quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Putin insinua uma ameaça indireta à Europa, mas o mercado continua a ignorar este risco geoestratégico aberto e os futuros das bolsas vêm a subir ca.+0,2%. Inditex publicou resultados 3T a bater expetativas e a nossa opinião preliminar é positiva (empresa incluída na nossa Carteira Modelo Espanhola de 5 Valores – em espanhol), enquanto Crowdstrike e Okta (cibersegurança) ca.-3% em aftermarket após publicarem bons resultados e guias, batendo expetativas, mas não parecem suficientes para um mercado muito exigente com a tecnologia. Na segunda-feira (1), foi o único dia fraco recente (previamente, 5 sessões em alta consecutivas, ontem subida e hoje parece que também), e provavelmente respondeu à expetativa de que o Japão suba +25 p.b. até  0,75%, a 19 de dezembro… expetativa que provocou um breve sell-off em obrigações e criptos, dando a sensação de que haverá um ponto de liquidez com um pouco de deterioração do carry-trade (realização de liquidez em yens para a investir em obrigações com yields superiores, tipicamente T-Note). Mas foi algo passageiro.


Após uma inflação e um desemprego europeus 1 décima superiores aos esperado, em ambos os casos, (+2,2% e 6,4%) publicados ontem que, no entanto, não debilitaram a bolsa europeia, hoje teremos 3 indicadores macro americanos de relevância média: às 13:15, Inquérito de Emprego ADP (+5k/+10k vs. +42k; que é melhor quanto mais alto o resultado, porque é criação de emprego privado); às 14:15 h, Produção Industrial (0% vs. -0,1%) e às 15 h ISM Serviços (52,1 vs. 52,4). A Produção Industrial é de setembro, portanto perde relevância pelo atraso. O emprego é importante, embora seja uma leitura privada de emprego apenas privado, como o Inquérito ADP. Mais importante do que o habitual pelo atraso na publicação dos números de emprego oficiais, que não sairão até 16 de dezembro. E o ISM Serviços poderá ser considerado “algo importante”, mas passará quase despercebido se sair continuísta, como se espera.

 

CONCLUSÃO: Provável subida “agradável” hoje (+0,2%?), que poderá evoluir em positivo (+0,5%?) se o Inquérito ADP sair bastante bom, porque já está descontado que a Fed irá baixar -25 p.b. até 3,50/3,75%, a 10 de dezembro, e um emprego bom não irá alterar essa expetativa a estas alturas, enquanto dá uma solidez ao fundo macro americano. Esta tendência de recuperações contínuas leva a pensar que não teremos um mercado fraco até sabermos a decisão da Fed e resultados de Broadcom (11), que é o nos parecia mais saudável, mas o posicionamento para 2026 já está em execução e ninguém quer adotar uma estratégia um pouco mais conservadora devido ao FOMO (Fear Of Missing Out). 


FIM

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Call Matinal 0212

 

Call Matinal

02/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (0112)

MERCADOS E AGENDA

O Ibovespa acabou fechando a segunda-feira (01) em leve baixa de 0,29%, aos 158.611,01 pontos, com giro de R$ 21,9 bilhões. Já o dólar se elevou para R$ 5,35 (+0,31%).

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta terça-feira (02), após interromperem uma sequência de cinco altas na véspera. O movimento reflete a retomada da aversão ao risco, alimentada por persistentes temores com a inflação, avaliações exageradas e novas dúvidas sobre o retorno do investimento em inteligência artificial.

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: -0,13%

S&P 500 Futuro: -0,14%

Nasdaq Futuro: -0,18%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), -0,42%

Nikkei (Japão): 0,00%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,19%

Nifty 50 (Índia): -0,55%

ASX 200 (Austrália): +0,17%

Europa

 

 

STOXX 600: -0,13%

DAX (Alemanha): +0,10%

FTSE 100 (Reino Unido): -0,01%

CAC 40 (França): -0,15%

FTSE MIB (Itália): +0,12%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, +0,12%, a US$ 59,39 o barril

Petróleo Brent, +0,06%, a US$ 63,21 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, +0,50%, a 800,50 iuanes (US$ 113,50)

 

NO DIA, 0212

Uma agenda esvaziada, sem grandes novidades. No Brasil, temos a produção industrial de outubro, PIM IBGE, devendo retornar ao crescimento. No Congresso, pega fogo a relação do governo com o Senado de Alcolumbre.

 

Nos EUA, ontem, Jerome Powel participou de evento no Hoover Institution, mas permaneceu em silêncio, respeitando as regras do FOMC, em véspera de reunião (10). Mesmo assim, cresce no mercado a tese de mais um corte do Fed Funds. No CME Group, as apostas em corte de 0,25 pp são de 88%. Na sexta, o PCE de setembro ainda pode influenciar.

 

No Brasil, em palestra, Gabriel Galípolo manteve seu tom hawkish, mas o mercado aposta na queda da taxa Selic em janeiro. Mesmo assim, disse, ontem, o presidente do BCB que pode voltar a subir os juros, se preciso for. Diante disso, resta ao mercado fazer suas apostas de inflexão da política monetária, no aguardo do Copom de dezembro, junto com o Fed (10).

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 01 de dezembro 

 Brasil 8h: FGV CPI IPC-S (30-Nov) Consenso 0,23%  

Brasil 8:25h: Boletim Focus 

Brasil 10h: BCB Presidente Gabriel Galípolo fala 

EUA 11:45h: PMI Industrial ISM Consenso 49,0

 

 

Terça-feira, 02 de dezembro 

Brasil 6h: IPC-FIPE Mensal Consenso 0,15% | Anterior 0,27% 

Brasil 9h: Produção Industrial YoY Consenso 0,30% | Exp -0,10% 

Brasil 9h: Produção Industrial MoM Consenso 0,50% | Exp 0,30% 

EUA 12h: Ofertas de Emprego JOLTS (Set) Consenso 7,227M

 

 

Quarta-feira, 03 de dezembro 

Brasil 10h: PMI Composto S&P Global 

Brasil 10h: PMI Serviços S&P Global 

EUA 10:15h: Variação Empregos ADP Consenso 19K 

EUA 11:15h: Produção Industrial MoM Consenso 0,1% 

EUA 12h: PMI ISM Não-Manufatura Consenso 52,0

 

Quinta-feira, 04 de dezembro   

Brasil 9h: PIB QoQ 3T Consenso 0,20% | Exp 0,25% ⬆️ 

Brasil 9h: PIB YoY 3T Consenso 1,60% | Exp 1,82% ⬆️  Brasil 15h: Balança Comercial Nov Consenso $5,5bi | Exp $5,7bi 

EUA 10:30h: Pedidos Iniciais Seguro-Desemprego Consenso 220K

 

 

Sexta-feira, 05 de dezembro 

Brasil 8h: FGV IGP-DI YoY Consenso -0,26%  

Brasil 8h: FGV IGP-DI MoM Consenso 0,19%  

Brasil 11h: Produção/Vendas Veículos 

EUA 12h: Núcleo PCE MoM Set Consenso 0,2% (prioridade Fed)

 

 

 

 

 

Boa terça-feira a todos!

Arko Talks 2025

 

Arko Talks 2025 chegou ao fim com grandes reflexões sobre o futuro do Brasil em 2026. 

 

Confira os principais insights dos últimos painéis do evento:

Painel 04 – Agronegócio e Competitividade
No painel dedicado ao agronegócio, o deputado Pedro Lupion, presidente da FPA, destacou que o setor atravessa um dos momentos mais desafiadores dos últimos anos. Custos elevados, crédito caro, gargalos logísticos e insegurança regulatória têm comprimido margens, freado inovação e elevado o endividamento no campo.

 

Ele reforçou a necessidade de preservar instrumentos privados de financiamento, ampliar a capacidade de armazenagem, criar previsibilidade regulatória e avançar em reformas que garantam competitividade ao produtor brasileiro em um ambiente global cada vez mais exigente.


Principais pontos:

  • Custos de produção e juros elevados pressionam a rentabilidade e aumentam o endividamento do setor.
  • Gargalos logísticos e déficit de armazenagem comprometem competitividade e formação de preços.
  • Preservação de LCAs, CRAs e Fiagros é essencial para manter o fluxo de crédito privado ao agro.
  • Novo marco de seguros e previsibilidade plurianual ao estilo Farm Bill são prioridades para reduzir risco e estimular investimento.
  • Regularização fundiária, licenciamento racionalizado e segurança jurídica nas demarcações são vistos como pilares para estabilidade produtiva.
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Painel 05 – Reforma Tributária em 2026

O painel contou com Luiz Gustavo Bichara (Advogado Tributarista), Ricardo Soriano (Ex-Procurador-Geral da Fazenda Nacional),  Luiz Carlos Hauly (Deputado Federal) e Priscilla Faricelli (Demarest Advogados), e apresentou diferentes perspectivas sobre a migração para o novo modelo de IVA. Os debatedores discutiram temas como segurança jurídica, complexidade da transição, possíveis impactos sobre o contencioso tributário, efeitos setoriais e os desafios de regulamentação.

 

Ainda que todos reconheçam a importância da reforma, reforçaram que sua implementação exigirá clareza normativa, coordenação entre os fiscos e medidas complementares para garantir previsibilidade e reduzir riscos para empresas e contribuintes.

Principais pontos:

  • A transição para o IVA ainda carece de regulamentação detalhada, o que pode gerar dúvidas operacionais.
  • Persistem incertezas sobre alíquotas, devolução de créditos e obrigações acessórias.
  • A judicialização tende a aumentar no curto e médio prazo devido à sobreposição de competências e regras novas.
  • Sectores específicos podem enfrentar impactos distintos, exigindo atenção a ajustes e calibragens.
  • Medidas complementares, como transação e arbitragem tributária, podem ajudar a reduzir litígios e dar previsibilidade ao sistema.
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Painel 06 – Eleições 2026: Tendências e Cenários Políticos

O painel reuniu Zeca Dirceu (Deputado Federal), Andrei Roman (Analista Político) e Cristiano Noronha (Vice-Presidente da Arko Advice), para discutir os cenários para as eleições de 2026. Eles analisaram o impacto da conjuntura econômica, o papel da segurança pública como tema central para o eleitorado, a reorganização da direita após a inelegibilidade de Bolsonaro e o surgimento de um eleitor mais racional e menos previsível.

 

Apesar de reconhecerem vantagens estruturais do governo, também destacaram fragilidades, como a erosão da base na classe C e a crescente importância do tema da segurança na disputa eleitoral.

Principais pontos:

  • O presidente em exercício tende a largar como favorito, mas a eleição deve ser competitiva.
  • A segurança pública se tornou a principal preocupação do eleitor, influenciando o debate e fortalecendo pautas da direita.
  • A oposição enfrenta desorganização e dificuldade para consolidar um nome competitivo.
  • Surge um eleitorado mais racional e decisivo, um “swing voter” que pode definir o resultado em 2026.
  • A vinculação entre agenda econômica e segurança ganha espaço no governo e deve influenciar o debate público.
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Encerramento
O painel de encerramento, com William Waack (Jornalista), Gilberto Kassab (Presidente do PSD), Murillo de Aragão (Presidente da Arko Advice) e Marco Bologna (Sócio da Galapagos Capital), trouxe reflexões sobre a crise político-institucional do país, a degradação do debate público e os desafios para formação de lideranças capazes de promover estabilidade.

 

Eles discutiram a fragmentação da centro-direita, o papel das elites, o impacto do expansionismo fiscal e a centralidade da segurança pública no cenário eleitoral. Apesar das leituras distintas, houve consenso sobre a necessidade de reconstruir diálogo e buscar maior equilíbrio entre os poderes.

Principais pontos:

  • A crise institucional é marcada pela falta de representatividade, tensões entre os poderes e polarização crescente.
  • A baixa atuação das elites em temas de interesse coletivo agrava a dificuldade de avançar em reformas estruturais.
  • O voto distrital foi apontado como caminho para melhorar a qualidade da representação política.
  • A segurança pública tende a ser o tema decisivo da eleição de 2026, acima da pauta econômica.
  • O país precisará de liderança capaz de promover acordos amplos e restaurar estabilidade institucional.

Nubank, BTG e XP

 *Quanto Nubank, BTG e XP lucraram vendendo CDBs do Master?*


Corretoras distribuíram R$ 36 bilhões dos R$ 41 bilhões de CDBs alcançados pelo FGC


Apenas três corretoras distribuíram R$ 36 bilhões dos R$ 41 bilhões de CDBs do Master alcançados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC): Nubank, BTG e XP.


A movimentação alimentou não só as contas do Master. O banco era conhecido pelos retornos acima do mercado e, também, por oferecer altas comissões para as corretoras.


Fala-se de até 5% do dinheiro investido pelos clientes. Mas, oficialmente, a taxa era de cerca de 2,5%. Em um cenário ou outro, os valores são altos. Considerando a retenção de 5%, o valor arrecadado pelas corretoras chegaria a R$ 1,8 bilhão.


*A maior parte do valor foi comercializado pela XP: R$ 26 bilhões. O BTG teria intermediado a venda de R$ 6,7 bilhões em CDBs do Master. E o NuBank, R$ 2,9 bilhões*.


https://www.metropoles.com/colunas/dinheiro-e-negocios/quanto-nubank-btg-e-xp-lucraram-vendendo-cdbs-do-master

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


NY -0,5% US tech -0,3% US semis -0,1% UEM -0,0% España +0,1% VIX 17,2% Bund 2,75% T-Note 4,09% Spread 2A-10A USA=+55pb B10A: ESP 3,23% PT 3,06% FRA 3,48% ITA 3,47% Euribor 12m 2,23% (fut. 2,28%) USD 1,161 JPY 180,5 Ouro 4.232$ Brent 63,2$ WTI 59,3$ Bitcoin -4,9% (86.446$) Ether -8,1% (2.792$)


SESSÃO: Dezembro começou com um descanso no mercado. Normal, e até saudável, após 5 sessões de subidas em Nova Iorque. Notou-se mais nas obrigações (T-Note +7 p.b.; Bund +6 p.b.) e criptos (BTC -5%; ETH -8%) do que na bolsa (Nova Iorque -0,5%; Tech EUA -0,3%; Europa plana), e isto apesar da deceção do ISM Industrial americano que aprofundou em zona de contração (<50). Leitura negativa para ciclo, mas, em princípio, positiva para o mercado, já que apoia uma descida de taxas de juros por parte da Fed na sua reunião de 10 de dezembro. Não ajudou que Trump já tenha decidido quem será o candidato a suceder a Powell nos mandatos da Fed, o seu atual assessor económico Kevin Hassett como o mais bem posicionado. Novo sinal da interferência política neste órgão. E tampouco que aumentem as opções de uma subida de taxas de juros do BoJ em dezembro após os comentários de Ueda.


Continuamos com a semana de transição, destacando hoje a inflação europeia de novembro como principal referência do dia. Não se esperam grandes novidades, uma leitura continuísta com a geral a repetir em +2,1% e a subjacente em +2,4%. O BCE está confortável com os níveis atuais de inflação e taxas de juros, mas como já podemos ver nas Atas da sua última reunião, não descartam um novo movimento se os preços terminem por se situar de forma sustentável abaixo do objetivo de +2%. Mas isso será algo para 2026. 


A nível micro, a destacar os resultados após o fecho de CrowdStrike (0,94 $; +1,4%) e Okta (0,76 $; +13,1%), de um dos nossos setores preferidos: a cibersegurança. A nossa Carteira Temática acumula +75% desde o seu lançamento, há 2 anos. Um dos catalisadores desta temática é o desenvolvimento de novas tendências digitais, entre as quais a IA. E neste sentido, OpenAI, principal empresa não avaliada que se dedica à geração da IA, começa a sentir-se pressionada com a concorrência (Anthropic, Alphabet). Segundo um memorando interno, Sam Altman (CEO) atrasou iniciativas como a introdução de publicidade na aplicação para se concentrar na melhoria do ChatGPT e continuar a manter a liderança no segmento empresarial. Isto reforça a nossa ideia de que a IA não avaliada (OpenAI, Anthropic, Mistral, xAI,…) é o lugar para o foco em relação às avaliações, com a crescente concorrência entre as empresas. 


CONCLUSÃO: Hoje, sessão sem rumo definido, embora não se descarte um certo tom em baixa no fecho da sessão perante a escassez de referências capazes de mover o mercado. A inflação europeia será continuísta, enquanto as negociações pela Ucrânia continuam. Esperamos sessão de transição à espera de resultados de emprego (ADP + Challenger + petições) e PCE nos próximos dias. Contudo, a atenção continua nas importantes referências da próxima semana: reunião da Fed (10), resultados de Oracle (9) e Broadcom (11).


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Powell não fala de política monetária*


A agenda de hoje é esvaziada lá fora. No Brasil, é destaque a produção industrial, que deve voltar a crescer em outubro, enquanto o governo tenta apaziguar o clima de guerra no Congresso, que pode atingir a pauta econômica.


… Já em período de silêncio para o Fomc, na próxima quarta-feira (10), Powell não falou de política monetária no evento de ontem à noite, no Hoover Institution. No CME Group, as apostas em corte adicional de 25 pontos-base neste fim ano seguem firmes (88%). Na sexta, o PCE de setembro ainda pode influenciar. Aqui, o mercado continua desafiando a mensagem hawkish de Galípolo e mantém a expectativa majoritária de queda da Selic em janeiro. A agenda de hoje é esvaziada lá fora. No Brasil, é destaque a produção industrial, que deve voltar a crescer em outubro, enquanto o governo tenta apaziguar o clima de guerra no Congresso, que pode atingir a pauta econômica.


GALÍPOLO – Pela segunda vez, em menos de uma semana, o presidente do BC afirmou nesta segunda-feira que pode voltar a subir os juros, se for preciso, e mesmo assim não consegue esvaziar as apostas majoritárias em um corte de 25 pontos-base da Selic em janeiro.


… Em palestra na XP, Galípolo começou dizendo que não tinha nenhuma novidade sobre o que já havia dito na semana passada, quando afirmou toda sua convicção hawkish. De novo, repetiu que a postura do BC tem que ser “humilde e conservadora”.


… “Se há dúvida, o papel do Banco Central é ser conservador”, disse ele, admitindo que “não tem sido simples fazer análise sobre o mercado de trabalho”, embora tenha afirmado que “também é difícil contestar o mercado de trabalho, que se mostra forte”.


… Após a criação de empregos bem abaixo do esperado no Caged, a Pnad renovou recorde da taxa de desemprego em 5,4%.


… Em outro trecho, falou que “a gente ainda não está onde o nosso mandato manda que a gente esteja”, referindo-se à convergência da inflação à meta. E foi ao limite: “O BC vai sempre atuar para buscar o mandato, se tiver que dar doses maiores [de juro], dará.”


… Galípolo reconheceu que o mercado busca um guidance sobre os próximos passos na definição dos juros, “busca uma palavra que dê um direcionamento”, mas descartou que isso acontecerá nesse momento, dizendo que “o Copom não vê necessidade de tal sinalização”.


… Resta ao mercado contar com suas planilhas e fazer suas apostas no timing da inflexão da política monetária, esperar o Copom de dezembro, junto com o Fed (10), que pode ou não trazer um ajuste na mensagem, e, se não vier nada em janeiro, esperar as chuvas de março.


CRISE FORA DE HORA – O clima de guerra entre o governo e o Legislativo ameaça a agenda econômica a poucas semanas do fim do ano, como a pauta do devedor contumaz, o corte de benefícios fiscais e o aumento da taxação das fintechs e das bets.


… Estão ainda fila o Orçamento de 2026 e o PLDO para o ano que vem. O presidente Lula tenta apaziguar o ambiente com o Senado, onde as coisas iam melhores do que na Câmara, até que Davi Alcolumbre foi para o confronto após a indicação de Jorge Messias ao STF.


… Depois de dez dias de crise, Lula entrou pessoalmente na articulação para conseguir a aprovação de Messias e já ontem convidou para almoçar no Alvorada o senador Weverton Rocha (PDT), relator da indicação do AGU e pessoa próxima de Alcolumbre.


… No almoço, Lula começou a mapear os nomes da base aliada que são próximos a Alcolumbre e veem dificuldade para a aprovação do nome de Messias. Entre eles estão Eduardo Braga (AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e até o presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA).


… O presidente diz que vai conversar com Alcolumbre, mas não agora, porque não age com “a faca no pescoço”, como apurou o Estadão.


… Além de almoçar com Weverton, Lula reuniu-se duas vezes ontem com os ministros mais chegados e pediu que cuidem das votações da lei Antifacção, do Orçamento e da PEC da Segurança, enquanto ele vai conduzir diretamente as conversas com os senadores.


… O presidente tenta adiar a sabatina, marcada por Alcolumbre para o dia 10, justamente para não dar tempo de Messias virar votos a seu favor. Segundo os cálculos do Planalto, Messias está muito próximo de conseguir os 41 votos necessários no plenário.


… Hoje, Messias almoça com senadores de oposição, em evento articulado pela senadora Eudócia Caldas (PL-AL), mãe do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, que, apesar de ser do PL, se aproximou de Lula com a indicação da cunhada, Marluce Caldas, para o STJ.


CONTRA-ATAQUE –A AGU, sob o comando de Jorge Messias, anunciou nesta segunda-feira a criação de um grupo de trabalho para fiscalizar emendas parlamentares, que coordenará a responsabilização, civil e administrativa, por eventuais irregularidades na execução dos recursos.


… A medida atende a uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, em uma ação que trata da transparência de emendas parlamentares. O grupo terá duração de um ano, quando integrantes apresentarão um relatório das atividades.


… As emendas são um dos temas de maior interesse dos parlamentares, para encaminhar recursos aos seus redutos eleitorais.


SEGURANÇA – Em paralelo à crise com Messias, Lula tenta recuperar o protagonismo sobre a pauta da segurança pública, apropriada pela oposição, após o presidente da Câmara, Hugo Motta, dar a relatoria da lei Antifacção ao deputado Guilherme Derrite.


… A proposta passou na Câmara e está no Senado, onde o Planalto espera ajustes do relator Alessandro Vieira, considerado independente.


… Segundo analistas políticos, a segurança será um dos temas prioritários da campanha presidencial em 2026.


FUNCIONALISMO – O governo enviou nesta segunda-feira um projeto de lei para o Congresso que traz uma série de medidas de reestruturação das carreiras do serviço público federal, ao custo de R$ 4,2 bilhões em um ano – despesa já prevista no PLOA de 2026.


O PREJUÍZO DOS CORREIOS – No Estadão, o governo avalia mudar a meta de estatais para 2026, com a crise dos Correios, cujo déficit surpreendeu e obrigou equipe econômica a congelar R$ 3 bilhões em despesas no Orçamento de 2025.


… Tudo o que o governo não quer é limitar o espaço para gastos em pleno ano eleitoral.


… O tema ainda não começou a ser debatido pela Junta de Execução Orçamentária (JEO), no entanto, técnicos da equipe econômica consideram que essa discussão vai ter de acontecer, segundo apurou a reportagem.


… O PLDO/2026 prevê um prejuízo de R$ 6,752 bilhões com estatais, equivalente a 0,05% do PIB.


… Quando o prejuízo é maior do que o estimado, como aconteceu este ano, o governo é obrigado a incorporar a diferença no resultado primário (aferido para a meta fiscal), o que pode levar a um contingenciamento, ou seja, congelamento de despesas.


PRODUÇÃO INDUSTRIAL – O desempenho positivo da indústria extrativa deve puxar a expansão da produção industrial em outubro, que o IBGE solta às 9h. A mediana no Broadcast indica alta de 0,3%, após queda de 0,4% em setembro.


… As projeções variam de recuo de 0,1% a expansão de 1,5%. Na comparação anual, o dado deve crescer 0,2%, contra avanço de 2% observado em setembro de 2024. As estimativas vão de queda de 0,5% a alta de 1,8%.


… À primeira hora do dia (5h), o IPC-Fipe deve indicar expansão de 0,15% em novembro, menos intensa na comparação com o avanço de 0,27% em outubro. As projeções para esta leitura, todas de alta, vão de 0,13% a 0,17%.


LÁ FORA – Com a agenda esvaziada hoje nos Estados Unidos, a fala da vice-presidente de Supervisão do Fed, Michelle Bowman, no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara (12h) é o evento de maior destaque. Mas ela também deve respeitar o período de silêncio do Fomc.


… Na Zona do Euro, saem a preliminar da inflação ao consumidor (CPI) de novembro e a taxa de desemprego de outubro, ambos às 7h.


… Já na Ásia, o Japão e a China divulgam à noite o PMI composto da S&P Global de novembro.


UCRÂNIA – Volodymyr Zelensky deve se encontrar hoje, na Irlanda, com seu principal negociador com os Estados Unidos, Rustem Umerov, para tentar avançar no plano de paz com a Rússia. A Casa Branca disse estar “muito otimista”.


… Em paralelo, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, é esperado em Moscou para uma reunião com Putin, segundo fontes da AFP.


TARIFAS – O secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, anunciou nesta segunda-feira a redução de certas tarifas previstas no acordo com a Coreia do Sul, incluindo as tarifas sobre automóveis, para 15%. Válido desde ontem.


FRIOZINHO NA BARRIGA – Baixou a ansiedade e a cautela nos mercados globais antes do discurso (vazio) da noite de Powell, o que acabou servindo de pretexto entre os investidores para uma onda de realização de lucros nos negócios.


… As bolsas americanas quebraram a sequência de cinco pregões em alta, o Ibovespa perdeu os 159 mil pontos, o dólar voltou à faixa de R$ 5,35, os juros dos Treasuries subiram e o DI exibiu pressão, também sob o efeito Galípolo.


… Os mercados passaram o dia temendo que Powell repetisse os comentários inconclusivos de um mês atrás, quando apontou que a política monetária não estava em curso predefinido, sem garantia de um corte em dezembro.


… Mas como ele não disse uma só palavra sobre a postura a ser assumida no curtíssimo prazo pelo Fed, o mercado deve se sentir ainda mais livre para avançar na aposta ampla de uma flexibilização na reunião da semana que vem.


… O mês começou com uma dose de percepção de risco. O índice Dow Jones registrou desvalorização de 0,90%, aos 47.289,33 pontos; o S&P 500 caiu 0,53%, aos 6.812,63 pontos; e o Nasdaq recuou 0,38%, aos 23.275,92 pontos.


… Vindo de um recorde histórico no pregão anterior, ficou fácil de o Ibovespa devolver algum terreno. Fechou em leve baixa de 0,29%, aos 158.611,01 pontos, com giro de R$ 22 bilhões, em dia de destaque para a queda dos bancos.


… Bradesco liderou a fila negativa do setor financeiro, com recuo de 0,78% (ON, a R$ 16,61) e 1,53% (PN, R$ 19,35), seguido por Banco do Brasil (-0,93%, a R$ 22,26). Santander perdeu 0,85%, a R$ 33,91, e Itaú caiu 0,77%, a R$ 41,30.


… Já as blue chips das commodities amorteceram o ritmo de queda da bolsa. Vale subiu 0,77%, a R$ 67,92,  em linha com o minério, e Petrobras interrompeu as quedas firmes despertadas no pregão anterior pelo plano estratégico.


… Na esteira do petróleo, Petrobras ON ganhou 0,63%, a R$ 33,59; e PN, +0,19%, a R$ 31,85. O Brent repercutiu com alta firme de 1,26%, a US$ 63,17, a decisão da Opep+ de manter a produção no primeiro trimestre de 2026.


… O cartel também irá estabelecer um mecanismo para avaliar a capacidade máxima de produção de cada integrante. Além disso, os investidores monitoram as tensões geopolíticas no leste europeu e na Venezuela.


… De volta à bolsa, a primeira prévia da nova carteira do Ibovespa, que entrará em vigor em 5 de janeiro, trouxe a entrada das ações da Copasa e saída dos papéis da CVC. A segunda prévia será apresentada no próximo dia 16.


SESSÃO REPRISE – Como se viu, Galípolo não mudou uma vírgula do discurso que vem mantendo há meses, sem qualquer sinalização antecipada de um corte da Selic, apesar de o mercado continuar botando pressão sobre o BC.


… A curva do DI não deixou de fazer o ajuste em alta a Galípolo e ainda operou em compasso de espera por Powell.


… No fechamento, o contrato de juro para Jan/27 avançou a 13,620% (de 13,572% no pregão anterior); Jan/29 subiu para 12,765% (contra 12,722% na sexta-feira); e Jan/31, 12,990% (12,979%). Já o Jan/33 caiu a 13,130% (13,141%).   


… Lá fora, os juros dos Treasuries também avançaram e a taxa da Note de 10 anos seguiu acima de 4%, em 4,095%, contra 4,014% na Black Friday. O rendimento do papel de 2 anos subiu a 3,535%, de 3,493% na sessão de sexta-feira.


… Também os retornos dos títulos do Tesouro japonês se destacaram em alta, atingindo o maior nível em 16 anos, depois de Kazuo Ueda ter afirmado que o BoJ discutirá “cuidadosamente” um aumento de juros este mês.


… A fala impulsionou o iene à máxima em duas semanas, cotado a 155,51 por dólar, enquanto a moeda americana já é enfraquecida, em outra frente, pela perspectiva de que o Fed relaxe os juros ainda antes de o ano acabar.


… Analistas da FP Markets observam que a chance de Kevin Hassett, conselheiro econômico de Trump, assumir o comando do Fed no ano que vem oferece um “obstáculo considerável ao dólar”, diante da sua orientação dovish.


… O índice DXY fechou em queda marginal de 0,06%, para 99,403 pontos. O euro também operou no zero a zero (+0,09%), a US$ 1,1611, enquanto a libra esterlina registrou desvalorização de 0,15%, negociada a US$ 1,3212.


… No Valor, agentes financeiros mencionaram uma pressão maior no real devido à possível elevação de juros no Japão, o que pode ter engatilhado uma redução de posições favoráveis ao real em estratégias de carry trade.


… Além disso, o câmbio foi influenciado pelas remessas ao exterior típicas de fim de ano, que contribuíram para que o dólar ganhasse força ao longo da tarde. A moeda americana fechou com valorização de 0,46%, valendo R$ 5,3593.


CIAS ABERTAS NO AFTER – VALE realiza hoje seu dia do investidor, às 10h (de Brasília), em Londres, com transmissão ao vivo por vídeo.


CARREFOUR BRASIL aprovou em assembleia geral extraordinária (AGE) o cancelamento do seu registro de companhia aberta categoria “B”…


… O pedido de cancelamento de registro foi protocolado na CVM ontem e está sujeito à sua aprovação.


ULTRAPAR aprovou a distribuição de dividendos intermediários no valor total de R$ 1,08 bilhão, o equivalente a R$ 1 por ação ordinária; proventos serão pagos em 16 de dezembro; ex a partir de 8 de dezembro.


ISA ENERGIA obteve anuência do BNDES e evitou vencimento antecipado de três contratos de financiamento, apesar do risco de descumprimento de indicadores financeiros no exercício de 2025.


RUMO. Citi elevou o preço-alvo da ação de R$ 15,50 para R$ 17,00, mantendo a recomendação neutra…


… Banco citou preocupações com o poder de precificação da companhia diante do cenário desafiador para oferta e demanda no setor de logística nos próximos anos.


AMBIPAR confirmou que demitiu 35 funcionários após constatar “falhas graves na execução das melhores práticas de governança e gestão de riscos” na companhia, conforme noticiou o site Pipeline/Valor, no fim de setembro…


… A empresa informou que os executivos dispensados estavam subordinados ao ex-diretor-financeiro João Arruda e que a estrutura organizacional foi desmobilizada…


… Com o objetivo de tornar a estrutura de governança mais “enxuta e eficiente”, a companhia comunicou que está estudando e implementando mudanças neste momento, devendo concluí-las até fevereiro de 2026.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Alex Ribeiro

 https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/12/01/analise-periodo-prolongado-deixa-de-funcionar-como-trava-para-cortes-na-selic.ghtml


*Análise: ‘Período prolongado’ deixa de funcionar como trava para cortes na Selic*


_Expectativa do mercado é se Copom vai sinalizar corte para janeiro com retirada de menção a essa expressão na sua comunicação após reunião na semana que vem_


Por Alex Ribeiro, Valor — São Paulo


Com o quase consenso de que os juros vão ficar parados em 15% ao ano, a grande expectativa do mercado é se o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai sinalizar na sua reunião na semana que vem um corte para janeiro, com a retirada da comunicação do aviso de que os juros têm que ficar altos por “um período bastante prolongado”.


Em evento nesta manhã na XP Investimentos, porém, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicou que não precisa necessariamente modificar esse recado para iniciar um eventual ciclo de baixa na taxa Selic.


“Não sei se a gente tem a necessidade ou obrigação de criar algum tipo de código dentro da comunicação do Banco Central que vá telegrafar quando o Banco Central vai fazer algo”, disse Galípolo.


Uma parte dos analistas econômicos acha que seria um pouco incoerente o Copom dizer, em dezembro, que precisa manter os juros altos por muito tempo e, em janeiro, fazer um corte na taxa básica de juros.


O presidente do BC foi questionado exatamente sobre isso pelo economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. Mas Galípolo indicou que o Copom não acha que, antes de fazer qualquer coisa, precise mudar a comunicação para dar uma "seta" para o juro.


Segundo ele, cada vez que o BC cita num comunicado que precisa manter os juros altos por um período prolongado, essa contagem de tempo não é “zerada”. Ou seja, quando o Copom disse, na sua reunião de novembro, por exemplo, que os juros devem ficar altos por um período prolongado, isso não significa que esse período prolongado vai se aplicar apenas a partir de novembro. Ele já tinha efeito antes.


Citando um conceito matemático, Galípolo disse que juros funcionam como uma integral no tempo. Isso equivale a dizer que seus efeitos se acumulam continuamente, de modo que manter juros altos por um período prolongado gera um impacto total cada vez maior na economia.


Na prática, a fala de Galípolo tirou um pouco da força que a sinalização de juros altos por muito tempo tinha de “forward guidance”, ou seja, de indicação de passos futuros.


Mas aqui tem um ponto importante: não dá para entender que ele tenha feito uma indicação de baixar os juros apenas porque esvaziou um pouco o caráter desse "forward guidance".


Seu esforço, no evento da XP, foi para enfatizar que o Banco Central está dependente de dados para tomar as suas próximas decisões sobre a taxa de juros. Ele disse e repetiu que o Copom não sabe de antemão o que vai fazer e que vai tomar a decisão com as informações disponíveis em cada uma de suas reuniões.


E ele repisou também o discurso de que o progresso não está na velocidade que ele gostaria. O presidente do BC iniciou sua participação no evento da XP dizendo que não tem nenhum recado novo sobre política monetária em relação ao que havia dito na última quinta-feira – quando ele participou de um evento da Itaú Asset.


Naquela oportunidade, Galípolo disse e repetiu outras duas vezes que vê progressos, mas não na velocidade que gostaria. No evento da XP, ele disse e repetiu a mesma visão: “Entendemos que a gente chegou num patamar em que parece que os 15% estão, sim, produzindo o efeito na inflação, não na velocidade que a gente gostaria.”

BDM Matinal Riscala

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