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Perspectivas domésticas

 Meu artigo na @gazetadopovo: Perspectivas econômicas para 2026: o ano da gastança


A economia crescerá em marcha forçada. Em 2027, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita do PT: juros elevados, desequilíbrio fiscal e uma economia estagnada


https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/adolfo-sachsida/perspectivas-economicas-para-2026-o-ano-da-gastanca/


Entre 2016 e 2022, o Brasil passou por um ciclo relevante de reformas econômicas. No campo macroeconômico, a reforma trabalhista e o teto de gastos aprovados no governo Temer, aliados à reforma da previdência e à autonomia do Banco Central no governo Bolsonaro, asseguraram a estabilidade necessária ao país. Já no campo microeconômico, a modernização dos marcos regulatórios — como a Lei de Liberdade Econômica, o novo marco do saneamento, de start-ups, da cabotagem, de registros públicos — além do PIX, da digitalização de serviços públicos, de privatizações e da abertura econômica, estimularam o investimento privado. Em conjunto, essas medidas ampliaram o PIB potencial brasileiro.

Por isso, fui corretamente otimista com os resultados da economia entre 2023 e o primeiro semestre de 2025. No entanto, o impulso das reformas está se esgotando. Após quase três anos de uma política centrada no aumento descontrolado de gastos públicos e tributos, a economia começa a dar sinais de fadiga. Em breve, com a divulgação dos indicadores do segundo semestre, ficará evidente que o Brasil chegou a uma encruzilhada: saímos de um arranjo pró-mercado, com disciplina fiscal e juros em queda, para uma política que, ao expandir demasiadamente o gasto público, pressiona a inflação e mantém os juros em patamar elevado.

No cenário externo, a situação tampouco inspira confiança. Por decisões políticas equivocadas, o governo brasileiro tem confrontado a maior economia do mundo. O presidente Lula, além de criticar abertamente o presidente americano, defende o abandono do dólar em negociações dos BRICS, ataca Israel e aproxima o país de regimes como Venezuela, Irã, Rússia e China. É difícil enxergar resultados positivos dessa estratégia.

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Após quase três anos de uma política centrada no aumento descontrolado de gastos públicos e tributos, a economia começa a dar sinais de fadiga

Para 2025, o Congresso ainda apreciará um pacote de medidas populistas do governo, todas com impactos negativos sobre as contas públicas. Especialistas já alertam que o orçamento de 2026 será uma peça de ficção, baseada em despesas subestimadas e receitas superestimadas. Na Fazenda, a resposta continua sendo o aumento de impostos; no Planejamento, a promessa vaga de um ajuste apenas em 2027.

Quem conhece o orçamento enxerga o que está sendo armado: um aumento expressivo de gastos no próximo ano. Se em anos sem eleição o governo já se mostra gastador, em 2026 — com economia em desaceleração e em pleno calendário eleitoral — o sinal verde para a gastança é inevitável. Governadores, por sua vez, seguirão no mesmo caminho de aumento de gastos.

Por isso, 2026 será lembrado como o ano da gastança. A economia crescerá em marcha forçada, algo entre 1% e 1,5%. Em 2027, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita do PT: juros elevados, desequilíbrio fiscal e uma economia estagnada.

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Adolfo Sachsida

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