segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Bruno Carazza

 


Instituições importam, mas dependem das pessoas que as conduzem. Caso Master revela uma série de agentes públicos - de parlamentares a ministros do Supremo, passando por governadores e ministros do TCU - que manobram em favor de interesses privados, fazendo bullying institucional contra aqueles que defenderam o interesse público.


Minha coluna de hoje no Valor:

Call Matinal 2912

 Call Matinal

29/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (2612)

MERCADOS E AGENDA

No mercado brasileiro de sexta-feira (26), o Ibovespa fechou em alta de 0,27%, a 160.896 pts, com giro de apenas R$ 15 bilhões. Na semana curta, o índice subiu 1,53%⬆️. Já no mercado cambial, o dólar encerrou alta de 0,16%, a R$ 5,5446. Na semana, acumulou valorização de apenas 0,27%, mas caminha para fechar dezembro com ganho próximo de 4%. Na agenda da semana, em destaque a ata do FOMC e os dados de emprego no Brasil.

 

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Semana mais curta e com pouca atividade, embora novidades "fora de agenda" com viés positivo possam animar o rally natalício para fechar um ano muito generoso e que deixa boas bases para um 2026 promissor.

 

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: -0,11%

S&P 500 Futuro: +0,01%

Nasdaq Futuro: +0,03%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), +0,04%

Nikkei (Japão): -0,51%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,71%

Nifty 50 (Índia): +0,10%

ASX 200 (Austrália): +1,10%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,30%

DAX (Alemanha): -0,26%

FTSE 100 (Reino Unido): -0,05%

CAC 40 (França): +0,03%.

FTSE MIB (Itália): -0,20%

Commodities

 

 

Petroleo WTI para fevereiro subia a US$ 57,86 (+1,97%) e o Brent para março, a US$ 61,33 (+1,81%). Minério de ferro fecha em alta de +2,58% em Dalian, na China, cotado a US$ 113,68/ton.

 

 

 

NO DIA, 2912

Semana mais curta pelo feriado do Reveillon na quarta-feira (31), sem Ibovespa. Mesmo assim, segue pegando fogo o ambiente político e institucional, com acareação “inventada” pelo ministro do STF, Dias Toffoli, muitos achando, para constranger o BCB. Nos EUA, seguem em negociação Trump e Zelensky, na busca de um cessar-fogo com os russos, mas, interessante que o prócere do processo todo, Vladimir Putin não é consultado. Na quarta-feira (31), apenas os Treasuries fecham mais cedo.

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 29 de dezembro 

Brasil: IGP-M de dezembro (8h), a desacelerar para 0,17%

Brasil: Boletim Focus

Brasil: Tesouro divulga hoje (14h30) as contas do Governo Central

 

 

Terça-feira, 30 de dezembro 

Brasil: Resultado do setor público consolidado de novembro (BCB)

 

Brasil: Pnad Contínua (9h), IBGE

Brasil: Dados do Caged (14h), Min Trab.

Brasil: Resultado Mensal da Dívida Pública de novembro.

EUA: PMI medido pelo ISM de Chicago em dezembro

EUA: Vendas pendentes de imóveis em novembro (12h)

China: PMI industrial de dezembro e medido pelo setor privado

Estoques de petróleo do DoE, às 12h30.

Quarta-feira, 31 de dezembro 

Treasuries encerram às 16h, mas as bolsas em NY operam normalmente. Os mercados financeiros em Portugal e na Espanha fecham mais cedo e não abrem na Alemanha e Itália.

Quinta-feira, 01 de janeiro   

Reveillon

Sexta-feira, 02 de janeiro

Leitura final de dezembro do PMI/S&P Global industrial nos EUA, Zona do Euro, Alemanha e Reino Unido

 

 

 

 

 

Boa semana para todos! Feliz 2026 !

Trilhões de dólares em êxodo

 https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/12/27/trilhoes-de-dolares-em-exodo-as-licoes-de-um-ano-brutal-para-a-selecao-de-acoes.ghtml


*Trilhões de dólares em êxodo: as lições de um ano brutal para a seleção de ações*


_Concentração em big techs americanas faz investidor reavaliar se vale a pena pagar por carteiras de gestão ativa que se diferenciem significativamente dos índices de bolsa_


Por Bloomberg


A última coisa que um gestor de fundos de investimento diversificados deseja é administrar um portfólio dominado por apenas sete empresas de tecnologia — todas americanas, todas mega capitalizadas, concentradas no mesmo setor da economia. No entanto, enquanto o índice S&P 500 atingia novos recordes nesta semana, os investidores foram novamente forçados a confrontar uma realidade dolorosa: acompanhar o mercado significou, em grande parte, ter pouco mais do que isso.


Um pequeno grupo de super ações de tecnologia, estreitamente interligado, foi responsável por uma parcela desproporcional dos retornos dos investimentos em bolsa em 2025, estendendo um padrão que já dura quase uma década.


O que chamou a atenção não foi simplesmente o fato de os vencedores permanecerem praticamente os mesmos, mas o grau em que a diferença começou a testar seriamente a paciência dos investidores.


A frustração ditou a movimentação do dinheiro. Cerca de US$ 1 trilhão foi retirado de fundos mútuos de ações de gestão ativa ao longo do ano, de acordo com estimativas da Bloomberg Intelligence usando dados da ICI, marcando o 11º ano de saídas líquidas e, segundo algumas métricas, a mais acentuada do ciclo. Em contraste, os fundos de índice negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de ações de gestão passiva receberam mais de US$ 600 bilhões.


As saídas ocorreram gradualmente ao longo do ano, com os investidores reavaliando se valia a pena pagar por carteiras que pareciam significativamente diferentes do índice, apenas para serem forçados a conviver com as consequências quando essa diferença não se pagou.


*“A concentração torna mais difícil para os gestores ativos obterem bons resultados”, disse Dave Mazza, diretor executivo da Roundhill Investments. “Se você não ponderar o índice de referência das Sete Magníficas, provavelmente estará correndo o risco de um desempenho inferior.”*


Ao contrário do que previam os especialistas que acreditavam estar diante de um ambiente propício para a prática de *“stock picking” (seleção de ações)*, este foi um ano em que o custo de se desviar do índice de referência permaneceu teimosamente alto.


Em muitos dias do primeiro semestre do ano, menos de uma em cada cinco ações subiu junto com o mercado em geral, segundo dados compilados pela BNY Investments. A participação concentrada não é incomum em si, mas sua persistência é importante. Quando os ganhos são repetidamente impulsionados por uma pequena parcela, diversificar as apostas deixa de ser benéfico e passa a prejudicar o desempenho relativo.


A mesma dinâmica foi observada no nível do índice. Ao longo do ano, o S&P 500 superou sua versão com ponderação igualitária, que atribui a mesma importância a uma pequena varejista que à Apple.


Para os investidores que avaliam estratégias ativas, isso se traduziu em um problema aritmético simples: escolher uma estratégia que subpondera as maiores ações e correr o risco de ficar para trás, ou optar por outra que as mantenha em proporção próxima à do índice e ter dificuldade em justificar o pagamento por uma abordagem que pouco difere de um fundo passivo.


Nos EUA, 73% dos fundos mútuos de ações ficaram abaixo de seus índices de referência este ano, de acordo com Athanasios Psarofagis, da Business Insider, o quarto pior resultado desde que os dados começaram a ser coletados em 2007. O desempenho inferior piorou após a recuperação da crise tarifária de abril, à medida que o entusiasmo pela inteligência artificial consolidou a liderança do setor de tecnologia.


Houve exceções, mas elas exigiram que os investidores aceitassem riscos muito diferentes. Uma das mais impressionantes veio da Dimensional FundAdvisors, cujo portfólio International Small Cap Value, de US$ 14 bilhões, rendeu pouco mais de 50% este ano, superando não apenas seu índice de referência, mas também o S&P 500 e o Nasdaq.


Aestrutura desse portfólio é reveladora. Ele detém aproximadamente 1.800 ações, quase todas fora dos EUA, com forte exposição aos setores financeiro, industrial e de materiais. Em vez de tentar contornar o índice de ações de grande capitalização dos EUA, o portfólio optou por ficar praticamente fora dele.


“Este ano nos deu uma lição muito valiosa”, disse Joel Schneider, vice-diretor de gestão de portfólio da empresa para aAmérica do Norte. “Todos sabem que a diversificação global faz sentido, mas é muito difícil manter a disciplina e, de fato, sustentá-la. Escolher os vencedores de ontem não é a abordagem correta.”


Uma gestora que se manteve fiel às suas convicções foi Margie Patel, do fundoAllspring Diversified Capital Builder, que obteve um retorno de cerca de 20% este ano graças a investimentos nas fabricantes de chips Micron Technology eAdvanced Micro Devices (AMD).


“Muitas pessoas gostam de ser investidoras disfarçadas ou quase investidoras de índice. Gostam de ter alguma exposição a todos os setores, mesmo que não estejam convencidas de que terão um desempenho superior”, disse Patel à Bloomberg TV. Em contrapartida, a visão dela é que “os vencedores continuarão vencendo”.


A tendência das grandes ações de se valorizarem ainda mais fez de 2025 um ano excepcional para os aspirantes a caçadores de bolhas. O índice Nasdaq 100 é negociado a mais de 30 vezes os lucros e cerca de seis vezes as vendas, em níveis historicamente altos ou próximos disso. Dan Ives, analista da Wedbush Securities que lançou um ETF focado em IA(IVES) em 2025 e o viu crescer para quase US$ 1 bilhão, afirma que avaliações como essas podem testar os nervos, mas não são motivo para abandonar o tema.


*“Haverá momentos de tensão. Isso só cria oportunidades”, disse ele em entrevista. “Acreditamos que este mercado de alta das empresas de tecnologia vai durar mais dois anos. Para nós, o importante é identificar quem se beneficiará com derivativos, e é assim que continuaremos a navegar nesta quarta revolução industrial do ponto de vista de investimento.”*


Outros sucessos se basearam em uma concentração de um tipo diferente. O Global Resources Fund da VanEck rendeu quase 40% este ano, beneficiando-se da demanda ligada a energias alternativas, agricultura e metais básicos. O fundo, lançado em 2006, possui ações de empresas como Shell, Exxon Mobil e Barrick Mining, e é administrado por equipes que incluem geólogos e engenheiros, além de analistas financeiros.


“Quando você é um gestor ativo, isso permite que você busque grandes temas”, disse Shawn Reynolds, que administra o fundo há 15 anos e é geólogo. Mas essa abordagem também exige convicção e tolerância à volatilidade — qualidades que muitos investidores têm demonstrado menos interesse em manter após vários anos de resultados irregulares.


No final de 2025, a lição para os investidores não era que a gestão ativa tivesse parado de funcionar, nem que o índice tivesse resolvido os problemas do mercado. Era mais simples e mais desconfortável. Após mais um ano de ganhos concentrados, o preço de ser diferente continuava alto e, para muitos, a disposição de continuar pagando esse preço havia se esgotado.


Ainda assim, OsmanAli, da Goldman Sachs Asset Management, acredita que há “alfa” a ser encontrado não apenas nas grandes empresas de tecnologia. O co-chefe global de estratégias de investimento quantitativas utiliza o modelo proprietário da empresa, que classifica e analisa cerca de 15 mil ações em todo o mundo diariamente. O sistema, construído em torno da filosofia de investimento da equipe, ajudou a gerar ganhos de cerca de 40% em seus fundos internacionais de grande capitalização, pequena capitalização e fundos com gestão tributária, considerando o retorno total.


“Os mercados sempre lhe darão algo”, disse ele. “Você só precisa olhar de uma maneira muito imparcial e baseada em dados.”

Galípolo no BCB

 *Leitura de Domingo: Em 1º ano, Galípolo enfrentou crises para além da política monetária*


Por Marianna Gualter


Brasília, 23/12/2025 - Em seu primeiro ano à frente do Banco Central, Gabriel Galípolo manteve uma condução técnica e dissipou dúvidas do mercado sobre a possibilidade de ceder a interferências políticas. O período, contudo, não pode ser descrito como de calmaria.


Com a Selic estável em 15%, ele passou a ser alvo de críticas do governo que o indicou. E, para além da política monetária, teve de conduzir o BC durante momentos sensíveis: a resposta aos ataques cibernéticos contra o sistema financeiro e à crise do Banco Master.


Os juros


O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao longo de todo o segundo semestre de 2025, com base no entendimento de que a taxa nesse nível, por "período bastante prolongado", é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. A estratégia não passou imune à pressão do governo federal - embora em tom abaixo do direcionado à gestão anterior, de Roberto Campos Neto.


Em setembro, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o banqueiro central sabia que os juros estavam altos e que seria uma "questão de dias" para começarem a cair. A condução também foi abordada por outros integrantes do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a afirmar que já havia "passado da hora" de o BC sinalizar cortes da taxa. Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que Galípolo "deixou a desejar".


Para o ex-diretor do BC e diretor de macroeconomia do ASA, Fábio Kanczuk, o primeiro ano de Galípolo foi "uma grata surpresa" e "em nada transpareceu influência política". Em comparação ao trabalho desempenhado pela gestão anterior, ele avalia que a percepção foi de continuidade.


A visão é corroborada pelo ex-diretor do BC e chairman da Jive Mauá, Luiz Fernando Figueiredo. Ele destaca a postura técnica e harmônica adotada pelo Copom e afirma que Galípolo já havia sanado eventuais dúvidas sobre como seria sua conduta enquanto diretor de Política Monetária e que agora enfatizou sua credibilidade como presidente.


Também nessa linha, o ex-secretário do Tesouro e sócio-fundador da Oriz Partners, Carlos Kawall, enfatiza que o banqueiro central assumiu a missão de convergir a inflação à meta e ressalta a relação positiva desenvolvida entre o presidente do BC e o atual diretor de Política Econômica, Diogo Guillen - que deixará o cargo no fim deste ano.


Avalia ainda que a transição em relação à gestão anterior foi "bastante suave" e ressalta o papel da autonomia do BC nesse processo. "O avanço institucional resultante da autonomia é ainda mais importante no contexto em que andamos na contramão no que diz respeito à institucionalidade fiscal. Nós temos uma âncora importante vinda do BC enquanto a âncora fiscal está sendo erodida."


Banco Master


Em novembro, o BC pôs fim ao imbróglio sobre sustentabilidade financeira do Banco Master. O anúncio da liquidação ocorreu cerca de dois meses depois de a autarquia vetar a compra de uma fatia da instituição pelo Banco de Brasília (BRB).


Kawall observa que, já em um contexto de deterioração financeira, o Master buscou colocar seu problema dentro do mundo político. Relembra que, enquanto o BC analisava a proposta do BRB, houve uma articulação no Congresso por um projeto que autorizaria a demissão de integrantes da cúpula da autarquia.


Considerando também esse fato, ressalta a importância da decisão de liquidação e avalia que ela seguiu "à risca as recomendações técnicas", colocando um basta à trajetória danosa para o mercado financeiro que estava sendo conduzida pelo Master. Enfatiza que, além do lado técnico, a decisão mostrou a estatura do presidente do BC. "É um primeiro ano de gestão dele, é uma situação super delicada, uma herança de anos anteriores. Também acho que vai ser uma questão a ser esclarecida no futuro. Por que fomos tão longe? Por que o buraco ficou tão fundo?"


Ataques hackers


À luz do envolvimento do crime organizado em uma série de ataques contra instituições financeiras, o BC anunciou um conjunto de medidas para reforçar a segurança do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em 2025. Dentre elas, antecipou o prazo para IFs ainda não autorizadas regularizarem sua situação, alterou o regulamento do Pix, mudou as regras de capital mínimo e fechou o cerco às "contas-bolsão".


À Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, o secretário-executivo do BC, Rogério Lucca, esclareceu que muitas das medidas já vinham sendo discutidas nos últimos anos, mas que, de certa forma, a adoção de algumas delas foi acelerada pela sequência de ataques.


Para o advogado Bruno Balduccini, sócio do Pinheiro Neto Advogados, o BC executou "uma agenda de resposta", após identificar pontos de fragilidade no sistema. "Havia uma agenda regulatória um pouco mais organizada, mais cadenciada, mas com a entrada de fraudes, eles decidiram agir mais rápido do que o normal e fizeram a toque de caixa algumas regras, mesmo com o risco de ter que melhorar o texto lá na frente", diz.


Ao comparar a gestão atual com a anterior, Balduccini recorre à figura de um pêndulo. Antes, o pêndulo estava mais inclinado à geração de competição com baixo custo de entrada; agora está mais ao centro, como se sob efeito de um freio de arrumação. "Essa tecnologia que foi super importante para a competição agora está sendo usada para achar brechas. Então é preciso parar um pouco, arrumar e depois continuar."


O advogado e professor de regulação financeira Aylton Gonçalves lembra que a agenda regulatória apresentada pelo BC em abril já previa normas antifraude, mas ressalta que o trabalho normativo da autarquia foi intenso na segunda metade do ano. Associa esse movimento principalmente à urgência causada pelas fraudes envolvendo Prestadoras de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs) e avalia que, especificamente sobre esse tipo de prestação, houve certa demora do BC em reconhecer o risco sistêmico envolvido.


2026


O mercado prevê o início de um ciclo de afrouxamento da política monetária no ano que vem. Nesse contexto, Kawall afirma que o principal desafio do BC será conduzir os cortes em meio a um cenário de desequilíbrio econômico, no qual, apesar do enfraquecimento da economia em setores ligados ao crédito, o estímulo fiscal ainda sustenta o consumo de baixa renda e pressiona os serviços. A trajetória do dólar também será decisiva: estabilidade ou queda devem corroborar a flexibilização, enquanto uma alta, por fatores externos ou incertezas fiscais internas, associadas ao período eleitoral, pode dificultar o processo. Ele projeta redução da Selic até 12,25%.


Figueiredo avalia que o grande desafio da autarquia no ano que vem será aproximar a inflação do centro da meta e prevê que o BC levará a Selic para ao redor de 12%. Ele não descarta a possibilidade de novos cortes em 2027, mas diz que eles dependem do compromisso do governo que será eleito com o ajuste fiscal, mesmo que gradual. Em um cenário oposto, não descarta uma eventual retomada da alta dos juros.


Ano de arrumação


Do ponto de vista da regulamentação, a expectativa é pela continuidade no trabalho de combate à infiltração do crime organizado no SFN. "Devemos começar a ver outras regras parecidas com aquela resolução conjunta nº 6, que fala sobre a tentativa de abertura de conta e sobre os concorrentes dividirem informações. Vamos começar a ver mais regras ou autorregulamentação nesse sentido de integração um pouco maior entre vários concorrentes e, eventualmente, a polícia", avalia Balduccini.


Gonçalves afirma que, nesse tema, o mercado aguarda principalmente a definição pelo BC de exemplos de situações atípicas para aferição de indícios de operações fraudulentas. Para além do combate às fraudes, entende que a autarquia terá de demandar atenção a áreas recentemente reguladas, como os ativos virtuais e o Banking as a Service (BaaS). "Os novos modelos de negócios que surgirão a partir da publicação das novas normas sobre esses temas representarão a necessidade de um olhar específico da autarquia, tanto na edição de normas quanto na supervisão."


Contato: marianna.gualter@broadcast.com.br


Broadcast+

No ataque ao BCB, o Brasil corre risco

 *No ataque ao BC, o país corre risco*


No caso Master não houve só desequilíbrio entre ativos e passivo. Houve crime, isso torna mais graves as pressões políticas e jurídicas


No Banco Master houve fraude. O Banco Central comunicou a Noticia do Fato ao Ministério Público, que a entregou à Polícia Federal para investigar, como tem que ser. Há outras comunicações de crimes, que devem levar a novas investigações. Fraude é diferente de um desequilíbrio entre ativo e passivo, ou de uma sucessão de operações arriscadas. A pressão política ou jurídica para tentar reverter a liquidação só terá sucesso se o país decidir rasgar todo o manual de fiscalização e supervisão bancária, e a Justiça passar a anistiar crime financeiro. O ministro Dias Toffoli quando marca a acareação da próxima terça-feira iguala o regulador e um regulado que está sob investigação. O ministro Jhonatan de Jesus, do TCU, ao afirmar que a liquidação foi precipitada e exigir explicação comete também um absurdo, e fora de sua competência.


O Master tentou vender a um banco público, o BRB, uma carteira de ativos inexistentes. Ela havia sido montada de forma fraudulenta com a ajuda da Tirreno, uma empresa criada em novembro de 2024 por um ex-funcionário e ex-sócio do Master. Os ativos foram inventados para esconder o enorme rombo. Para se ter uma ideia, o banco tinha um patrimônio líquido, segundo balanço de 2024, de pouco mais de R$ 4 bilhões, e essa fraude é de R$ 12 bilhões. É aritmético. O banco estava quebrado, o balanço estava virado, portanto tinha que ser liquidado.


Foi difícil ver exatamente o que estava acontecendo no banco. Em novembro de 2024, a Fitch elevou a nota do Banco Master. Elevou. A Fitch é definida como uma das Big Four, uma das quatro maiores classificadoras de risco. O banco já estava enfrentando uma crise de credibilidade e com dificuldade de captar. O Master se cercou de pareceres jurídicos atestando que estava tudo certo no banco.


Para realizar seu trabalho, o BC teve que se municiar de paciência e técnica de supervisão, fazendo uma verdadeira varredura nos ativos do banco. Para entender detalhes desse trabalho é bom conferir as notas taquigráficas do depoimento do presidente da instituição, Gabriel Galípolo, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado em 25 de novembro. A auditoria avançou mostrando cada vez mais irregularidades. Diante dos primeiros indícios de crime, entre março e abril deste ano, o BC comunicou a Noticia do Fato ao Ministério Publico. O MP achou consistente a denúncia feita pelo Banco Central e entregou à Polícia Federal para investigar. A investigação confirmou as suspeitas e, por isso, a Justiça iniciou o processo que levou à prisão de Daniel Vorcaro e outros sócios.


Durante meses, o BC pediu explicações ao Banco Master sobre as inconsistências no balanço. O Master sempre dava explicações insuficientes. A cada novo passo da fiscalização, o BC encontrava novos indícios de crimes. E todos foram comunicados ao MP.


Tudo começa com a notícia, em março, de que o BRB iria comprar 58% do capital total do Master. Isso ocorre quando o Master estava há meses em uma grave crise de credibilidade, e ficou sem liquidez. O banco chegou a recorrer várias vezes a linhas do FGC de empréstimos emergenciais. O que chamou mais a atenção do Banco Central é que normalmente instituição que está com problemas de liquidez para de crescer. Vários conseguiram sair de problemas momentâneos desta forma. Banco sem liquidez, não concede novos empréstimos. No Master era diferente, ele continuava aumentando o total dos supostos créditos. Isso era claramente suspeito. E por aí começou a investigação.


O ministro Dias Toffoli aceitou o pedido da defesa de Vorcaro e trouxe o caso para si. O argumento é que nas investigações foi citado um deputado. O problema é que a transação imobiliária com o deputado não foi concluída e nada tem a ver com o caso investigado. Ainda assim, Toffoli manteve o caso em seu gabinete, decretou sigilo, e marcou para o dia 30 a acareação entre o dono do banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. O TCU, por sua vez, deu três dias para o BC explicar a liquidação.


Quem viu as liquidações que ocorreram na crise bancária dos anos 1990 sabe que as pressões políticas e o ataque jurídico aos dirigentes do BC sempre acontecem. Desta vez, a pressão chegou mais forte e mais desinibida. O país decidirá nesse caso se terá um sistema financeiro confiável ou se vai ser legitimado o vale-tudo.



https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/coluna/2025/12/no-ataque-ao-bc-o-pais-corre-risco.ghtml

BDM Matinal RISCALA

 *Rosa Riscala:  Agenda forte na semana do Ano Novo*


Ata do Fed e emprego no Brasil no radar


… As conversas deste domingo entre Trump e Zelensky para um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia ainda não conseguiram evoluir para um acordo de paz, pressionando o petróleo, mas as negociações continuam. No ambiente de liquidez esvaziada, a B3 não abre quarta-feira, mas as bolsas em NY funcionam normalmente. Só os Treasuries fecham mais cedo dia 31. Antes da virada para 2026, ainda tem agenda importante para sair aqui e lá fora, com a ata do Fed e os indicadores fiscais e de emprego no Brasil, que vêm sendo monitorados de perto pelos investidores para projetar a política monetária. Também a acareação de Vorcaro com o BC deve movimentar o recesso de final de ano.


RETA FINAL – A atividade econômica tem dados sinais de desaquecimento, mas o mercado de trabalho ainda se mantém como um desafio para o alívio da Selic, diante do menor nível de desemprego da série histórica do IBGE.


… Antes de o ano acabar, saem amanhã dois indicadores da mão de obra: a Pnad Contínua (9h), que deve apontar manutenção da taxa de desemprego em 5,4% no trimestre encerrado em novembro, e os dados do Caged (14h).


… As vagas com carteira assinada devem perder fôlego, com a mediana no Broadcast indicando 79.120 postos de trabalho formal, desacelerando na comparação com outubro, quando houve saldo positivo de 85.147 vagas.


… Parecem cada vez mais remotas as chances de o Copom iniciar o ciclo de corte do juro em janeiro. Mas uma perda de ritmo do emprego pode favorecer a aposta de queda da Selic ainda no primeiro trimestre, na reunião de março.


… Neste fim de ano, também o fiscal está no radar. O Tesouro divulga hoje (14h30) as contas do Governo Central. A previsão é de déficit primário de R$ 13,250 bilhões, depois de um superávit de R$ 36,527 bilhões em outubro.


… O intervalo das projeções varia de um déficit de R$ 35,9 bilhões até um saldo positivo de R$ 262 milhões.


… Amanhã, o BC solta o resultado do setor público consolidado de novembro. O avanço das despesas e a perda de força da arrecadação devem contribuir para o déficit de R$ 13,3 bi, após saldo positivo de R$ 32,392 bi em outubro.


… Ainda no noticiário fiscal, o Estadão trouxe na sexta-feira que o Congresso cortou R$ 11,3 bi de despesas obrigatórias no Orçamento/26 aprovado dia 19 para elevar o valor das emendas parlamentares e do fundo eleitoral.


… O relator-geral, Isnaldo Bulhões, tirou R$ 6,2 bi de benefícios previdenciários e R$ 391 mi do seguro-desemprego.


… No ano que vem, o governo federal ainda terá de lidar com um calendário de pagamento de emendas parlamentares aprovado pelo Congresso que exige repasse de recursos no primeiro semestre, antes das eleições.


… No final de semana, o Diário Oficial publicou a sanção ao projeto de lei complementar que reduz em 10% os benefícios tributários e amplia a tributação sobre as bets, as fintechs e os Juros sobre Capital Próprio (JCP).


… Lula vetou o artigo que recriava o orçamento secreto e permitia o pagamento de R$ 1,9 bi em emendas não executadas entre 2019 e 2023, que já estava suspenso por Dino, reforçando o clima de atrito entre os Poderes.


… A boa notícia é que Lula e Alcolumbre estão retomando as relações, após a ruptura desencadeada pela indicação de Messias ao STF. Na Folha, os dois conversaram duas vezes nos últimos dias, depois de semanas afastados.


… Apesar de eles estarem distensionando as diferenças, Lula sondou o clima no Senado e ouviu nova negativa sobre a chance de candidatura de Pacheco ao governo de Minas Gerais, que cobiçava a vaga no Supremo.


A OUTRA POLÊMICA – O escândalo do Master arrasta o STF para o centro da crise e eleva a tensão institucional.


… O contrato de R$ 129 milhões do escritório de advocacia de Viviane de Moraes, mulher do ministro, com o Banco Master, por um trabalho ainda não esclarecido, movimenta os bastidores políticos durante o recesso de fim de ano.


… Deputados de oposição devem protocolar hoje um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes.


… Está marcada para amanhã (14h) a audiência de acareação determinada pelo ministro Dias Toffoli (STF) entre Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino.


… Interlocutores do Supremo disseram que Toffoli quer esclarecer quando o BC tomou conhecimento das suspeitas. O ministro negou recurso do BC, que questionava a necessidade de um encontro direto de Aquino com Vorcaro.


… O magistrado justificou a urgência de realizar o procedimento, mesmo durante o recesso do Judiciário, devido ao grande impacto que o caso tem no sistema financeiro brasileiro e às provas já reunidas no processo.


… A Folha apurou que o BC planeja recorrer ao STF com mandado de segurança para impedir a participação de Aquino, argumentando que a acareação é inadequada, porque o diretor não é alvo da investigação.


CORREIOS – Será divulgado hoje o plano de reestruturação. O Valor apurou que, além do contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões firmado com cinco bancos, haverá um aporte de pelo menos R$ 6 bilhões pela União até 2027.


… Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal assinaram o empréstimo.


MAIS AGENDA – Hoje, além das contas do Governo Central, sai o IGP-M de dezembro (8h), que deve desacelerar para 0,17%, após alta de 0,27% em novembro. As projeções para esta leitura, todas de alta, vão de 0,04% a 0,30%.


… No Focus (8h25), o mercado pode seguir ajustando as expectativa para a Selic e IPCA de 2026. Na onda de revisões em baixa, o Daycoval reduziu a estimativa para a inflação deste ano de 4,5% para 4,3% (abaixo do teto da meta).


… Amanhã à tarde, o Tesouro divulga o Resultado Mensal da Dívida Pública referente ao mês passado.


LÁ FORA – A ata do Fed sai amanhã, em meio às apostas mais conservadoras para os juros, de pausa em janeiro e cortes de, no máximo, 50 pontos na taxa básica em 2026, de acordo com a plataforma do CME Group.


… O mercado também tem para conferir a pesquisa semanal ADP e o auxílio-desemprego, na quarta-feira. Hoje, saem as vendas pendentes de imóveis em novembro (12h) e os estoques de petróleo do DoE, às 12h30.


… Amanhã, sai o PMI medido pelo ISM de Chicago em dezembro. No primeiro dia útil de 2026 (sexta-feira), a leitura final de dezembro do PMI/S&P Global industrial será divulgada nos EUA, zona do euro, Alemanha e Reino Unido.


… Na quarta-feira, véspera do Ano Novo, os Treasuries encerram às 16h, mas as bolsas em NY operam normalmente. Os mercados financeiros em Portugal e na Espanha fecham mais cedo e não abrem na Alemanha e Itália.  


CHINA – O PMI industrial de dezembro oficial e também o medido pelo setor privado saem amanhã à noite.


JAPÃO HOJE – O resumo das opiniões da última reunião do BoJ apontou para novos aumentos de juros no futuro. “A economia não está mais enfrentando um crescimento lento, reduzindo a chance de estagnação dos preços.”


RÚSSIA X UCRÂNIA – Após reunião presencial neste domingo com Zelensky no resort de luxo Mar-a-Lago (Flórida), Trump afirmou que “um acordo de paz está muito próximo, mas se demorar algumas semanas, não vai acontecer”.


… O presidente americano mencionou o território de Donbass, ocupado pela Rússia, entre os temas espinhosos. “Dissemos que a Ucrânia terá que ceder Donbass, mas eles sempre quiseram isso”, declarou o republicano.


… De seu lado, Zelensky disse que as equipes de negociação estão perto de um acordo sobre Donbass, mas não é em uma semana ou um mês que será resolvido. Ainda assim, afirmou que uma desmilitarização na região será discutida.


… O presidente ucraniano disse que se o plano de 20 pontos sobre um eventual acordo de paz com a Rússia for muito difícil para ser absorvido pela sociedade da Ucrânia, o governo de Kiev pode optar por realizar um referendo.


… Zelensky disse que irá se encontrar novamente com Trump nas próximas semanas para finalizar pontos discutidos.


… Pouco antes de receber Zelensky, Trump teve uma ligação telefônica com Putin, que durou mais de 1 hora.


… O Kremlin afirmou que o presidente russo e o americano não apoiam uma iniciativa conjunta europeia e ucraniana para um cessar-fogo temporário antes de uma solução definitiva para o conflito entre os dois países.


… Hoje, Trump encontrará o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, na Flórida.


PASSO CURTO – A carta de Bolsonaro, reafirmando o apoio à pré-candidatura do filho Flávio, reforçou o clima de cautela no mercado doméstico na 6ªF, em meio à liquidez restrita.


… Em uma sessão sem maiores novidades no noticiário local e com muitos investidores aproveitando as folgas de fim de ano, a ordem nas mesas foi dar passos curtos.


… Depois de uma abertura negativa, o Ibovespa passou boa parte do dia de lado, mas reagiu à tarde e fechou em leve alta de 0,27%, aos 160.896,64 pontos, com giro de apenas R$ 15 bilhões. Na semana curta, o índice subiu 1,53%.


… Entre as blue chips, Petrobras oscilou bastante, mas terminou com alta modesta (PN +0,33%, a R$ 30,41; e ON +0,31%, a R$ 32,12), na contramão do tombo do petróleo. Vale seguiu o minério e subiu 0,30%, a R$ 73,12.


… Os bancos tiveram mais uma sessão mista: Itaú PN ficou de lado (+0,03%, a R$ 39,10), assim como Bradesco PN (-0,05%, a R$ 18,40); BB ON ganhou 0,46%, a R$ 21,85; e Santander Unit subiu 0,53%, a R$ 34,28.


… Braskem PNA (+4,25%, a R$ 7,85) ficou no topo, após o IG4 Capital submeter ao Cade um acordo para assumir o controle da companhia. Em seguida, ficaram CPFL Energia (+3,38%, a R$ 53,23) e Hapvida ON (+2,83%, a R$ 14,55).


… Na ponta negativa do índice figuraram GPA ON (-4,26%, a R$ 3,60), Cury ON (-0,96%, a R$ 31,88) e Vivara ON (-0,93%, a R$ 33,02).


PERNAS PRA QUE TE QUERO – Depois do respiro de 3ªF passada, quando interrompeu sequência de sete sessões em alta, o dólar voltou a subir na 6ªF, mas de forma moderada, graças à nova atuação do Banco Central.


… A moeda americana fechou em alta de 0,24%, a R$ 5,5446. Na semana, acumulou valorização de apenas 0,27%, mas caminha para fechar dezembro com ganho próximo de 4%.


… O BC vendeu toda a oferta de US$ 2 bilhões em dois leilões de linha. Na 3ªF, a autoridade já havia injetado mais US$ 500 milhões de dinheiro novo, já que as operações não estavam vinculadas à rolagem de vencimentos.


… As operações tiveram como objetivo atender à demanda sazonal de remessas de lucros e dividendos neste fim de ano. Mas ajudaram também a conter o “calor” provocado pelo noticiário político nas últimas semanas.


… Os dados de fluxo cambial da semana de 15 a 19/12, divulgados na 6ªF pelo BC, mostraram forte saída de recursos pela conta financeira (US$ 8,085 bilhões). O fluxo total ficou negativo em US$ 6,472 bilhões na semana.


… Segundo operadores, o volume elevado de remessas ao exterior neste fim de ano foi intensificado pela mudança na legislação sobre dividendos, que prevê a tributação de 10% de imposto de renda a partir de 2026.


… A pedido da CNI, o STF adiou para o dia 31 de janeiro o prazo para que as empresas aprovem a distribuição de dividendos isentos de IR. Texto original previa a próxima 4ªF como limite para distribuir valores sem pagar imposto.


… No mercado de juros, a liquidez enxuta após o Natal e a ausência da dados macro relevantes levaram a ajustes apenas pontuais nas posições.


… Os vencimentos mais curtos devolveram um pouco mais de prêmio, na esteira da decisão divulgada pela Aneel de adotar a bandeira verde nas contas de luz em janeiro, medida que tem efeito deflacionário.


… No fechamento, o DI para janeiro de 2027 marcava 13,730% (de 13,828% no ajuste anterior); Jan/29, 13,220% (contra 13,317%); Jan/31, 13,530% (de 13,608%); e Jan/33, 13,640% (de 13,713%).


PAUSA – Depois de bater recorde de fechamento por dois dias seguidos, o S&P 500 chegou a renovar sua máxima histórica intradia (6.945,77) na 6ªF, mas perdeu fôlego e fechou de lado (-0,03%, aos 6.929,94 pontos).


… A liquidez reduzida pelo fim de ano e a falta de novidades no noticiário também levaram o Dow Jones (-0,04%, aos 48.710,97 pontos) e o Nasdaq (-0,09%, aos 23.593,10 pontos) a encerrarem quase no zero a zero.


… No acumulado semanal, os índices registraram ganhos de 1,20% (Dow), 1,40% (S&P) e 1,22% (Nasdaq).


… As mineradoras voltaram a brilhar, de carona nos sucessivos recordes do ouro (+1,11%, a US$ 4.552,7 por onça-troy) e outros metais. Freeport-McMoRan subiu 2,16%, enquanto Newmont ganhou 1,00%.


… Entre as techs, Nvidia avançou 1,02% com a compra da licença de tecnologia da startup Groq, especializada em chips de inteligência artificial, por US$ 20 bilhões.


… Já a Tesla caiu 2,10%, após notícia de que reguladores americanos estão investigando denúncias de que o mecanismo de abertura mecânica das portas do Tesla Model 3 2022 é difícil de localizar em caso de emergência.


… No mercado de moedas, os movimentos foram contidos nesta reta final de 2025. O índice DXY marcou leve alta de 0,07%, aos 97,995 pontos. O euro caiu 0,04%, a US$ 1,1777, e a libra recuou 0,10%, a US$ 1,3504.


… Já o petróleo registrou intensa volatilidade, mas terminou em forte queda, com os investidores se antecipando a um possível avanço nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia durante o fim de semana.


… O Brent para março recuou 2,52%, a US$ 60,24 o barril, enquanto o WTI para fevereiro caiu 2,76%, a US$ 56,74. Na semana, o Brent cedeu 0,38%, mas o WTI subiu 0,38%.


CIAS ABERTAS NO AFTER – CSN MINERAÇÃO aprovou a distribuição de R$ 423,7 milhões em proventos, a título de antecipação do dividendo mínimo obrigatório…


… Do total, R$ 259,7 milhões correspondem a dividendos intermediários, o equivalente a R$ 0,0478 por ação; já R$ 164 milhões serão pagos na forma de JCP, o equivalente a R$ 0,0301 por ação…


… Pagamentos serão realizados até 31 de dezembro de 2026; ex em 5 de janeiro.  


GRUPO PÃO DE AÇÚCAR informou que Edison Ticle de Andrade de Melo e Souza Filho apresentou sua renúncia aos cargos de vice-presidente do conselho de administração e de coordenador do Comitê Financeiro da companhia…


… O grupo não informou quem assume as posições.

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


NY -0,03%, US TECH -0,05%, US SEMIS +0,05%, VIX 11,6% +0,8pb. BUND 2,86%, T-NOTE 4,13%, SPREAD 2A-10A USA=+64,5PB O10A, ESP 3,28%, ITA 3,55%. EURIBOR 12M 2,26% (FUT.12M 2,42%). USD 1,177. JPY 183.8. OURO 4.462$. BRENT 61,3$. WTI 57,3$. BITCOIN +2,2% (89.533$). ETHER +2,7% (3.016$).


SESSÃO: Inicia-se uma nova semana curta e com escassas referências económicas. Na quarta-feira (Passagem de Ano), a Europa encerra às 13h, e na quinta-feira (Ano Novo) os mercados estarão fechados. Destacam-se as Atas da Fed da reunião de 9/10 de dezembro na terça-feira e pouco mais, pois na sexta-feira há PMIs finais, sem expectativas de alterações significativas. As Atas não deverão trazer grandes novidades após o corte de taxas em -25pb para 3,50%[3,75%], conforme esperado, e o anúncio da compra de Letras do Tesouro para manter liquidez suficiente no sistema. A revisão em alta das previsões de crescimento para 2025/2028 e em baixa da inflação foi bem recebida pelo mercado, mantendo aberta a porta a novos cortes de taxas em 2026. O ritmo dependerá em parte do sucessor de Powell em maio. O anúncio deste pode ser "a" notícia da semana, embora oficialmente previsto para inícios de ano. K. Hasset, diretor do Conselho Económico da Casa Branca, continua como candidato favorito, mas outros como C. Waller ou K. Warsh mantêm-se nas sondagens. Qualquer um será da ala de Trump e trará um viés dovish mais ou menos assumido ao Conselho da Fed. Outro foco imprevisível é o geopolítico. Enquanto a China continua a desafiar Taiwan com manobras militares, Trump e Zelenski dizem estar mais próximos de um acordo após a reunião de ontem. Isto está a propiciar alguma realização de lucros no ouro (-1,3% até 4.474$).


Em resumo, semana curta e com pouca atividade, embora novidades "fora de agenda" com viés positivo possam animar o rally natalício para fechar um ano muito generoso e que deixa boas bases para um 2026 promissor.

Carlos Alberto Sardemberg

 O exemplo que vem do Chile A coluna de Carlos Sardenberg, publicada em O Globo nesta segunda-feira, me fez sentir inveja do Chile — um país...