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Amilton Aquino

 Olá, amigos!


Estou de volta por aqui, ainda que sem muita motivação para escrever. Este é apenas um desabafo diante do turbilhão de acontecimentos que se intensifica a cada dia — e dos quais, pela minha saúde mental, tenho tentado me afastar um pouco.


Vamos começar pelo caso do Léo Lins, que retrata bem o grau de desconexão com a realidade a que chegamos. Felizmente — ou ironicamente —, a sentença de prisão de oito anos (além de multas superiores a R$ 1,7 milhão) por conta de uma piada capacitista ocorreu no mesmo dia em que o tal Pose do Rodo foi libertado e recebido como herói em sua “comunidade”.


Ou seja: de um lado, o peso da lei recai com toda a rigidez sobre alguém que combate o vitimismo exacerbado promovido pela cultura woke e sua tendência à leniência com o crime. Do outro, a mesma justiça demonstra toda a complacência com os apologistas da normalização do crime — inclusive determinando investigação contra os policiais que efetuaram a prisão do tal MC por tê-lo algemado!


Segundo o desembargador que revogou a prisão, “quem deve ser preso são os líderes das facções do crime, não o ‘artista’”. Detalhe: o mesmo “artista” que se declarou filiado ao Comando Vermelho!

Como era de se esperar, bolsonaristas ressentidos com os “isentões” como Léo Lins e Danilo Gentili se apressaram em fazer chacota com o humorista, recorrendo ao bordão favorito: “faz o L, ué!”. Só esqueceram de um detalhe: a lei que possibilitou essa condenação foi sancionada por Lula, mas idealizada pela famigerada bolsonarista Tia Eron e aprovada por bolsonaristas e petistas, com protestos apenas do Partido Novo, Kim Kataguiri e alguns poucos dissidentes.


Enfim, está tudo de ponta-cabeça. Nada mais apropriado para simbolizar o momento atual do que o mapa invertido apresentado pelo “intelectual” do PT, Márcio Pochmann (presidente do IBGE), e exibido com orgulho por Dilma Rousseff na China.


Como explicar tamanha loucura? São décadas de hegemonia esquerdista nas universidades ocidentais moldando as mentes de juízes, políticos e jornalistas que hoje normalizam o absurdo. Sim, essa distorção é uma doença restrita às culturas sob forte influência das democracias liberais corrompidas pela esquerda. Nada disso acontece nas autocracias da China, da Rússia ou do mundo islâmico. Daí a simpatia recente de reaionários ocidentais por tiranos como Putin.


Como mudar esse estado de coisas? Elegendo Bolsonaro ou um de seus filhos? Apostando em um nome mais ao centro, sem muitas chances? Ou deixando que o absurdo se agrave a ponto de estourar em um novo levante popular, como o de 2013?


Como já comentei por aqui, estou muito cético em relação ao próximo mandato presidencial, de 2027 a 2030. Embora as pesquisas apontem para um certo cansaço da população com a odiosa polarização Lula/Bolsonaro, tendo a crer que Lula conseguirá se reeleger. Ao que tudo indica, o mercado já aceitou que o acerto de contas será empurrado para 2027. Até lá, Lula continuará aumentando ainda mais a conta do ajuste futuro — seja tentando elevar impostos, explorando estatais (que, não por acaso, batem recordes de prejuízo), apelando para receitas extraordinárias e, claro, recorrendo cada vez mais à famosa contabilidade criativa.


Portanto, já estou me acostumando com a ideia de que teremos de conviver por mais algum tempo com o PT no poder. Sim, pagaremos um alto preço: endividamento crescente, riscos de calote e todas as incertezas provocadas por um governo que tenta melhorar a popularidade de seu líder máximo em meio à escassez de recursos. Mas talvez só assim se esgotem de vez todas as alternativas “criativas” do PT — e, com isso, o partido possa ser definitivamente superado.


Voltar com um bolsonarista em 2027 pode ser um tiro pela culatra, que acabaria reabilitando o PT para uma volta em 2030.


O fato é que o PT criou uma armadilha para si. Ao se recusar a cortar gastos e apostar em tudo o que já deu errado no passado, o partido acabará colhendo os frutos amargos do que está plantando agora. Trocar de governo justamente no momento mais crítico das contas públicas pode ser uma bênção para o PT — como foi a eleição de Bolsonaro em 2018.


Sim, corremos o risco de ver a escalada autoritária se aprofundar. Mas, aos poucos, a imprensa começa a perceber o monstro que ajudou a criar. E é desse desgaste que pode surgir um freio de arrumação — como no atual imbróglio do IOF, que o governo tentou implementar via canetada.


Até um outro dia.

 Abraço!

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