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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, macro americana muito má. Tudo o que parecia que iria ser bom, foi justamente o contrário. O Inquérito de Emprego ADP situou-se em +37K vs +114k esperado, +60k anterior e +120K de média no ano. É o resultado mais baixo em quase dois anos. Para rematar, o ISM Serviços entrou por surpresa na zona de contração (<50) pela primeira vez num ano: 49,9 vs 52,0 esperado e 51,6 anterior, com o indicador de Preços Pagos a continuar a sua escalada até 68,7 vs. 65,1 anterior e os Novos Pedidos a caírem com força até 46,4 vs. 52,3 anterior. Em suma, mix de indicadores fracos que parecem mostrar algum arrefecimento, tanto do setor serviços como do mercado laboral, embora tenha de ser comprovado na sexta-feira, com o dado oficial de emprego. Este tom mais cauteloso também está no Livro Bege da Fed. Bolsa americana plana, mas SOX +1,4% e -10p.b. de corte na yield do T-Note, até 4,36%. 


Situação oposta à da Europa, animada após se conhecer a aprovação do governo alemão de um pacote de isenções fiscais no valor de 46.000 M€ (11% do PIB). Precisa da retificação no Parlamento, mas somar-se-ia ao plano de investimento em infraestruturas e defesa anunciado há uns meses. DAX a alcançar máximos históricos e o Bund +2 p.b. até 2,52%. 


O foco da sessão estará na reunião do BCE, que irá cortar taxas de juros em -25 p.b. até 2,00%/2,15% (Depósito/Crédito) e será sétima descida consecutiva. O contexto favorece esta ação: força do euro (+10% YTD vs USD), menores preços da energia (-13% Brent YTD), moderação em salários, expetativas de inflação bem fixas e uma economia com claros sinais de debilitamento. Agora, o importante será conhecer a revisão do quadro macro e a mensagem sobre futuros movimentos. O contexto tão incerto atual devido às tensões alfandegárias e aos estímulos fiscais anunciados dificultam que Lagarde se comprometa agora sobre futuros movimentos. Após a reunião de hoje, não esperamos ver novas descidas de taxas de juros até o ciclo terminar com uma última descida no final do ano, até 1,75%/1,90% (Depósito/Crédito). 


Também será importante a frente comercial, já que ontem terminou o prazo que Trump deu para que os seus sócios apresentassem as suas “melhores ofertas”, para que pudessem avançar para acordos bilaterais. Qualquer divulgação de informação poderá mover o mercado. No fecho, resultados Broadcom (EPS 1,567 $; +43% a/a), com resultados e guias que provavelmente estarão à altura do esperado, como vimos na semana passada com Nvidia. Seria positivo para semis, IA e tecnologia, mas o impacto seria na sexta-feira.


CONCLUSÃO: A lógica faz pensar numa sessão de ligeiros retrocessos nas bolsas após o bom início da semana. O corte do BCE já está descontado e Lagarde mostrar-se-á prudente face a novos movimentos. 


Após a subida do último mês – favorecida por um certo relaxamento do tom na guerra comercial – as bolsas enfrentam agora um período de mais cautela com revisões em baixa de EPSs, debilitamento da economia, risco inflacionário e maiores desequilíbrios fiscais que elevarão o prémio temporário das obrigações e afetarão negativamente as avaliações. 


S&P500 +0,01% NQ-100 +0,3% SOX +1,4% ES-50 +0,6% IBEX -0,2% VIX 17,6 BUND 2,52% T-NOTE 4,36% SPREAD 2A-10A USA=+49PB B10A: ESP 3,12% PT 3,00% FRA 3,20% ITA 3,49% EURIBOR 12M 2,05% USD 1,142 JPY 163,0 OURO 3.377$ BRENT 64,9$ WTI 62,7$ BITCOIN -1,1% (104.645$) ETHER -0,4% (2.606$).


FIM

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