*Leitura de Domingo: Captações no exterior crescem 6% no acumulado ano e devem superar 2024*
Por Cynthia Decloedt e Aline Bronzati
São Paulo e Nova York, 03/09/2025 - Empresas e o Tesouro brasileiro já captaram no mercado de dívida norte-americano, até esta quarta-feira (03), um volume de recursos superior ao mesmo período do ano passado, mesmo diante da guerra tarifária dos EUA e da imposição de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes.
No acumulado do ano, foram levantados US$ 18 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida (bonds), contra US$ 17 bilhões no mesmo intervalo de 2024. Nos dois últimos dias que abriram o mês de setembro e marcam o início da segunda principal janela para captações no mercado norte-americano, Tesouro Nacional, Petrobras e Suzano levantaram US$ 3,750 bilhões.
Conforme as indicações de banqueiros que assessoram companhias e governos na oferta desses papéis, esse número deve crescer e tem o potencial de ultrapassar, ainda nesta janela, os US$ 19,5 bilhões captados em todo o ano passado. Entre os próximos potenciais emissores estão o grupo de saúde Rede D'Or, Vamos, BTG Pactual e Embraer, que devem captar o mínimo de US$ 500 milhões. Podem também acessar o mercado Prumo e Aura Minerals, com valores menores, em torno de US$ 300 milhões.
Para todo o ano, se espera que emissores brasileiros captem ao redor de US$ 30 bilhões em 2025. O volume, caso alcançado, deve superar a média dos últimos anos, de cerca de US$ 23 bilhões.
A fila de setembro foi aberta pelo Tesouro ontem (02), que emitiu US$ 1,75 bilhão em bônus no exterior, após atrair demanda de quase US$ 4 bilhões. Para o executivo de um banco internacional, a operação sinaliza que o apetite do investidor estrangeiro por títulos do Brasil não foi afetado pelas tensões nas relações comerciais entre o País e os EUA em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A estatal Petrobrás também não encontrou dificuldades em emplacar sua emissão de US$ 2 bilhões em títulos de 5 e 10 anos, com uma demanda perto de US$ 6 bilhões. Já a Suzano emplacou a terceira emissão deste início de setembro, captando US$ 1 bilhão também nesta terça-feira.
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