Leitura de Domingo: hegemonia e as reservas globais do dólar não devem desaparecer, diz Roubini
Por Daniel Tozzi Mendes, Caroline Aragaki, Francisco Carlos de Assis e Eduardo Laguna
São Paulo, 3/6/2025 - Para o economista Nouriel Roubini, a hegemonia e as reservas globais do dólar não devem desaparecer no futuro, mesmo que muitas pessoas não gostem da moeda americana. “Alguns podem não gostar do dólar, mas não há como substituí-lo por nada”, disse o economista, frisando que não acredita que a moeda chinesa tenha condições de ser esse substituto.
Durante sua fala, Roubini reforçou por diversas vezes que a “disciplina” do mercado nos EUA torna quase indiferente quem ocupa o cargo de presidente dos EUA e que, por isso, o dólar eventualmente pode até ficar mais fraco, mas será um movimento bastante gradual.
“Mesmo que haja essas tarifas exorbitantes, os EUA continuariam importando capital do mundo inteiro”, disse ele, reforçando que essa grande entrada de capital impedirá um enfraquecimento mais significativo do dólar. Para Roubini, as moedas fortes continuarão sendo a dos países considerados “líderes” que têm mais poder não só comercial, mas também militar.
O economista pontuou na sequência que esse cenário, em que os EUA se recupera e consegue crescer sua economia a uma taxa de 4% ao ano, ao mesmo tempo que a China mantém esse nível de crescimento é um cenário bastante positivo para todo o mundo.
Especificamente em relação à América Latina, Roubini citou que o Brasil pode se aproveitar desse cenário a partir, por exemplo, dos investimentos cada vez maiores dos potenciais globais em tecnologias. “Data Centers podem vir para o Brasil a um preço mais barato que nos EUA”, disse o economista, citando o potencial de produção de energia barata do País.
Contato: daniel.mendes@estadao.com; caroline.aragaki@estadao.com
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