segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Perspectivas domésticas

 Meu artigo na @gazetadopovo: Perspectivas econômicas para 2026: o ano da gastança


A economia crescerá em marcha forçada. Em 2027, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita do PT: juros elevados, desequilíbrio fiscal e uma economia estagnada


https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/adolfo-sachsida/perspectivas-economicas-para-2026-o-ano-da-gastanca/


Entre 2016 e 2022, o Brasil passou por um ciclo relevante de reformas econômicas. No campo macroeconômico, a reforma trabalhista e o teto de gastos aprovados no governo Temer, aliados à reforma da previdência e à autonomia do Banco Central no governo Bolsonaro, asseguraram a estabilidade necessária ao país. Já no campo microeconômico, a modernização dos marcos regulatórios — como a Lei de Liberdade Econômica, o novo marco do saneamento, de start-ups, da cabotagem, de registros públicos — além do PIX, da digitalização de serviços públicos, de privatizações e da abertura econômica, estimularam o investimento privado. Em conjunto, essas medidas ampliaram o PIB potencial brasileiro.

Por isso, fui corretamente otimista com os resultados da economia entre 2023 e o primeiro semestre de 2025. No entanto, o impulso das reformas está se esgotando. Após quase três anos de uma política centrada no aumento descontrolado de gastos públicos e tributos, a economia começa a dar sinais de fadiga. Em breve, com a divulgação dos indicadores do segundo semestre, ficará evidente que o Brasil chegou a uma encruzilhada: saímos de um arranjo pró-mercado, com disciplina fiscal e juros em queda, para uma política que, ao expandir demasiadamente o gasto público, pressiona a inflação e mantém os juros em patamar elevado.

No cenário externo, a situação tampouco inspira confiança. Por decisões políticas equivocadas, o governo brasileiro tem confrontado a maior economia do mundo. O presidente Lula, além de criticar abertamente o presidente americano, defende o abandono do dólar em negociações dos BRICS, ataca Israel e aproxima o país de regimes como Venezuela, Irã, Rússia e China. É difícil enxergar resultados positivos dessa estratégia.

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Após quase três anos de uma política centrada no aumento descontrolado de gastos públicos e tributos, a economia começa a dar sinais de fadiga

Para 2025, o Congresso ainda apreciará um pacote de medidas populistas do governo, todas com impactos negativos sobre as contas públicas. Especialistas já alertam que o orçamento de 2026 será uma peça de ficção, baseada em despesas subestimadas e receitas superestimadas. Na Fazenda, a resposta continua sendo o aumento de impostos; no Planejamento, a promessa vaga de um ajuste apenas em 2027.

Quem conhece o orçamento enxerga o que está sendo armado: um aumento expressivo de gastos no próximo ano. Se em anos sem eleição o governo já se mostra gastador, em 2026 — com economia em desaceleração e em pleno calendário eleitoral — o sinal verde para a gastança é inevitável. Governadores, por sua vez, seguirão no mesmo caminho de aumento de gastos.

Por isso, 2026 será lembrado como o ano da gastança. A economia crescerá em marcha forçada, algo entre 1% e 1,5%. Em 2027, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita do PT: juros elevados, desequilíbrio fiscal e uma economia estagnada.

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VEJA TAMBÉM:

Tarifas: o Brasil a um passo do precipício

Adolfo Sachsida

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Segunda Feira, 08 de Setembro de 2.025.


*Julgamento de Bolsonaro entra na fase final*

… O fim de semana trouxe notícias importantes que poderão influenciar a abertura dos mercados, nesta segunda-feira: a Opep+ aumentou sua produção de petróleo, Israel e Hamas teriam concordado com um novo plano de cessar-fogo dos Estados Unidos e o primeiro-ministro do Japão anunciou a renúncia. Na França, uma votação no Parlamento hoje também pode derrubar o primeiro-ministro. Na agenda dos indicadores são destaques esta semana a reunião do BCE, balança comercial da China (já saiu), inflação americana e, no Brasil, o IPCA e o IGP-DI de agosto, além das vendas do varejo e serviços. Mas aqui é o julgamento de Bolsonaro que está no centro das atenções.


… Os trabalhos na Primeira Turma do STF serão retomados amanhã, terça-feira, com o voto do ministro-relator Alexandre de Moraes. Haverá sessões todos os dias, até sexta-feira, 12, quando se encerra o julgamento do ex-presidente e do núcleo principal da ação.


… Investidores devem assumir cautela diante da possibilidade de novas sanções de Trump contra o Brasil, se os réus forem condenados.


… Na sexta-feira, o presidente americano voltou a comentar sobre a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, afirmando que o País adotou atitudes “lamentáveis”, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal.


… “Ficamos chateados com o Brasil. Colocamos uma tarifa alta para eles, porque eles têm feito uma coisa lamentável. Eu amo o povo brasileiro, mas o governo de lá mudou radicalmente, foi muito para a extrema esquerda. Eles estão indo muito mal.”


… A menção ao Brasil ocorreu após uma jornalista questionar o presidente americano sobre a restrição de vistos a delegações de determinados países para a Assembleia Geral das Nações Unidas, que será realizada neste mês de setembro, em Nova York.


… Trump não confirmou se os delegados brasileiros sofrerão restrições para o evento, mas o ambiente de tensão entre os dois países continua.


… Também na sexta, em entrevista ao SBT, o presidente Lula voltou a afirmar que tem encontrado resistência no diálogo com o governo Trump. “É importante vocês dizerem… Ele não quer conversar. Eu tenho Alckmin, Haddad e Mauro Vieira. Ele não tem interlocutor.”


… Lula disse que a taxação vai prejudicar os americanos e defendeu que o Brasil compre de países que queiram negociar. “Se os Estados Unidos acham que seu presidente virou imperador e que ele pode ficar ditando regra para o mundo, eles vão ver o que pode acontecer.”


… O presidente afirmou, ainda, que a China é um “parceiro importante” para o Brasil e que “está dando um banho nos carros elétricos”.


… Lula voltou a defender a regulação das redes sociais, afirmando que ela será feita, “doa a quem doer”. Segundo apurou o Broadcast Político, o governo deve encaminhar a proposta ao Congresso após a sanção do projeto da adultização, que deve ocorrer no dia 16.


… No Estadão, integrantes do governo acreditam que há “pouca margem” de negociação com os Estados Unidos. Dizem que a situação está “congelada e cristalizada” e deve se manter assim até o ano que vem. Os relatos colhidos pela reportagem são pessimistas.


BRICS – Em cúpula virtual dos líderes do grupo, promovida por Lula em reação às tarifas impostas pelos Estados Unidos, o presidente da China, Xi Jinping, confirmou participação no evento desta segunda-feira e anunciou que fará um “importante discurso”.


7 DE SETEMBRO – No pronunciamento do sábado à noite na TV, véspera do Dia da Independência, o presidente Lula enfatizou a soberania nacional, dizendo que o Brasil se relaciona com todos os países, mas “não vai baixar a cabeça para ninguém”.


… Atos bolsonaristas realizados em algumas capitais nesse domingo focaram no projeto de anistia a Bolsonaro, com destaque para os protestos na avenida Paulista, onde uma grande bandeira dos Estados Unidos foi erguida em homenagem a Trump.


… O discurso do governador Tarcísio foi o mais significativo, quando ele cobrou da cúpula do Congresso para pautar a anistia “imediatamente” e fez ataques pessoais ao ministro Alexandre de Moraes, mencionado por sua “tirania”.


… No Globo, o Planalto tentará impedir o perdão mas, caso a proposta prospere, o veto do presidente Lula é dado como certo por aliados.


… A ministra Gleisi Hoffmann vai se reunir com ministros nesta segunda-feira (10h) para articular a reação do Executivo ao projeto de anistia, quando pedirá a eles que convençam parlamentares de seus partidos para votarem contra a urgência da proposta.


SEM CLIMA – A turbulência no Congresso não dá espaço para a votação nas próximas semanas da ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, avaliam integrantes da Comissão Especial que aprovou a proposta no primeiro semestre.


… Governistas concordam que não há clima para votação na Casa, embora a base aliada tenha esperança de que possa ocorrer ainda este mês, por se tratar de uma pauta positiva não só para o governo, mas também para o presidente da Câmara, Hugo Motta.


… O fato, porém, é que o rompimento do Progressistas e do União Brasil com o governo Lula gera preocupação no Planalto e o temor é que, unidos em torno da candidatura de Tarcísio para a Presidência em 2026, eles travem a agenda do governo no Congresso.


NOVA PESQUISA – Será divulgada esta semana, a nova rodada da pesquisa trimestral de avaliação do governo Lula feita pelo Ipsos-Ipec, que foi feita em meio ao julgamento do núcleo crucial do golpe de Estado e ao movimento pró-anistia a Jair Bolsonaro.


… A última pesquisa do Ipsos-Ipec (julho) mostrou 55% de desaprovação a Lula e 39% de aprovação.


AGENDA – São destaques nesta semana o IPCA de agosto (quarta-feira), vendas no varejo em julho (quinta) e o volume de serviços em julho (sexta). Amanhã (terça-feira), saem dados antecedentes de produção e vendas de veículos em agosto.


HOJE – Será divulgado o IGP-DI de agosto (8h), que deve avançar 0,38% (mediana do Broadcast), após três quedas consecutivas, com o avanço nos preços agropecuários. Todas as estimativas são positivas, variando de 0,11% a 0,60%. Em julho, o índice caiu 0,07%.


… Às 8h25, a atenção é para a pesquisa Focus, que vem corrigindo as expectativas inflacionárias para este ano, 2026 e 2027.


… O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa das 7h30 às 17h, de eventos do BIS, na Basileia, Suíça. Já o diretor de Política Monetária, Nilton David, tem audiência com investidores estrangeiros promovido pelo Santander às 14h.


… Na CPI do INSS, está previsto o depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.


LÁ FORA – A semana terá uma bateria de indicadores econômicos, sendo que alguns já foram divulgados neste domingo, como o PIB do Japão no segundo trimestre, que subiu acima do esperado (2,2% na base anual), e a balança comercial da China em agosto.


… As exportações chinesas tiveram crescimento anualizado de 4,4% em agosto e frustraram a previsão de 5,3%. As importações também decepcionaram, com alta de 1,3%, contra estimativa de 3,7%.


… A balança comercial teve superávit de US$ 102,3 bilhões em agosto, acima da projeção de US$ 99,3 bilhões.


… Amanhã à noite, saem os dados da inflação de agosto na China.


… Nos Estados Unidos, o PPI sai na quarta-feira e o CPI, na quinta, quando o BCE faz reunião de política monetária e deve manter o juro em 2%.


… Já na sexta-feira, encerrando a semana, é importante a preliminar de setembro do índice de confiança do consumidor americano medido pela Universidade de Michigan, com as expectativas de inflação para um ano e cinco anos.


FRANÇA – Está no radar hoje a votação de um corte de 44 bilhões de euros no orçamento, que tenta equilibrar o déficit francês e pode derrubar o primeiro-ministro, François Bayrou. Ele próprio condicionou sua permanência no cargo à aprovação da proposta.


… A pressão recai sobre o euro, já que a economia francesa tem a terceira maior dívida da Zona do Euro, com um déficit público de 5,8% do PIB.


TURQUIA – O governo apresentará hoje o novo Programa de Médio Prazo turco, plano econômico que traça as metas para os próximos três anos, que atualiza 2025 e abrange o período de 2026 a 2028, com os indicadores macroeconômicos do país.


FIM DE SEMANA – O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou sua renúncia nesse domingo, após crescentes pedidos de seu partido Liberal Democrata (LDP) para assumir a responsabilidade pela derrota na eleição parlamentar de julho.


… Após resistir em deixar o cargo, Ishiba tomou a decisão para evitar uma espécie de moção de desconfiança. Uma eleição presidencial de seu partido para escolher o sucessor deve ser realizada no início de outubro.


… A notícia causou o enfraquecimento do iene japonês ante o dólar, que no início da madrugada avançava a 148,356 ienes (+0,64%).


ISRAEL VS HAMAS – Destaque do noticiário internacional junto com a renúncia de Ishiba, Israel aceitou os termos propostos pelos Estados Unidos para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, o que levou Trump a dar um ultimato ao Hamas para que fosse na mesma direção.


… Horas depois, o grupo já sinalizava disposição em iniciar, “de imediato”, negociações para o cessar-fogo.


… Segundo informações obtidas pela Axios, a nova proposta americana enviada ao Hamas prevê a libertação dos 48 reféns ainda mantidos pelo grupo em troca de um cessar-fogo e do fim da operação israelense para ocupar a Cidade de Gaza.


… Em contrapartida, Israel soltaria entre 2.500 e 3.000 prisioneiros palestinos, incluindo centenas condenados à prisão perpétua.


… Apesar da notícia, o petróleo subia mais de 1% no início da madrugada com a decisão da Opep+ de ampliar a produção em ritmo mais lento (137 mil barris por dia) a partir de outubro.


RÚSSIA VS UCRÂNIA – Moscou atingiu a capital da Ucrânia com drones e mísseis no domingo, no maior ataque aéreo ao país desde o início da guerra, lançando 810 drones e 13 mísseis de vários tipos. Causou duas mortes e cerca de 20 feridos.


… Na sexta-feira, Putin afirmou que as tropas ocidentais na Ucrânia seriam vistas como “alvos legítimos” pelo exército russo, após o presidente da França, Emmanuel Macron, dizer que 26 países europeus chegaram a um acordo para oferecer garantias de segurança a Kiev.


… No domingo, em coletiva de imprensa, Trump disse que não está “nem um pouco feliz com a Rússia”, mas que pretende falar “muito em breve” com Putin e ainda acredita em um cessar fogo e que “conseguiremos resolver a guerra na Ucrânia”.


… Em entrevistas, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disseram que os Estados Unidos estão prontos para endurecer as sanções à Rússia, após os últimos ataques a Kiev.


ARGENTINA – Os primeiros resultados oficiais da Justiça Eleitoral da província de Buenos Aires apontavam vitória do peronismo de centro-esquerda sobre o partido de Javier Milei. Com quase 90% das urnas apuradas, o Fuerza Pátria alcançava 47% dos votos.


… As eleições são consideradas um termômetro para o pleito de meio de mandato em outubro e um referendo sobre o desempenho de Milei.


TRÊS NÃO É DEMAIS – Superdovish após o payroll, o investidor foi para o jogo no pregão de sexta-feira e turbinou as apostas em queda acumulada de 75 pontos-base do juro do Fed este ano (de 50% para 65%) na ferramenta do CME.


… Outra novidade foi o mercado de trabalho desaquecido ter despertado especulações, ainda que isoladas (10%), de que o comitê de Powell já dê logo um corte mais agressivo, de 50 pontos, na largada do ciclo na reunião deste mês.


… A sorte está lançada, com o CPI de agosto na quinta-feira ganhando status de potencial indicador decisivo.


… O ING mantém como cenário-base quedas graduais de 25 pontos em setembro e dezembro, mas não descarta corte de 50 pontos este mês. O BofA, que não esperava nenhum alívio este ano, agora espera dois.


… Aproveitando o gancho do payroll fraco, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, já saiu pressionando o Fed por flexibilização maior do que 25 pontos na decisão de política monetária da semana que vem (17).


… Internamente, Trump tem dois aliados no Fomc que podem fazer cada vez mais a diferença daqui para a frente.


… Christopher Waller já havia dito em agosto que a dose de alívio do juro poderia ser ajustada se o relatório de emprego de agosto apontasse para uma economia substancialmente enfraquecida e se a inflação continuasse contida.


… Michelle Bowman também observava riscos negativos acentuados no mercado de trabalho americano.


… Na linha de resistência, porém, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, recomenda ir mais devagar.


… Embora ele tenha reconhecido a fraqueza dos resultados do payroll, disse que o ritmo de contratação de trabalhadores nos Estados Unidos “pode estar artificialmente menor”, devido à política migratória de Trump.


… Também advertiu que não se deve ainda descuidar da inflação, que permanece rodando acima da meta, e afirmou ser preciso ter certeza, antes de tudo, de que o repique nos preços de serviços é apenas pontual, não duradouro.


… A pouco mais de uma semana da reunião do Fed, o dirigente disse ainda estar indeciso em relação ao seu voto.


… Mas a impressão que fica é de que não necessariamente ele esteja contra um corte do juro em setembro. Pode apenas estar tentando refrear o exagero da aposta de uma queda inicial de 50 pontos.


A PROFECIA SE CUMPRE – Já em Jackson Hole, Powell havia cantado a bola de que o mercado de trabalho estava esfriando e veio o payroll para provar, com 22 mil vagas em agosto, mais de três vezes menor que a previsão (75 mil).


… Ainda os dados de junho foram revisados em baixa, de criação de 14 mil postos de emprego para eliminação de 13 mil. A taxa de desemprego veio dentro do consenso, em 4,3%, mas no nível mais alto em quatro anos, desde 2021.


… Alguns investidores, surpreendidos pela velocidade com que a mão-de-obra vem perdendo força, começaram a especular sobre o risco de um hard landing na economia americana e saíram vendendo posição nas bolsas em NY.


… As ordens de vendas atingiram o índice Dow Jones (-0,48%), aos 45.400,86 pontos, enquanto o S&P 500 fechou em queda de 0,32%, aos 6.481,50 pontos, e o Nasdaq se segurou estável (-0,03%), aos 21.700,39 pontos.


… Em busca de oportunidade nos mercados emergentes, os estrangeiros voltaram a olhar para o Brasil.


… O Ibovespa partiu para novo recorde histórico e fechou na faixa inédita dos 142 mil pontos, a curva do DI derreteu junto com as taxas dos Treasuries e o dólar quis furar o piso psicológico de R$ 5,40, mas ainda não foi desta vez.


… O que ainda constrange o câmbio é o fiscal, com a meta de 2026 em xeque, diante da percepção no mercado financeiro de que o governo continua contando com um cenário pouco realista, de receitas superestimadas. 


… Na mínima, o dólar à vista cravou R$ 5,3828, mas não bancou o ritmo e desacelerou a queda no fechamento para 0,63%, cotado a R$ 5,4124. Também o petróleo fraco pode ter inibido o movimento por um real mais apreciado.


… Lá fora, o payroll pôs a moeda americana em desvantagem e levou o índice DXY a fechar abaixo da linha dos 98,000 pontos, em queda de 0,59%, aos 97,768 pontos, diante da precificação de cortes de juro em série pelo Fed.


… Ganhando espaço, o euro subiu 0,60%, para US$ 1,1716, e a libra avançou 0,54%, para US$ 1,3505, mas analistas advertem que as divisas europeias continuam sensíveis aos riscos fiscais no Reino Unido e a crise política na França.


… Na manobra kamikaze de pedir um voto de confiança aos deputados franceses, o primeiro-ministro, François Bayrou, arriscou a sua pele e deve ser derrubado hoje, enfraquecendo ainda mais o governo de Macron.


UM RECORDE POR SEMANA – Sob o horizonte de juro menor nos Estados Unidos, o apetite pela bolsa brasileira foi renovado e o Ibovespa investiu às melhores marcas de todos os tempos, acima dos 142 mil pontos pela primeira vez.


… Superando os picos alcançados apenas uma semana antes, o índice à vista emplacou alta de 1,17%, para os 142.640,14 pontos, com giro de R$ 21,8 bilhões. Estabeleceu ainda novo recorde histórico intraday (143.408,64), na sexta-feira.


… A bolsa nem precisou de Petrobras para buscar o topo. A onda de vendas no petróleo antes da reunião deste domingo da Opep, que derrubou o Brent em 2,22%, a US$ 65,50, impôs perdas expressivas aos papéis da estatal.


… Petrobras ON afundou 2,26%, para R$ 32,90; e PN registrou desvalorização de 1,51%, para R$ 30,59.


… Depois de dias se esforçando para romper a marca de R$ 56,00, as ações da Vale finalmente cruzaram esta barreira e fecharam em R$ 56,22, alta de 0,92%, no melhor patamar deste março, antes das tarifas de Trump à China.


… Os bancos saíram em rali. BB saltou 3,57%, para R$ 21,15, embalado pela assinatura da MP que garante a renegociação de dívidas rurais em condições especiais. Bradesco PN, +2,44%, a R$ 17,24; e Itaú +1,11%, a R$ 38,36.


… As blue chips financeiras reproduziram o otimismo com o tombo dos juros futuros. O alívio do câmbio no Fed desencadeou um reforço na aposta de que também o Copom possa acelerar o processo de flexibilização da Selic.


… Cálculos do estrategista Luciano Rostagno (da EPS Investimentos) indicam que não apenas é ampla a chance de o BC derrubar o juro em janeiro (92%), como não é desprezível a probabilidade (40%) de a taxa já cair em dezembro.


… Fora isso, a curva a termo passou a indicar um ajuste total maior de queda da Selic, para 12,30%, de 12,50% antes.


… Ao contrário da maior ousadia dos traders, economistas reunidos com diretores do BC na última sexta-feira não se atreveram a prever um corte antecipado da Selic (dezembro), mas estão confiantes que a queda virá em janeiro.


… O Broadcast apurou que a percepção ainda é de desaceleração econômica gradual e de inflação rodando em níveis incompatíveis com a meta de 3,0%, e que o Copom pode deixar para agir só na primeira reunião de 2026.


… Em novo trecho da gravação de entrevista do ministro ao programa do Datena, transmitido na sexta na Rede TV, Haddad disse que espera “sensibilidade” do BC para baixar o juro, que está em patamar “muito restritivo”, porque “a inflação está caindo e vai cair mais”.


… No fechamento, o DI Jan/27 caiu a 13,920% (de 13,970% na véspera); Jan/29, a 13,160% (de 13,289%); Jan/31, a 13,475% (de 13,628%); e Jan/33, a 13,665% (de 13,817%). Só o Jan/26 ficou engessado, em 14,890% (de 14,889%).


… A chance de o Fed pegar mais pesado nos cortes chegou a derrubar as taxas dos Treasuries para as mínimas desde abril. O yield da Note-2 anos caiu a 3,525%, contra 3,585% no dia anterior, e o de 10 anos foi a 4,088%, de 4,160%.


CIAS ABERTAS – Depois das notícias na imprensa de que desistiu de recorrer da negativa do BC sobre a compra do MASTER, o BRB divulgou comunicado na noite de sexta-feira para informar que ainda não decidiu próximos passos…


… Na manchete do Estadão de hoje, a reprovação pelo BC da deixará fundos de pensão e pelo menos um banco estatal expostos ao risco de não pagamento por parte do Master…


… O jornal identificou ao menos 13 instituições que fizeram investimentos em letras financeiras do Master, que não têm garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).


COSAN. Lauro Jardim/O Globo informou que o interesse demonstrado por André Esteves em comprar participação na companhia é tão grande que, caso o acordo seja fechado, ele deve passar a dividir o controle do grupo.


ALPARGATAS. Assembleia geral de debenturistas aprovou anuência prévia para redução do capital social, no valor de R$ 850 milhões, sem cancelamento de ações, mediante restituição de valores aos acionistas…


… Assim, ficou atendida a condição necessária para que a proposta de redução de capital seja submetida à deliberação dos acionistas na assembleia geral extraordinária a ser realizada em 10 de setembro.


ONCOCLINICAS informou em comunicado que à CVM que há “amplo apoio” a propostas sobre capital autorizado que serão votadas em AGE amanhã.


PETRORECÔNCAVO produziu média de 26,4 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) em agosto, queda de 1,6% ante o mês de julho.


MERCADO LIVRE. Cade aprovou, sem restrições, a compra da farmácia Target, nome fantasia da Cuidamos Farma Ltda, pela empresa.


BIG TECHS. O presidente Donald Trump ameaçou na sexta-feira iniciar uma investigação comercial contra a União Europeia após o bloco aplicar multas às empresas americanas Google (US$ 3,5 bilhões) e Apple (US$ 17 bilhões).

BAires x Milei

 *Buenos Aires derrota Milei, que fala em “autocrítica”*


Giuliano Guandalini8 de setembro de 2025


A fortaleza eleitoral do peronismo não se rendeu a Javier Milei.


O presidente argentino sofreu uma dura derrota nas eleições legislativas provinciais ocorridas ontem em Buenos Aires, onde se concentra quase 40% do eleitorado do país – indicando dificuldades para a coalizão governista conquistar maioria no Congresso nas eleições nacionais de meio de mandato, no próximo mês.


A margem de vitória peronista ficou acima do antecipado, derrubando os ativos argentinos hoje pela manhã.


O ETF ARGT, que captura a oscilação das ações argentinas em dólar, mergulha mais de 10%. Desde o pico de valorização no ano, em maio, a queda acumulada é de quase 25%.  


Os títulos argentinos em dólar caíram em toda a curva. O yield do papel de dez anos, o mais líquido, foi a 12,6%. Em janeiro, na mínima do ano, estava abaixo de 10%.


No mercado local, o dólar sobe 6% e encostou no teto da banda estipulada pelo governo.


A coalização peronista Fuerza Patria, do governador peronista Alex Kicillof, obteve 47% dos votos contra 34% da frente La Libertad Avanza, de Milei.


Votam nesse pleito os 135 municípios da província de Buenos Aires, distribuídos em oito seções. Mas os eleitores da cidade de Buenos Aires não participam. A capital federal é um distrito autônomo, e seus residentes escolhem o prefeito e os legisladores locais em uma eleição própria.


Milei descreveu os resultados como “uma clara derrota” em um pleito que testou o humor de uma grande parcela do eleitorado às vésperas da eleição de meio de mandato, em 26 de outubro.


O presidente argentino afirmou que dará continuidade ao seu programa de controle fiscal e à política cambial, mas prometeu realizar uma “autocrítica” e rever a estratégia antes do pleito nacional.


Milei tem conseguido impor uma agenda de ajustes mesmo sem maioria no Congresso. Mas uma derrota nas eleições de meio de mandato poderá significar uma barreira para a continuidade das reformas mais profundas – e coloca um ponto de interrogação na viabilidade do programa de estabilização monetária.


Contrariando as expectativas, a participação eleitoral acima do esperado não beneficiou o governo, disse o BTG. “Apesar das fortes divergências internas, o voto peronista foi unificado em uma chapa, enquanto o voto antiperonista foi mais fragmentado,” disse o banco.


Os 47% obtidos pelos peronistas ficaram em linha com o apoio dado a Kicillof há dois anos, quando ele foi eleito governador.


Segundo o BTG, houve quatro razões para o insucesso eleitoral de Milei.


Em primeiro lugar, a estratégia política não foi adequada, tendo sido “arrogante” e desrespeitando lideranças locais.


Em segundo, Milei não foi sensível a certas demandas sociais, como sua decisão de não financiar um hospital pediátrico.


Outro ponto foram as denúncias de corrupção envolvendo pessoas próximas a Milei que vieram à tona no mês passado.


Áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da agência nacional para pessoas com deficiência e advogado pessoal de Milei, revelaram uma suposta negociação de propinas na compra de medicamentos. Karina Milei, a irmã do presidente e seu braço direito, teria recebido uma comissão de 3% no sobrepreço pago pelos remédios.


Por fim, disse o BTG, a economia dá sinais de perda de vigor.


“Nos últimos dois meses, a queda na atividade foi acentuada, como resultado de uma estratégia monetária equivocada que elevou as taxas de juros às alturas,” afirmaram os analistas do banco.


“O governo implementou tantas mudanças na estrutura monetária que deu a impressão de improvisar em uma questão séria,” disse o BTG. “A equipe econômica constantemente culpou o risco político por tudo, mas pelo menos parte do problema pode ser atribuída a um plano mal concebido.”


As denúncias somadas aos efeitos do arrocho fiscal – que atinge o interesse de algumas categorias mais organizadas, como aposentados e funcionários públicos – também minaram a popularidade de Milei.


A instabilidade política e a falta de dólares em caixa – as reservas internacionais líquidas continuam negativas – atingiram o peso, e o governo vem fazendo intervenções no mercado para conter a desvalorização, o que pode comprometer o controle da inflação.


“A eleição na província de Buenos Aires ocorreu em meio a um aperto significativo das condições financeiras internas, uma desvalorização do peso, expectativas de um ligeiro aumento na inflação, uma desaceleração do crescimento econômico, tensões crescentes entre o governo do Presidente Milei e o Congresso, e alegações de corrupção contra membros do governo,” resumiu o analista Sergio Armella, da Goldman Sachs.


O Morgan Stanley retirou sua recomendação de compra para os ativos argentinos, dizendo que a derrota elevou a probabilidade do “cenário negativo em que o mercado passe a questionar a continuidade das reformas, aumentando a incerteza quanto às futuras fontes de financiamento externo.”


Luis Caputo, o ministro da Economia, disse na noite do domingo que nada muda. “Nem no fiscal, nem no monetário, nem no cambial.”


Mas a gestão Milei enfrentará agora o seu mais duro teste desde a vitória no final de 2023.



https://braziljournal.com/buenos-aires-derrota-milei-que-fala-em-autocritica/

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Na sexta-feira, foi publicado um emprego americano confuso e fraco, o que reforçou a expetativa de descidas de taxas de juros por parte da Fed além da descida 98% descontada a 1 de setembro (-25 p.b., até 4,00/4,25%), e isso animou Nova Iorque… embora o que realmente tenha saído beneficiado e aguentou em positivo até ao final foi a tecnologia e, particularmente, semis. No final da sessão, enfraqueceu um pouco, mas o saldo semanal foi positivo em Wall St. e mais ou menos neutro na Europa. O catch-up de Nova Iorque sobre a Europa já aconteceu, mas continua vivo. 


Nas últimas horas, o PM do Japão (Ishiba) demitiu-se, mas era esperado, e a bolsa sobe quase +1,5% (yen e obrigações débeis, claro), enquanto Milei foi derrotado pelo peronismo nas eleições de ontem em Buenos Aires (ca.40% povoação), o que prejudicará a bolsa argentina (o que resta dela após dezenas de erros). Esta semana, cairá o governo em França, o BCE irá repetir taxas de juros e não é provável que insinue descidas, e o aumento da inflação americana poderá despertar os mais confiantes. 


Em relação às obrigações, França já não sofre, cujo governo perderá hoje a moção de confiança e será substituído, provavelmente, por Lombard, o Ministro da Economia. Mas Macron não se moverá. O mau é que provavelmente o governo francês irá cair na moção de confiança de hoje. O bom é que está 100% descontado nos preços e que, portanto, o provável dano sobre as obrigações (francesas e, por contágio, um pouco nas europeias em geral) não será relevante. Os bancos centrais voltam a atuar como anjos da guarda das obrigações quando estas sofrem. Não se pode garantir que seja assim, mas é a alternativa mais plausível. É evidente no Reino Unido, França, Japão e EUA, cujas obrigações deveriam sofrer muito mais.


CONCLUSÃO: É provável que França e Japão introduzam alguma tensão entre segunda e terça-feira, mas de alcance limitado. Quinta-feira será o dia mais importante porque será a reunião do BCE e a inflação americana aumentará. Mas o BCE irá repetir em 2,00%/2,15% (Depósito/Crédito) e está descontado, portanto a única coisa relevante será a mensagem de Lagarde… provavelmente continuísta e sem insinuar nenhuma descida futura. Contudo, a inflação americana é um risco a considerar, visto que poderá aumentar até cerca de +3% (sobre o qual temos vindo a advertir) e é possível que uma parte não depreciável do mercado não tenha isto interiorizado. Como esse aumento arrefeceria as expectativas de futuras descidas de taxas de juros, parece razoável pensam que o tom do mercado piore na quinta/sexta-feira, fechando a semana com debilidade.


NY -0,3% US tech +0,1% US semis +1,7% UEM -0,5% España -0,4% VIX 15,2% Bund 2,66% T-Note 4,09% Spread 2A-10A USA=+58pb B10A: ESP 3,25% PT 3,09% FRA 3,45% ITA 3,54% Euribor 12m 2,178% (fut.2,163%) USD 1,172 JPY 173,5 Ouro 3.587$ Brent 66,3$ WTI 62,6$ Bitcoin -0,4% (110.939$) Ether -0,2% (4.291$) 


FIM

domingo, 7 de setembro de 2025

Cúpula dos BRICS

 *CHINA CONFIRMA PARTICIPAÇÃO DE XI JINPING EM CÚPULA VIRTUAL DO BRICS AMANHÃ, A CONVITE DE LULA*


18:14 07/09/2025 

Por Pedro Lima


São Paulo, 07/09/2025 - O presidente da China, Xi Jinping, participará da Cúpula Virtual dos Líderes do Bris desta segunda-feira, confirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores do país asiático. O governo chinês mencionou que a participação de Xi se dará em decorrência de um convite do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também preside o Brics neste ano, e que ele deve fazer um "importante discurso".


O evento de amanhã, promovido pelo presidente brasileiro, é uma das reações diplomáticas do Brics às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Anterior-mente, o Broadcast/Estadão mostrou que o governo brasileiro não costurou e não prevê a divulgação de um comunicado conjunto dos países ao fim da reunião. Em reuniões assim, o teor é negociado por diplomatas ao longo de semanas antes e chancelado pelos líderes, podendo haver algum mudança de última hora.


Em julho, o grupo divulgou apenas uma menção indireta ao tarifaço, ao classificá-lo como "ações restritivas" ao comércio. Na ocasião, os líderes dos 11 países evitaram citar diretamente os Estados Unidos e Donald Trump, já que alguns mantêm laços mais estreitos com Washington, como Índia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.


Eles afirmaram que o "aumento indiscriminado de tarifas" ameaça reduzir ainda mais o comércio global, interromper as cadeias de suprimentos e introduzir incerteza nas atividades econômicas e comerciais. Defenderam a Organização Mundial do Comércio (OMC) como núcleo de um "sistema multilateral de comércio baseado em regras, aber-to, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual" e incentivaram expandir as trocas de bens e serviços entre países do grupo.

Reag se desmanchando

 *Executivos da gestora Reag acertam buyout com controlador*


Mansur sai da estrutura de REAG3 com earnout em cinco anos e empresa busca novo investidor


Um grupo de executivos da Reag Investimentos assinou no sábado um management buyout, num acordo que marca a saída do controlador João Carlos Mansur do negócio, que detinha uma participação de 87% do capital, e visa abrir espaço para buscar um novo sócio. A transação foi de R$ 100 milhões em assunção de dívida, referente a empresas adquiridas nos últimos anos, e inclui um earnout em cinco anos.


Pelo acordo, Mansur terá o direito de receber 5% da receita da companhia pelo período de cinco anos e ainda levar uma fatia de 15% do valor da transação no caso de venda da companhia. O Pipeline apurou que o grupo de executivos já abriu conversas com outras instituições financeiras para vender uma posição acionária.


Com a venda do controle, Mansur, atualmente presidente do conselho de administração, deve deixar seu assento no board.


É um modelo semelhante ao fez a também encrencada Virgo com a Riza. À frente da costura, aliás, está o mesmo assessor financeiro: Marcão Gonçalves, da CVPar. A venda do controle da empresa foi a solução encontrada para contornar a crise reputacional, após a companhia ser investigada pela Operação Carbono da Polícia e Receita Federal, que tinha como alvo instituições financeiras suspeitas de serem usadas para ocultar o patrimônio do crime organizado


Segundo a Reag Investimentos, a operação foi estruturada de modo a alinhar os interesses de longo prazo da empresa e assegurar a continuidade de suas atividades e a preservação de seus clientes e empregados, considerando o atual cenário de incertezas e riscos no curto prazo. Agora, os sócios da REAG3, liderados por Dario Tanure, ainda terão o desafio de comprovar ao mercado que a transação de fato segrega os grupos e que o problema financeiro e reputacional não está na asset e no wealth.


A Reag Investimentos passou a ser listada em bolsa após a compra da GetNinjas, e soma um valor de mercado de R$ 412 milhões na bolsa. A empresa tinha, em julho, R$ 340 bilhões sob gestão.


https://pipelinevalor.globo.com/negocios/noticia/executivos-da-gestora-reag-acertam-buyout-com-controlador.ghtml

Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo: Captações no exterior crescem 6% no acumulado ano e devem superar 2024*


Por Cynthia Decloedt e Aline Bronzati


São Paulo e Nova York, 03/09/2025 - Empresas e o Tesouro brasileiro já captaram no mercado de dívida norte-americano, até esta quarta-feira (03), um volume de recursos superior ao mesmo período do ano passado, mesmo diante da guerra tarifária dos EUA e da imposição de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes.


No acumulado do ano, foram levantados US$ 18 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida (bonds), contra US$ 17 bilhões no mesmo intervalo de 2024. Nos dois últimos dias que abriram o mês de setembro e marcam o início da segunda principal janela para captações no mercado norte-americano, Tesouro Nacional, Petrobras e Suzano levantaram US$ 3,750 bilhões.


Conforme as indicações de banqueiros que assessoram companhias e governos na oferta desses papéis, esse número deve crescer e tem o potencial de ultrapassar, ainda nesta janela, os US$ 19,5 bilhões captados em todo o ano passado. Entre os próximos potenciais emissores estão o grupo de saúde Rede D'Or, Vamos, BTG Pactual e Embraer, que devem captar o mínimo de US$ 500 milhões. Podem também acessar o mercado Prumo e Aura Minerals, com valores menores, em torno de US$ 300 milhões.


Para todo o ano, se espera que emissores brasileiros captem ao redor de US$ 30 bilhões em 2025. O volume, caso alcançado, deve superar a média dos últimos anos, de cerca de US$ 23 bilhões.


A fila de setembro foi aberta pelo Tesouro ontem (02), que emitiu US$ 1,75 bilhão em bônus no exterior, após atrair demanda de quase US$ 4 bilhões. Para o executivo de um banco internacional, a operação sinaliza que o apetite do investidor estrangeiro por títulos do Brasil não foi afetado pelas tensões nas relações comerciais entre o País e os EUA em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.


A estatal Petrobrás também não encontrou dificuldades em emplacar sua emissão de US$ 2 bilhões em títulos de 5 e 10 anos, com uma demanda perto de US$ 6 bilhões. Já a Suzano emplacou a terceira emissão deste início de setembro, captando US$ 1 bilhão também nesta terça-feira.


Contato: colunabroadcast@estadao.com


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Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...