quinta-feira, 5 de junho de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, macro americana muito má. Tudo o que parecia que iria ser bom, foi justamente o contrário. O Inquérito de Emprego ADP situou-se em +37K vs +114k esperado, +60k anterior e +120K de média no ano. É o resultado mais baixo em quase dois anos. Para rematar, o ISM Serviços entrou por surpresa na zona de contração (<50) pela primeira vez num ano: 49,9 vs 52,0 esperado e 51,6 anterior, com o indicador de Preços Pagos a continuar a sua escalada até 68,7 vs. 65,1 anterior e os Novos Pedidos a caírem com força até 46,4 vs. 52,3 anterior. Em suma, mix de indicadores fracos que parecem mostrar algum arrefecimento, tanto do setor serviços como do mercado laboral, embora tenha de ser comprovado na sexta-feira, com o dado oficial de emprego. Este tom mais cauteloso também está no Livro Bege da Fed. Bolsa americana plana, mas SOX +1,4% e -10p.b. de corte na yield do T-Note, até 4,36%. 


Situação oposta à da Europa, animada após se conhecer a aprovação do governo alemão de um pacote de isenções fiscais no valor de 46.000 M€ (11% do PIB). Precisa da retificação no Parlamento, mas somar-se-ia ao plano de investimento em infraestruturas e defesa anunciado há uns meses. DAX a alcançar máximos históricos e o Bund +2 p.b. até 2,52%. 


O foco da sessão estará na reunião do BCE, que irá cortar taxas de juros em -25 p.b. até 2,00%/2,15% (Depósito/Crédito) e será sétima descida consecutiva. O contexto favorece esta ação: força do euro (+10% YTD vs USD), menores preços da energia (-13% Brent YTD), moderação em salários, expetativas de inflação bem fixas e uma economia com claros sinais de debilitamento. Agora, o importante será conhecer a revisão do quadro macro e a mensagem sobre futuros movimentos. O contexto tão incerto atual devido às tensões alfandegárias e aos estímulos fiscais anunciados dificultam que Lagarde se comprometa agora sobre futuros movimentos. Após a reunião de hoje, não esperamos ver novas descidas de taxas de juros até o ciclo terminar com uma última descida no final do ano, até 1,75%/1,90% (Depósito/Crédito). 


Também será importante a frente comercial, já que ontem terminou o prazo que Trump deu para que os seus sócios apresentassem as suas “melhores ofertas”, para que pudessem avançar para acordos bilaterais. Qualquer divulgação de informação poderá mover o mercado. No fecho, resultados Broadcom (EPS 1,567 $; +43% a/a), com resultados e guias que provavelmente estarão à altura do esperado, como vimos na semana passada com Nvidia. Seria positivo para semis, IA e tecnologia, mas o impacto seria na sexta-feira.


CONCLUSÃO: A lógica faz pensar numa sessão de ligeiros retrocessos nas bolsas após o bom início da semana. O corte do BCE já está descontado e Lagarde mostrar-se-á prudente face a novos movimentos. 


Após a subida do último mês – favorecida por um certo relaxamento do tom na guerra comercial – as bolsas enfrentam agora um período de mais cautela com revisões em baixa de EPSs, debilitamento da economia, risco inflacionário e maiores desequilíbrios fiscais que elevarão o prémio temporário das obrigações e afetarão negativamente as avaliações. 


S&P500 +0,01% NQ-100 +0,3% SOX +1,4% ES-50 +0,6% IBEX -0,2% VIX 17,6 BUND 2,52% T-NOTE 4,36% SPREAD 2A-10A USA=+49PB B10A: ESP 3,12% PT 3,00% FRA 3,20% ITA 3,49% EURIBOR 12M 2,05% USD 1,142 JPY 163,0 OURO 3.377$ BRENT 64,9$ WTI 62,7$ BITCOIN -1,1% (104.645$) ETHER -0,4% (2.606$).


FIM

BDM Matinal Riscala

*BDM Morning Call: BCE volta a cortar juro hoje*


[05/06/25] Com a inflação abaixo da meta de 2% na Zona do Euro, o BCE deve cortar o juro hoje (9h15) em mais 25pbs, de 2,25% para 2%, segundo avaliação unânime do mercado. Lagarde concede entrevista às 9h45. Nos EUA, o susto com a forte queda na geração de empregos no setor privado, associado à retração no setor de serviços, aumentou as apostas em corte do juro nesse mês, elevando as expectativas para o payroll amanhã. Os dados fracos da economia americana, explicados pelas incertezas com as tarifas de Trump, e os riscos com a elevada dívida do país mantêm os investidores na defensiva em NY. Aqui, sai o resultado da balança comercial de maio (15h), mas os negócios são conduzidos pelas dúvidas sobre as medidas fiscais que a equipe econômica prepara como alternativa ao aumento do IOF. *(Rosa Riscala)*


_Leia o BDM Morning Call na íntegra acessando o link_

www.bomdiamercado.com.br

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Quinto Andar

 Quinto Andar corta serviço de garantia de aluguel e encerra 45 mil contratos de 3 mil imobiliárias


Fim da marca QuintoCred pegou de surpresa empresas parceiras; Quinto Andar afirmou que a decisão faz parte da estratégia de se concentrar nas principais frentes de negócio


O Quinto Andar pegou de surpresa empresas parceiras ao comunicar, nesta terça-feira, 3, o fim da sua linha de garantia locatícia para imobiliárias. O negócio usava a marca QuintoCred e tinha em torno de 45 mil contratos vigentes com 3 mil imobiliárias de todo o País.


Procurado pelo Estadão/Broadcast, o Quinto Andar confirmou o encerramento do serviço, mas não concedeu entrevista, limitando-se a uma nota. A empresa afirmou que a decisão faz parte da estratégia de concentrar esforços e investimentos em suas principais frentes de negócio (leia mais abaixo o que mais diz a nota).


A garantia locatícia é o seguro que garante que o proprietário do imóvel receberá o valor do aluguel mesmo se o inquilino não pagar. Por meio desse serviço, o Quinto Andar fazia o repasse do aluguel para a imobiliária e ficava com a gestão da inadimplência.



Segundo comunicado enviado pelo Quinto Andar aos parceiros, ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso na íntegra, não serão mais aceitos novos contratos de garantia a partir desta terça-feira, 3. Os contratos vigentes não serão renovados ao final de seus prazos.


Além disso, o Quinto Andar deu aviso prévio de 60 dias para o encerramento da parceria comercial com as milhares de imobiliárias. Assim, os contratos ativos e adimplentes serão rescindidos a partir de 3 de agosto.


A empresa se comprometeu a manter suas obrigações como garantidora por 60 dias adicionais, mas sem ultrapassar o limite de 2 de outubro.


Depois disso, os antigos parceiros terão de migrar seus contratos para opções como fiança, caução, título de capitalização e/ou seguro-fiança de outras empresas de mercado. Caso contrário, ficarão descobertos nos contratos de locação, o que não é permitido por lei.


Possivelmente, essas movimentações poderão envolver proprietários e inquilinos para uma renegociação dos termos de locação.


O Quinto Andar não esclareceu se a medida afeta, também, inquilinos que estabeleceram contrato direto com a plataforma.


Fim do QuintoCred gerou demissões



Com o fim do QuintoCred, 43 dos 250 profissionais dessa linha foram demitidos, segundo a empresa. Os demais serão realocados em outras áreas. Ao todo, o grupo tem cerca de 3,5 mil trabalhadores.


“A mudança reforça o compromisso do grupo em fortalecer sua proposta de valor, garantindo que tempo e recursos sejam direcionados para iniciativas estratégicas de maior impacto, além de novas tecnologias, que ajudem as pessoas a ter uma melhor jornada na busca por imóveis”, descreveu a empresa, em nota. “O Grupo Quinto Andar segue com uma posição sólida no mercado e essa decisão visa potencializar ainda mais o crescimento sustentável da companhia”, completou.


No mercado, o clima entre as imobiliárias foi de surpresa, de acordo com três agentes consultados pela reportagem. Em alguns casos, quase 100% dos contratos de locação estavam nas mãos do QuintoCred.


A preocupação agora é com o que vai acontecer com milhares de pessoas. No mercado, há quem entenda que romper contrato depois de 60 dias, unilateralmente, seja desrespeitar a lei do inquilinato, enquanto o Quinto Andar observa que os contratos previam a possibilidade de rescisão mediante aviso prévio.


Como surgiu o Quinto Andar



O Quinto Andar nasceu em 2014, com foco no aluguel de imóveis, e alcançou sucesso pela possibilidade de o locatário fechar contrato sem a necessidade de fiador. Em troca, a empresa recebe uma taxa mensal e fica com o primeiro aluguel pago. A locação ainda é a sua principal atividade.


Já em 2020, entrou no ramo de compra e venda, no qual fica com uma parte da corretagem. Em 2024, o Quinto Andar fechou 2,1 mil contratos de venda de imóveis por mês, o que se traduz em uma movimentação financeira mensal de R$ 1,2 bilhão. A empresa ainda atua como geradora de clientes de financiamento imobiliário para os bancos.



https://www.estadao.com.br/economia/negocios/quinto-andar-corta-servico-garantia-aluguel-encerra-45-mil-contratos-3-mil-imobiliarias/?fbclid=IwQ0xDSwKtGbBleHRuA2FlbQIxMQABHgD38waJ5LnYy3O3-Ivx1YonTfpEciiuurkr2EVkOU9pElp1tTO8V_Ca7X1p_aem_fVZ8QGQMBEu-c2__dF5K2A

Roberto Freire

 O Brasil vive um passado que ainda não se apagou. 


Com a palavra o ex-presidente do PCB, um dos políticos que mais sofreu e lutou contra a ditadura militar.


"Durante a ditadura militar (1964-1985), humoristas enfrentaram repressão por sátiras políticas. O Pasquim, com Jaguar, Ziraldo e Tarso de Castro, sofreu prisões em 1970 e censura prévia por charges e textos subversivos. Chico Anysio, em 1977, teve sua peça censurada por linguagem “imoral”.

 

Na democracia, processos substituíram prisões, como por exemplo com o Casseta & Planeta que  enfrentou 130 ações de PMs em 1997,  Intimidações sempre aconteceram com programas humorísticos e seus humoristas .


Mas as prisões voltaram e a vez é de  Leo Lins,  condenado a 8 anos de cadeia num punitivismo absurdo e excessivo, expressando um retrocesso  especialmente  criminalizado o humor.


 A prisão do Leo Lins, independente do teor de suas piadas é uma clara afronta à liberdade de expressão. 


Humoristas, como vozes da resistência nas ditaduras, nos regimes autoritários e mesmo nas democracias relativas, serão lembrados; seus algozes, anônimos na história, ficarão no esquecimento."


https://x.com/freire_roberto/status/1929989324465987947

Dan Kawa

 *Dan Kawa-Brasil: A Pressão da Sociedade & A Avaliação do Governo*


Focando um pouco no Brasil, a possível desistência do Governo em relação à medida sobre o IOF revela um ponto importante: o espaço para iniciativas heterodoxas na política econômica está cada vez mais limitado. A mobilização da sociedade, amplificada pelas redes sociais e repercutida no Congresso, tem imposto restrições relevantes a propostas que possam ser percebidas como prejudiciais ao país.


Tudo indica que o Governo deverá recuar, desidratando a proposta original e buscando alternativas de compensação mais ortodoxas e percebidas como mais justas pela sociedade.


Caso esse caminho se confirme, será um sinal positivo para o ambiente político e institucional brasileiro.


No Brasil, a pesquisa do PoderData mostra que a avaliação negativa do governo Lula é majoritária entre os entrevistados no período de 31 de maio a 2 de junho de 2025.


A reprovação ao governo Lula se mantém elevada, especialmente entre eleitores com maior escolaridade, renda e moradores das regiões Sul e Centro-Oeste.


Apenas no Nordeste e entre a população de renda mais baixa, a avaliação negativa é menos intensa, ainda que não positiva. Isso evidencia um desafio crescente de apoio fora das bases tradicionais do petismo.


Historicamente, avaliações de governo na faixa de 20% “ótimo/bom” dificultam bastante a reeleição de presidentes no Brasil, especialmente quando combinadas com uma reprovação alta (como os 44% “ruim/péssimo” mostrados na pesquisa de 2 de junho de 2025).


Se o presidente Lula mantiver apenas 20% de avaliação positiva, com um índice de reprovação (ruim/péssimo) em 44% ou mais, a probabilidade de reeleição se torna muito baixa, salvo uma virada expressiva de cenário econômico ou político.


Em termos eleitorais, esse patamar está mais associado a presidentes que perderam ou enfrentaram dificuldades relevantes, do que àqueles que conseguiram renovar o mandato.


Na Área do Euro, em maio, o Core CPI (núcleo da inflação) caiu significativamente para 2,29% ao ano, abaixo das expectativas, com desaceleração notável dos serviços para o menor patamar em três anos (3,24% ao ano), revertendo o efeito pontual de alta na Páscoa.


O ambiente atual sugere que a inflação core (núcleo) se aproxima progressivamente das metas do BCE, enquanto a inflação geral deverá permanecer abaixo da meta por todo o horizonte projetado.


Essa queda mais rápida que o esperado na inflação sugere que há um espaço ainda maior para o BCE continuar reduzindo as taxas de juros da região.


Nos EUA, o JOLTS ficou acima do esperado, mostrando um mercado de trabalho que após uma consistente desaceleração, está se estabilizando em um patamar ainda saudável. Neste momento, ainda não há sinais consistentes de desaceleração do emprego nos EUA.


Mesmo com todo o "burburinho" em torno da diversificação de alocação de ações para fora dos EUA, o mercado de ações americano já registrou entrada de $138B este ano, proveniente de investidores estrangeiros.


https://x.com/DanKawa2/status/1930185268104986886

Lula e o populismo

 Lula: Ainda temos três coisas para lançar, o programa de gás está pronto, vamos só escolher a data

XP Política



No início da coletiva concedida na manhã de hoje no Palácio do Planalto, o presidente Lula reafirmou que o governo ainda lançará três novos programas neste ano, para além do Agora tem Especialistas, apresentado oficialmente na última sexta-feira. Um desses programas, o que “será quase um gás na cesta básica”, disse já estar pronto, restando apenas escolher uma data para seu lançamento. Os outros dois, segundo ele, terão como objetivo a criação de linhas de crédito para a reforma de casas e para o financiamento de “motocicletas para os entregadores de comida”. 


“Ainda temos três coisas para lançar. Um é um programa de gás, quase que um gás na cesta básica, porque não é justo o gás sair da Petrobras a R$ 37 e chegar nos estados a R$ 120. O programa está pronto, vamos só escolher a data para lançar. Outro programa é de reforma de casas, porque tem gente que já tem a casa, mas quer fazer um quarto a mais, um banheiro a mais, mas não têm crédito. Nós vamos garantir que essas pessoas tenham acesso. E também um programa de crédito para financiar motocicleta para os entregadores de comida desse país. E uma coisa que estamos fazendo em todas as concessões, haverá um lugar para os caminhoneiros descansarem, com segurança”, reforçou. 


Também destacou a importância das políticas de crédito para o crescimento da economia e disse que as pessoas já estão se surpreendendo novamente com o PIB do primeiro trimestre de 2025, divulgado na semana passada pelo IBGE, em referência ao que aconteceu nos últimos dois anos, em que o crescimento do PIB superou as projeções apresentadas até então. 


"Nunca houve no país um momento de tanta combinação entre políticas de inclusão social com mais emprego, mais salário e uma quantidade extraordinária de crédito [...] Os dados econômicos são os melhores dos últimos anos. A última vez que o Brasil tinha crescido acima de 3% foi em 2010. E só foi crescer acima de 3% quando eu voltei em 2023, surpreendendo vocês e o mercado, porque havia previsão que o crescimento da economia seria de apenas 0,8%. No ano seguinte a previsão foi de 1,5%, mas o crescimento foi de 3,4%. E esse ano as pessoas já começam a ficar surpreendidas com o crescimento do PIB no primeiro trimestre."

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Decreto de Trump dobra tarifa para o aço*


… Os mercados já estavam fechados quando Trump cumpriu a ameaça e assinou decreto que eleva as tarifas sobre aço e alumínio de 25% para 50% a partir de hoje, em mais um lance de estresse de sua política tarifária, enquanto ainda prevalecem as preocupações com o impasse entre os EUA e a China, sem confirmação oficial de uma conversa de Trump com Xi Jinping. Na agenda, o Livro Bege do Fed (15h) pode ser importante por ser o primeiro após o Liberation Day, no dia 2 de abril, devendo trazer o impacto sobre as empresas, preços e os consumidores. Já no Brasil, com o dia vazio de indicadores, o acordo do governo com o Congresso para definir uma agenda estruturante e resolver o imbróglio do IOF foi recebido com alívio e o mercado espera agora pelas novas medidas prometidas para domingo.


… A entrevista do ministro Fernando Haddad e dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, após almoço no Palácio da Alvorada com o presidente Lula, não poderia expressar melhor clima depois da tensão da semana passada.


… As medidas da Fazenda que podem mudar o decreto do IOF não foram antecipadas, porque, como explicou Haddad, serão formuladas de maneira mais concreta pelos técnicos e apresentadas aos líderes do Congresso, em reunião no final de semana.


… O ministro disse que há alinhamento entre Executivo e Legislativo para dar um passo mais “ousado” no encaminhamento das medidas, com a promessa que se avance em uma pauta que resolva não só as contas de 2025, mas também dos próximos anos.


… Na teoria, todo mundo sabe o que precisaria ser feito, mas é muito difícil acreditar que algumas brigas serão mesmo compradas.


… Parece improvável que o governo Lula concorde em rever a indexação das aposentadorias e de benefícios sociais ao salário mínimo ou os pisos constitucionais da Saúde e Educação, que condenam o Orçamento a uma inconsistência estrutural.


… O ministro disse que não quer o vazamento das medidas, mas não deve haver grandes surpresas no domingo.


… Haddad já elegeu os temas que quer ver colocados na mesa, como os supersalários do funcionalismo público e as desonerações fiscais, que somam cerca de R$ 800 bilhões e, como Lula disse ainda ontem, “não renderam um só emprego”.


… “Se vier algo mais estrutural, que bata nas despesas obrigatórias, há muito espaço para melhora no mercado”, afirmou Eduardo Velho, economista-chefe e sócio da Equador Investimentos à jornalista Denise Abarca, do Broadcast.


… No mercado, onde havia a expectativa de que as medidas fossem anunciadas nesta 3ªF, houve pouca decepção. O dólar antecipou a “calibragem” no IOF e fechou no patamar de R$ 5,63 (leia abaixo).


… À noite, em portaria publicada em edição extra do DOU, o governo federal prorrogou para o próximo dia 25 o prazo para a cobrança de IOF sobre os planos de previdência privada.


… Pelo decreto, serão tributados em 5% aportes acima de R$ 50 mil mensais em planos VGBL.


FINTECHS REPUDIAM – Citadas como alvos de aumentos de imposto para compensar um recuo no IOF, seis associações representativas de fintechs divulgaram nota repudiando as medidas que “colocariam em risco as conquistas da inclusão financeira no País”.


IBP CRITICA – Em nota nesta 3ªF, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás reagiu com preocupação às notícias de um conjunto de medidas que poderiam ser tomadas no setor de petróleo para ajudar a cobrir o déficit fiscal, como estuda o MME.


… Entidade criticou possíveis mudanças tributárias e a insegurança jurídica que pode afetar o setor, inclusive o leilão previsto para 17/6.


… “É fundamental levar em conta a sustentabilidade e a competitividade de uma indústria estratégica para o Brasil, que é o primeiro item da nossa pauta de exportações e já enfrenta um ambiente de alta volatilidade com a queda dos preços do petróleo.”


EXCEÇÃO AO REINO UNIDO – Nota da Casa Branca explicou no final da tarde que Trump determinou um tratamento diferenciado para as importações de artigos de aço e alumínio da Grã-Bretanha, mantendo a alíquota tarifária em 25%.


… A exceção deve-se ao “Acordo de Prosperidade Econômica entre os EUA e o Reino Unido”, assinado em 8 de maio.


… A todos os demais parceiros comerciais, as importações de artigos de aço e de alumínio dobraram de 25% para 50% a partir do primeiro minuto de hoje, 4 de junho, como o presidente Trump havia anunciado que faria no fim de semana.


… Os mercados em NY ainda continuam apreensivos com os sinais de que EUA e China voltaram a se estranhar.


… Em nova manifestação, a China repetiu que os Estados Unidos estão fazendo “acusações falsas” sobre violação da trégua alcançada em Genebra. Já o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse que cabe a Pequim escolher se quer ser um parceiro confiável.


… A porta-voz da Casa Branca, Karolina Leavitt, voltou a dizer que Donald Trump e Xi Jinping devem se falar “em breve” e confirmou que o governo americano mandou uma carta aos parceiros comerciais pedindo a eles que enviassem sua melhor proposta até esta 4ªF.


MAIS AGENDA – O presidente do BC, Gabriel Galípolo, fará hoje (9h30) o lançamento do PIX automático (9h30).


… Às 10h, sai o PMI de Serviços da S&P Global de maio, que em abril ficou em território negativo (48,9) e, às 14h30, o Banco Central divulga os dados semanais do fluxo cambial e o Índice de Commodities (IC-Br) de maio.


… O BC anunciou para hoje (10h30) dois leilões de linha para rolar o vencimento de julho. Será aceito, no máximo, US$ 1,0 bilhão, a ser distribuído entre ambos os leilões, a critério do BC.


… Na Europa, saem os resultados do PMI composto de maio da S&P Global/HCOB na Alemanha, Zona do Euro e Reino Unido e, nos EUA, o mesmo indicador será divulgado às 10h45. Às 11h, sai o PMI de serviços do ISM, com previsão de subir a 52,2 (de 51,6).


… Antes, mais um dado do emprego norte-americano será divulgado, a pesquisa ADP (9h15). A previsão é de criação de 130 mil vagas pelo setor privado em maio, mais que o dobro do que foi registrado em abril (62 mil).


… Ainda nos EUA, o presidente Fed/Atlanta, Raphael Bostic, faz discurso às 9h30 e, às 11h30, saem os estoques de petróleo do DoE.


… No Canadá, o Banco Central anuncia decisão de política monetária (10h45) e, na China, sai o PMI/Caixin composto (22h45).


JAPÃO HOJE – A leitura afinal de maio do PMI/S&P Global composto caiu de 51,2 em abril para 50,2. O indicador, entretanto, permaneceu acima do patamar neutro de 50, ou seja, indicando expansão da atividade econômica.


… O PMI de serviços recuou de 52,4 para 51,0 na mesma comparação e também continua a apontar expansão.


SÓ LOVE – O sinais de reconciliação entre os Poderes e a esperança de que até domingo a equipe econômica e o Congresso possam evoluir para um consenso nas alternativas para o IOF melhoraram o astral dos negócios.


… Mesmo sem o anúncio de uma saída concreta, a resposta do câmbio foi tão boa, que o real exibiu a melhor performance da lista de 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor e descolou do movimento externo.


… Em queda firme de 0,70%, o dólar fechou cotado a R$ 5,6352, enquanto lá fora o índice DXY tomou a direção inversa, reverteu parte das perdas da véspera e subiu 0,53%, a 99,227 pontos, com o emprego forte nos EUA.


… Às vésperas do payroll, o relatório Jolts de abril mostrou criação de vagas (7,4 milhões) acima do esperado (7,1 milhões), indicando economia resiliente, apesar da turbulência provocada pelas tarifas de Trump.


… À espera de mais um corte do juro pelo BCE, amanhã, o euro recuou 0,59%, a US$ 1,1372. A libra perdeu 0,19%, a US$ 1,3518, após o presidente do BC inglês, Andrew Bailey, recomendar cortes graduais pelo BoE.


… O iene (143,99/US$) perdeu espaço com o comentário de Kazuo Ueda (BoJ) de que não buscará novas altas de juros sem garantias de que a economia esteja pronta, sinalizando taxa inalterada na reunião do próximo dia 17.


… Esvaziado em Brasília o risco de ruptura institucional por conta do IOF, o investidor se sentiu estimulado a voltar às compras no Ibov, que quebrou quatro quedas seguidas e subiu 0,56%, a 137.546,26 pontos.


… A impressão é de que a bolsa poderia ter subido até mais, não fosse a apatia da Vale (ON, -0,06%, a R$ 52,53), constrangida pela queda abaixo de 50 da atividade industrial da China pela primeira vez em oito meses em maio.


… Ainda a falta de fôlego de Petro ON (-0,26%; R$ 30,18) e alta modesta da PN (+0,37%; R$ 32,31) limitaram os ganhos do Ibov, com a mudança na metodologia de cálculo do Preço de Referência do Petróleo (PRP) no radar.


… A corretora Ativa Investimentos informou ao Broadcast que a medida estudada para garantir ao governo uma arrecadação adicional de R$ 10 bilhões tende a gerar impacto negativo sobre os fluxos de caixa da Petrobras.


… Na Folha, empresas petroleiras avaliam risco de quebra de contrato nas medidas do governo sobre o setor para elevar arrecadação. Presidente do IBP, Roberto Ardenghy, vê dificuldade legal em implantar propostas.


… De olho nestes desdobramentos, os papéis da companhia ignoraram ontem a alta de 1,54% do petróleo Brent, a US$ 65,63, que reagiu à escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia, sem acordo sobre um cessar-fogo.


… O mercado também monitora o acordo nuclear, com alta probabilidade de o Irã rejeitar a proposta dos EUA.


… No day after da decisão da Moody´s de alterar o outlook do rating de 27 bancos de estável para negativa, só Itaú (-0,32%, a R$ 37,03) fechou no vermelho. Bradesco PN subiu 1,73%, a R$ 16,50; e BB, +0,26%, a R$ 22,98.


BRAZIL – A B3 seguiu em maio na rota do capital estrangeiro, com entrada de R$ 10,582 bi, apesar da trégua na guerra comercial combinada entre os EUA e China, que levou o k externo a voltar a olhar NY como boa opção.


… No acumulado do ano, o fluxo de capital gringo está positivo em R$ 21,09 bilhões. A expectativa é de que o Brasil continue sendo observado com interesse se sair a solução negociada para todo o ruído em torno do IOF.


PLANTOU UMA DÚVIDA – Praticamente fora de cogitação nas últimas semanas, a chance de o BC reservar uma última alta da Selic, a 15%, voltou a ser considerada pela curva do DI, após Galípolo deixar o Copom em aberto.


… Sem querer se comprometer com o próximo passo, ele defendeu flexibilidade de ação, em evento na noite de 2ªF, e disse que o “BC vai esperar informações para definir se juro está suficientemente contracionista”.


… Com o IOF e Trump no foco, o melhor mesmo a fazer pode ser esperar pelas cenas dos próximos capítulos até o próximo Copom (dia 18), porque são dois pivôs imprevisíveis, com alto potencial de risco à política monetária.


… Com a chance de pausa na Selic posta em xeque, ainda que esteja longe de ser descartada, os juros futuros curtos testaram um ajuste em alta, enquanto os longos caíram com o endereçamento da polêmica do IOF.


… No fechamento, o DI para Jan/26 subia a 14,800% (de 14,770% no pregão anterior); e Jan/27, a 14,175% (14,110%). Jan/29 caiu a 13,620% (13,630%); Jan/31, a 13,750% (13,780%); e Jan/33, a 13,790% (13,810%).


… Nos EUA, a surpresa com a força do emprego na pesquisa Jolts puxou os juros dos Treasuries. A taxa da Note-2 anos subiu a 3,955%, de 3,939% na véspera, e a de 10 anos avançou a 4,454%, contra 4,447% no dia anterior.


… No pano de fundo, outro driver para os yields terem se mantido sustentados veio da declaração hawkish do Fed boy Austan Goolsbee de que “poderemos ver um efeito tarifário direto na inflação dentro de um mês”.


… Embalados pela resistência da economia exibida pelo mercado de trabalho americano aquecido, o Dow Jones subiu 0,51%, a 42.519,64 pontos; o S&P 500 ganhou 0,58%, a 5.970,38 pontos; e o Nasdaq, +0,81% (19.398,96).


EM TEMPO… Área técnica do Cade sugeriu a aprovação sem restrições da fusão entre a MARFRIG e a BRF.


ITAÚ UNIBANCO HOLDING realizou emissões de Letras Financeiras Subordinadas Perpétuas no montante total de R$ 5 bilhões, em negociações com investidores profissionais.


BRASKEM. Minoritários defendem realização de OPA e monitoram aumento no aluguel de ações… (Valor)


… A proposta do empresário Nelson Tanure para compra da fatia da Novonor no controle não prevê ‘tag along’. Na última 6ªF, 19,5% do free float da petroquímica estava em operações vendidas.


PRIO. Na visão do Citi, após ofício do Ibama sobre licença de instalação, a empresa está um passo mais perto da primeira extração de óleo do projeto Wahoo, que deve ocorrer no primeiro semestre do ano que vem.


GERDAU. O conselho de administração aprovou, por unanimidade, que sua controlada Gerdau Trade, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, lance uma oferta pública de distribuição de títulos de dívida (notes) nos EUA…


… Simultaneamente à nova emissão, a Gerdau Trade iniciou uma oferta de recompra de todos os bonds com vencimento em 2027 e cupom de 4,875%.


REDE D´OR. O conselho de administração aprovou a 35ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor de R$ 1 bilhão.


FLEURY concluiu a compra dos laboratórios Confiance, Labclin, e Inda-Lab, que atuam na região de Campinas (SP), por R$ 130 milhões.


GUARARAPES recebeu correspondência informando que a B3 estendeu em um ano o prazo para a empresa regularizar ações em circulação (free float), de 31 de dezembro de 2025 para 31 de dezembro de 2026.


FERTILIZANTES HERINGER recebeu da B3 a confirmação de que o prazo para se adequar ao porcentual mínimo de ações em circulação no mercado (free float) foi prorrogado de 27 de junho/25 para 31 de dezembro/26.


CORREIOS. Prejuízo mais do que dobrou no 1TRI25, a R$ 1,720 bi; patrimônio líquido ficou negativo em R$ 6 bi.

Suicidio dos farialimers

 *O SUICÍDIO RITUAL DOS FARINHALIMERS* ​Os farinhalimers brasileiros não cansam de surpreender pela sua vocação para o abismo. Não é difícil...