quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Faria Lima

 *Faria Lima: briga expõe uso de dinheiro de investidores em papel encalhado*


19/08/2025 14h14


O principal assunto da Faria Lima nas últimas horas é o litígio em torno de uma das maiores securitizadoras do país acusada por um seus principais ex-executivos de usar irregularmente dinheiro de investidores para bancar um investimento de alto risco.


Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o ex-executivo da Virgo Companhia de Securitização Eduardo Levy acusa o controlador da empresa, Ivo Kos, de alocar irregularmente R$ 240 milhões de outros clientes em um fundo destinado a bancar a operação de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) que não encontrou demanda no mercado.


Segundo a denúncia de Levy à qual a coluna teve acesso, a operação em questão envolvia a emissão de um CRI, cuja primeira emissão seria de R$ 130 milhões, para financiar a construção de um hospital para a Oncoclínicas em Belo Horizonte, estruturado pela Cedro Participações.


Diante da falta de interesse dos investidores, segundo Levy, Kos teria garantido pessoalmente a colocação do papel e, não conseguindo cumprir a promessa, optou por utilizar recursos de outros CRIs sob gestão da Virgo.


A securitização do CRI da Oncoclínicas garantiria uma comissão para a Virgo; os recursos usados pertencem ao patrimônio de reserva de outros CRIs.


No contra-ataque, a defesa da Virgo nega qualquer irregularidade na operação. Ivo Kos acusa o ex-executivo Levy de ter decidido a realização da operação que agora denuncia e, em uma ação civil que a empresa ingressou contra ele, a ex-empregadora diz que o rompimento se deu por insatisfação do profissional com a sua remuneração.


Antes, uma tecla SAP:


Securitização: Transformação de direitos creditórios (como dívidas ou recebíveis) em títulos negociáveis no mercado de capitais. Empresas securitizadoras cobram um "fee" (comissão) sobre o valor total do negócio.

CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários): Título de renda fixa lastreado em créditos originários do setor imobiliário.

Patrimônio Separado: Recursos de titularidade exclusiva dos investidores, segregados do patrimônio da emissora/securitizadora para garantir segurança contra imprevistos. Conforme Resolução 60 da CVM, esses recursos precisam estar alocados em ativos de baixo risco e alta liquidez, caso precisem ser sacados numa emergência.

De acordo com a denúncia do ex-executivo, Kos deu uma garantia firme para a Cedro para o lançamento do CRI, mesmo com o mercado em condições desfavoráveis no momento.


Sem ter conseguido recursos de investidores, a Virgo teria criado um fundo chamado Allocation, para onde recursos do patrimônio separado dos outros CRIs foram transferidos, e este instrumento comprou o CRI da Oncoclínicas, considerado de risco mais alto.


Entenda os números:


R$ 240 milhões: Levy afirma que, no mínimo, R$ 240 milhões de recursos de patrimônios separados de outros CRIs/CRAs foram alocados no fundo "Allocation" para viabilizar a compra do CRI da Oncoclínicas.

R$ 130 milhões: segundo a denúncia de Levy, a Virgo decidiu lançar a primeira série do CRI da Oncoclínicas no valor de R$ 130 milhões para financiar a construção de um hospital em Belo Horizonte. Em português simples, esses R$ 130 milhões são o principal que o título buscaria captar no mercado.

O ponto da denúncia: diante da falta de demanda, a Virgo teria garantido a liquidação dessa série e, não conseguindo vender o papel, usou recursos de patrimônios separados de outros CRIs para viabilizar a liquidação no vencimento da oferta. Ou seja, a controvérsia é como ele teria sido honrado com dinheiro do patrimônio separado.

Segundo Levy, o negócio provocou a renúncia de outros três diretores estatutários em maio. Levy, que diz ter permanecido inicialmente na companhia com o intuito de regularizar a situação, também pediu demissão em julho. Em seguida, notificou extrajudicialmente Kos e o diretor Alexandre Rocha, que segue na empresa.


Responsável pela defesa de Kos e da Virgo, o advogado Rodrigo Tannuri sustenta que não houve nenhuma ilegalidade na conduta da securitizadora porque a Resolução 60 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) não veda o uso do fundo de reserva naquela classe de investimento.


A defesa técnica sustenta que a operação não provocou prejuízo a qualquer investidor e o CRI onde os recursos foram alocados vem sendo honrado pela Oncoclínicas. Tannuri não quis dar declarações sobre o caso.


Ação civil


No dia 6 de agosto, a Virgo também entrou com uma ação pedindo uma ordem judicial de urgência para proibir o ex-executivo Eduardo Levy de entrar em contato com seus funcionários. A empresa alega que, após sua demissão em 8 de julho, Levy passou a telefonar e enviar mensagens de forma insistente — inclusive de madrugada — para a chefe de RH, o CEO e outros colaboradores, com ofensas e ameaças.


Segundo a inicial, Levy saiu da empresa porque, insatisfeito com a remuneração, passou a cobrar do controlador, Kos, uma participação societária na empresa e uma fatia da receita; a recusa teria levado ao seu desligamento. Conforme a Virgo, em seis meses o Levy recebeu cerca de R$ 1,35 milhão, o que dá uma média de R$ 225 mil por mês.


No pedido, a Virgo requeria uma "obrigação de não fazer" (em termos simples: uma ordem para que alguém pare de fazer algo), especificamente que Levy seja proibido de ligar, mandar mensagens ou abordar pessoalmente qualquer colaborador, sob pena de multa diária.


No dia 7, ao analisar a petição inicial, o juiz Claudio Salvetti D'Angelo, da Unidade de Processamento Judicial do Foro Regional de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, extinguiu a ação sem julgar o mérito por considerar que, como se tratava de pedido de medida protetiva, a matéria estava fora da competência cível.


Na semana passada, a defesa da Virgo interpôs apelação ao Tribunal de Justiça de São Paulo para que o caso seja analisado. O caso foi direcionado à 3ª Câmara de Direito Privado do TJ.


A coluna não conseguiu localizar Levy para ouvi-lo sobre as alegações da Virgo na ação civil. Como a ação foi extinta sem julgamento de mérito, ele não chegou a se manifestar nos autos.


Reportagem



Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.


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Agricultores dizem a Trump que China trocou soja dos EUA por brasileira



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Mudanças em Portugal

 *Sem explicar, Portugal para de conceder a brasileiros direitos previstos em tratado*


Há mais de dois meses o governo português parou de publicar a concessão de igualdade de direitos e deveres, que permite a brasileiros obterem os mesmos direitos que os portugueses, como votar e ocupar cargos públicos


O governo português interrompeu a publicação da concessão de igualdade de direitos e deveres a brasileiros de residentes legalmente no país europeu. A medida não é publicada desde o dia 16 de junho, conforme confirmado pelo Itamaraty. O governo brasileiro não soube dizer o motivo. O Estadão entrou em contato com a Embaixada do país, que não se manifestou.


Fruto de um acordo bilateral entre Brasil e Portugal, o Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres concede a brasileiros que o solicitam um conjunto de direitos trabalhistas, políticos e econômicos. A interrupção acontece em meio à discussão sobre a “lei anti-imigração” aprovada pelo parlamento português, mas declarada inconstitucional pela Justiça do país.


Dezenas de publicações de concessão do estatuto eram feitas mensalmente de forma regular desde março de 2024 no Diário da República português.


*O que muda?*


Com a concessão do estatuto, que pode ser solicitado pelo correio ou presencialmente por meio da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), brasileiros maiores de idade com permissão para morar em Portugal podem concorrer a cargos públicos, fazer parte de sociedades em empresas e votar e se candidatar em eleições. As publicações mais recentes das concessões estavam levando cerca de um ano desde o momento da solicitação, que não tem impacto na permissão para residência no país (a qual o solicitante já deve possuir antes de solicitar o Estatuto).


A legislação que prevê a concessão de igualdade de direitos e deveres é proveniente do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil, assinado em 2000. O advogado Magalhães Neto, que trabalha atendendo brasileiros em Portugal, afirma que acordos internacionais não podem ser revogados unilateralmente.


“Envolve relações diplomáticas então não acredito que Portugal vai parar de fazer a concessão do Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres. Se revogar, é muito perigoso porque fere o direito de diversos cidadãos que já deram entrada”, afirma. “Tendo a acreditar que seja uma desorganização interna (de Portugal) da política, estratégia e administração, levando em consideração que recentemente o governo português teve uma mudança nos cargos”, avalia.


*Portugal fecha o cerco para brasileiros*


A suspensão dessas emissões acontece em um contexto em que Portugal tem endurecido as regras para imigrantes no país, sendo a maioria deles brasileiros. Em julho, um projeto de lei (PL) que ficou conhecido como “lei anti-imigração” foi aprovado pelo parlamento português com medidas que endurecem significativamente a política migratória do país.


Antes de sancionar ou vetar a lei, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez uma consulta ao Tribunal Constitucional, o órgão máximo da Justiça portuguesa, que declarou que o PL contém trechos inconstitucionais. O presidente, então, devolveu o documento ao parlamento, para que esses trechos sejam reformulados.


A lei anti-imigração se soma a um movimento de fechamento do país a estrangeiros já adotado pelo governo português, que anunciou, em junho, que 34 mil imigrantes seriam notificados a sair do país, entre eles 5 mil brasileiros que tiveram o pedido de residência por manifestação de interesse negado. A partir desta quinta-feira, os imigrantes que não deixaram o país dentro do prazo estabelecido após a notificação poderão ser expulsos.


https://www.infomoney.com.br/mundo/sem-explicar-portugal-para-de-conceder-a-brasileiros-direitos-previstos-em-tratado/

O declínio das amizades

 🤔O DECLÍNIO DAS AMIZADES 



Recentemente, um artigo na Harvard Business Review analisa como a "recessão das amizades", ou a tendência de declínio de amizades significativas, está lentamente se enraizando em nossas vidas.

De acordo com a Pesquisa American Perspectives, o número de adultos americanos que afirmam não ter "nenhum amigo próximo" quadruplicou desde 1990, chegando a 12%. Enquanto isso, o número de pessoas com "dez ou mais amigos próximos" diminuiu em um terço. Uma tendência semelhante está surgindo em áreas urbanas da Índia: enquanto o número de conhecidos aumenta, as amizades profundas estão se tornando cada vez mais raras.

No passado, as pessoas conversavam facilmente com estranhos em cafés ou bares. Agora, as pessoas sentam-se sozinhas, desconectadas da multidão. Nos Estados Unidos, o número de pessoas comendo sozinhas aumentou 29% nos últimos dois anos. A Universidade Stanford até lançou um curso chamado "Design para Amizades Saudáveis", que destaca que formar e manter amizades agora exige aprendizado e esforço.

Este não é apenas um problema social, mas uma crise cultural. Reservar um tempo para a amizade não deve mais ser um luxo, mas sim uma prioridade. A solidão não é mais uma escolha; está se tornando um hábito. Se não priorizarmos conscientemente a amizade, não só será difícil fazer novos amigos, como também perderemos conexões antigas.

Reuniões religiosas, clubes, esportes e organizações voluntárias — todos os quais antes fomentavam a amizade — estão em declínio. Nos limitamos às mídias sociais, às responsabilidades familiares e até mesmo aos animais de estimação. Sim, alguns amigos não se veem mais porque não conseguem deixar seus animais em paz!

Hoje, a amizade não faz mais parte da vida cotidiana; ela só acontece quando outras responsabilidades são cumpridas. No entanto, pesquisas enfatizam a importância da amizade. No livro de Bonnie Ware, "Os Cinco Maiores Arrependimentos dos Moribundos", ela destaca um lamento pungente: "Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos..."

Pesquisas mostram:

•⁠ ⁠O isolamento social aumenta o risco de doenças cardíacas, demência e mortalidade.

•⁠ ⁠É tão prejudicial quanto fumar 15 cigarros por dia.

•⁠ ⁠As amizades melhoram a saúde mental, física e emocional.

•⁠ ⁠O estudo de 80 anos de Harvard concluiu que a maior fonte de felicidade e saúde na vida não é riqueza ou carreira, mas relacionamentos próximos.

A verdadeira amizade é como um investimento: perdoe, ligue, crie memórias e passem tempo juntos.

Como Mirza Ghalib disse lindamente:

“Ó Deus, concede-me a oportunidade de viver com meus amigos... pois posso estar contigo mesmo depois da morte.”

Valorize as amizades, reserve um tempo e enriqueça sua vida com relacionamentos amigáveis e significativos.

Stephen Kanitz

 "Bolsonaristas, Preparem Já Um Plano B


Muitos se irritaram porque não incluí Bolsonaro na disputa Tarcísio x Zema. Deveria ter explicado.


Bolsonaro cometeu um grande erro militar ao longo do seu mandato: manteve uma mentalidade de capitão, sem perceber que havia se tornado o “general” da nação.


E um  general simplesmente não vai para a linha de frente se expondo aos tiros que constantemente levou.


Um general se resguarda, ele só comanda, ele dá direção e principalmente motiva a tropa, que Bolsonaro não fez.


Bolsonaro fez justamente  o contrário: colocou-se constantemente no front de batalha, levando milhares de tiros desnecessários, atacando a Globo, os jornalistas , os adversários. 


Brigou frontalmente com Alexandre de Moraes, em vez deixar isso para seu Ministro da Justiça. 


Resultado: desgastou-se e perdeu os 1.5 milhões de votos necessários, vindo especialmente das mulheres adversas a homens combativos e preferiram um Lula paz e amor. Lula obteve 52% dos votos das mulheres, 52% dos homens votaram Bolsonaro.


Não foi por falta de aviso. Vários assessores o alertaram.


E aqui vai a verdade dura que bolsonaristas precisam aceitar.


Marca queimada não se recupera , nem um  produto, nem um político.


A única saída é criar outra. 


Apostar que Bolsonaro irá recuperar sua elegibilidade, é ingenuidade.


Alem disso  quem imagina que Bolsonaro poderia remontar seu excelente ministério, que era o seu forte,  se engana. 


Grande parte de sua equipe também saiu chamuscada e dificilmente voltará. “Nunca mais”.


Muito menos se fosse sob o comando de Michele ou Eduardo. Bolsonaro II não seria o mesmo governo.


Outro erro é esquecer que vocês não são “bolsonaristas”. 


Essa ideologia não existe.


 Vocês são , ou deveriam ser, liberais ou conservadores. 


O “bolsonarismo” nunca existiu como doutrina política. 


Fora isso, Bolsonaro foi um excelente presidente, mas não é possivel que o Partido Liberal não tenha outros nomes.


Se quiserem vencer, precisarão de um liberal ou um conservador comprometido com progresso, e não apenas com a distribuição da renda única promessa da esquerda.


Um candidato preparado, íntegro e livre, não um líder encurralado pela Justiça.


É hora de parar de viver do passado e preparar o futuro, rapidamente porque as eleições estão logo aí."


https://x.com/StephenKanitz/status/1957927388542636456

Dilson Sampaio da Fonseca

 É A GEOPOLÍTICA, IDIOTA!


Cansei de assistir a economistas, que se dão muita importância, discorrerem sobre os fatos correntes com foco exclusivamente na matéria que pensam dominar. Ocorre que o tempo dessa análise  hegemônica, de raiz marxista sim, está acabando, com a nova ordem que se desenha no mundo com o advento de Trump e a retomada da liderança mundial americana. Quem não entendeu isto continua a mostrar perplexidade com a não exclusividade do fator puramente financeiro na imposição do tarifaço ao Brasil pelos EUA. A motivação é, primordialmente, geopolítica e simples: os EUA não permitirão que aqui se instale um narcoestado de viés comunista, como ocorreu com a Venezuela e está ameaçando também a Colômbia. Lamento sinceramente que esse combate ao narcoesquerdismo tenha de contar com ações vindas de fora das fronteiras do Brasil, por causa de nossa incapacidade de construir um arcabouço robusto de segurança pública que seja implacável no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas.

Claudio Dantas

 *A Faria Lima e a rendição anunciada: quando o mercado escolhe Washington em vez de Brasília*


Artigo do "Observatório Brasil Soberano"


“A decisão de Flávio Dino de tentar blindar um ministro da mais alta corte do alcance da Lei Magnitsky teve efeito imediato: em vez de pacificar, escanca rou o choque entre normas locais e imposições internacionais. O episódio não mostrou apenas uma disputa jurídica, mas deixou evidente o conflito entre Brasília e Washington quando o assunto envolve dinheiro. A reação dos bancos foi rápida — e pública. Não houve comunicado oficial nem nota técnica. Bastou acionar o Globo como caixa de ressonância para deixar clado: ninguém na Faria Lima pretende comprar briga com a OFAC. Esse gesto foi uma demonstração de pragmatismo financeiro em estado puro. O risco de perder acesso a redes de pagamento, corresponsabilidade bancária e contratos com operadores globais foi suficiente para que o mercado se posicionasse — sem hesitação e sem bastidor. Não houve dilema, nem cálculo político: apenas a preservação do fluxo. 


E o mais curioso é que isso foi comunicado abertamente, por meio da imprensa. Um recado direto de que, nesse jogo, a variável política cede lugar à lógica do dinheiro. A mensagem da Faria Lima foi clara: pode haver ruído político, pode haver decisão local, mas o sistema financeiro brasileiro não vai correr o risco de isolamento internacional. No fim do dia, a Faria Lima sempre escolhe o lado do dinheiro [aqui eu usaria a palavra pragmatismo]. 


O episódio também escancarou uma ruptura. Quando uma decisão interna é tratada como “inviável” e “incumprível” por banqueiros em público, o que se transmite é que certas ordens locais não se sustentam diante das engrenagens globais que movem o capital. Para os investidores estrangeiros, o recado foi direto: quando há conflito, prevalece a lógica financeira internacional. Esse padrão não é novo. A elite financeira brasileira não atua com base em convicções institucionais. Atua com base em fluxo, acesso e custo de capital. 


Brasília pode insistir em dar forma jurídica a certos movimentos, mas quem dita o ritmo do sistema é a precificação de risco. A Faria Lima já fez sua escolha — e ela continua a mesma. Mais do que um impasse jurídico, estamos diante de um gesto calculado. A Lei Magnitsky nem precisa ser aplicada diretamente no Brasil para produzir efeito. O simples fato de existir já força os bancos a sinalizar alinhamento automático. E a cada novo episódio, a distância entre o discurso oficial e a conduta real do mercado se torna mais visível. No fundo, o episódio apenas confirmou o que nunca deixou de ser verdade. Quando os dois mundos entram em choque — o da política local e o das finanças globais — a Faria Lima não hesita. Escolhe o lado do dinheiro. E faz isso de forma pública, calculada e previsível.”

Bco Master e suas falcatruas

 🏦 *Master fez investimentos de r$ 1,2 bilhão em empresas vinculadas a irmã de Vorcaro- Estadão*


*CVM vê indícios de crime em aporte de R$ 361 milhões numa clínica em nome de laranja*


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando o Banco Master devido a suspeitas de irregularidades em investimentos feitos em empresas vinculadas à Natália Vorcaro, irmã do dono do banco, Daniel Vorcaro. A CVM identificou indícios de crimes em aportes de R$ 2,1 bilhões do Banco Master em dez empresas, cujas notas comerciais foram emitidas pela Laqus Depositária de Valores Mobiliários e adquiridas exclusivamente pelo Master.


Desses valores, R$ 1,2 bilhão foi investido em empresas ligadas a Natália Vorcaro. Além disso, a Clínica Mais Médicos S.A., que recebeu R$ 361 milhões do banco, opera em uma estrutura rudimentar e compartilha o mesmo escritório de contabilidade com a Del Participações, onde Natália é administradora. A investigação sugere que essas operações foram criadas de forma fraudulenta para que o dinheiro retornasse ao grupo familiar de Daniel Vorcaro, inflando artificialmente o patrimônio do banco.


O Banco Master afirmou que os investimentos citados já foram quitados, mas não comentou os vínculos com Natália. A Laqus, por sua vez, declarou que cumpriu os requisitos legais e não é responsável pela emissão das notas comerciais.


https://tinyurl.com/2cvwcgwx

Anatomia de uma fraude

 *Anatomia de uma fraude* Como um desconhecido boêmio mineiro, com um histórico de fracassos empresariais, conseguiu liderar a maior fraude ...