevadas taxas bancárias.


… A PEC da Defesa abriu folga de R$ 3 bilhões no fiscal e no teto de gastos deste ano — dos quais apenas R$ 1 bilhão foi usado — permitindo acomodar até R$ 2 bilhões de novas despesas.


… Além disso, estimativas apontam que o valor necessário para a estatal “virar o ano” pode ficar perto de R$ 5 bilhões, abaixo dos R$ 5,8 bilhões projetados no relatório bimestral, que levou ao contingenciamento de R$ 3,3 bilhões após o salto no déficit dos Correios.


… Sem o empréstimo, parte desse bloqueio poderia ser liberada, reduzindo a pressão imediata sobre o fiscal.


PIB DO IBGE – O dado do terceiro trimestre será divulgado às 9h e, segundo a mediana do Broadcast, deve desacelerar para 0,2%, após alta de 0,4% nos três meses anteriores. As projeções vão de -0,5% a +0,4%.


… A Selic elevada e a desaceleração gradual do emprego devem explicar o menor fôlego da atividade econômica.


… Apesar disso, o setor de serviços ainda deve apresentar desempenho positivo no período (+0,2%), avaliam economistas, enquanto a inflação neste segmento continua como foco de cautela e conservadorismo pelo BC. 


… Na base anualizada, a mediana do PIB no intervalo entre julho e setembro indica crescimento de 1,7%, o que marcaria uma perda de ritmo na comparação com a expansão de 2,2% registrada no segundo trimestre.


… Outro termômetro da atividade virá hoje dos dados da Anfavea (10h) de produção de veículos em novembro.


BALANÇA – À tarde (15h), sai a balança comercial de novembro. A exportação de commodities deve favorecer o superávit de US$ 5,539 bilhões, após saldo positivo de US$ 6,964 bilhões em outubro. As projeções variam de US$ 4,6 bilhões a US$ 7,010 bilhões.


… Se confirmada a mediana, o resultado será 19,5% menor do que em igual mês de 2024, de US$ 6,746 bilhões.


LULA – Participa, às 9h, da 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, e o governador de SP, Tarcísio de Freitas, palestra às 13h30 na Associação Comercial de SP.


LÁ FORA – A expectativa de alta semanal de 5 mil pedidos de auxílio-desemprego, para 221 mil, deve consolidar a já mais do que consolidada expectativa de flexibilização monetária do Fed semana que vem. O indicador sai às 10h30.


… A agenda internacional conta hoje ainda com as vendas no varejo da zona do euro em outubro, às 7h.


… Assessores de Trump se reunirão com o principal negociador ucraniano hoje, em Miami, para mais conversas de paz entre a Rússia e a Ucrânia, segundo fonte da AP, em meio à percepção de falta de maiores progressos.


AFTER HOURS – A Salesforce subiu 1,79% em Nova York, depois de elevar o guidance para o ano fiscal de 2026, destacando o bom desempenho de suas soluções de inteligência artificial. A receita deve ficar na faixa de US$ 41,45 bi a US$ 41,55 bi.


MÁQUINA DE RECORDES – Provando que marcas inéditas existem para serem quebradas, o Ibovespa já flerta com os 162 mil pontos e os prognósticos no mercado são bem impressionantes sobre o espaço de alta ainda pela frente.


… O ASA não duvida que o índice à vista possa chegar aos 300 mil pontos em dois anos, mesmo com atual política fiscal, porque o cenário externo está fazendo a diferença e deve continuar favorável aos mercados emergentes.


… O JPMorgan projeta o Ibovespa em 190 mil pontos no final do ano que vem, embora pondere sobre a imprevisibilidade da eleição presidencial em 2026 e as incertezas sobre a dinâmica das contas públicas.


… O que se diz no mercado é que os cortes de juros projetados pelo Fed justificam a exuberância racional do Ibovespa, que partiu ontem para um novo recorde duplo, puxado especialmente pelas blue chips das commodities.


… O índice fechou em alta de 0,41%, a 161.755,18 pontos, após cravar novo pico intraday (161.963,49 pontos). O giro ficou em R$ 25,6 bi. O ingresso de capital estrangeiro na B3 tende a terminar 2025 no melhor nível em dois anos.


… Depois da fuga de R$ 1,226 bilhão em outubro, o k externo voltou à bolsa em novembro (R$ 2,061 bilhões). No acumulado do ano, já entraram R$ 27,347 bilhões, contra uma saída de R$ 32,1 bilhões da B3 em 2024.


… Tem gente muito animada de que o Ibovespa continuará quebrando a banca, diante do carry trade atraente, que garante o fluxo, mesmo diante da perspectiva de que o BC inicie o ciclo de queda da Selic até março do ano que vem.


… Destaque na bolsa ontem, Vale saltou 3,23% e rompeu o patamar de R$ 70, a R$ 70,69, com notícias de que o governo federal e a empresa retomaram conversas para tentar resolver o impasse sobre as concessões ferroviárias.


… Além disso, as revisões para baixo nos investimentos anunciadas no Vale Day reforçaram o sentimento positivo.


… Ainda no setor de mineração e siderurgia, Usiminas PNA escalou 7,59% e voltou a se aproximar de R$ 6 (R$ 5,81), nível não visto há um ano. O rali foi acompanhado por CSN (5,48%), CSN Mineração (2,58%) e Gerdau PN (2,72%).


… Petrobras (ON +1,24%, a R$ 34,19; e PN +0,75%, a R$ 32,31) também ajudou a puxar o Ibovespa, acompanhando o petróleo, diante do impasse para um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. O Brent subiu 0,35% (US$ 62,67).


… A performance da bolsa só não foi ainda melhor por conta dos papéis dos bancos, que sentiram a decisão desta semana da CAE do Senado de elevar de 15,0% para 17,5% a alíquota de IR sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP).


… Bradesco PN registrou queda firme de 2,76% (R$ 19,00) e a ação ON da instituição financeira também foi mal (-2,57%; R$ 16,33). Santander perdeu 1,29% (R$ 34,35) e BB, -0,62% (R$ 22,38). Itaú ficou estável em R$ 42,22.


QUERIDINHO – O cenário eleitoral é citada como ponto de cautela à continuidade das façanhas da bolsa e ao alívio do câmbio, mas o JPMorgan aponta o real como uma das apostas prediletas do investidor global em 2026.


… Ao Valor, o chefe de pesquisa macro global do banco, Luis Oganes, avalia que os juros nominais de 15% servem como colchão suficiente para atravessar o período de incertezas e garantir o ambiente para aplicar nos emergentes.


… Dados fracos do emprego nos Estados Unidos divulgados ontem reforçaram a avaliação de novo corte de juro pelo Fed e derrubaram o dólar em escala global. Aqui, a moeda americana furou R$ 5,30 na mínima do dia (R$ 5,2992).


… Depois, desacelerou um pouco o ritmo de baixa, para fechar negociada a R$ 5,3133 (-0,32%).


… O mercado foi surpreendido nesta quarta-feira pela pesquisa ADP, que apontou a eliminação inesperada de 32 mil vagas de trabalho em novembro nos Estados Unidos, frustrando a apostas dos analistas de geração de 40 mil postos.


… São muito altas (quase 90%) as chances no CME de o Fed vir dovish semana que vem, o que animou o índice DXY do dólar a operar abaixo dos 99,000 pontos, em queda de 0,5%, aos 98,854 pontos, menor nível desde outubro.


… O euro subiu 0,40%, para US$ 1,1669, a libra ganhou 1,02%, a US$ 1,3351, e o iene avançou a 155,25 por dólar.


… Os rendimentos dos Treasuries aceleraram a queda depois da surpresa com o relatório ADP. O rendimento da Note de dois anos caiu para 3,483%, contra 3,514% na véspera, e o de dez anos recuou a 4,059%, de 4,090%.


… Apesar do alívio do câmbio e do recuo das taxas dos Treasuries, os juros futuros na B3 zeraram a queda para terminar o dia em alta. A curva a termo já parece estar preparando o espírito para um Copom hawkish.


… Meio cansados de provocar Galípolo, o vencimento do DI para Jan/27 subiu a 13,605% (contra 13,579% na véspera); Jan/29, a 12,715% (de 12,676%); Jan/31, a 12,935% (de 12,906%); e Jan/33, a 13,065% (de 13,047%).


… Entre os economistas, a maioria só espera o primeiro corte da Selic em março. As medianas no Broadcast para o juro em dezembro (15%), janeiro (15%) e março (14,5%) permanecem inalteradas contra a pesquisa de novembro.


A ESCOLHA INCÔMODA – Dúvidas sobre a independência do Fed na transição de comando, diante da provável nomeação de Kevin Hassett para o cargo de Powell, não foram capazes de estressar o humor em Nova York.


… Reportagem da Bloomberg revelou que o conselheiro econômico da Casa Branca enfrenta resistência em Wall Street, diante das suspeitas de que ele possa reduzir agressivamente as taxas de juros para agradar Trump.


… No mês passado, o Tesouro americano teria consultado executivos de grandes bancos, gestoras gigantes de ativos e outros participantes importantes do mercado de dívida sobre uma possível indicação de Hassett ao Fed.


… Alguns participantes do mercado de títulos teriam preferido outros candidatos, como Rick Rieder, da BlackRock, e Christopher Waller, diretor do Fed, vistos como mais independentes, politicamente falando, do que Hassett.


… Ele agora está isolado à frente das apostas como principal cotado para substituir Powell, especialmente depois de o WSJ noticiar que Trump cancelou uma série de entrevistas que faria nesta semana com os finalistas para o Fed.


… A informação veio um dia depois de Trump ter citado Hassett como o “próximo presidente em potencial” do Fed.


… Apesar dos riscos de credibilidade à reputação do BC americano, as bolsas americanas recuperaram o fôlego: Dow Jones, +0,86% (47.882,90 pontos); S&P 500, +0,30% (6.849,72 pontos); e Nasdaq, +0,17% (23.454,09 pontos).


… Pela manhã, os índices de ações operaram no vermelho, abalados pela notícia no The Information de que a Microsoft estava reduzindo as metas de vendas de software vinculadas à inteligência artificial.


… Mais tarde, a empresa refutou a informação e tirou o papel das mínimas, mas ainda caiu 2,5%.


CIAS ABERTAS NO AFTER – BRASKEM contestou informações na imprensa sobre suposto processo de venda. Segundo a petroquímica, não há negociações em curso pela empresa, que cobrou explicação de acionistas…


… A Novonor afirmou que mantém tratativas com a IG4 Solutions para possível acordo de exclusividade, mas que nenhum documento (vinculante ou não) foi assinado e que não há garantia de entendimento ser formalizado…


… Já a Petrobras, também acionista relevante, disse não fazer parte do eventual acordo mencionado e reiterou que ainda não tomou qualquer decisão sobre sua participação na Braskem, permanecendo em análise de alternativas.


PETRORECÔNCAVO. Conselho de Administração aprovou mudanças na estrutura da diretoria da companhia que entrarão em vigor no dia 1º de janeiro…


… João Vitor Silva Moreira será o novo vice-presidente de operações, substituindo Troy Patrick Finney, que assumirá a vice-presidência de desenvolvimento de portfólio….


… Além disso, Rafael Procaci da Cunha, vice-presidente financeiro e de RI, passará a acumular as áreas de fusões e aquisições, assim como planejamento e alocação de capital.


JBS. Seara anunciou aportes que chegam a R$ 475 milhões para ampliar operações na produção de aves no Paraná.


PETZ. Fusão com a Cobasi deve ser pautada no plenário do Cade hoje; o julgamento deve ocorrer no dia 10.


LWSA. Conselho de Administração aprovou a reeleição dos atuais membros da diretoria da companhia, incluindo o diretor-presidente, Rafael Chamas Alves, na reunião mais recente do colegiado, em 1º de dezembro…


… Adicionalmente, os conselheiros aprovaram a substituição da KPMG pela Deloitte como auditoria independente, em decorrência da norma de rotatividade obrigatória da CVM.


GOL informou que uma Corte Distrital dos Estados Unidos invalidou cláusula específica do plano de recuperação judicial sob o Chapter 11. O dispositivo não afeta a conclusão do processo de reestruturação da companhia…


… A empresa comunicou que ainda vai avaliar se recorrerá da decisão.


AMERICANAS tinha R$ 438,5 milhões em disponibilidades em outubro, considerando saldo de caixa, saldo bancário, aplicações, títulos e valores mobiliários…


… Valor representa queda de 23,5% ante os R$ 573,3 milhões de setembro; dados constam da divulgação mensal da companhia referente ao processo de recuperação judicial.


KLABIN concluiu operação firmada com investidor institucional para formação de uma sociedade de propósito específico para operação no setor imobiliário no Paraná…


… Com o fechamento, companhia recebeu aporte de R$ 300 milhões em caixa; o investidor não foi identificado…


… Gabriela Wog, diretora estatutária da empresa, será a nova diretora financeira e de relações com investidores da empresa a partir de 1º de janeiro…


… Depois de seis anos no cargo, o atual diretor financeiro, Marcos Ivo, assumirá como diretor estatutário comercial de papéis, nova diretoria criada pela empresa…


… Executivo trabalhará um ano ao lado do diretor comercial de papéis, José Soares, até assumir o posto, em 2027. 


CEMIG informou que o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região homologou acordo firmado com sindicatos representativos de empregados e aposentados da empresa, no âmbito do dissídio coletivo sobre plano de saúde.

STF reage

 Supremas cortes dependem de legitimidade e estabilidade institucional para funcionar.

Quando esses pilares são ameaçados — por reformas do Legislativo, por ataques do Executivo ou por queda de confiança pública — elas tendem a reagir.


A decisão de Gilmar Mendes deve ser lida exatamente nesse contexto: um movimento preventivo do STF para evitar a erosão de seus poderes.


Esse padrão é conhecido em outras democracias, como mostro no paralelo com a High Court of Justice de Israel.


Nova coluna no Estadão:


Título: O “preemptive strike” do Supremo


Olho: Antes que os poderes sejam reduzidos, o Judiciário aumenta suas defesas — aqui e no resto do mundo.


Carlos Pereira, Professor Titular da FGV EBAPE e Sênior Fellow do CEBRI


A decisão do ministro Gilmar Mendes — restringindo a possibilidade de pedidos de impeachment contra ministros do STF exclusivamente à Procuradoria Geral da República — foi recebida com surpresa e acusada, por alguns, de autoproteção corporativa. Mas, ao contrário do que parece, o movimento deve ser interpretado como parte de um fenômeno bem documentado na literatura de ciência política e do direito comparado: cortes reagindo preventivamente quando percebem ameaça política real.


Em democracias, tribunais constitucionais dependem de legitimidade e de estabilidade institucional para exercer suas funções. Quando ambos os pilares começam a estremecer por ataques diretos de outros poderes, é comum que as cortes adotem decisões que funcionam como escudos preventivos contra tentativas de redução de suas competências ou captura-las politicamente.


Esse comportamento é previsível. Instituições não são atores neutros em ambientes de conflito. Tom Ginsburg e Aziz Huq mostram que, quando os custos de inação superam os custos de ação, supremas cortes tendem a “endurecer” e produzir jurisprudência defensiva, destinada a aumentar sua resiliência diante de ameaças externas. Da mesma forma, estudos recentes mostram que o desgaste da confiança pública no Judiciário, hoje observável em várias democracias, incentiva movimentos estratégicos de autopreservação por parte das cortes. 


O caso brasileiro se encaixa perfeitamente nesse padrão. O Congresso discute, há meses, propostas para reduzir poderes do STF. Nesse ambiente, a probabilidade de uma reação preventiva aumenta. A decisão de Gilmar Mendes, nesse sentido, não deve ser vista isoladamente, mas como parte de um tabuleiro institucional mais amplo.


Não se trata de um fenômeno brasileiro. Em Israel, por exemplo, a High Court of Justice realizou um movimento semelhante em 2023–2024, quando o governo de Benjamin Netanyahu tentou aprovar reformas para enfraquecer a corte. A resposta do Judiciário israelense foi clara: decisões robustas, assertivas e coordenadas para bloquear, antes que fosse tarde, a erosão de suas competências. O que ocorreu ali se tornou um caso paradigmático de preemptive strike judicial — uma reação institucional à iminência de perda de poder.


O mesmo mecanismo ajuda a explicar o comportamento do STF agora. Quando o Legislativo sinaliza que pretende mudar as regras do jogo, a tendência é que o tribunal identifique a conjuntura como perigosa. Se o sistema político ameaça alterar os pesos e contrapesos, a resposta do Judiciário tende a ser justamente reforçá-los.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Abertura OESP

 *Abertura: Ativos se ajustam à menor chance de candidatura de Flávio em semana de Copom e Fed*


São Paulo, 08/12/2025


Por Silvana Rocha e Luciana Xavier*


OVERVIEW. A semana tem como destaque a Super Quarta, com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, entrevista do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e a divulgação do IPCA de novembro. Os dados do varejo e de serviços no País, a inflação na China e indicadores norte-americanos de emprego e comércio também serão conhecidos nos próximos dias.


NO EXTERIOR. Os futuros de Nova York operam mistos, com S&P 500 e Nasdaq em alta e Dow Jones perto da estabilidade, enquanto o dólar recua à espera da decisão do Fed. A ferramenta FedWatch, do CME, aponta 87% de chance de corte de 25 pontos-base, com os juros hoje entre 3,75% e 4%. O Commerzbank prevê redução com maior peso ao mercado de trabalho. Os Treasuries têm leve alta. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, projeta crescimento real de 3% do PIB no país. Analistas do First Abu Dhabi Bank alertam para o risco de retorno da inflação em 2026. O governo dos EUA deve anunciar um pacote de US$ 12 bilhões em ajuda ao setor agrícola, afetado por preços baixos das safras e pelo impacto das tarifas impostas pelo próprio país. Na Europa, o destaque é a alta da Bolsa de Frankfurt e do euro após o avanço inesperado da produção industrial alemã em outubro. O petróleo recua, devolvendo ganhos da madrugada, após ataques russos na Ucrânia e falas do presidente dos EUA, Donald Trump, de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "não está pronto" para aprovar uma proposta de paz elaborada pelos EUA.


POR AQUI. Os mercados devem passar por correção após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sinalizar que pode abrir mão da pré-candidatura ao Planalto em troca de apoio político, incluindo o respaldo do Centrão à anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A rápida mudança de discurso reforça a percepção de que o anúncio da pré-candidatura na sexta-feira, que devastou o Ibovespa, dólar e juros, foi uma manobra para ampliar o poder de barganha da família. Em entrevista à TV Record, Flávio afirmou que o “preço” para desistir seria ter o pai “livre e nas urnas”. Disse ainda que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o principal "cara do time" e que crê na reeleição dele em São Paulo. Com a chance de Selic mantida em 15% e possível corte de juros nos EUA nesta semana, o cenário pode favorecer real, bolsa, entrada de capital externo e queda dos juros longos.


NA POLÍTICA.  O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a declaração de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de que tem um “preço” para retirar a sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto "escancara o método da chantagem" e apelou contra a anistia aos condenados por atos golpistas. Pesquisa Datafolha realizada antes da pré-candidatura de Flávio mostra estabilidade na avaliação do governo Lula e da avaliação pessoal do presidente ante setembro e, nos cenários eleitorais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria Flávio por 51% a 36% no segundo turno e também superaria Tarcísio por 47% a 42% e Ratinho Jr. (PSD-PR) por 47% a 41%. O Barclays avalia que a maior rejeição da família Bolsonaro, em comparação à de Tarcísio, indica “vantagem potencial” para Lula em 2026.


AGENDA.


IPCA E DADOS DO VAREJO FICAM NO RADAR - O Copom se reúne na terça e quarta, quando sai também o IPCA de novembro; na quinta, as vendas do varejo de outubro; e na sexta, o volume de serviços. O Senado deve votar na terça a PEC do Marco Temporal. Na quarta, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado discute o projeto que atualiza a lei de impeachment de ministros do STF. Nesta segunda, o Relatório Focus será divulgado às 8h25 e a balança comercial semanal, às 15h. O diretor de Fiscalização do BC, Ailton Santos, participa de sessão do Comitê de Decisão de Processo Administrativo Sancionador às 10h. O Tribunal de Contas da União realiza sessão extraordinária às 14h com o edital do Tecon10 na pauta.  O presidente Lula participa às 15h da 14ª Conferência Nacional de Assistência Social.


DECISÃO DO FED, DADOS DOS EUA E CPI DA CHINA SÃO DESTAQUES - A decisão do Fed será na quarta-feira, seguida por coletiva de Powell. O Relatório de abertura de vagas (Jolts) nos EUA em outubro e a inflação ao consumidor e ao produtor da China em novembro serão publicados na terça; o índice de custo de emprego americano no 3º trimestre, na quarta. A AIE e a Opep publicam relatório mensal de petróleo na quinta. Também participam de eventos os presidentes do BoJ, Kazuo Ueda (terça),  do BCE, Christine Lagarde (quarta) e do BOE, Andrew Bailey (quinta).


O QUE SABEMOS.


PRÉ-SAL E META FISCAL- O leilão das áreas não contratadas do pré-sal, realizado na última quinta-feira, arrecadou R$ 8,8 bilhões  pelos direitos de exploração dos campos de Mero (Lote 1) e Atapu (Lote 3), que foram ofertadas pela Pré-Sal Petróleo (PPSA), menos que os R$ 10,2 bilhões projetados anteriormente pelo governo, e muito aquém da previsão inicial de R$ 15 bilhões. O leilão teve a participação de um consórcio da Petrobras e Shell, que arrematou dois dos três lotes disponíveis, na ausência de concorrentes. Esse resultado contribui para uma frustração na meta de resultado primário, aproximando o déficit do piso de R$ 31 bilhões, ao invés de atingir o déficit zero desejado. fiscal.


EM TESE: Interlocutores do governo afirmam que esse montante de arrecadação, por si só, não traz um risco imediato de descumprimento da meta fiscal, mas não deixa de colocar um sinal amarelo para o desempenho para as contas públicas deste ano e 2026. Apesar de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter dado aval para o leilão, o relator do processo na Corte, ministro Jorge Oliveira, classificou como "preocupante" o fato de o governo chegar ao fim do ano dependendo de um leilão inédito e complexo para fechar suas contas.


BALANÇA DA CHINA - As exportações da China subiram 5,9% em novembro ante igual mês do ano passado, revertendo a queda de 1,1% verificada em outubro, segundo dados publicados pelo órgão alfandegário do país nesta segunda-feira. O resultado de novembro superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 3,8% das exportações. Também no confronto anual, as importações chinesas avançaram 1,9% em novembro, ganhando força em relação ao aumento de 1% de outubro. O consenso da FactSet, porém, era de acréscimo maior no último mês, de 2,5%. Ainda em novembro, a China acumulou superávit na balança comercial de US$ 111,68 bilhões, consideravelmente maior do que o saldo positivo de US$ 90,07 bilhões de outubro.


EM TESE: O mercado local deve repercutir positivamente o resultado, uma vez que o Brasil que tem a China como principal parceiro comercial, e o melhor desempenho da balança representa uma demanda maior por commodities, como minério de ferro, soja e petróleo, impulsionando as exportações brasileiras. O ING projeta que o crescente superávit comercial da China impulsionará uma expansão econômica mais robusta em 2025. A demanda externa, apesar das tarifas, tem sido crucial e deve ajudar a China a atingir sua meta de crescimento de "cerca de 5%" em 2025. A continuidade dessa resiliência em 2026 pode influenciar significativamente as perspectivas econômicas futuras.


OVERNIGHT


MINERVA - A Minerva fará a recompra antecipada do saldo remanescente de seu Bond 2028, anunciou a companhia na sexta-feira. Em comunicado, a Minerva disse que a recompra deve ser concluída em 19 de janeiro de 2026, e será feita a 100% do valor de face do título, totalizando US$ 166,031 milhões.


MOTIVA  - O conselho de administração da Motiva (antiga CCR) aprovou a distribuição de R$ 294,2 milhões em dividendos intermediários, a R$ 0,14 por ação. Os proventos serão pagos com base na composição acionária do dia 10 de dezembro deste ano, sendo que as ações passam a ser negociadas "ex-dividendos" a partir do dia seguinte, 11. O pagamento será realizado até o próximo dia 31.


TELEFÔNICA- A Ativa Investimentos manteve a recomendação de compra para Telefônica Brasil (dona da Vivo) e elevou o preço-alvo do papel de R$ 31,50 para R$ 38, visando um potencial de valorização de 13,8%, em relação ao fechamento de sexta-feira. Em relatório, a corretora observa que a Vivo segue com crescimento sólido de receita, especialmente em telefonia móvel, com capacidade de repassar preços e preservar margens, demonstrando resiliência.


AXIA ENERGIA - A Axia Energia, novo nome da Eletrobras, divulgou hoje cálculos que apontam que a empresa realizou investimentos de R$ 17,4 bilhões desde a privatização, em junho de 2022. Desse total, cerca de 70%, ou R$ 12,2 bilhões, foram direcionados para reforços e melhorias em obras de grande e médio portes, com substituição de equipamentos em fim de vida útil, obsoletos ou cuja capacidade foi superada por causa do crescimento da demanda de energia.


CORREIOS - Os Correios aumentaram a meta do Programa de Demissão Voluntária (PDV) para 15 mil funcionários e já falam em "outras alternativas" ao empréstimo de R$ 20 bilhões que vinha sendo negociado com bancos. No governo, está em estudo o que vem sendo chamado de "solução ponte", para que a empresa consiga iniciar a implementação do seu plano de reestruturação sem a necessidade de negociar com as instituições financeiras em condições desfavoráveis.


AGIBANK/IPO - Executivos do Agibank, banco híbrido com foco em operações de consignado, estarão esta semana em Nova York para dar início a encontros com investidores estrangeiros mirando estreia na bolsa norte-americana em janeiro. O plano é levantar ao redor de US$ 1 bilhão e segue intacto até o momento, apesar de o INSS ter suspendido a autorização para concessão de novos empréstimos pela modalidade consignado, no dia 2. Segundo fontes, o Agibank deve gastar algum tempo explicando o sistema previdenciário brasileiro e como funciona no Brasil o crédito consignado aos investidores internacionais.


ALEXANDRE DE MORAES - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o único brasileiro a aparecer na lista das 25 pessoas mais influentes do ano do jornal britânico Financial Times, divulgada nesta sexta-feira, 5. Moraes aparece na categoria “heróis”, ao lado de nomes como a escritora canadense Margaret Atwood e a atriz e ativista americana Jane Fonda. A seleção ainda traz as categorias “criadores” e “líderes”.


SUPER PODERES - A Suprema Corte dos Estados Unidos deve analisar nesta segunda-feira um recurso do governo Donald Trump para ampliar o poder do presidente de demitir dirigentes de agências federais independentes. O caso envolve a exoneração, sem justa causa, de uma integrante da Comissão Federal de Comércio (FTC). Os advogados do governo defendem a derrubada de uma decisão de 1935 que impõe limites a esse tipo de demissão.


TARIFAS - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na noite deste domingo, 7, que pode seguir outros caminhos caso a Suprema Corte decida contra a validade de suas tarifas de importação sobre produtos de outros países. "Bem, temos o direito de adotar uma forma diferente de tarifas. Temos o direito de optar por licenças", disse ele a jornalistas antes de cerimônia de homenagens a celebridades no Kennedy Center, em Washington.


NETFLIX/WARNER  - A Netflix superou a Paramount e a Comcast para fechar um acordo de US$ 72 bilhões pelos estúdios da Warner Bros. Discovery e o serviço de streaming HBO Max. Agora, a gigante do streaming precisa conquistar a administração de Donald Trump. Espera-se que o acordo da Netflix seja investigado pelo Departamento de Justiça, que já começou a considerar como isso poderia consolidar ainda mais o domínio da gigante do streaming na indústria de mídia. Trump disse ontem que o negócio toma "uma grande fatia do mercado". "Teremos que ver o que acontece", declarou.


MAGNUM ICE CREAM - As ações da Magnum Ice Cream Company eram negociadas em alta em sua estreia na Bolsa de Valores de Amsterdã nesta segunda-feira, com a cotação inicial do papel implicando uma capitalização de mercado de 7,93 bilhões de euros (US$ 9,24 bilhões) para a companhia derivada da cisão da Unilever.


E NOS MERCADOS.


FUTUROS DE NOVA YORK - Os índices futuros do S&P 500 e Nasdaq sobem, enquanto o do Dow Jones volta a ficar perto da estabilidade em um mercado que termina os ajustes para a decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos desta semana. O Commerzbank diz que, na dúvida, o Fed deve cortar as taxas de juro em 25 pontos-base, mas com algumas reservas. “Em última análise, ao avaliar os riscos, o Federal Reserve provavelmente dará maior peso ao mercado de trabalho do que à inflação. Isso porque alguns podem presumir que uma desaceleração no mercado de trabalho irá conter a inflação”, observam analistas. Às 7h08, no mercado futuro, o Dow Jones caía 0,03%, o S&P 500 subia 0,07% e o Nasdaq avançava 0,13%.


BOLSAS DA EUROPA - As bolsas europeias operam sem sinal único nesta segunda-feira, com Paris trazendo perdas modestas. A semana tem como epicentro a decisão do Fed. Frankfurt mostra pouco vigor mesmo após a produção industrial surpreender com resultado acima do esperado. Para o ING, o segundo aumento mensal consecutivo sugere que a produção industrial finalmente atingiu um período de estabilização. Às 7h10, Frankfurt subia 0,21%, Paris recuava 0,09% e Londres subia 0,01%.


TREASURIES - Os juros dos Treasuries operam em leve alta. O mercado mantém a expectativa de alívio monetário pelo Fed. O risco mais sombrio para a economia dos Estados Unidos em 2026 pode ser uma retomada das pressões inflacionárias, afirmam analistas do First Abu Dhabi Bank. Se o Fed for persuadido a cortar as taxas agressivamente no curto prazo e isso der novo impulso às pressões inflacionárias, “isso poderia exigir uma resposta política mais agressiva do Federal Reserve”, dizem analistas. Às 7h10, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,578% (de 3,562%), o da T-note de 10 anos ia a 4,153% (de 4,137%) e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,808% (de 4,791%).


MOEDAS FORTES - O dólar ampliava a queda ante o euro após dado acima do esperado da economia alemã. A produção industrial subiu, contrastando com a expectativa de recuo, após as encomendas à indústria surpreenderem positivamente na semana passada. O dólar seguia pressionado ante o iene, diante da expectativa de alívio monetário pelo Fed nesta semana.  O índice DXY recuava 0,13%, a 98,86 pontos. Às 7h11, o euro avançava a US$ 1,1655 (de US$ 1,1643 na sexta-feira), o dólar caía a 155,43 ienes (de 155,31 ienes) e a libra se valorizava a US$ 1,3323 (de US$ 1,3330).


PETRÓLEO - Os contratos futuros do petróleo passaram a cair nesta manhã, após subirem mais cedo após ataques à Ucrânia matarem 4 pessoas no fim de semana, evidenciando desafios às negociações para um acordo de paz entre Rússia e Kiev. Moscou lançou ataque com 51 mísseis e 653 drones na Ucrânia, segundo a defesa local. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não está pronto” para aprovar proposta de paz elaborada pelos Estados Unidos. Às 7h12, o petróleo WTI para janeiro caía 0,77%, a US$ 59,62 o barril, e o Brent para fevereiro avançava 0,71%, a US$ 59,62.


BOLSAS DA ÁSIA - As bolsas asiáticas fecharam sem coesão. O mercado chinês avançou após a China ampliar seu superávit em novembro, o que deve ajudar a impulsionar o crescimento do país mesmo diante das dificuldades no setor imobiliário. Ações de empresas de defesa subiram em Tóquio após radar chinês mirar caças japoneses no domingo. O Xangai Composto subiu 0,5%, e o menos abrangente Shenzhen Composto computou ganho de 1,2%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,2%. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em alta de 0,2%. Em Seul, o Kospi subiu 1,3%. Em Taiwan, o índice Taiex subiu 1,2%. Na Oceania, o S&P/ASX 200 fechou em baixa de 0,12% em Sydney.

BDM Matinal Riscala

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